Como se livrar de um moleque apaixonado. escrita por LDMRPB


Capítulo 9
Inexplicável.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Dylan teve umas das piores noites da sua vida. Sendo otimista havia conseguido dormir por umas três horas durante toda aquela noite torturante. Sentia um misto de calor e frio, seu corpo doía como se tivesse sido atropelado por dezenas de caminhões e sua garganta estava arranhando como se sua saliva fosse feita de cacos de vidro.

Se analisou no espelho e não era apenas internamente que parecia mal. Mesmo bem vestido com seu terno marrom, cabelo penteado e a barba feita as olheiras estavam profundas demais e a pele muito pálida para serem ignoradas. Sua aparência estava tão detonada quanto o seu espirito. Foi preciso tomar um punhado de analgínicos para que pudesse se suportar em pé.

Caminhou para fora do apartamento em direção ao trabalho. Mas ao abrir a porta se deparou com o rosto do Brian lhe aguardando em frente as escadas.

— Nossa, Dy. Você está horrível! — O sorriso constante do loiro sumiu assim que vira a situação do mais velho.

— Obrigado. — Dylan respondeu sarcasticamente  tossindo levemente em seguida.

— Você está bem? — O loiro se aproximou com uma expressão de preocupação desmoderada estampada em seu rosto.

— Eu estou ótimo. —  Mentiu. —  Vamos antes que a gente perca o horário do metrô. — Brian estreitou os olhos não acreditando nas palavras do moreno. Estendeu a mão até sua testa e checou a temperatura do mais velho, confirmando o que já suspeitava.

— Dy, você está queimando. Não pode ir trabalhar assim. — Brian pegou a mão do mais velho e tentou direciona-lo de volta ao apartamento, mas foi impedido quando ele a puxou de volta.

— É só um resfriado, não vou faltar ao trabalho por conta disso. —

— Pelo amor de Deus, Dy! Você nunca falta, não vai morrer se perder um dia não. Tenho certeza que seu chefe vai entender. — Tentou barganhar com o moreno.

— Já disse que estou bem. Você deveria cuidar da sua vida. —

— Estou tentando, mas ela é muito teimosa. — Dylan revirou os olhos com aquela resposta melosa do mais novo.

— Brian, por favor, vamos. — Suplicou ao loiro que parecia decidido a impedir que ele saísse do prédio.

— Não vou deixar você sair assim. — Dylan riu maldosamente da confiança do mais novo.

— Como se você pudesse fazer algo quanto a isso. —

— Posso sim. Se você vai ser infantil assim, não me deixa escolha. Meu terceiro pedido. Eu quero que você falte ao trabalho hoje. — Ordenou convicto, como se aquilo fosse uma lei inquebrável.

— Eu, infantil? — Dylan ficou chocado com a escolha de palavras do mais novo. — Quer falar de infantilidade? Que tal fingir ser ruim em algo para ganhar uma aposta? — Indagou. Possuído pela curiosidade sobre aquilo desde que conversara com a mãe do menino.

— Do que você esta falando? — Brian questionou surpreso.

— Sua mãe me contou dos Matletas. — Revelou cruzando os braços esperando para analisar a reação do mais novo ao saber que ele descobriu do seu teatrinho.

— Bom, isso é esperteza. Independente das condições, você perdeu e me deve um pedido. Podemos conversar lá dentro, por favor? Meu pé esta doendo de ficar tanto tempo em pé. — Tentou apelar para o sentimentalismo do mais velho mesmo que nem sentisse nenhum incomodo, fazendo com que o Dylan concordasse derrotado, e juntos caminhassem novamente para a casa.   Dylan não estava com cabeça para discutir com o mais novo e após entrar no apartamento ele enviou um e-mail a empresa que trabalhava avisando sua condição de saúde e que não poderia comparecer hoje ao emprego. Nos sete anos que trabalhava na empresa não havia perdido um dia sequer e foi com um enorme peso no peito que ele avisou  que esse seria o primeiro.

— Você comeu alguma coisa? — Brian o perguntou.

— Não. —

— Vá trocar essa roupa e colocar uma mais confortável enquanto eu preparo algo. — Pediu ao mais velho em um tom de voz autoritário. Dylan não se opôs. Já que ficaria em casa de qualquer forma, o minimo que poderia fazer era estar confortável.

Ao sair do quarto já vestido com um moletom e seu sweter mais velho encontrou com o Brian sentado no sofá com um sorriso empático. Dylan caminhou em sua direção e sentou ao seu lado.

— Você vai perder a aula. —

— Ninguém morre se perder um dia das obrigações, Dy. — O loiro revirou os olhos àquele jeito certinho do mais velho. — Você já se medicou? — Perguntou preocupado, novamente checando a temperatura em sua testa.

— Já, não tem muito o que fazer, só esperar fazer efeito mesmo. —

— Ótimo, mas não deveria tomar remédios de estomago vazio. — Repreendeu. —Eu pedi chá e omelete, deve esta chegando em uns vinte minutos. —

— Pensei que você que fosse preparar. —

— Eu não sei cozinhar. — Assumiu envergonhado e Dylan não se surpreendeu. — Estou me sentindo culpado, se a gente não tivesse saído ontem você não estaria doente. —

— Você não me forçou a nada Brian, não tem porquê se culpar. —

— Eu forcei sim, desculpe por isso. E desculpe também por mentir para você. — Brian aproximou o corpo do mais velho e deitou sua cabeça em seu ombro, aconchegando-se próximo ao Dylan. — Eu fingia ser ruim em matemática quando era mais novo para ter a atenção do Brandon e me pareceu uma boa chance de fazer o mesmo com você. —

— Você não deveria ficar tão próximo, vai acabar pegando também. — Falou cauteloso ignorando as desculpas e percebendo que ele estava quase abraçado consigo.

— Eu não me importo. Quero ficar juntinho de você. — Assumiu, passando seus braços nos do moreno começando a se sentir mais aliviado ao ver que o corpo do mais velho começara a esfriar. — Eu te amo, Dy. — Revelou após lhe dar um breve beijo nas bochechas fazendo um calafrio percorrer  pela espinha do mais velho.

— Como você pode dizer essas coisas tão facilmente? — Dylan perguntou chocado.

— Porque é um fato Dy. É como dizer que o céu é azul ou que as formigas são pequenas. — Deu de ombros.

— Eu não consigo entender como você pode gostar de mim. — Dylan revelava sem pensar muito no que dizia. Não era insegurança, estava apenas curioso em como funcionava a cabeça do loiro essa obsessão por si. — Eu sou totalmente diferente de você.—

— O que você tem de diferente é o que te faz mais bonito. Você já amou alguém? — O mais novo perguntou. Sabia que o mais velho não o amava como ele, mas mesmo assim o desejo interno de ouvir aquelas palavras do mais velho nunca sumia.

— Amor é coisa de quem tem tempo para pensar nisso, Brian. —

— Não Dy, não é. Mas eu não posso te explicar o inexplicável. Quando você sentir o que eu sinto vai saber o que é. — Dylan olhava o mais novo falar de maneira calma. Não sabia se achava ele ingenuo por ser assim ou se sentia inveja da capacidade dele se sentir algo que ele nunca sentiu. — Brian... — Começou a dizer, mas suas palavra foram cortadas pela campainha. Dylan sentiu um misto de raiva e alivio por ser interrompido, pois não fazia ideia do que iria dizer ao mais novo naquele momento.

— Deve ser seu café da manhã. — Brian disse ao se levantar e caminhar até a porta não percebendo que recebia um olhar do mais velho. Um olhar de quem só agora entendia o inexplicável.


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Notas finais do capítulo

Vocês gostam de webtoons? To lendo uma que mds, viciei. Bj Alex, para quem curte yaoi/lemon meio dark. Se alguém já tiver lido vamos conversar, preciso falar com alguém sobre essa obra prima T_T



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