Como se livrar de um moleque apaixonado. escrita por LDMRPB
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura.
Dylan teve umas das piores noites da sua vida. Sendo otimista havia conseguido dormir por umas três horas durante toda aquela noite torturante. Sentia um misto de calor e frio, seu corpo doía como se tivesse sido atropelado por dezenas de caminhões e sua garganta estava arranhando como se sua saliva fosse feita de cacos de vidro.
Se analisou no espelho e não era apenas internamente que parecia mal. Mesmo bem vestido com seu terno marrom, cabelo penteado e a barba feita as olheiras estavam profundas demais e a pele muito pálida para serem ignoradas. Sua aparência estava tão detonada quanto o seu espirito. Foi preciso tomar um punhado de analgínicos para que pudesse se suportar em pé.
Caminhou para fora do apartamento em direção ao trabalho. Mas ao abrir a porta se deparou com o rosto do Brian lhe aguardando em frente as escadas.
— Nossa, Dy. Você está horrível! — O sorriso constante do loiro sumiu assim que vira a situação do mais velho.
— Obrigado. — Dylan respondeu sarcasticamente tossindo levemente em seguida.
— Você está bem? — O loiro se aproximou com uma expressão de preocupação desmoderada estampada em seu rosto.
— Eu estou ótimo. — Mentiu. — Vamos antes que a gente perca o horário do metrô. — Brian estreitou os olhos não acreditando nas palavras do moreno. Estendeu a mão até sua testa e checou a temperatura do mais velho, confirmando o que já suspeitava.
— Dy, você está queimando. Não pode ir trabalhar assim. — Brian pegou a mão do mais velho e tentou direciona-lo de volta ao apartamento, mas foi impedido quando ele a puxou de volta.
— É só um resfriado, não vou faltar ao trabalho por conta disso. —
— Pelo amor de Deus, Dy! Você nunca falta, não vai morrer se perder um dia não. Tenho certeza que seu chefe vai entender. — Tentou barganhar com o moreno.
— Já disse que estou bem. Você deveria cuidar da sua vida. —
— Estou tentando, mas ela é muito teimosa. — Dylan revirou os olhos com aquela resposta melosa do mais novo.
— Brian, por favor, vamos. — Suplicou ao loiro que parecia decidido a impedir que ele saísse do prédio.
— Não vou deixar você sair assim. — Dylan riu maldosamente da confiança do mais novo.
— Como se você pudesse fazer algo quanto a isso. —
— Posso sim. Se você vai ser infantil assim, não me deixa escolha. Meu terceiro pedido. Eu quero que você falte ao trabalho hoje. — Ordenou convicto, como se aquilo fosse uma lei inquebrável.
— Eu, infantil? — Dylan ficou chocado com a escolha de palavras do mais novo. — Quer falar de infantilidade? Que tal fingir ser ruim em algo para ganhar uma aposta? — Indagou. Possuído pela curiosidade sobre aquilo desde que conversara com a mãe do menino.
— Do que você esta falando? — Brian questionou surpreso.
— Sua mãe me contou dos Matletas. — Revelou cruzando os braços esperando para analisar a reação do mais novo ao saber que ele descobriu do seu teatrinho.
— Bom, isso é esperteza. Independente das condições, você perdeu e me deve um pedido. Podemos conversar lá dentro, por favor? Meu pé esta doendo de ficar tanto tempo em pé. — Tentou apelar para o sentimentalismo do mais velho mesmo que nem sentisse nenhum incomodo, fazendo com que o Dylan concordasse derrotado, e juntos caminhassem novamente para a casa. Dylan não estava com cabeça para discutir com o mais novo e após entrar no apartamento ele enviou um e-mail a empresa que trabalhava avisando sua condição de saúde e que não poderia comparecer hoje ao emprego. Nos sete anos que trabalhava na empresa não havia perdido um dia sequer e foi com um enorme peso no peito que ele avisou que esse seria o primeiro.
— Você comeu alguma coisa? — Brian o perguntou.
— Não. —
— Vá trocar essa roupa e colocar uma mais confortável enquanto eu preparo algo. — Pediu ao mais velho em um tom de voz autoritário. Dylan não se opôs. Já que ficaria em casa de qualquer forma, o minimo que poderia fazer era estar confortável.
Ao sair do quarto já vestido com um moletom e seu sweter mais velho encontrou com o Brian sentado no sofá com um sorriso empático. Dylan caminhou em sua direção e sentou ao seu lado.
— Você vai perder a aula. —
— Ninguém morre se perder um dia das obrigações, Dy. — O loiro revirou os olhos àquele jeito certinho do mais velho. — Você já se medicou? — Perguntou preocupado, novamente checando a temperatura em sua testa.
— Já, não tem muito o que fazer, só esperar fazer efeito mesmo. —
— Ótimo, mas não deveria tomar remédios de estomago vazio. — Repreendeu. —Eu pedi chá e omelete, deve esta chegando em uns vinte minutos. —
— Pensei que você que fosse preparar. —
— Eu não sei cozinhar. — Assumiu envergonhado e Dylan não se surpreendeu. — Estou me sentindo culpado, se a gente não tivesse saído ontem você não estaria doente. —
— Você não me forçou a nada Brian, não tem porquê se culpar. —
— Eu forcei sim, desculpe por isso. E desculpe também por mentir para você. — Brian aproximou o corpo do mais velho e deitou sua cabeça em seu ombro, aconchegando-se próximo ao Dylan. — Eu fingia ser ruim em matemática quando era mais novo para ter a atenção do Brandon e me pareceu uma boa chance de fazer o mesmo com você. —
— Você não deveria ficar tão próximo, vai acabar pegando também. — Falou cauteloso ignorando as desculpas e percebendo que ele estava quase abraçado consigo.
— Eu não me importo. Quero ficar juntinho de você. — Assumiu, passando seus braços nos do moreno começando a se sentir mais aliviado ao ver que o corpo do mais velho começara a esfriar. — Eu te amo, Dy. — Revelou após lhe dar um breve beijo nas bochechas fazendo um calafrio percorrer pela espinha do mais velho.
— Como você pode dizer essas coisas tão facilmente? — Dylan perguntou chocado.
— Porque é um fato Dy. É como dizer que o céu é azul ou que as formigas são pequenas. — Deu de ombros.
— Eu não consigo entender como você pode gostar de mim. — Dylan revelava sem pensar muito no que dizia. Não era insegurança, estava apenas curioso em como funcionava a cabeça do loiro essa obsessão por si. — Eu sou totalmente diferente de você.—
— O que você tem de diferente é o que te faz mais bonito. Você já amou alguém? — O mais novo perguntou. Sabia que o mais velho não o amava como ele, mas mesmo assim o desejo interno de ouvir aquelas palavras do mais velho nunca sumia.
— Amor é coisa de quem tem tempo para pensar nisso, Brian. —
— Não Dy, não é. Mas eu não posso te explicar o inexplicável. Quando você sentir o que eu sinto vai saber o que é. — Dylan olhava o mais novo falar de maneira calma. Não sabia se achava ele ingenuo por ser assim ou se sentia inveja da capacidade dele se sentir algo que ele nunca sentiu. — Brian... — Começou a dizer, mas suas palavra foram cortadas pela campainha. Dylan sentiu um misto de raiva e alivio por ser interrompido, pois não fazia ideia do que iria dizer ao mais novo naquele momento.
— Deve ser seu café da manhã. — Brian disse ao se levantar e caminhar até a porta não percebendo que recebia um olhar do mais velho. Um olhar de quem só agora entendia o inexplicável.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Vocês gostam de webtoons? To lendo uma que mds, viciei. Bj Alex, para quem curte yaoi/lemon meio dark. Se alguém já tiver lido vamos conversar, preciso falar com alguém sobre essa obra prima T_T