Como se livrar de um moleque apaixonado. escrita por LDMRPB


Capítulo 8
Mentiroso


Notas iniciais do capítulo

O último foi tão curtinho que achei melhor postar logo esse.
Não se acostumem mal haha
Boa leitura!



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Capitulo 8 - Mentiroso.

 

Dylan não soube quanto tempo ficou naquela cama ao lado do loiro que adormeceu em algum momento, ele apenas foi trazido a realidade quando ouviu a porta da frente se fechar. Saiu da cama tomando o máximo de cuidado para não despertar o jovem ao seu lado, que agora parecia calmo e sereno, tão diferente da imagem gravada em sua mente do momento anterior. A conversa com Brian o fez sentir encurralado e extremamente desconfortável. Conhecia o loiro desde que tinha uns cinco anos de idade, usava chupeta e pronunciava as palavras incorretamente. Não era propositalmente que ainda associava o jovem com a criança de anos atrás, para ele era impossível não o fazer. Ele sempre foi para si o irmãozinho chato e inconveniente do seu melhor amigo. Repassou inúmeras vezes as palavras do mais jovem e não pode evitar em imagina-lo transando. Ele havia insinuado já ter ido além com seus antigos parceiros e isso causava uma sensação incomoda em seu estomago. Brian era menor, mais novo e de certa forma até mesmo angelical, não poderia  deixar de o associar com a pureza. Porém, a atitude do mais novo e a habilidade ao tocar a si, mesmo que brevemente, o fez questionar se ele era realmente possuidor de tal inocência.

— Boa tarde, senhora Hammer. — Dylan cumprimentou a mãe do namorado ao chegar na cozinha, anunciando sua presença.

— Dylan, querido. Que surpresa lhe ver aqui. — A senhora de cabelos loiros como os dos seus filhos se aproximou do homem e lhe depositou um breve beijo nas bochechas. — O Brian está com você? —

— Ele está dormindo. — Explicou.

— Já? Ele havia comentado que iria a praia com você. Não posso negar que fiquei bastante surpreendida. —

— Eu também. Ele pisou em uma concha e machucou o pé, por isso voltamos mais cedo, eu o trouxe para casa e cuidamos do ferimento. — Falou rapidamente para evitar causar uma preocupação desnecessária.

— Meu garoto é mesmo um desastrado. Obrigada por cuidar dele, Dylan. — A mulher agradeceu com um sorriso delicado em seus lábios.

— Não foi nada, apenas limpei o machucado. —

— Não falo apenas disso. Ele se sente sozinho desde que o Brandon se mudou e ficar com você tem sido uma boa distração. Só espero que ele não esteja exagerando na estadia. Brian não é muito de limites. — Comentou entre risos.

— Tem sido bom para mim também, também sinto falta do Brandon. — Assumiu.

— Fico feliz. Você sabe Dylan que eu o vejo como um filho. E sempre que precisar, quiser um café ou se sentir solitário você pode contar comigo. A porta está sempre aberta. —

— Agradeço, também tenho muito carinho pela senhora. — Normalmente Dylan ficaria desconfortável com esse tipo de conversa, mas desde o falecimento da sua mãe, a proximidade com a família do amigo cresceu muito e ele se sentia quase da família.

— O tempo passa tão rápido, meu jovem. Semana que vem o Brian está completando dezessete anos. Dezessete anos, acredita? Meu bebe... — Suspirou pesadamente como se o envelhecimento do caçula lhe causasse dor.

— Verdade... —Dylan concordou não sabendo como opinar e tentando esconder a leve surpresa ao saber que o aniversario do Brian se aproximava.

— Tem sido difícil controlar o coração. Primeiro o Brandon se casa, não me leve a mal eu gosto muito da minha enteada, mas eles precisavam ir para uma cidade tão distante? E agora o Brian vem com essa bolsa... Eu fiquei muito orgulhosa, sabe? Mas é tão distante. —

— Que bolsa? — Dylan se surpreendeu pela curiosidade que sentiu.

— Brian não comentou com você? — Indagou surpresa. — Semana passada ele recebeu uma carta da Universidade lá na capital. Eles estão oferecendo uma bolsa integral para quando ele terminar o ensino médio esse ano. —

— Nossa! Bolsa por conta do futebol? —

— Não, apesar de ter certeza que vão aparecer algumas propostas das universidades mais atléticas, essa bolsa é um programa de ciências. Ele ganhou depois da competição dos Matletas.  —

— Matletas? — Dylan estava confuso com as informações que a mulher lhe dava.

— É, acho que foi na primeira semana do verão. Ele foi para uma competição nacional. É algo bem concorrido sabe? Ninguem desse estado jamais tinha sido aprovado. Calculo avançado, física quântica, confesso que não entendi nada enquanto assistia da plateia. —

— Pensei que ele tinha sido reprovado em matemática. — Dylan comentou enquanto fazia um calculo mental e checava que o campeonato tinha sido na exata semana que o mais novo desapareceu por estar supostamente de castigo.

— Reprovado? — Ela riu. — Aquele menino é um gênio.Não sei como fui ter dois filhos tão inteligentes. Quer dizer, três. — Se corrigiu alisando o ombro do moreno em sua frente.

— Senhora Hammer, eu preciso ir. Desde que chegamos ainda não tomei banho. —

— Claro, meu querido, mas pare de me chamar assim. Eu sou a Sophie. — A mulher repetiu, já havia perdido as contas de quantas vezes havia pedido ao rapaz para lhe chamar pelo nome, mas era ignorada.

— Até logo, Senhora Hammer. —  Dylan saiu do apartamento após um breve beijo na bochecha da mulher.

Ele estava estupefato com as informações que tivera. Entrou em sua casa e caminhou ao banheiro automaticamente. Sua cabeça estava uma confusão com as informações contraditórias. Será que o Brian havia mentido para ele por todo esse tempo? Isso significava que ele havia planejado toda a historia da aposta apenas para enganar o mais velho a fazer seus desejos. O garoto não poderia ser tão esperto assim, poderia? A água da ducha começou a cair pelo seu corpo, as gotas estavam geladas e pareciam arder em contato com a pele quente do moreno. O menino que ele conhecia, o moleque com dentes de leite e dificuldade em matemática, não existia mais. Desde quando? O Brian cresceu e mudou em algum momento de sua trajetória, algum momento que passou despercebido pelo mais velho. Será que ele ao menos conhecia o jovem que vinha passando a maior parte do seu tempo nesses últimos quatro meses?  Sentia-se trapaceado por um pirralho e estupido por ter sido tão facilmente manipulado. O irmão caçula do seu melhor amigo era um gênio pervertido e manipulador. Não fazia ideia do que fazia, apesar da pouca proximidade, sempre imaginou que o garoto fosse uma boa pessoa, agora já não tinha mais tanta certeza. Será que o Brandon sabia disso e apenas ele era imbecil ao ponto de achar que o loiro continuava a mesma criança que conheceu tantos anos atrás? Tentou caçar em suas memorias sinais de que o garoto havia mudado, mas se repreendeu ao perceber que jamais havia reparado o suficiente nele para perceber qualquer mudança de comportamento. Inclusive, as antigas relações que o mais novo afirmou ter. Não lembrava de ver o jovem com garotas nem com garotos, não lembrava de nada em relação ao menino. Dylan sempre soube que se isolava do mundo, mas será que havia se isolado tanto ao ponto de não reparar coisas tão importantes em uma pessoa que tinha contato desde sempre? Tudo bem, nunca fora seu amigo, mas a convivência era grande já que passava muito tempo na casa que ele dividia com o irmão. Lembrava da senhora Hammer com alguns namorados e amigas, saindo para encontros e festas, mas quanto ao jovem, nada. Ele era um rastro de fumaça que passava despercebido por Dylan. Sempre presente, mas nunca pautável.

Ao término do seu banho, enquanto enxugava-se, sentia a cabeça latejar  e um espirro deixou a sua boca.

— Droga! — Exclamou irritado. — Ótimo, estou adoecendo. —


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Notas finais do capítulo

Para quem amava o Brian fofinho do inicio, como estão se sentindo?
A leitora Asheley Dream nunca se deixou enganar pelo loiro haha



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