Nemuru - Desperta-me escrita por Candle Light


Capítulo 12
(Dis)comfort 不快


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Agradeço a todos que acompanharam até aqui ^^

Este é um capítulo bastante longo,mas acho que foi necessário para expor tudo o que eu queria.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/739724/chapter/12

Acordei com o despertador do meu celular berrando, como sempre. Rolei na cama para calar-lhe a boca logo. Como eu odiava aquele som. No relógio eram 7:30. Ugh.

Estava tão confortável ali... minha vontade de levantar era nula. Os dias tinham começado a esfriar, principalmente de manhã, o que piorava o fato de ter que levantar cedo. Entretanto, fiz esse esforço porque naquele dia o professor faria algo diferente e eu estava curiosa sobre o que poderia ser. Me vesti com meu usual estilo confortável: uma bermuda de tecido, camiseta com uma estampa legal e all star.

Minha mãe ainda estava dormindo. Bem, era muito cedo para ela acordar mesmo. Tomei meu café rápida e silenciosamente em companhia de Gâteau - sempre de olho na minha comida. Eu não podia virar minhas costas que ele lamberia a manteiga ou roubaria o presunto do meu prato. Fiz-lhe um carinho antes de sair pela porta em igual silêncio com o qual comi e me dirigi ao ponto de ônibus. Eu não gostava muito do fato de acordar cedo, mas não podia negar que era uma das melhores luminosidades. Talvez mais bonita que a luz do fim de tarde, mas isso talvez fosse por uma visão mais filosófica: quando o sol nascia transformava a escuridão em luz, a terra se esquentava, a rua ficava movimentada, os pássaros cantavam.

Olhei para o céu como sempre fazia quando ia para o ponto. Não havia nenhuma nuvem visível naquele vasto azul. Os raios amarelos ainda tocavam de leve nas copas e se espalhavam na lateral de prédios mais altos, refletindo em varandas de vidro. A calçada abaixo de mim recebia pouca luminosidade, escondida sob o dossel das árvores, enquanto pequenos pontos escapavam e atingiam os mosaicos preto e brancos das pedras portuguesas.

Eu estava tão absorta observando os pequenos detalhes urbanos que quase perdi o ônibus. Ao menos minha dignidade só perdeu um pedaço quando me sacudi como um bonecão do posto fazendo sinal e não acabou por completo se tivesse corrido atrás do veículo.

Logo eu estava chegando na boa e velha faculdade e caminhando entre tantos outros alunos do meu próprio curso, e muitos outros, enquanto me dirigia para a sala. Estranho que aquele corredor cercado e até meio claustrofóbico agora me dava uma sensação familiar agradável.

Incrivelmente a sala estava bem cheia para um horário tão cedo, o que me fez imaginar que todos deviam estar curiosos com o que iríamos fazer. Jessica, uma garota bonita, quieta e gentil sentava-se ao meu lado, e parecia ansiosa, passando a mão em seus cabelos loiros. Ela era geralmente muito simpática comigo e perguntou com seus inquisitivos e curiosos olhos castanhos:

—Você sabe o que vai acontecer?

Sacudi a cabeça negativamente.

—Não tenho nem ideia.

        O professor acabou atrasando, o que me fez voltar a um estágio sonolento e irritante justamente porque aquelas mesas não eram nem um pouco confortáveis.Uns bons 20 minutos depois eu estava quase dormindo quando ele entra na sala, carregando sua costumeira pasta e despertando-me do meu estado dormente.

        –Bom dia pessoal. A aula de hoje não vai ser aqui, nós vamos para um estúdio maior. A partir dessa aula, vocês me entregarão um trabalho na semana que vem - ouviram-se sons de protesto em alguns pontos da sala - Sem reclamações. Vocês terão tempo suficiente. Agora vamos lá, sem demora.

        Ele diz isso depois de ter chegado atrasado. Que coisa irônica

        Eu ainda estava letárgica mas segui com a turma enquanto descíamos ao térreo e entrávamos num estúdio que provavelmente era usado pelo pessoal da dança. O piso era de madeira encerada, numa das paredes provavelmente havia uma linha de espelhos, mas estes estavam cobertos por panos. Na parede oposta ficavam as grandes janelas por onde entrava a luminosidade. No meio do local haviam duas formações de bancos com cavaletes em semicírculo, com um outro banco no meio.

        Mas que porra...?

       —Vocês serão sorteados em grupos. Depois, vocês desenharão modelos que ficarão sentados naqueles bancos no meio. Ao final da aula eu explicarei o trabalho a ser entregue.

        Os alunos se entreolhavam. Alguns ansiosos, outros meio perdidos. Tiramos nosso número de sorteio de um pote. Eu fiquei com o número 1. Nisso, entraram as pessoas que deviam ser os modelos, uma garota e um garoto, ambos enrolados em lençóis. Escutei sons de surpresa e muitos cochichos de expectativa por desenhar pessoas nuas. Revirei os olhos. Por quê tinham que fazer um rebuliço por causa disso?

        –Sem piadinhas  - escutei o professor falar - Sim, vocês desenharão pessoas nuas. Mas vocês já não são crianças, pelo  amor de Deus. Sejam profissionais. Grupo 1 desenhará nosso amigo Everton aqui e o grupo 2 desenhará a Juliana. Podem tomar seus lugares, por favor.

        Grupo 1 era o meu. Eu desenharia o garoto, o Everton. Os modelos ja se encontravam sentados em seus bancos, se ajeitando. Sentei-me meio lateralizada e olhei de relance o outro grupo. O professor tinha montado o négocio de modo que um grupo só visse as costas do modelo do outro grupo, como eu agora vislumbrava as costas da menina, Juliana. Fiquei um tanto descontente com meu grupo. Eu não tinha muito jeito para desenhar caras. Não que eu não soubesse, mas não ficavam tão bons quanto meus desenhos de mulheres.

        Observei o modelo à minha frente e comecei a traçar as guias que eu usaria. Eram traços mais retos e mais fortes que os de uma moça, as curvas em lugares diferentes que definiam músculos dos braços e costas por exemplo. Minhas mãos insistiam em querer definir uma cintura que ali não havia. Olhei mais uma vez a modelo do outro grupo, as costas delicadas e a acentuada curva da cintura, desenhando um quadril largo. Os braços eram suaves, sem marcações fortes de músculos e as escápulas marcavam sob a pele como asas. Os longos fios do cabelo estavam jogados para frente, de forma que eu podia vislumbrar parte da nuca.

        Eu devo ter ficado um bom tempo viajando enquanto olhava para o outro lado da sala porque Jessica me cutucou dizendo:

        –Nemuru, não é pra você desenhar ela.

        –Ah - eu pisquei, voltando a me ajeitar no meu banco - Eu sei, eu só estava… estava...

O que eu estava fazendo? Eu estava observando, mas quando pensei nisso só pude pensar que era meio estranho. Acabei não completando a frase.

—Sei - Jessica virou para frente, sorrindo de um jeito torto meio divertido, meio como se dissesse “sei bem o que você estava fazendo”. Senti minha cara avermelhar de leve, sem saber exatamente por quê eu estava corando. Talvez por parecer que eu estava encarando a menina, mas eu só estava observando as linhas para aproveitar e melhorar meus desenhos em casa.

Só isso.

No fim consegui desenhar meu modelo de forma satisfatória, e estava acertando o sombreado quando o professor por fim disse:

—Muito bem pessoal, nosso tempo acaba por aqui. O trabalho vai ser o seguinte: Quero que a partir deste estudo de anatomia e do corpo humano vocês desenhem um ser mitológico -  deuses, deusas, coisas assim - e me tragam semana que vem. Devidamente pintado, da forma que acharem melhor.

A maior parte dos alunos parecia feliz com esse trabalho, seria algo divertido de fazer, de fato. Talvez inclusive trabalhasse algumas ideias neste dia mesmo.

Saimos do estúdio pouco antes da hora do almoço, então o bandejão ainda estava fechado. Bem, eu não estava com fome de qualquer forma então resolvi caminhar e procurar outras vistas para meus rabiscos diários.

Passei pela frente do prédio de ciências humanas e suas rampas, cujo espaço na frente tinha sido a pista de dança daquela festa maluca que tínhamos ido. Atrás dele e do prédio da biologia tinha um espaço de “mato” e uma hortinha e mesas de cimento. A sombra ali era agradável, era silencioso. Sentei numa das mesas e resolvi desenhar a copa da árvore sobre mim e seus cortes de luz e escuridão. Coloquei uma música calma em meu celular e pus-me absorta em meu trabalho.

Algum tempo se passou e algumas pessoas chegaram para comer nas mesas. A cena me agradou também e rascunhei aqueles amigos que comiam juntos e riam sob a sombra das árvores. Quase nem percebi que eu também estava com fome.

***

Após o almoço eu ainda tinha muito tempo. Minha próxima aula era só às 15 horas, de modo que sentei pelo jardim mesmo, mas não abri meu bloco; somente observei as pessoas. Estava tão aérea que me sobressaltei com um toque no meu ombro.

—Oi, Nemu - era Marina. Ela riu com meu susto e tinha um largo sorriso no rosto - Desculpa te assustar.

Ela sentou-se ao meu lado, pousando o familiar violino aos seus pés. Não pude deixar de notar que agora ela tinha me chamado pelo apelido.

—Nemu? - eu observei. Ela me olhou surpresa e um pouco encabulada, seus olhos amarelos meio arregalados. Seu cabelo estava totalmente solto em ondas meio selvagens, despenteadas. Tinha um bracelete metálico no braço esquerdo, o que combinava muito bem com seu estilo meio rock ‘n roll. A blusa que usava era branca, rasgada nos ombros, e tinha uma estampa de banda na frente.

—Ah, você não gosta? Muito cedo talvez? Posso voltar a te chamar de Nemuru, sem problema.

Eu ri e tranquilizei-a.

—Que isso, claro que pode me chamar só de Nemu.

—Ou se você preferir posso te chamar de Sakagawa-san. - ela brincou. Eu ri e empurrei-a de leve com o ombro.

—Não precisa usar honoríificos japoneses, sua ridícula.

Nós rimos, seguindo-se de um breve silêncio.

— Sem desenhos hoje? - ela perguntou.

—Já desenhei bastante. Hoje tivemos que desenhar pessoas nuas. - Marina movimentou as sobrancelhas pra cima e para baixo sugestivamente, mas com um sorriso brincalhão. Não consegui não rir - Para com isso, foi muito profissional, tá? Mas bem, eu tive que desenhar o cara, mas o negócio é que não tenho tanto jeito pra desenhar homem, não sei por quê.

— Algumas pessoas tem facilidade com algumas coisas, outras com outras coisas. Normal. Mas e aí?

—Temos que fazer um trabalho aplicando essa prática e desenhar deuses e coisas mitológicas.

—Parece legal!

— Sim, achei isso também. Mas não tenho muitas ideias. Vou olhar mitologias quando chegar em casa.

— Se quiser uma sugestão, eu gosto de deuses meio esquisitos, tipo Éris, a deusa do caos. Daria uma peça legal hein?

— Daria de fato, mas eu tenho que desenhar um deus masculino.

      Marina parou e pensou um pouco,  olhando para frente, focando seus olhos amarelos em algo distante com uma expressão de quem estava girando muitas engrenagens no cérebro.

—Por quê você não faz - ela finalmente disse - um gender bender1?

Hm. Não era má ideia.

—Não tenho certeza de que posso fazer isso, embora seja uma boa ideia.

Ela ia responder algo, mas um grupo de três garotas passou e cumprimentou-a, passando por nós em direção ao prédio de artes. Uma delas era aquela mesma garota de cabelo azul que tinha desenhado certa vez e Marina reconheceu-a. Como era o nome dela? Karina, eu acho. Observei enquanto elas passavam e Marina acompanhou a de cabelo azul com os olhos. Lembrava-me de que ela achava essa menina bonita. Bom, ela era mesmo.

—Detecto um interesse aí? - eu perguntei de forma brincalhona quando elas ja estavam distantes o suficiente. Ela ainda olhava naquela direção e virou para mim quando falei, desperta de qualquer pensamento que estivesse em sua mente.

—Hã? Ahnn… - ela riu ligeiramente envergonhada enfiando os dedos no cabelo para ajeitá-lo - Você me pegou. Eu estou de olho na Karina há algum tempo. Não que eu esteja querendo muita coisa com ela, só queria ficar mesmo. Ela é legal e bonita, eu não estou com ninguém e ela também não. - ela deu de ombros.

—Por quê ainda não chegou nela? - perguntei, achando engraçado como ela parecia tão forte e segura de si, mas neste momento parecia fofa.

—Ainda não tive a oportunidade. Eu geralmente espero rolarem as festas ou algo assim, mas desde aquela no início do período não teve mais nenhuma.

—Por quê você não chama ela pra sair então? - perguntei, inocentemente. Ela riu brevemente e me deu um sorriso como se disesse “oh, que fofa inocente”.

—Não tenho esse interesse todo nela não. Queria uma coisa casual mesmo.

—Oh… - senti minha cara ficar vermelha., muito porque eu imaginei ligeiramente como deveria ser.

—Não! - Marina riu ainda mais, olhando minha cara vermelha e desfazendo meu mal entendido - Não esse tipo de coisa casual! Quero só dar uns beijos nela. Você ficou bem vermelha. Que foi, estava imaginando coisas?

Ela disse isso dando-me um sorriso sedutor zoando com a minha cara. Senti esta ficar ainda mais vermelha do que estava. Ela havia acertado na mosca. Nem consegui lhe responder.

—E você? - ela perguntou - Tem algum interesse em alguém?

Pensei logo em Daniel, embora minha relação com ele ainda não estava definida na minha cabeça, e também não era como se ele fosse meu crush ou qualquer coisa do tipo.

—Bem… - eu ia responder quando ouvi uma voz familiar chamar meu nome. Falando no diabo, ele acabara de surgir.

—Oi, Nemu! - Daniel apareceu do nada, atravessando o jardim sorridente. Fiquei um tanto tensa imediatamente. O que ele estava fazendo aqui? Marina estava comigo e por algum motivo eu não gostava da ideia desse encontro. Ele aproximou-se e pude ver a expressão interrogativa de Marina ao meu lado. Quando ele me cumprimentou com um selinho, ela arqueou uma das sobrancelhas em surpresa, e eu estava me sentindo acuada. O que eu ia fazer? Bem, fiz o que qualquer um faria e apresentei os dois.

— Daniel, essa é a Marina, minha amiga. Marina esse o Daniel - eles apertaram as mãos cordialmente. Pela minha visão periférica eu via Marina com uma expressão indecifrável, o cenho levemente franzido.  - O que você está fazendo aqui?

—Eu vim fazer um trabalho. O professor pediu para falarmos sobre a mecânica de transportes, e eu resolvi fazer sobre o bondinho pra ser diferente - ele sorriu - Estou indo encontrar minha dupla la agora, aí pensei em passar pra ver se você estava aqui.

—Por quê não me ligou? - perguntei. Teria sido muito melhor se ele tivesse me avisado.

—Quis fazer uma surpresa. Lembrei que você me disse que ficava muito por aqui, e resolvi tentar a sorte. Mas bem, tenho que ir lá. Até mais Nemu!

Eu observei imóvel enquanto ele se distanciava até sair pelo portão. Nesse momento Marina virou para mim, o cenho franzido.

—Você nunca disse nada sobre ele. O quê está acontecendo? ‘ tudo bem? Você pareceu desconfortável.

Eu não soube responder por vários segundos. Ela conseguiu ver isso, e não estava errada. Daniel e eu ainda éramos uma incógnita para mim. Tudo o que dizia respeito a este relacionamento me deixava confusa, desconfortável. Eu não sabia o que eu queria. Esperava que talvez eu pudesse gostar dele de volta, mas uma parte de mim dizia que não aconteceria. Eu provavelmente estava sendo uma escrota prendendo ele por esse tempo, sendo que nem mesmo eu estava nisso como ele parecia estar. Os olhos preocupados e inquisidores de Marina ainda me olhavam, e por fim me rendi a eles e decidi me abrir para ela, contando tudo.

Marina ouviu com atenção e no fim, suspirou, balançando levemente a cabeça negativamente.

—Nemu, você não deveria se forçar a isso. Você ‘ fazendo mal à você mesma, não vê? Não tem nada de errado com você, ouviu? Isso é normal. Você não escolhe de quem gostar, e algumas vezes seria bom que desse mas não tem como. Acho melhor você ser honesta com ele de uma vez porque isso claramente não é bom para nenhum dos dois. Às vezes é melhor ficar sozinha do que entrar num relacionamento que você não quer e se sente desconfortável.

Pensei por um momento e ela tinha razão sobre tudo. Nicole disse a mesma coisa. Só me faltava a coragem. Suspirei pesadamente.

        –Você tem razão. Nicole disse isso também, mas vou dizer que não tenho coragem. Ele parece tão feliz. E gosta de mim, o que é uma coisa rara.

        Marina alcançou meu rosto e segurou meu queixo olhando diretamente em meus olhos.

        –Mas e você, Nemu?Não merece ser feliz? Tenho certeza que a pessoa certa vai aparecer pra você em breve.

        Engoli em seco. Ela tinha razão mais uma vez. Marina segurou-me dessa forma por mais alguns momentos até que eu finalmente abri a boca para falar.

        –Eu… acho que mereço. - disse timidamente.

        –Não deixa de ser feliz por causa de outras pessoas, não é bom.

        Concordei silenciosamente. Suspirei profundamente, pensando que eu realmente deveria resolver minha história com Daniel. Eu não poderia ficar assim pra sempre. Maria estava certa. Melhor sozinha do que infeliz, não é mesmo? Olhei meu relógio e eram mais de 15 horas já. Levantei-me sobressaltada.

        –Ai minha aula é agora. Tenho que ir lá Marina!

        Ela levantou e abraçou-me, me surpreendendo. Meu coração deu um ligeiro pulo, já que não estou acostumada a muito contato físico, mas seu abraço era confortável e firme e ela tinha um cheiro amadeirado agradável. Devolvi o abraço um pouco sem jeito.

        –Pensa no que eu falei. Quer fazer alguma coisa depois daqui?

     –Pode ser - sorri-lhe, ao que ela retribuiu com um sorriso ainda maior.

        –Te espero aqui às cinco!

        Assenti e me digiri para a aula, me sentindo um pouco menos perdida na vida, um pouco mais segura. Eu resolveria essa questão, só precisava trabalhar na coragem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nemuru - Desperta-me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.