O Outro Lado da História escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 8
Capitulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! :D

Bom, peço desculpas pela demora para a atualização de OOLH. Eu estava passando por alguns problemas pessoais e não estava com condições para escrever muito nessas últimas semanas... :/ MAS, I'M BACK AGAIN! E para me redimir com ocês deixo nesse episódio um pouquinho de #Bélix pra vocês! ;)

Até os comentários!



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Annabeth

No final daquele período escolar eu me contatei com a polícia federal inglesa e alguns dos meus amigos da segurança da Rainha conseguiram marcar uma reunião com ela de última hora. Sabe como é difícil fazer isso assim, de uma hora para a outra?

O tempo em Londres estava gélido e uma névoa grosseira digna daqueles filmes de suspense dominava o ar do lado de fora do automóvel importado que viera me buscar distante da faculdade. Eu não podia estragar o meu disfarce lá dentro enquanto Bridgette estivesse com o miraculous da Ladybug oposta, então, quando meu expediente na faculdade terminou e August e eu finalmente marcamos um horário para encontrar nossos pupilos mais tarde, tratei de esperar notícias da Coroa vários quarteirões dali. Até que não demorou muito, tanto que agora estamos passando pelos portões dourados e reais do palácio de Buckingham, em direção a minha recepção com os seguranças particulares e – para a minha surpresa e verdadeira apreensão – a própria Rainha Elizabeth. Mesmo com toda a sua idade ela não se deixava abalar com toda aquela elegância que só os monarcas têm. Admito que até me senti um pouco envergonhada quando olhei para mim mesma e as roupas que estava usando – no qual tentei encontrar algo digno de uma reunião com a Coroa -, mas me mantive firme enquanto a porta do carro era aberta e aqueles brutamontes me indicassem para sair.

— Vossa Majestade. – cumprimentei, me curvando levemente para a senhora parada a minha frente. Ela retribuiu o gesto com um aceno leve e continuei calada.

Regra número um: jamais se dirija a Rainha se ela não se dirigir a você antes. Digamos que a regra de conduta na Inglaterra é muito rígida e há quem diga que é muito tradicional, mas se você não tiver noção dos seus modos diante da realeza desse país... Vocês tão lascados. É perigoso até vocês irem presos, mas essa já é outra questão. 

— Annabeth. – a ouvi dizer e rapidamente levantei minha cabeça. – Venha comigo.

Assenti levemente e lhe acompanhei enquanto adentrávamos aquele palácio em poucos metros de distância. Vou contar uma coisa. Eu já entrei ali muitas vezes, mas eu acho que nunca vou me acostumar com o tamanho daquele lugar! Ah, e eu já mencionei que sempre que eu venho aqui a Elizabeth toma chá comigo, só nós duas? É muito emocionante ter toda essa intimidade com uma monarca da proporção da rainha da Inglaterra e, bom, confesso que isso as vezes me assusta um pouco. Só a possibilidade de alguma coisa que eu sei acontecer com ela e toda a responsabilidade cair nas minhas mãos... Argh, eu não quero nem pensar nisso. Dá um arrepio só de pensar nas coisas que poderiam acontecer comigo encarcerada na prisão de segurança máxima em solo inglês. A coisa ficaria muito feia.

O que? Não acredita em mim?

Então pesquisa no Google e tire suas próprias conclusões.

Subimos algumas escadarias até uma determinada porta. Eu nem vou falar da decoração do interior do palácio de Burkingham porque não quero humilhar ninguém, mas acho que só um daqueles vasos nos pilares em frente a cada uma daquelas portas gigantes da Casa da Rainha já me daria uma boa aposentadoria no futuro. Encarei o chão enquanto os seguranças se posicionavam em seu posto e um terceiro abria a porta para nós duas entrarmos nos aposentos. Como sempre, lá estava a costumeira chaleira e as duas xícaras mais bonitas – e caras também – que eu já havia visto na minha vida. Ela me indicou a cadeira parada a sua frente e sentou na outra enquanto um mordomo que apareceu das sombras veio nos servir um pouco do chá.

— Então – a rainha começou me encarando calmamente. – qual o motivo desta reunião Annabeth?

Olhei rapidamente para o mordomo que ainda estava no mesmo cômodo que estávamos e que rapidamente fora dispensado pela monarca com simples gesto. Respirei fundo e foquei meu olhar na senhora a minha frente.

— Bom Vossa Majestade, eu estou aqui não só para tomar uma xícara de chá com a senhora como também para lhe pedir um pequeno favor. – respondi enquanto a mesma prestava atenção em mim, curiosa, tomando um gole de sua bebida.  Pedindo que eu continuasse com um aceno, prossegui, um pouco hesitante: - Preciso encontrar uma pessoa, mas não tenho a menor ideia de onde ela está. Porém, como tenho conhecimento que a Coroa pode ter informações de qualquer lugar do planeta, eu imaginei que a senhora pudesse me ajudar.

— Certamente não é uma tarefa fácil Annabeth. – respondeu e eu abaixei a cabeça, nervosa. Aquela tinha sido uma péssima ideia, porque eu tinha tentado ir pelas ideias de August? Malditos sentimentos! Tomei um pouco de chá para ver se conseguiria me acalmar. Ela pareceu pensar um pouco e desviou o olhar de mim. Eu já sabia o que a rainha iria dizer: “Pegue seu banquinho e saia de fininho da minha vista” e... – Mas... – arregalei os olhos e a encarei, esperançosa. Ela me deu um pequeno sorriso e tomou um gole de chá. – Como agente especial disfarçada que está se esforçando para evitar uma catástrofe em Londres, e como Sua Majestade e amiga, eu a ajudarei a encontrar quem procura o mais rápido possível.

Suspirei alto e sorri largamente para a senhora da realeza á minha frente. Viram? Eu nunca tinha dúvidas da ajuda que a própria rainha poderia me dar.

— Muito obrigada Majestade. – agradeci o mais calma que consegui, resistindo ao instinto de voar no pescoço dela e lhe dar um abraço.

— E qual seria o nome dessa pessoa? – a monarca indagou, curiosa.

— Niakamo-Fu Yaosaka.

***

Félix

— Tem certeza que esse cara pode ajudar Plagg? – perguntei enquanto atravessávamos a universidade. Aquela coisa branca revirou os olhos e escondeu a cabeça dentro do meu casaco preto.

— É lógico, além dele ser muito mais velho e experiente do que você – foi a minha vez de bufar e revirar os olhos. – ele também possui um miraculous. Isso que está acontecendo comigo e com a kwami da Ladybug é tudo culpa dele e dos antigos miraculers.

Estava anoitecendo rapidamente e em poucos minutos eu teria que me encontrar com Miss Fortune, mister August e mais alguém que eu provavelmente jamais iria querer saber quem é. Mas minha cabeça estava em outro lugar. Numa certa loira que andou muito preocupada o dia inteiro e que estava numa pilha tão grande que nem foi a Comunidade Musical para sua aula extracurricular. Fiquei pensando o dia inteiro no que ela havia me dito para tentar encontrar um jeito de ajudar, mas até ali não havia pensado em nada.

Ainda era começo do dia quando eu estava indo para a sala de aula, dando uma última olhada no resumo da matéria que havia estudado para a prova. Eu estava tão concentrado que nem havia percebido uma Melody andando devagar na minha frente e acabei derrubando ela no chão sem querer. Ouvi Plagg rir baixinho e estendi a mão para ajudar minha amiga se levantar, um pouco envergonhado.

— Me desculpe Mel, não tinha visto você. Você está bem?

— Não... Tudo bem Félix, eu estava muito distraída... – respondeu enquanto se levantava do chão. Ela deu um sorriso fraco, mas foi outra coisa me chamou atenção no seu rosto. Olheiras grosseiras marcavam seus olhos, como alguém que não dormira direito nos últimos dias. Ela parecia cansada, de longe se via isso.

— Você está bem mesmo? – perguntei de novo e a observei enquanto esfregava os olhos, dando uma risada baixa.

— Tá tão na cara assim? – a loira indagou voltando o olhar na minha direção. Balancei a cabeça e gesticulei com a mão.

— Parece que você foi atropelada por um caminhão.

O sinal atrás de nós tocou, nos mandando ir para a sala de aula. Estendi meu resumo para Melody e ela compreendeu com apenas um olhar que não precisaria devolver, afinal eu duvidava muito que ela sequer sabia o que cairia na prova. Franzi a testa e resolvi arriscar uma pergunta.

— O que aconteceu? – indaguei, tentando não parecer tão desesperado por respostas. Ela estalou os beiços, sem tirar os olhos no papel em suas mãos.

— A Bridgette não está passando muito bem nesses últimos dias. – contou e eu estreitei os olhos. – Ela anda tendo... Pesadelos, sonhos ruins; acorda gritando no meio da madrugada e demora pra dormir de novo. Ela não me conta sobre o que é, e eu ando muito preocupada com ela. – Mel explicou deixando o olhar vagar pelo corredor. – Nossas vizinhas do corredor quase foram conversar com o diretor hoje de manhã. Sorte que consegui impedi-las a tempo.

— Queria saber por que você se preocupa tanto com essa Bridgette. - resmunguei quando chegamos perto da sala de aula. – Pelo visto ela só tem te causado problemas...

— Eu me preocupo – ela me cortou e pude notar que tinha feito uma burrada. Ela estava cansada e falar mal daquela garota só tinha piorado o seu estado de espírito. – porque ela é minha melhor amiga. Mais que isso, ela é minha irmã. Quando eu estava na pior foi ela que me ajudou, não faço mais do que a minha obrigação de retribuir o favor. – ela me devolveu o papel com um olhar raivoso. – E se você fosse um pouco mais esperto, veria que ela vale o esforço.

Aquelas palavras me atormentaram o resto do dia e por mais que não quisesse admitir eu estava com remorso do que tinha dito. Será que aquela garota estava tão mal assim?

— Você não tinha que se encontrar com o August? – ouvi Plagg me perguntar enquanto caminhávamos pelo corredor dos alojamentos femininos.  – O que é que nós estamos fazendo aqui?

— Nós vamos até lá. – respondi olhando ao redor mais uma vez para me certificar que não havia mais ninguém por ali. Era hora do jantar e provavelmente todos já estavam no refeitório àquela altura. – Mas antes eu preciso me desculpar com alguém antes.

Parei em frente a uma porta específica e na qual eu achava que jamais iria passar perto. Fiquei lá, encarando a madeira escura não sei quanto tempo, enquanto do outro lado não ouvia-se nenhum ruído. Talvez Melody e Bridgette nem estivessem lá dentro. Talvez a Dupain-Cheng já estivesse se sentindo melhor seja lá do que estivesse sofrendo e ambas estivessem jantando com Mercúrio e Kid no refeitório, bem longe dali. Ou até mesmo fosse besteira ter tomado aquela iniciativa ridícula de ir conversar com a garota obcecada por mim e que me seguia por todos os lugares...

Um grito vindo de dentro do dormitório me fez ficar alerta. Encostei o ouvido na porta, com o coração aos pulos e em seguida bati perplexo.

— Melody? Bridgette? Tem alguém ai dentro? – gritei tentando ouvir alguma coisa. Nada. Bati mais uma vez, agora preocupado. – Alô?

Do nada a maçaneta virou, a porta se abriu e eu acabei de me desequilibrando com o susto, caindo pra dentro do quarto das garotas. Mas o que me deixou mais envergonhado ainda foi ver a garota á minha frente. Aquela idiota da Duapin-Cheng! Ela estava usando só um macacão de banho que chegava até as suas canelas com os cabelos compridos molhados até abaixo da cintura e estava... Estava... Estava... Muito... Provocante. Ela me olhou com um sorriso e em seguida fechou a porta do quarto, preocupada com o que os outros diriam se vissem aquela cena de uma maneira errada. O pior é que eu nem sabia o que dizer depois daquilo... Mas o que é que eu estava fazendo ali? Eu sabia que aquela tinha sido uma péssima ideia.

— Posso saber o que você está fazendo aqui? – indagou com os braços cruzados, ainda próxima da porta. – Tá querendo levar uma advertência do diretor? Você sabe que os garotos não podem entrar nos alojamentos das garotas!  

Me apoiei sobre os meus cotovelos, mas não consegui me levantar do chão. Foquei meu olhar sob a face daquela garota em algum sinal de malicia naquela pergunta que ouvira ou qualquer coisa que pudesse denunciar a vontade dela de me agarrar ali mesmo, e quais seriam as chances de conseguir sair dali correndo daquela maluca. Mas não encontrei nada naquele olhar azul intenso que me encarava com as sobrancelhas arqueadas, em busca de respostas.

— Eu... Eu, hã... – gaguejei, me sentando no chão e desviando minha visão daquela linda paisagem diante de mim. – Eu estava procurando a Mel e, bom... Eu ouvi você gritar. Pensei que estava acontecendo alguma coisa. Melody disse que você não estava muito bem nesses dias. – tentei argumentar sem encará-la.

Ouvi uma risada fraca e alguns passos na minha direção. Ela estava me estendendo a mão para me ajudar a levantar.

— Você? Félix? O Félix Agreste se preocupando comigo? – Bridgette zombou, enquanto agarrava sua mão e me levantava do chão. Revirei os olhos e só então percebi a grande diferença de altura entre nós dois. – Para o mundo que eu quero descer! – exclamou entre risadas.

— Não confunda preocupação com eu gostar de você. – rebati fechando a cara, e fazendo a garota arquear a sobrancelha. Ela balançou levemente o corpo e se afastou de mim. – Melody vai demorar pra voltar do jantar? – perguntei colocando as mãos nos bolsos.

— Você sabe que ela sempre demora mais que o resto do grupo. – a ouvi responder enquanto escolhia roupas para vestir. Assenti e corri os olhos pelo quarto daquelas duas garotas tão diferentes. – Por quê?

— Eu precisava me desculpar com ela. – disse parando meus olhos na morena mais uma vez. Me reprovei mentalmente, mas como era difícil parar com aqueles instintos que grudaram na minha cabeça.

— Eu deixo o recado. – Bridgette comentou e nossos olhares se cruzaram mais uma vez. Senti um arrepio contra a minha vontade a cada passo que ela dava na minha direção. Prendi a respiração quando apenas poucos centímetros nos separavam. O cheiro de sabonete e de shampoo invadiram meu nariz na hora, e senti meu rosto esquentar por toda aquela aproximação repentina. – Obrigada Félix. – ela praticamente sussurrou, fazendo meu estômago embrulhar. Uma sensação estranha passou pelo meu corpo e não gostei nada daquilo.

— Pelo que? – perguntei tão baixo que até mesmo eu me assustei quando Bridgette corou.

Ela deu um sorriso de lado e mais uma vez aquele maldito calafrio passou pelas costas. Dei um passo para trás, para tentar manter alguma distância entre nós, mas ela não parecia gostar da ideia aumentando nossa proximidade mais e mais. Mas como eu sou azarado de todos os jeitos, adivinha o que aconteceu? O espaço tinha acabado. Nunca me assustei tanto com uma porta em toda a minha vida como tinha feito ali naquele instante.

— Por ter se preocupado comigo. – a Dupain-Cheng respondeu quase tão baixo do que eu, tão perto que sua testa estava quase tocando na minha. A vontade de baixar minha guarda e lhe beijar ali naquele momento era enorme, não vou mentir... Mas o que que eu estou dizendo? Eu não gosto da Cheng, socorro! Alguém tira essa maluca de perto de mim antes que eu faça uma besteira!

Como se tivesse lido os meus pensamentos ela recuou, aliviando meu coração daqueles pensamentos tão sombrios que passaram na minha mente. Porém, eu não previa o que iria acontecer a seguir e isso fez minhas palavras morrerem na garganta. Ela deu um sorriso malicioso e chegou perto o suficiente do meu ouvido para lançar a sua última arma – que em todos os sentidos tinha me pegado desprevenido.

Você tem sorte da Melody poder entrar aqui a qualquer momento.

E me dando um beijo na bochecha ela simplesmente me expulsou do dormitório, enquanto eu tentava me recompor e sair de perto daquela porta para me transformar o mais rápido o possível.


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