O Outro Lado da História escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Estou aqui mais uma vez para mais uma atualização de OOLH! :D

Desculpem a demora, férias. Boa leitura a todos. ;)



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Annabeth

Corri o mais rápido que consegui até August. Precisávamos conversar o mais rápido possível.

Se o que eu estava pensando realmente fosse verdade teríamos que ser mais rápidos.

Me desviei dos alunos no corredor principal da PCL e me dirigi até a sala dos professores onde – muito provavelmente – August ainda estaria se preparando para sair. August era muito pontual, aquilo não podia negar. Jamais.

— Você tem certeza que é ele mesmo? – ouvi Trixx me indagar com a voz tão baixa que quase não lhe escutei. Balancei a cabeça nervosa.

— Eu não sei. Eu não sei mesmo. – respondi tentando apressar o passo sem deixar claro que estava nervosa ao algo do tipo. Ninguém compreenderia se perguntassem o que estava acontecendo. – Mas depois do que Bridgette falou e do pressentimento ruim que tive ontem, eu tenho motivos o suficiente para me preocupar Trixx.

A pequena kwami alaranjada se aconchegou dentro do meu casaco e enfiei as mãos nos bolsos, avistando a porta no qual precisava entrar poucos metros de distância de onde estava. Senti um grande alívio por ninguém ter me interrompido no trajeto, porém antes que finalmente pudesse abrir a porta estanquei no lugar. Havia mais alguém dentro da sala com August. Alguém não, uma mulher. Estreitei os olhos e pensei por alguns instantes. Não haviam muitas professoras na universidade além de mim e da professora da Comunidade Musical, Laura.

Mas a Laura não conversa com o August.

Risadas me fizeram franzir ainda mais a testa. Em breve uma ruga apareceria ali, mas não me importei com isso. Tinha duas opções: ou entrava e descobria o que estava acontecendo, ou então ficaria ali igual a uma tapada. Respirei fundo e segurei a maçaneta entre meus dedos, tomando coragem para abri-la rapidamente, mas algo me impedia de fazer aquilo de verdade. Não conseguia me mover e nem raciocinar direito. Talvez meu nervosismo estivesse me assombrando demais ou...

— Quer parar de frescura e abrir logo essa porta? – a voz irritante de Trixx disse alto demais, me assustando de repente.

Revirei os olhos e abaixei a maçaneta. Infelizmente nos próximos minutos da minha vida eu não sabia no que estava me metendo ali e mais tarde, onde – contra a minha vontade – teria arrumado uma... Inimiga talvez?

Ao lado de August e olhando na minha direção com uma das posturas mais arrogantes que já tinha visto em toda a minha vida estava uma mulher um pouco mais nova que eu e também muito bonita. Era loira com cabelos longos e muito bem cuidados, olhos azuis muito suspeitos. Franzi a testa. Ela era bonita até demais. E August não fora bom com mulheres desse tipo.

— Ah, Sophie! – ele exclamou com um sorriso no rosto. Só então eu percebi que ele estava segurando uma das mãos daquela estranha com olhar esquisitão na minha direção. – Acho que ainda não apresentei a dama que está ao meu lado, sim?

— Não... – respondi lentamente, mas sem desviar os olhos da loira. – Ainda não tive a honra de tal feito.

— Pois deixe-me lhe apresentar Stella Winterson, de Paris. – August disse apontando a mesma com a mão desocupada. – É minha nova namorada e futuramente minha esposa.

Quase morri engasgada com a minha saliva e tive um acesso de tosse. Ele tinha dito o que eu acho que tinha dito?

— Namorada? – repeti recuperando o fôlego, ainda tossindo como um cachorro louco e me encostando numa das paredes da sala dos professores. Quando percebi o olhar de ambos para mim tentei arrumar alguma desculpa convincente: - Me perdoe senhorita Winreston...

— Winterson. – ela corrigiu.

Winterson. – disse menos ofegante que antes. – É que, como melhor amiga de August eu melhor do que ninguém sei que ele não se dá muito bem com mulheres... Bonitas como a sua pessoa. – expliquei olhando na direção do homem e lhe exigindo uma explicação com meu olhar. – Me admira muito que finalmente tenha encontrado uma pessoa que esteja a sua altura meu amigo, mas pensei que seria uma das primeiras, a saber, disso.

Ele apenas fechou os olhos, respirou fundo e olhou para aquela tal de Stella sentada à sua esquerda.

— Querida, nos encontramos mais tarde. Eu preciso resolver um assunto da escola com a senhorita Sophie antes de começar o período de aulas. Sabe como é, semana de provas. – ele explicou com um sorriso de canto e gesticulando dramaticamente com as mãos, como sempre fazia. A mulher balançou a cabeça com a cara mais falsa que eu já vi na minha vida e não resisti a revirar os olhos e me virar para guardar a bolsa e minhas coisas no meu armário.

— Mas é claro meu amor, eu compreendo. – essa tal de Stella respondeu e eu podia jurar que ela me encarou pelas costas antes de dar um beijo no “homem da vida dela”. – Nos vemos mais tarde na sua casa.

Comecei a remexer em tudo o que tinha no meu pequeno armário da sala dos professores só para não ter que encarar aquela perua de cabelos loiros e cara cheia de plástica – seja lá se isso é verdade ou não. Eu jamais iria admitir que ela era bonita por mim mesma. Organizei as provas que iria dar aos alunos, pus em ordem alfabética a chamada perdida dos alunos e até encontrei algumas coisas realmente bizarras que eu jamais imaginei ver lá dentro: um sanduíche pela metade, um chinelo mordido, um relógio de pulso parado e até mesmo alguma coisa bem esquisita mofada que eu realmente não me lembrava do que deveria ser aquilo. Mas até que deu certo: eu consegui suportar toda aquela melação até aquela aguada ir embora, fechando a porta atrás dela.

Só então eu me virei e cruzei meus braços na direção daquele idiota que antes era o meu companheiro de combate. Ao seu lado um pequenino ser arroxeado e meio lilás, parecido com uma mariposa com olhos grandes, flutuava e logo já estava voando atrás de Trixx.

— Posso saber por que tudo isso agora Annabeth? – ele indagou e eu revirei os olhos.

— Por favor, August, quem faz as perguntas aqui sou eu. – rebati irritada. – Quando você iria me contar sobre ela?  Nós prometemos que tudo que acontecesse conosco iríamos contar um para o outro, ou você já se esqueceu do nosso juramento?

— Anna, eu ia te contar mais tarde, no tempo certo. – ele se explicou e franzi o cenho. Ele parecia incrédulo. – Mas eu nunca iria imaginar que você ficaria tão chateada e irritada como está agora só porque não lhe contei que estava namorando.

— Eu não estou irritada! – exclamei visivelmente diferente do que dizia estar. – Eu estou preocupada com muitas coisas e precisava conversar com alguém, mas pelo que vi a sua atenção já está totalmente voltada para essa sua amiguinha Stella.

— Eu tenho tempo para todo mundo Annabeth. – August afirmou, firme e senti minha irritação diminuir um pouco. Mas um sorriso de canto junto com aqueles olhos azuis tão claros me fitando precisei me segurar para não dar bandeira ali mesmo. – Não sabia que estava com ciúmes de mim.

— Não é ciúmes. – rebati pensativa. – É preocupação. – acrescentei tentando parecer convincente.

— Sei. – retrucou, mas rapidamente balançou a cabeça e se sentou no sofá da sala dos professores. – Mas então, que assunto era tão importante para você estar tão “preocupada” assim? – fez sinal de aspas com as mãos e suspirei contrariada.

Respirei fundo e tomei coragem. Precisava de alguém do meu lado.

— Gunfth voltou. – disse por fim.

O rosto de August ficou sério no mesmo instante. Eu entendia o porque mais do que ninguém.

Há exatamente vinte anos a última geração dos miraculers lutou incansavelmente contra um homem com conhecimentos de magia negra da Idade Média e da Antiguidade que planejava conquistar Londres. Baseado em lendas antigas que falam que o Olho de Londres era carregado de magia e misticismo, Gunfth como começou a se chamar espalhou o caos e o medo por muitos anos. Nós só o conseguimos derrotar quando o último portador e guardião do miraculous da tartaruga invocou um feitiço tão antigo quanto as próprias lendas do inimigo: Yin e Yang. Ele foi o suficiente para destruir o corpo material e a sede de poder de Gunfth, porém parecia que seu espirito queria de qualquer maneira se vingar daqueles que o impediram de conquistar seus objetivos.

Ou seja, nós.

O silêncio reinou por minutos longos que pareciam não ter fim, até ele o quebrar novamente.

— Como...? – indagou horrorizado na minha direção. Balancei a cabeça.

— Eu não sei. – repeti a mesma frase que havia dito um milhão de vezes só naquela manhã. – August, nós precisamos ajudá-los. Algo não está cheirando nada bem e tenho quase certeza que Gunfth vai fazer de tudo para atrapalhar os meninos de resolverem a maldição que ele jogou. – implorei com os olhos para que ele me ouvisse. – Por favor. Não podemos perder ninguém dessa vez. Vamos precisar do maior número de ajuda possível. Precisamos...

— Do Niakamo. – August completou com os olhos brilhando na minha direção. – Ele é o único que pode nos ajudar de verdade.

— Isso não é verdade. – neguei gesticulando com as mãos. – Nós nem sabemos onde ele está hoje. Ele simplesmente desapareceu depois da última luta junto com o miraculous do pavão e da abelha.

— Mas eu tenho certeza que se você o procurar vai encontrá-lo. – o homem a minha frente insistiu e me senti um pouco desconfortável. – Annabeth, você trabalha para a Coroa e protege a Rainha Elizabeth. Quem mais conseguiria chegar a tal ponto para conseguir alguma coisa? Você é a mais indicada e a rainha não lhe deve menos.

— Fala baixo! – o repreendi cochichando. – Ninguém pode saber que trabalho para a Coroa aqui dentro. Já pensou se me pegam fora daqui?

— Não conseguiriam nada com uma descendente da Volpina. – argumentou com as sobrancelhas arqueadas. Virei o rosto e me desviei do seu olhar. – Ah Anna, reconsidere. Ele pode saber como deter essa maldição antes de ser concluída.

— Mesmo que eu o encontre não iria adiantar muito. – comentei procurando algum ponto fixo onde pudesse me concentrar. – O aniversário da Rainha Elizabeth é daqui a oito dias. Temos que correr para treinar Bridgette e Félix para uma possível luta contra a promessa de Gunfth.

— Sim, você tem razão. – para minha surpresa ele havia concordado comigo. Mas para a minha desgraça também quando me virei para encará-lo ele estava muito próximo de mim com aqueles olhos frios sob os meus. – Eu não disse que não iriamos fazer isso.

O silêncio reinou entre nós apenas alguns minutos, até o relógio bater sete e meia da manhã e o sinal para os alunos da PCL entrarem para suas salas. Era hora da prova e eu só podia dizer o quanto eu amava aquele barulho insuportável depois daquilo. Me desvencilhei do homem a minha frente e segui o caminho para o meu armário, pegando as provas da turma da faculdade que iria executar e tentei sair logo da sala.

Porém, ele agarrou o meu braço antes que conseguisse abrir a porta.

— Posso contar com a sua ajuda para encontramos Niakamo-Fu? – perguntou me olhando nos olhos. Suspirei derrotada e lhe devolvi o olhar.

— Farei o que puder. – disse, enfim conseguindo sair daquela sala e daquela sensação de estar sendo vigiada por alguém.

 Olhei para trás e pude jurar que vi um vulto passando pelo corredor que dava para a sala dos professores.


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Notas finais do capítulo

Capítulo curtinho, mas acho que a partir daqui vocês conseguem ao menos ter uma noção de tudo o que vai acontecer... Ou será que não? Huehuhue :v



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