A Herdeira Stark - Livro I escrita por Jojs


Capítulo 6
O Sr. Seu Pai




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Phil fez o que Peggy havia dito, levou Lila para dentro do seu escritório, não tinha quem cuidasse dela em Washington, com o tempo a rotina dele era totalmente ela e mais ninguém, ele se sentia muito mais pai dela do que qualquer coisa, tentava não imaginar o óbvio, que ela logo iria embora e que perderia a companhia de sua garotinha. Nick Fury estava sempre por perto, independente das coisas que aconteciam, Peggy era vista muito raramente, muito graças a vida que levava agora, mas Nick dava a ela todos os pareceres em relação a Phil e a Lila.

— DIRETOR FURY! — Phil gritava enquanto olhava Lizandra. — VEM AQUI.

— O que foi Agente Coulson? — Nick entrou na sala com uma arma na mão olhando para os lados. — Alguma invasão?

— Não. — Phil riu, ele estava de joelhos. — Ela está caminhando!

— Não, você não me chamou aqui para isso. — Nick levou a mão a testa suspirando. — Sr. Coulson eu sou ocupado.

— E esses são os primeiros passos dela. — Phil revirou os olhos voltando a olhar a criança depois. — Vem pro tio Phil, amor.

Nick procurava entender Phil, sabia o quanto ele sofria quanto a falta antecipada de Lila, então não falava nada, com o tempo até mesmo o caolho fazia parte daquela pequena família também, brincava com a criança, gostava das risadas dela, mesmo que não deixasse que as outras pessoas vissem isso. Muitos não entendiam aquilo, não entendiam porque um agente expunha sua filha daquela forma, Phil era temeroso com ela, estava sempre estava com os olhos sobre a mesma, não era qualquer um que poderia se aproximar.

Cada aniversário dela era uma labuta, uma tristeza, pelo menos era o que Phil sentia no seu interior. Na manhã do dia 9 de Novembro de 1997 Phil não foi trabalhar, ele prometera a menina que iria passar o dia com ela, mesmo que Peggy tivesse insistido bastante que nessa ocasião a criança deveria tivesse que ser entregada a Tony, o estômago de Phil revirava só de pensar em levar a menininha para alguém como o Stark, por mantê-la longe dele.

— Lizandra, você já arrumou o seu quarto? — Phil terminava de arrumar a mesa do café com várias guloseimas, era tudo muito simples, mas ele fizera tudo com carinho. — Não vamos sair se você não tiver feito isso.

— Eu já arrumei, tio Phil. — A pequena Lila, de recém-completados 5 anos, apareceu no beiral da porta. — Organizei até os sapatos por cores.

— Essa é a menininha do titio. — Phil sorriu indo até ela e a pegando no colo. — Como você cresceu tão rápido pinguinho de gente?

— Já sou quase adulta, tio Phil. — Lila ergueu os braços para cima e Phil a enchia de  beijos. — Não, tio.

— Como assim eu não posso mais beijar meu pinguinho de gente? — Ele beijava as duas bochechas dela que ria muito.

— Meninos só podem beijar meninas se forem casar com elas. — Lila levou a mão até suas bochechas. — Foi o que o tio Nick disse.

— Fury? — Phil sorriu a colocando no chão ao ouvir o barulho da campanhinha. — Vai pegar sua bolsinha e eu vou ver quem é na porta.

Phil abriu a porta e quem viu ali não foi alguém que fizesse o seu sorriso continuar em sua face, ele molhou os lábios em sinal de inquietação, era Nick Fury e ele estava acompanhado de outro agente que Phil conhecia só de vista. Ele ficou parado ali um tempo até que a própria consciência de Phil o fizesse sair da frente e dar lugar aos dois para entrar no apartamento, ele sabia bem que Nick tinha trago o outro agente para caso ele tentasse fugir com Lila, não queria que a menina o visse usando a agressividade.

— Pensei que pelo menos iriam me deixar passar o dia com ela. — Phil fechou a porta olhando os dois em pé no meio da sua sala. — É o aniversario dela.

— Desculpe Sr. Coulson, mas ordens são ordens. — Nick via em seguida Lila aparecer na sala. — Olha quem está aí, a aniversariante do dia, acho que ela tem um cabelo branco, será que você envelheceu demais?

— Que bobeira tio Nick, eu só fiz 5 anos. — Ela mostrou a mão aberta. — Você veio pro meu passeio com o tio Phil?

— Na verdade eu vim te levar para outro passeio super legal. — Nick se abaixou na altura dela. — Você quer ir?

— Tio Phil ... — Ela olhou temerosa para o homem que a criara por tanto tempo.

— Pode ir sim meu anjo. — Ele sorriu fraco olhando para a criança. — Diretor Fury, me permite conversar com ela antes? Contar para Lila algumas coisas.

— Claro, é melhor que você fale. — Nick se levanta e Lila vai ate Coulson. — Não demore, ele está nos esperando.

— Você já contou isso a ele? — Phil olhava cético para Nick.

— Marquei um horário na agenda do ocupadíssimo empresário bélico. — Nick olhou o relógio e mostrou para Phil. — Vinte minutos.

Phil sentia algo muito forte no estômago, como se pudesse vomitar a qualquer momento, ele não queria que fosse daquela forma, não queria que Lila soubesse de uma forma tão brusca qual era a sua origem, esperava que ela ficasse bem com ele, só queria pegar sua menininha e fugir, queria que Sam estivesse ali, aí Lila não precisaria ir embora, poderiam ser só os três e mais ninguém, Tony nunca precisaria saber, não deixaria Lila se aproximar da SHIELD se tivesse chance.

— Então querida, nós temos que ter aquela conversa. — Phil sentou no sofá e Lila veio ao seu lado.

— Sobre bebês? — Ela perguntou de forma inocente.

— Não. — Phil riu segurando a mãozinha dela. — Sobre o seu papai. Lembra que o titio disse que a sua mamãe tinha ido morar no céu?

— Meu papai ta no céu também? — Os olhos de Lila enchiam-se de água e Phil sentia seu coração ser cortado por isso. — Eles vão me levar pro céu, tio? Eu não quero ir pro céu.

— Oh meu amor ... — Phil abraçou a menininha que chorava. — Não, seu papai não está no céu e não é pra lá que você vai.

— Onde eu vou? — Lila se separou de Phil e limpou suas lágrimas.

Phil tinha ensaiado aquele momento muitas e muitas vezes, não queria falar a verdade nua e crua para uma criança de cinco anos, mas não tinha outra forma, ela tinha que saber a verdade, desde quando ele chegou no apartamento de Sam em Seattle 5 anos antes, ele sempre soube que esse momento chegaria e que ele – como responsável por ela – teria que contar a verdade, mesmo que doesse muito a ele, uma das maiores preocupações de Phil girava em torno da menina não conhecer a própria história.

— Você vai conhecer o seu papai, não é legal? — Ele abriu um grande sorriso tentando convencê-la.

— Mas você disse que o papai não poderia saber de mim. — A menina era inteligente e se lembrava das conversas com o tio.

— Mas agora está tudo bem e você pode conhecê-lo. — Ele acariciou o rosto da menina. — Tio Nick veio para te levar até lá, seu papai está ansioso para te conhecer.

— Sério? — Não poderia deixar de notar a felicidade na voz dela. — Tio Nick, o tio Phil pode ir com a gente ver o papai?

— Liz ... — Nick olhava a menininha. — Talvez seja melhor ir apenas a gente.

— Eu não vou sem o tio Phil! — Ela cruzou os braços.

— Marrenta como a mãe. — Nick sorriu balançando a cabeça de forma negativa. — Tudo bem, ele pode.

Phil juntou algumas coisas na mala de Lizandra enquanto Nick conversava com a menininha na sala, ela estava animada com a possibilidade de enfim conhecer o seu pai, ela esperara isso por tanto tempo. Lila sentou no banco de trás do carro junto com o outro agente que ela não sabia o nome, mas que a deixou desenhar de canetinha no braço dele, o homem parecia legal. Nick estava dirigindo e Phil ocupava o lugar ao lado dele, mas não perdia a sua pequena garotinha de vista por nada.

Phil temia por Lila, temia por ele, por todos. O imponente prédio das Industrias Stark em Washington chamava a atenção de todos, principalmente de Lila que nunca tinha ido para aquela parte da cidade, para a garotinha tudo era novo e divertido. Phil sabia das notícias de que a empresa de Tony mudaria sua sede principal para Nova York em poucas semanas, ele temia por Lila, já que morar em Nova York significava que aquele homem poderia encontra-la e machuca-la. O carro parou e Lila saltou assim que o homem ao seu lado abriu a porta, ela estava com uma pequena mochila nas costas, a mochila era vermelha e por mais que parecesse ser de menino, ela adorava, se sentia uma super heroína com aquilo, como seu tio Phil dizia que sua mãe fora.

Lila ficou calada ao lado de Phil o tempo todo, Nick foi quem falou com a moça da recepção, o tal agente ficou lá fora no carro, assim que tudo estivesse terminado eles iriam embora, então só Nick, Lila e Phil haviam entrado. A mulher os guiou até a sala de espera, era uma quinta feira e era o dia de Tony receber alguns clientes mais importantes, o diretor da SHIELD com toda certeza seria um deles, apesar do Stark não ter saco para a organização.

Happy era quem ajudava o jovem Tony na maior parte dos seus afazeres, pois além de seu motorista era quase como seu amigo particular, o que colocava Tony na linha, apesar de não cuidar de sua agenda, Tony havia demitido a quarta secretária particular naquela semana, então ficou a Happy a função de guiar até dentro da sala as pessoas que estivessem ali. O homem ficou interessando no caolho de mais 1,80, um homem com sinais de calvície e uma menina que aparentava ter seus 5 anos com uma mochila nas costas, os três sentados juntos na sala, assim que uma moça saiu chorando de dentro do escritório, Happy tratou de chamar os três ali sentados, Lila até mesmo ficou vendo a moça ir embora.

— Happy quem está aí? Eu quero ir pra casa be... Ah! Não! — Tony revirou os olhos do outro lado da mesa ao ver Nick, depois Phil e a garotinha. — Eu não faço caridade para crianças, Nicholas.

— Diretor Fury. — Nick o corrigiu. — E nós estamos aqui para falar sobre essa garotinha.

— Alguém teve um upgrade. — Tony sorriu de canto erguendo-se da mesa e indo até outra que tinha algumas bebidas. — Já que está aqui me fazendo perder tempo, vamos ... Fale logo do que se trata, no mundo dos negócios o tempo é dinheiro.

— É ele, tio Phil? — Lila falou baixo puxando a ponta da camisa de Phil que permanecia calado.

— Sim querida. — Phil abaixou-se para ficar na altura dela.

— Posso ir lá? — Lila sussurrou. — Eu quero abraçar o papai. Ele é muito bonito, mas eu estou com um pouco de vergonha.

— O que ela está falando aí? — Tony bebia um gole de alguma bebida que o fez fazer uma careta enquanto olhava os três. — O que você disse aí menininha?

— Não é menininha, meu nome é Lila! — Ela cruzou os braços fechando a cara.

Phil queria rir da tamanha fofura que ela expressava, até mesmo brava a garota era igual a Sam, ela não deixava de ser o ser humano que Phil mais prezava, que queria proteger, que queria poupar dos problemas do mundo, mas ele não poderia, isso não a faria ser forte. Nick olhava para os dois, Phil queria que ele falasse logo, bem rápido, assim como tomar injeção, se fizesse lento doeria mais e causaria prejuízos, no caso a criança seria a maior prejudicada.

— Ela quer abraçar você, não é Lila? — Phil olhou para ela, ainda abaixado, esperando sua resposta.

— Sim, um abração de urso! — Lila abriu os braços para expressar o quão grande era.

— Pra isso vocês vieram aqui? — Tony disse com tom de deboche. — Para essa menininha me abraçar? Esse horário da semana é usado para falar com pessoas importantes do futuro dessa companhia.

— Ela é importante para o seu futuro, Sr. Stark. — Nick se pronunciou depois de um tempo. — Acredite.

— Ela é a sua filha. — Phil fala sem meias palavras, olha nos olhos de Tony e diz a verdade mais cruel para ele. — Sua filha com Samantha Blaine.

Tony quase engasgou com o que bebia, ele gargalhou tão alto e de forma tão irônica que Happy abriu a porta para ver o que acontecia, Tony teve que acenar para dizer que nada daquilo era mesmo urgente. Os três ficaram se olhando, Lila abraçou a perna de Phil como se tivesse medo da forma como Tony ria daquilo, ria dela e dos seus tios ali presentes. Os olhos de Lila até mesmo lacrimejaram, mas ela limpou rápido, não queria que eu pai a visse chorando. Quando Tony parou de rir, quase 5 minutos depois, ele respirou fundo olhando para os três.

— Okay, muito boa a piadinha. — O Stark ainda exibia um fraco sorriso no rosto. — Agora que já me fizeram rir, podem ir embora pois eu preciso trabalhar.

— Não é brincadeira Tony. — Nick estava sem paciência. — Ela é mesmo a sua filha com a Samantha.

— Eu não conheço Samantha nenhuma. — Tony revirava os olhos. — Qual sobrenome dela mesmo? Lane, Blavor, Blaine? Nunca estive com uma Samantha Blaine ou estive? Não importa, não tem como essa menina ser minha filha.

— Mas ela é. — Phil respirou fundo. — Eu  a vi um bebê recém nascido e Samantha não mentiria por isso.

— Onde essa mulher está então? — Tony encarou Phil. — Porque ela não cuida da própria filha.

— A mamãe ta no céu! — Lila falou. — E você é chato. Tio Phil eu quero ir pra casa.

— O céu não existe, menininha. — Tony falou encarando Lila. — Essa menina não é minha filha, por favor saiam da minha sala e não voltem nunca mais para falar uma coisa absurda como essa.

Lila começou a chorar ouvindo aquilo, ela se soltou de Phil e correu rumo a porta que Happy tinha deixado entre aberta, por mais que Phil quisesse socar a cara de Tony, o coração partido de Lila ainda era mais importante do que tudo para ele, então o homem só foi atrás da menininha, não queria que ela se perdesse também, Nick respirou fundo e deixou o seu cartão sobre a mesa de Tony que nem mesmo o olhou, para o Stark aquela brincadeira e choradeira a toa não o comoveria, ele? Pai? NUNCA! Quando Nick achou Phil, ele estava na porta do banheiro feminino esperando por Lila que tinha se fechado lá para chorar.

— Ela está bem? — Nick se aproximou.

— Bem? Você acha que tem alguma chance dela estar bem? — Phil falou em tom alterado. — Viu o motivo de eu não querer que ela viesse atrás dele? De não querer iludir a Lila com essa história de pai? Ele é um lixo, UM LIXO. Não é o pai dela e nunca vai ser.

— Sr. Coulson...

— Não Nick! — Phil apontou na cara do caolho. — É o aniversário dela, o dia mais feliz da vida de uma criança e eu tinha planejado tudo para que fosse um dia perfeito, mas você veio aqui com as suas malditas regras e estragou o melhor dia da vida dela, o transformando no pior, muito obrigado por dar esse presente a uma criança de cinco anos, pois é isso que ela é Nick, uma criança, não é um mini adulto vivendo no nosso mundo.

— Se acalme. — Nick pedia olhando para um Phil vermelho de raiva. — Um dia ela precisa saber a verdade sobre o pai dela.

— Ela já sabe a verdade. — Phil sorriu sínico. — Eu, Sr. Fury, eu sou o pai dela. Eu a criei desde o dia em que nasceu e se depender de mim, ela nunca, NUNCA, vai deixar de ser minha filha. Agora se me dá licença, eu vou leva-la para ser feliz em seu aniversário de 5 anos.


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