A Herdeira Stark - Livro I escrita por Jojs


Capítulo 14
Dad & Daughter




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O telefone chamava mais de uma vez, era a sétima tentativa de Lila, SÉTIMA, e nada do Coronel Rhodes atender, ela sabia que poderia confiar nele, que como amigo de Tony e homem de confiança ele seria a pessoa perfeita, mas a forma como ele não atendia o telefone já deixava a jovem Stark no mínimo muito irritada, ela estava afoita para encontrar seu pai.

— Alô? — A voz grossa do outro lado da linha era conhecida.

— Tio James? — Lila chamou pelo homem, era um alívio ouvir a voz dele. — É você?

— Lizandra! — Nesse momento a voz dele se alterou. — Onde você está? Todos estão loucos a sua procura.

— Isso não é importante agora. — Ela olhava para o rádio sobre a mesa. — Eu achei o meu pai, você precisa me ajudar.

— Não, você precisa é dizer onde está, eu vou buscar você. — Rhodes estava tão aliviado em saber que ela estava viva em algum lugar que ignorou o que ela tinha dito no final. — Happy e Phil precisam saber que você está bem.

— Mas o meu pa...

— Lizandra não há tempo pra chiliques adolescentes. — Ele a pressionava. — Onde você está? Esta bem? Está segura? Você não deveria ter sumido por tanto tempo.

— Você não está me ouvindo!

— Sim, eu estou. Quero te trazer de volta pra casa. — Rhodes via nela a mesma cabeça dura de Tony. — Me escuta você.

— Desculpa tio, você não pode me ajudar. — Então ela desligou.

O celular batia contra a sua mão mais de uma vez, ela pedia aos deuses para que Rhodes não tivesse rastreado a ligação. Parecia haver uma bomba na sua cabeça, o tic tac era algo mais alto do que o barulho da rua lá fora, um barulho chato que servia como aviso de que eu pai estava em algum lugar e ela tinha o encontrado, ela tinha uma coordenada, mas não sabia como chegar até ele, ela não tinha recursos e estava de mãos totalmente atadas, isso a irritava em suma..

O interior de sua boca do lado direito já estava tão machucado que ela não poderia conter a dor latente que lhe incomodava um pouco, mas algo a deixava mais incomodada, a falta de opções. Lila juntou as suas coisas e colocou na pasta, trocou de roupa para as que suava inicialmente, por mais que as roupas que Angelica tivessem deixado ali fossem boas, ela queria estar com as suas, falando na tia ... Bom, ela não atendia também, ligar para Connor ainda estava fora de cogitação, ainda mais depois do climão entre eles, só sobrara uma ideia, Nick!

— Eu estava esperando você me ligar. — A voz grossa do outro lado da linha era claramente de Nick.

— Claro que estava. — Ela sorriu. — Você não é um espião, é O espião, não é mesmo? Sabe de tudo.

— Exatamente. — Ele encarava seu relógio. — Você tem 10 min antes que eles cheguem para te buscar, por favor seja educada e vá sem oferecer resistência, no que posso te ajudar?

— Tudo sobre controle, claro. — Lila sentia o seu estômago revirar. — Eu encontrei o meu pai, Nick. Preciso de você para ir busca-lo.

— Posso fazer isso por você, se ... — Ele fez um suspense. — Você voltar pra casa, todos estão muito preocupados.

— Obrigada, você já está ajudando bastante, mas foi só uma semaninha, ninguém morreu. — Ela sorriu olhando pela janela da rua, carros já paravam na porta. — Droga, eles já chegaram! Você disse dez minutos.

— Eles são um pouco mais afobados que o necessário. — Nick retribuiu o sorriso do outro lado da linha.

— Você sempre soube onde eu estava. — Agora ela tinha aquele sorriso besta no rosto enquanto se olhava no espelho. — Porque nunca veio me tirar daqui?

— Eu tinha boas pessoas cuidando de você. — Nick estava atrasado para o próximo compromisso. — Angelica, Bruce, Connor e a velha bibliotecária fizeram um bom trabalho e também não se deve reprimir um gênio.

— Sempre um passo a frente. — Ela balançava a cabeça de forma negativa. — Te vejo em breve Nick.

— Até breve, Liz. — E a ligação findou-se.

Lizandra ouviu a contagem baixa do outro lado da porta, quando eles iam derrubá-la ouviu alguém brigando com eles do outro lado e logo depois as batidas, Lila sorriu ao pedir que abrissem, já que a porta não estava trancada, a figura de Phil Coulson transpôs a porta tomando-a nos braços de forma acolhedora, o agente beijou a testa da jovem Stark, Nick não contara o real paradeiro dela, mesmo sabendo que Fury estava com a situação sob controle Phil se preocupava.

No caminho para casa os dois conversaram com Nick e as coordenadas foram passadas sobre Tony, a SHIELD estava responsável por localizar o Stark, Phil não ficou tão feliz com a agência fazendo isso, mas ele cedeu, Tony já estava a muito tempo fora de casa, tempo demais na visão de todos, principalmente de sua amada filha. Em casa Lila recebeu a bronca do século de Happy, ao perguntar de Angelica ou Connor a bronca se entendeu, o segurança estava aliviado em vê-la, Happy sabia pouco sobre a operação da SHIELD para protege-la.

Foram horas intermináveis, mas Anthony Edward Stark havia sido encontrado, ele não estava tão bem, mas bem longe dos horrores que pensavam sobre encontrá-lo, a notícia foi muito comemorada na residência dos Stark, Pepper foi vista chorando e Lila começou a se questionar sobre os sentimentos do pai para com a mulher ruiva e vice versa, coisas que ela perguntaria a ele em outro momento, agora só queria descansar um pouco de volta em sua cama, em sua casa, a espera da volta de seu pai. Rhodes tinha ido pessoalmente buscar Tony, no avião o silêncio pairava por um bom tempo até o coronel lembrar da ligação da jovem Stark.

— Você sabe que foi ela que te encontrou, não sabe? — James puxou o assunto. — Foi a Lila que captou a mensagem com as suas coordenadas.

— Ela me ouve até quando não estou chamando diretamente por ela. — O sorriso no rosto de Tony pareceu apagar por alguns minutos qualquer dor que seu corpo sentia. — Aquela menina é mesmo incrível.

— Sua filha. — Rhodes sorriu. — Genética não se nega, ela é como você, como seu pai, ser prodígio está nos genes dos Stark.

— Ela se parece um pouco com a minha mãe. — Tony torcia os lábios. — Eu amo tanto essa garota.

— Você já tentou falar isso com ela? — James encarava o amigo que ficou em um certo silêncio. — Eu sei que você não estava preparado para ser pai, mas já faz quase 17 anos, aliás ... O aniversário dela foi a ...

— A dois meses. — Tony cortou o amigo. — Desde 1998 eu prometo a mim mesmo dar um aniversário decente a ela, agora ela fez 16 anos e eu não estava lá para cumprir isso.

— Talvez esteja na hora de finalmente vocês se entenderem. — James Rhodes se sentou ao lado de Tony e tocou o ombro do amigo. — Essa experiência de quase morte foi o bastante para vocês verem isso.

— Você tem razão. — Tony continuou de cabeça baixa pensando nas coisas.

 As mãos de Lila só não estavam mais frias que as de Pepper, Phil não pode estar lá, mas Happy estava não muito atrás observando as duas damas, ele tinha o mesmo sorriso desconfiado no rosto que Lila tinha ao ver a preocupação demasiada de Pepper com Tony, ele e a jovem Stark combinaram de confrontar os dois, mas isso era algo posterior, não tinham que fazer isso naquele momento tão importante.

O coração de Tony parecia pular da garganta enquanto a porta do avião se abria, ele via as três figuras lá paradas a sua espera, não precisava de multidões para adorá-lo naquela ocasião, ele só precisava que aqueles três estivessem ali, aquelas três pessoas especiais bastavam. Para Tony haviam quatro pessoas essenciais na sua vida, os seus grandes amigos Happy e Rhodes, sua amada filha Lizandra e ela ... Bom, ele não sabia muito bem distinguir os sentimentos que tinha por sua secretária, mas a Srta. Potts mexia com ele, com certeza.

— Pai? — A voz de Lila sobressaiu aos barulhos ao redor. — Você está vivo! — Ela não se conteve em esperar e teve que correr na direção do homem.

— E deixar a minha filha sozinha? — Ele fez aquela cara que despertou o sorriso nela. — Por favor, não né?

— Eu tive tanto medo de te perder. — Ela não deveria abraça-lo, pois ele estava machucado, mas não se conteve, o seu coração batia tão forte no peito que ela só queria saber se ele era mesmo real.

— Obrigada por ter salvo a minha vida, eu sei que você foi além das suas capacidades para isso. — Ele se separou dela dando um beijo em sua testa. — Se você fez tanto com o pouco que te ensinei, imagina depois que eu te ensinar mais coisas, se você quiser é claro.

— Eu quero sim. — Ela tinha um enorme sorriso no rosto. — Quero aprender mais e mais ciência!

— Que bom, como está na escola, o Connor? — Ele também estava animado. — Eu quero saber de tudo.

— A escola? — O sorriso dela diminuiu. — Os professores particulares têm feito um bom trabalho.

A família Stark estava junta novamente e isso era comemorado por todos, a imprensa já sabia e os enchia de perguntas, mas Tony estava em casa novamente, isso era reconfortante. Lila prometeu que voltaria a escola, que faria as provas necessárias para saber se ela estava no nível da turma durante o tempo em que estivera fora, se as aulas particulares realmente tinham feito algum efeito, Tony sabia que sim, sua filha era muito inteligente e conseguiria voltar a escola depois de meses numa boa.

A primeira ação dele depois de voltar foi a de incluir a garota em seu testamento, tudo ficaria nas mãos dela, ele deu a jovem Stark quatro tutores caso ele faltasse a ela, esses eram Happy, Pepper, Phil e Rhodes, o empresário sabia muito bem que eles cuidariam dela caso ele faltasse. Outra coisa que enchia os olhos de Lila era o lance da armadura e a possibilidade de voar, ela fez Ton prometer que a deixaria ajuda-lo com aquilo, mesmo que ela fosse de certa forma limitada, mas queria estar por dentro de todo o projeto.

— Você realmente quer estar por dentro disso? — Tony a questionou do outro lado da bancada. — Sabe que isso é algo altamente confidencial, não sabe?

— Sim pai, eu sei. — Ela exibia um curto sorriso de canto. — Pode confiar em mim, vamos fazer isso juntos.

— Tudo bem! — Ele ergueu os braços. — Jarvis tome nota!

— Sim, Senhor Stark. — O sistema robótico respondeu. — O que devo escrever?

— Primeira experiência de laboratório da família Stark. — Tony não perdia o olhar dela. — Projeto ...

— Projeto? — Lila o instigou quando ele parou de falar. — Não deu o nome ainda?

— Com toda a situação nem cheguei a dar um nome pra isso. — Ele apontava para um protótipo digital da armadura. — Alguma ideia?

— Gladiador de Metal. — Ela gesticulou como se uma faixa surgisse sobre sua cabeça com o nome.

— Brega! — Tony não deixou de rir daquilo. — Golias de Titânio?

— Mai brega ainda. — Ela que ria dele dessa vez. — Prefiro a minha ideia.

— Sem chance. — Ele apoiou-se no balcão. — Você é péssima com nomes.

— Então fica com seu nome bobo. — Ela cruzou os braços. — Sr. Homem de Ferro.

Tony estava escrevendo alguma coisa quando ela falou aquilo, ele parou no momento exato que ela tinha dito Homem de Ferro, tinha a sonora perfeita, ele sabia que não foi intencional, fora algo do inconsciente de sua filha, mas era perfeito. Ele deu a volta no balcão e a abraçou tirando do chão, no momento ela não conseguia entender o que tinha acontecido, os motivos da comemoração dele, mas quando ele falou sobre o nome ela só conseguia sorrir enquanto se segurava nele para não cair no chão.

— Que bom que gostou. — Ela falava enquanto seus pés tocavam de novo o chão. — Foi algo friamente calculado.

— Vou fingir que acredito. — Ele balançava a cabeça de forma negativa. — Jarvis tome nota! Projeto Homem de Ferro.

Os dois ficaram naquele laboratório por um bom tempo, conversaram sobre ideias e Tony tentava ensinar ela na medida do possível, mas no final das contas, por mais que ela evoluísse bastante com o decorrer dos dias, ela ainda era uma garota de 16 anos descobrindo a ciência, ele teria que ter paciência com ela, Lila era inteligente, mas passava longe de ser um gênio da engenharia mecânica, talvez fosse no futuro, mas não naquele presente, o que não diminuía a animação de Tony.

Eventualmente ela voltou para a escola, suas notas eram boas, Tony sabia que ela não deixaria de se dedicar, Happy sorriu quando certa vez viu ele ensinando a Lila a fazer o dever de casa, a garota sabia resolver, mas queria ter o prazer de ter o Stark a sua volta. Nem tudo tinha mudado na residência deles, Tony ainda saía com mulheres o que deixava Lila intrigada, ainda mais sobre o que havia entre ele e Pepper, ela prometeu a si mesma que ia confrontá-lo em um dia quando estivessem no laboratório, passaram-se dias até ela bolar as palavras certas.

— Pai ... — Ela segurava uma chave de fenda enquanto ele analisava algo na armadura. — O que você sente pela Pepper?

— Que pergunta é essa? — Ele parou o que fazia para prestar a atenção nela.

— Você sabe que ela é gamadinha em você né? — Lila soltou sem nenhum rodeio. — Não sente nadinha por ela? Friendzone não é um lugar tão confortável.

— Você não acha que é nova demais para ficar pensando nessas coisas? — Ele sorriu se aproximando dela. — Ta gostando de alguém é?

— Eu? — Ela fez uma cara de sínica e lembrou-se de Connor a várias semanas antes no apartamento de sua mãe, Samantha era outro assunto que queria confrontar Tony ao seu tempo. — Não, mas ...

— Você sabe que o filho do prefeito é gamadinho em você né? — Ele repetiu a frase que ela tinha dito e os dois riram. — Aliás, eu aprovo, Connor é um bom garoto.

— Não mude de assunto!!!! — Ela apontou a chave de fenda para Tony. — Estamos falando da Pepper e você.

— Achei que estávamos falando de amor como um todo. — Ele se afastou fazendo cara de deboche para filha. — Já está ficando tarde, vá tomar banho e jantar, amanhã cedo você tem escola.

— Você não fugirá de minhas perguntas por muito tempo. — Ela deixou a chave de fenda sobre o balcão do laboratório e já subia as escadas. — Vamos conversar mais depois.

— Eu sei que vamos. — Tony respondeu sem tirar os olhos da armadura.

Ele sabia o poder de convencimento da Lila, ela com toda certeza voltaria a questioná-lo sobre aquilo, ele tinha um sorriso no rosto ao lembrar quanto parecida com Samantha, a memória dela na mente de Tony ainda era bem distante, algumas coisas de quando se conheceram, Howard sempre teve uma estima maior pela jovem Blaine do que por seu próprio filho, talvez tenha sido isso que o fez se aproximar de Sam, ou de permitir que ela se aproximasse, o fato de querer saber o que ela tinha e que ele não, mas olhando Lila ficara óbvio, ela era perfeita, uma jovem perspicaz, guerreira, inteligente e que lutava pelo que queria, uma sucessora digna, era o que Howard nunca viu nele.

Algumas semanas mais tarde era hora das provas finais de Lila, Tony prometeu que a levaria em pessoa para aquela dia na escola, não poderia sair do carro já que as pessoas tendiam a se aglomerar, mas pelo menos leva-la junto a Happy com toda a certeza ele faria. Ele ria ao vê-la de uniforme e cabelos presos, ela odiava aquilo, odiava toda a pompa que a escola pedia, mas obedecia mesmo assim e ficava muito bonita de uniforme. No carro ela conversava com Happy que estava no volante, com o tempo ele aprendera a levar a jovem Stark e não perder o olhar do trânsito um segundo se quer.

— Já sabe o que vai querer fazer depois da formatura? — Tony perguntou a Lila que já se graduaria naquele ano, Lila tinha começado na escola um ano antes, então apesar de ser um ano mais jovem que sua turma se formaria com 16 e não 17 anos. — Eu sei de ótimas faculdades que te aceitariam.

— Estou cogitando a Universidade de Columbia, talvez Universidade de Nova York ou até a Universidade Fordham. — Ela suspirou encarando o pai. — Connor também vai pra Columbia como o pai e o avô dele.

— Pensei que você fosse tentar outras, Havard, Stamford, Yale, Princeton ou MIT que aliás eu super aprovo. — Ele tentava animá-la. — Há tantas opções melhores fora de Nova York.

— Elas são legais, mas Havard e o MIT ficam em Massachusetts, Stamford fica na Califórnia, Yale fica em Connecticut e Princeton fica em Nova Jersey. — Ela ia nomeando os lugares e era como se murchasse. — São longe demais de casa, eu posso ser como você estudando aqui.

— Primeiro de tudo, eu não quero você fazendo armas, okay? — Ele segurou as mãos dela. — E segundo, você pode ir a qualquer lugar que quiser, sabe que se precisar voltar pra casa vai ter quem te buscar em 20 minutos, não sabe?

— Sim, eu sei. — Ela ainda estava um pouco incerta. — Podemos conversar sobre isso depois?

— Claro, boas provas. — Ele beijou a testa da garota.

Lila transpôs a porta do carro e entrou no prédio da academia que estudava para fazer as provas finais, seria um dia muito cheio para a jovem Stark, Tony ficou um tempo depois dela ter ido ainda olhando para o prédio, só saiu de seus devaneios quando Happy o chamou de volta dizendo que eles tinham uma reunião e já estavam atrasados, ele não se arrependia, tinha se atrasado por um bom motivo, era sua amada filha. Tony sorria ao pensar nela, Lila era o futuro, o seu futuro, ele sorria pois sabia que o futuro era bem melhor do que ele poderia um dia pedir.


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