Uma Pequena Visita escrita por Any Rebel


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oie! Como vão? Obrigada à Sora Miyuki, Haru e à Anne Mikane por favoritarem a fic. (^3^) Também muito obrigada à todos que estão acompanhando e gostando de "Uma Pequena Visita". Espero que gostem do cap! Boa leitura!



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  Já era tarde da noite. A pequena garota acorda sem sono. Senta na cama e esfrega os olhos. Ela põe seus pezinhos no chão frio, pega um cobertor e uma de suas pelúcias. 
  A loirinha caminha devagar em direção à sala. Vai até o braço do sofá e sussurra:

  - Papai Len, vochê está acodado?

  - Hum... Agora estou... - ele murmura se mexendo um pouco.
  - Papai Len... - ela o cutuca - Não conshigo domi.

  Ele se remexe e diz sonolento:
  - Esse sofá não é muito grande, não tem espaço pra dois...
  Rin larga suas coisas no chão e tenta empurrar uma poltrona para perto do loiro. Como não era forte o suficiente, o móvel nem saiu do lugar.
  Len respirou fundo e levantou-se. Empurrou a poltrona até ao lado do sofá e a inclinou para trás, fazendo assim uma caminha improvisada.
  - Pronto. Agora vá dormir. - se jogou de volta no sofá. 
  - Huhum! - ela assentiu animada - Obigada!— subiu no móvel e se aconchegou nele com seu cobertor e seu bichinho de pelúcia.

  - Papai Len... - o chamou novamente. 
  - O que foi, Rin-chan?
  - Conta uma históia pa mim?
  - Na sua casa é aquela governanta maligna que lhe conta historinhas?
  - Não, é a mamãe.
  - Aquela nanica... - resmunga.
  Ele encara a loirinha que faz o mesmo com os seus olhinhos amáveis. Len respira fundo e se rende:
  - Tudo bem então! - a garota comemora - Mas você vai me prometer que depois vai dormir, certo?
  - Ceto!

  - Era uma vez, em um apartamento cheio de roupa suja e comida estragada, vivia uma barata. Essa barata adorava subir em cima de cabelos loiros, principalmente de menininhas que demoram muito pra dormir. Fim!

  - Hã?! – ela indaga – Po acasho ela vivi aqui?

  - Talvez... – sorri maquiavelicamente – Bons sonhos.

  A pequena arregala os olhos e treme toda. Olha para os lados e mexe em sua cabeça, com medo de encontrar algo lá.

  - Vochê está mentindo, não é?

  Ele não responde.

  Rin se levanta e sobe em cima do loiro e rola para o seu lado, ficando em suas costas.

  - O que está fazendo aí, menina?! Eu não disse que não tem espaço?

  - Eu shou pequena... – argumentou.

  - Assim eu vou cair.

  - Mais asshim a dona baata não vai me acha, po que o sheu cabelo é mais shujo que o meu. – disse sonolenta.

  - Da onde que você tirou essa conclusão?!

  Mas ela não escutou. A pequena foi relaxando, até que se rendeu ao sono que estava chegando.

  - Ei! Rin-chan?! – notando que ela já dormia, ele suspira e desiste. Por fim, logo também adormeceu.

~***~

   Len acorda dolorido. Ele estava caído no chão com o cobertor enrolado na cintura.

  Ainda sonolento, ele pergunta:

  - Rin-chan... Por que eu estou aqui em baixo?

  - Não shei. Vochê eshtava aí quando acodei.

  - E você? – se ergue esfregando a cabeça – O que está fazendo?

  - Jogando. – se remexe na cadeira com o seu tablet.

  - Algo de moda? – ele pergunta juntando o cobertor.

  - Coida.

  - “Coida”?

  - Coiida!

  - Ah, corrida. – arruma a poltrona – Já tomou café?

  Não tirando os olhos – e muito menos os dedos – do aparelho, ela responde:

  - Ainda não.

  - Tem cereal açucarado, caso queira.

  - Hum...

  A campainha é tocada. O loiro ajeita sua roupa amarrotada e faz um pequeno rabo de cavalo com o cabelo.

  - Já estou indo! – se dirige à porta.

  - E aí Len! – exclama o outro rapaz – Onde você se enfiou ontem?!

  - Piko. – boceja – Desculpa, eu esqueci.

  - Esqueceu? Como esqueceu?! Era um encontro duplo! Tive que cancelar.

  - Aff, eu já falei que estou bem assim.

  - Não, não! Eu remarquei para hoje de tarde! Não dá pra cancelar de novo!

  - Cara, eu-

  - Papai Len, - falou a loirinha – Onde eshtá o ceeal açhucaado?

  - No balcão de baixo. – ele responde.

  - Espera aí! – exclama Piko – Tem alguém no seu apê?

  - Hã... Tem sim, só q-

  - Agora entendi! – sorriu com malícia em seu rosto – Você tem visita... – ri – Deixa eu ver?

  - O quê?

  - Pela a voz ela é uma burikko*! Deve ser muito fofa! Seu safadinho!

  - Não é o que você está pençand-

  - Papai Len, - ela novamente o chama – Onde tá o leite?

  - Oh! Pelo jeito ela gosta de brincar de papai e filhinha! – o prateado concluí.

  - Não! – o Kagamine diz – Está na parte de cima da geladeira.

  - Cara, deixa eu ver ela, vai?!

  - Piko, cala essa boca!

  O rapaz se invoca e empurra o loiro pra dentro. Ele então encontra uma pequena garota em cima de uma cadeira na frente da geladeira.

  - Meu, ela é uma sósia anã sua, por acaso? – começa a rir – Caraca, que fofa!

  - Quem é esshe tio feio? – a menina pergunta.

  Len suspira e põe a mão no rosto.

  “Sabia que ele era burro, mas nem tanto...”— pensou o loiro.

~***~

  Depois de esclarecerem tudo ao prateado, tomaram café da manhã e, enquanto a menina assistia um desenho na TV, os rapazes conversavam:
  - Vai lá Len! Me ajuda cara! 
  - Já falei: não estou em clima para um encontro.
  - Mas é o que você sempre diz!
  - Piko, tente entender, eu tenho que cuidar da Rin-chan. Não posso sair e deixá-la sozinha. 
  - E se você levar ela junto? As gatas se amarram em caras que gostam de crianças! 
  - Nem pensar! Minha filha não é imã de mulheres! 
  - Pô cara! - resmungou Utatane pensando em desistir até que algo lhe vem em mente. Se levanta e vai até a loirinha que o encara curiosa.
  - O que vochê qué, tio feio?
  - O que me diz, Rin-chan? Quer ir à sorveteria comer algo?
  - Shovete?! – a garota se animou.
  - Piko, o qu- – o loiro tentou falar quando foi interrompido pelo o amigo.
  - Vai negar um sorvete a sua filha, é?
  - Vamos na shoveteia! Vamos, vamos! – a pequenina insistiu.

~***~

  Os três chegaram no local. Rin ainda estava animada:

  - Sherá que tem shovete de laanja?

  - Talvez tenham... Mas mesmo assim não se afaste de mim. – o loiro explicou à pequena.

  - Vamos para aquela mesa! – apontou Piko.

  - Shim! – exclamou a menina correndo em direção.

  - O que eu acabei de dizer, Rin? – suspirou Len. Ele olhou para a mesa – Ei! Ela está ocupada!

  - Não sei do que está falando... – cantarolou o prateado, empurrando o amigo.

 - Oi! – a loirinha acenou para as duas moças – O tio feio disshe que esshe luga é nossho!

  - Oi garotinha! – falou uma delas - Chegamos aqui primeiro, então-

  - Fala aí meninas! – exclamou Utatane – Desculpa o atraso. – sentou-se seguido de Len – Esse é o meu amigo do qual lhes falei outro dia.

  - Prazer, sou Yuzuki Yukari e essa é a minha amiga, Akita Neru.

  - Olá.

  - Oi – falou o loiro. – Rin-chan, sente aqui do meu lado e se comporte.

  - Tá bom. – respondeu a menina.

  - É sua? – perguntou a outra moça.

  - Sim. Ela veio passar um tempo aqui em casa.

  - É um amorzinho! – sorriu.

  - Viu eu falei. – cochichou Piko.

  Len bufou e revirou os olhos.

  “Esse Piko... Ele vai ser só...” – pensou.

  - O que vão querer? – perguntou a garçonete.

  - Pra nós dois sundaes de morango. – disse Yukari.

  - Um sorvete de chocolate pra mim, boneca. – o prateado deu uma piscada.

  - Eu não vou querer nada. – disse o loiro.

  - Shovete de laanja!

  - Querida, infelizmente não temos esse. – sorriu a garçonete.

  - Mash eu queia esshe...

  - Rin-chan, você ouviu a moça. – Len explicou.

  - O que você acha de um sorvete de baunilha com cobertura de cauda de laranja, hum? – tentou convencê-la.

  - Não é a meshma coisa... – a pequena fez um bico.

  - Então vamos fazer assim: eu trago o sorvete de que eu lhe falei. Se não gostar, sai por conta da casa. O que me diz?

  - Humm... Tá bom...

  A garçonete sorriu e se virou.

  “Essa mulher...”— o loiro pensou – “Acho que a conheço de algum lugar...”

~***~

  Rin enfiou uma bela colher cheia de sorvete de baunilha com cauda de laranja na boca e se animou ao sentir aquele sabor agradável. É, pelo jeito não ia ser por conta da casa não.

  As suspeitas de Len de já ter visto a garçonete continuavam. Tinha até mesmo pensado se não perguntaria a mesma, mas temia parecer estar flertando com ela. A qual não era a sua intenção.

  - No que vocês trabalham, meninas? – perguntou Piko, querendo puxar assunto.

  - Sou vendedora de calçados. – disse Neru – E ela ainda é estudante.

  - É. Estou na metade da faculdade de advocacia. – a moça confirmou – E vocês?

  - Eu e o Len trabalhamos em uma lojinha de conveniências. É bem tranquilo, não é?

  O loiro que estava perdido em seus pensamentos volta a si:

  - Hum? Ah, sim.

  - Moçha...— disse a garotinha, que até o momento não tirava sua atenção do sorvete – Esshes melões não shão pesados? – apontou para a loira que ficou vermelha e nervosa.

  Os dois rapazes ficaram sem reação, enquanto a outra garota se matava de rir.

  - Ri-Rin-chan... – o Kagamine tentou falar – O qu-quê você q-quis dizer?

  - Hum? – a pequena o encarou inocentemente.

  - B-bem... Hã... – murmurou Neru olhando para os lados.

  Len temia que esse era o fim e que o amigo iria se revoltar com ele.

  “Pelo menos, não vou ser forçado a levar Rin para esses encontros terríveis...”— concluiu internamente.

  Notando o silêncio de todos, a menininha novamente diz:

  - Então moçha, esshes bincos shão pesados?

 - Brincos?! – todos exclamaram largando após um longo suspiro.

  Akita Neru pôs as mãos nas orelhas e enfim percebeu que estava usando um par de brincos com a imagem de um melão fatiado.

  - Rin-chan, nunca mais me assuste assim... – murmurou o loiro.

~***~

  O resto do encontro ocorreu normal. Eles conversaram bastante, mas – tanto o Utatane quanto as garotas – notaram que Len continuava distante. Isso mesmo, lá não era o local onde ele queria estar.

~***~

  - Rin-chan...- bateu na porta – está tudo bem?

  - Shim! – ela afirmou.

  - Quer ajuda?

  - Não.

  - Então ande logo, preciso tomar o meu banho também.

  - Tá bom!

  O loiro voltou a lavar a louça, quando ouviu a pequena o chamar:

  - Papai Len!

  - O que foi? – retornou à porta do banheiro.

  Rin a abriu e o puxou pela camiseta.

  - Vem logo!

  - Mas-

  - She abaixa!

  - Hã?

  - Ápido! – insistiu apontando para a borda da banheira.

  O Kagamine suspirou, mas fez o que a garota pedia.

  Ela dobrou as mangas de seu pijaminha amarelo e empurrou a cabeça do pai na banheira, pegando com um potinho água e derramando no rapaz.

  - O que está fazendo? – ele perguntou.

  - Lavando o sheu cabelo! Asshim a baata que shobe em cabelo não vai fica aqui! – pegou o xampu e derramou uma grande quantia naquela cabeleira loira. Estralou os seus dedinhos e se pôs a esfregar o couro cabeludo.

  - Rin-chan, eu sei lavar meu cabelo, ok?

  - Não acedito! – fez bico – She fosshe vedade não haveia nenhuma baata aqui!

  “Essa menina...” — riu internamente – “Por mais que ela tenha medo da barata, ao mesmo tempo criou um método de vencer esse medo. Que espertinha...”


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim? Não? Comentem! Qualquer comentário é muito bem vindo!
burikko* = é a "idéia de um olhar indefeso, submisso e fofo de uma jovem". Começou com mulheres japonesas adotando o som de um bebê ou de uma criança. "As meninas obscureceriam suas palavras para parecer crianças que aprendem a falar". –> Direto da tia Wikipédia.
Beijinhos e até mais! (^3^)



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