Uma Pequena Visita escrita por Any Rebel


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oie! Como vão?

*Um pequeno aviso: o "h" nas palavras com som de "s" será para o som de "ch", "x" e a falta do "r" será posta de propósito, ambos usados para as falas da Rin. Como ela ainda é pequena, ela possui uns probleminhas na fala.*

Boa leitura e espero que gostem! (^u^)



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 Um som de um toque de celular é escutado. Len estende o braço ao criado-mudo, procurando seu aparelho. O pega e atende:

  - Alô...

  — Alô? Len-san?

  - Quem é? – se remexe na cama.

  - Ué, não se lembra de mim? Sou eu, Miku.

  - Ahh... – senta na cama esfregando os olhos – A nanica de chiquinhas, não é? – a mulher bufa brava pelo o outro lado da linha – Faz mais de quatro anos... – boceja – O que você quer?

  - Vou direto ao ponto. Tínhamos apenas 20 anos... Éramos irresponsáveis e ainda infantis.

  - Opa, opa, opa! O que está acontecendo? Que voltar é?

  - Não! É que...

  - O que ouve? O seu namorado perfeito te largou? – riu, sentando-se na cama e esfregando os olhos.

  - Não. Eu e o Kaito nos casamos.

  O loiro ficou quieto uns instantes e o sorriso no seu rosto sumiu. Respirou fundo e perguntou:

  - O que você quer então?

  - Olha, não queria te contar assim, mas... Quando terminamos, eu... Eu estava grávida de você, e-

  - O quê?! – gritou incrédulo – Não, não é verdade!

  - É claro que é! Por que eu mentiria?

 - Sei lá! Se for dinheiro que você quer, eu não tenho!

 - Não é isso. — suspirou cansada da ligação – Kagamine Len me escute. Nossa filha é linda e inteligente. Possui quatro anos agora. Não tinha lhe contado antes, pois ainda estava magoada. Mas eu e Kaito pensamos um pouco e decidimos que vocês dois possuem o direito de se conhecer.

  Len parou e pensou um pouco. Olhou para os lados preocupado, mas decidiu:

  - Tá você quer que eu vá aí na sua mansão dar um “oi” pra ela?

  - Na verdade, seria melhor vocês passassem uma semana ou duas juntos.

  - Uma semana?! Acha que eu não tenho nada pra fazer?!

  - Len, por favor, né? Não venha com esse papo pra cima de mim não. Você sempre pega férias essa época do ano. E, além do mais, Kaito e eu teremos que viajar a trabalho. Não temos onde deixá-la.

  - Sério isso... – suspirou – Tudo bem então. Quando ela chega?

  - Em meia hora já deve estar no aeroport-

  — Filha da mãe! – desligou o aparelho e pulou da cama com velocidade.

~***~

  Corria com passos largos, nervoso com o que aconteceria.

  “Como vou encontrá-la? Não sei sua aparência e muito menos seu nome!” – ele pensava – “E será que ela é realmente minha filha...?”

  Suas dúvidas sumiram quando viu uma garotinha que aparentava uns quatro anos e meio. Ela segurava uma plaquinha com “Kagamine Len” escrito. E o que realmente chamou a atenção do homem foi que ela era praticamente idêntica a ele.

  - É. Ela é minha filha... – murmurou surpreso.

  Uma mulher esbelta, com um coque alto e uma roupa formal estava com a garota. Ela procurava pelo loiro com os olhos e o encontrou. Len se aproximou das duas dizendo:

  - Olá...

  - Você deve ser o Kagamine Len, não é? – olhou para a foto no celular e voltou a olhar para o rapaz – Sou Megurine Luka, a governanta da casa dos Shion. – se apresentou, logo após analisá-lo de cima a baixo terminando com uma feição enojada.

  - Prazer.

  - E essa aqui é a senhorita Rin-chan.

  - Luka-chan... – a pequenina a chamou puxando sua saia justa – É eche o meu papai?

  A rosada se abaixou e explicou para a menina:

  - Infelizmente sim. – suspirou – A partir de agora você ficará com ele. Se comporte e qualquer coisa me liga. Você sabe o meu número, não é?

  - Shimm. – ela respondeu – Shei o sheu, o da mamãe e do papai Kaito. Também shei o da políchia, o da ambulânchia e o do meu shegulança.

  “Caramba! Eu não sei de cor nem o meu!” – pensou Len.

  - Isso, boa garota. – sorriu a governanta. Ela se levanta e se dirige ao o homem – Se alguma coisa acontecer com a senhorita eu acabo com a sua raça! – ameaçou com fogo nos olhos – E não me subestime, sou mestra em karatê e boxe!

  - Si-sim... – engoliu seco – V-vamos, Rin-chan... – tentou sorrir.

  A pequenina o fitou com estrelas nos olhos. Em sua cabeça, ter dois pais seria incrível. Ela estendeu sua mãozinha o convidando conduzi-la enquanto o mesmo o fazia.

~***~

  - Cadê o sheu cao?

  - O quê?

  - Caoo.

  - Ah, você quis dizer carro?

  - Huhum! – ela assentiu.

  - O papai não tem carro.

  - Maisch o papai Kaito e a mamãe têm cao.

  - Mas o papai Len não. Vamos de metrô.

  - Metô?

  - Isso.

  - O que é metô?

  - Não sabe?

  A menininha negou com a cabeça.

  - Aff... – o homem suspirou – É tipo um trem moderno. – Rin o indagou com o olhar – Sabe, aquele que faz “piuí”. Assim: piuííííí! Chuk, chuk, chuk! Piuííí!

  A pequena começou a rir de um jeito tão meigo que conseguiu arrancar um sorriso do pai.

~***~

  Embarcaram no metrô. Enquanto a loirinha animada foi saltitando para um assento, Len fazia de tudo para arranjar um lugar para a mala de sua filha. Por fim, a colocou em baixo dos pezinhos da garota.

  Rin olhava para tudo animada. Tudo era novo e incrível. Até um senhor lendo jornal do seu lado era interessante. Estava fascinada.

  Len pegou o seu celular e foi cancelando seus encontros com seus amigos. As idas ao bar da semana e o seu serviço extra do dia seguinte. Não tinha namorada. Por mais que muitas mulheres quisessem um encontro com ele, nenhuma delas lhe chamava a atenção. Uma parte de si ainda gostava da ex. Não tinha jeito.

  Chegaram no ponto de desembarque. O rapaz segurou a baita mala da loirinha com um braço e tentou agarrar a pequena mãozinha com o outro. Sem querer ele foi levado pra fora pela a multidão do metrô – já que estavam em Tóquio, uma das cidades mai populosas do mundo – o afastando da pequenina. Ela por sua vez não saiu do lugar. Apenas estendeu seus bracinhos enquanto chamava pelo pai.

  As portas do transporte fecharam e seguiram seu rumo.

  - Droga! – exclamou Len – Droga, droga! O que eu faço?! Miku vai me matar! Não, a governanta vai me matar! Pior ainda: as duas vão me matar! É a primeira vez que fico sozinho com a Rin-chan e eu já a perco?! Estou morto!

  - Ei, moço... – uma colegial de cabelos cacheados e maria-chiquinhas pergunta – Você está bem?

  - Não, não estou! Preciso da sua ajuda! A minha filha, ela...! Ela ficou no metrô e a mãe dela vai me matar!

  - Moço, me desculpe, mas você é um idiota. - a garota diz indignada.

  - Eu sei... - põe a mão no rosto.

  - Bem, ali tem umas bicicletas para alugar. Se você for rápido, poderá alcançar o metrô.

  - Como posso ser mais rápido que um metrô?!

  - Mas a próxima parada está em reforma, daí ele vai ter que fazer uma volta até chegar na estação daqui perto. Talvez você consegue, mas... - o loiro sai correndo antes que ela terminasse - Ei! Aonde você vai? 

  - Dar um jeito de buscar a Rin-chan e de salvar a minha pele! Muito obrigado!

   - Ainda bem que o meu pai não é louco assim. Pobre menina...

~***~

  O pai novato pedalava o máximo que conseguia. Pegou um atalho, saltou por cima de algumas pedras e quase atropelou uma pessoa, mas não desistia de ir atrás de sua filha.

  Chegou na estação e o metrô já estava saindo. Largou a bicicleta e correu ofegante, mas não deu tempo. Se ajoelhou no chão cansado e começou a bater na própria cabeça:

  - Burro! Seu burro, burro, bu-

  Uma mulher que estava atrás dele lhe deu um chute na nuca, fazendo-o cair com tudo no chão.

  - Seu idiota miserável! – ela exclamou furiosa.

  Len levantou-se e viu a autora do seu tombo: Megurine Luka.

  - Imprestável! – ela continuou o xingando – Onde já se viu! Você não pode ficar nem uma hora com ela sem perdê-la?!

  - Mas o quê você está fazendo aqui? – ele pergunta assustado.

  - Se não fosse a senhorita ter me ligado o pior poderia acontecer!

  - Te ligad- ? – o loiro foi interrompido pela a pequenina que saltou em seus braços – Rin! Você me assustou!

  - Vochê que me asshustou! Po que vochê she afashtou de mim?! Me deixou muito peocupada!

  - Hã? Bem... - suspirou - Me desculpe Rin-chan.

~***~

  - Bom, é aqui. - diz o loiro, abrindo a porta de seu apartamento.

  A pequena entrou devagar e reparou em cada detalhe.

  - Que bagunçha. - ela comenta.

  - A culpa é da sua mãe que me ligou às onze da manhã em plena sexta-feira me dizendo que em meia hora eu já devia estar no aeroporto pra buscar uma filha que eu nem sabia que tinha. - desabafou, entrando e fechando a porta.

  - Então vochê acha que o motivo de shua casha sher uma zona é po causha da mamãe? Hum... - ela pergunta com naturalidade, fazendo uma pose pensativa - Inteeshante...

 - Vem cá, você realmente tem quatro anos? - Len diz ainda incrédulo com o que ouvira.

  - Quato anos, sheis meshes e vinte e chinco dias.

  - Então te sugiro tentar seguir a carreira de psicóloga...

~***~

  Os dois se puseram a arrumar o local. Rin desfez sua mala e arrumou suas diversas pelúcias em cima da cama.

  Depois do seu serviço feito, a garota se dirigiu à sala onde o Kagamine estava. 

   - Po que tanta oupa no shofá?

 - Porque o seu pai é um preguiçoso. 

  - Urgh! - ela reclamou depois de dar uma cheirada em uma meia - Issho é uma oupa shuja! Tem que colocar pa lava!

 - Então é só por no cesto ali ao lado.

  A loirinha foi com jeitinho pegar peça por peça e colocá-las no cesto, enquanto o rapaz pegava todos os embrulhos de alimentos industrializados e restos velhos de comidas - ou o que deveria se chamar de comida - no lixo.

  Quando terminaram, Len alcançou o controle remoto da televisão para a garota e se jogou no sofá para um breve descanso. Mas o mesmo durou menos do que ele imaginava. Seu celular no bolso da calça tocou e ele teve que atender:

  - Alô.

 - Como foi que você perdeu a minha filha no metrô?!

  - Oi pra você também Miku.

 - Não me venha com essa de "oi"! Eu pensei que poderia confiar em você! Mas, novamente, você me decepcionou!

  - Pode parar agora mesmo! - o loiro exclama irritado, se sentando no sofá - A Rin-chan está segura e é isso o que importa! Você sabe que eu não sou perfeito com crianças, então me dá um tempo!

  Enquanto os exs discutiam, a pequenina mudava os canais sem interesse por nenhum. Suspira e deixa no último a qual chegara. Ela rola um pouco no chão entediada.

 "She o meu tablet não estivesshe caeguando..." - pensa enquanto faz bico.

  - Tá já chega de reclamar e... -  Len tira o celular do ouvido e o larga num móvel, ainda com a chamada ligada. Ele senta no chão e encara a televisão animado - Não acredito! Naruto!  Nossa eu ainda não vi esse episódio! - seus olhos se enchem de estrelas.

  - Len?! Ei, Len?!— Miku tentava chamá-lo do outro lado da linha.

  A loirinha se aproxima do aparelho e diz:

  - Alô?

 - Rin-chan? Onde está o seu pai Len?

 - Vendo TV.

 — Aff, ele não muda!— faz uma pausa para mudar de tom de voz agressiva para amorosa - E então, lindinha? Como foi hoje no metrô?

 - Divetido!

  - "Divertido"?

  - Shim! Eu nunca tinha ido em um metô! É que nem um tem que faz "piuí"!

  A mãe da garota começou a rir. Rin então continuou:

  - Mas teve uma hoa que eu fiquei peocupada... No momento de desche, papai foi levado pelas as pesshoas e eu não conshegui shai.— nesse momento, o loiro trouxe sua atenção à menina - Daí na outa paada, eu deschi e liguei de um oelhão paa a Luka-chan. Eu estava com medo. - umas singelas gotas escorreram no rosto redondo e rosado da pequenina - Medo de pede o papai Len...

  - Mas anjinho, é ele que tem que cuidar de você e não o contrário. 

  - Eu shei... – funga e tenta secar os olhos com a saia do seu vestidinho branco - Shó que ele ainda é muito quiançha... She pede em metô, deixa a casha bagunçhada, she veste estanho, deixa o cabelo deshajeitado e, agoa mesmo, está vendo deshenho! - diz com um pouco de indignação. 

  - Ei, Naruto não é desenho! - ele tenta defender o seu anime sendo completamente ignorado.

  Rin sorri e continua:

 - Mesmo ele shendo tudo issho, eu vou cuida dele! Não she peocupa mamãe! Vou cuida dele poque, po mais que eu tenha conhechido ele faz pouco tempo, eu amo ele muito! - então a menininha mostra um de seus lindos, largos e inocentes sorrisos o que derretem qualquer coração.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem! Eu vou adorar ler os seus comentários!

Beijinho e até mais! (^3^)