Perto de Ti escrita por Stormy McKnight


Capítulo 5
Eu não consigo viver sem você




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No dia seguinte, abri meus olhos e acho que devia ser umas 6 da manhã. Jane ainda dormia do meu lado.

Eu me levantei e fui para o banheiro tomar um banho. Lá, entrei no Box e virei o registro do chuveiro.

Fiquei pensando na Jane enquanto a água me molhava.

Não demorou muito até que a mesma fosse acordada com o som do chuveiro ligado.

Eu abri meus olhos e quando vi, Jane estava encostada borda da porta do banheiro, e com os braços cruzados.

"Bom dia!", ela me disse após um breve bocejo.

"Bom dia", eu devolvi.

"Posso tomar banho com você?", a mesma inquiriu.

"Claro, entra ai", consenti.

Jane entrou no chuveiro e nós ficamos de frente uma para a outra enquanto a água do chuveiro molhava o corpo dela.

Eu fiquei olhando para ela.

"O que foi, Karen?", a mesma estranhou.

"Essa é a primeira vez que tomamos banho juntas", disse e logo depois sorri para ela.

Jane sorriu de volta e esfregou a mão dela no meu braço esquerdo fazendo um agrado em mim.

Me aproximei dela e encostei a minha cabeça no meio do peito dela e então a envolvi com meus braços em um abraço enquanto a água se focava em nos molhar. Jane me envolveu nos braços dela e nós ficamos ali abraçadas no chuveiro por um tempo.

"É muito bom estar com você, Jane", eu retruquei.

Jane então deu um beijo na minha testa e replicou ao meu comentário.

"Eu digo o mesmo de você, minha flor.".

"Sabe, acho que agora que eu estou com você...talvez eu deva passar as minhas coisas para cá. E então eu posso continuar a trabalhar nas minhas pinturas, perto de ti.", sugeri.

"É uma ideia maravilhosa. Eu posso passar na sua casa e pegar suas coisas e ai trazer para cá. Não vamos trazer tudo, vamos mudando ao poucos..", Jane comentou.

"Sim. Acho que por mim tudo bem.", repliquei.

"Então está certo. Eu vou preparar o café da manhã para nós e depois você me dá as chaves da sua casa e eu passo lá enquanto você fica aqui na minha. Só me diz o que você quer que eu traga para você..", a mesma me lembrou.

"Tudo bem."

Então nós fomos terminar o nosso banho juntas. Nós nos ajudamos na limpeza uma da outra. Jane passou o sabonete nas minhas costas e depois eu na dela...nos divertimos muito tomando banho juntas.

Quando terminamos o banho, nós nos enxugamos com a toalha e fomos para o quarto vestir uma roupas limpas. Jane me emprestou algumas roupas delas, que acabaram ficando um pouco largas em mim, mas não tinha outro jeito, as minhas roupas tinham ficado na minha casa quando eu me mudei pra casa de Jane.

Depois de arrumadas, descemos e Jane foi preparar o café da manhã.  Torradas com pasta de amendoim, cereal que a mesma costumava tomar e fora dividido entre nós, e Jane ainda preparou um omelete para nós.

Nós então nos sentamos e fomos tomar nosso café.

"Bem, eu fico devendo o café...", Jane comentou.

"Está tudo bem, Jane. Então...esse é o primeiro item da lista de coisas para trazer para cá, a cafeteira.", eu a lembrei.

"Vou anotar isso no bloquinho que tem na geladeira depois para não esquecer..", Jane retrucou.

"O próximo item é os meus materiais de pintura..", rebati.

"Certo. Segundo item da lista...talvez seja melhor eu chamar um caminhão de mudanças,não?"

"É, acho que sim..", assenti.

"Eu vou ver isso depois...", Jane comentou.

"Jane, está sendo maravilhoso morar aqui com você, mas...eu estou começando a ficar com saudade dos meus pais. Então...tem um telefone que eu possa usar para ligar para eles?", falei para ela.

"Tem sim, na cozinha. Fica na parede, perto da geladeira.", Jane comentou.

"Obrigada, Jane."

Então eu me levantei da mesa e fui até o telefone e liguei para os meus pais.

Demorou um pouco até a chama se completar, e então ouvi uma voz feminina em um tom um pouco cansado, afinal, era de manhã e as pessoas deviam estar acordando para irem para o trabalho delas.

Alô? Quem está falando?

"Alô! Aqui é a Karen Morgan", repliquei.

Karen Morgan?

 

Logo reconheci a voz da mulher no telefone. Era a minha mãe.

"Mãe! Sou eu, sua filha!", exclamei no telefone.

Ah, oi filha! Como tem passado?

 

"Oi! Eu vou bem, mãe", falei para a minha mãe.

Então...onde você está?

 

"Eu estou morando com uma amiga agora. A vizinha do lado da minha casa, a senhora Jane Chang. Ela é um amor, mãe. Acho que vocês precisam conhecê-la. Afinal, depois do traste do meu ex...bem, Jane tem cuidado de mim, e eu amo muito ela.", repliquei.

"Entendo. E quantos anos essa Jane tem?"

"Ela...ela tem 41 anos, e está viúva. Ela não tem mais ninguém para confortá-la depois que o marido dela morreu, sabe? E eu me dispus a cuidar dela, mãe..."

Então eu notei que o telefone ficou mudo de repente.

"Mãe? Está tudo bem ai?"

Comecei a ouvir o Reverb da minha própria voz no telefone.

Depois de algum tempo minha mãe voltou a falar comigo no telefone.

Eu ainda estou aqui.

 

"Então, mãe..." cortei.

Olha, filha. Ainda bem que você se livrou daquele seu ex, e agora você está me dizendo que você está gostando de uma mulher?

Eu achei que você gostava de garotos...

 

"Mãe, eu gosto de garotos também, mas eu prefiro mais as garotas. Eu sou bissexual.", contei a minha mãe.

Você é o quê?! Minha nossa!

 

"Mãe, eu sei que é difícil de você acreditar. Digo, eu também não tinha noção disso até eu conhecer a Jane...", eu estava quase no ponto de chorar...

Logo veio um vácuo entre nós.

...está bem, Karen. Que seja. Eu só espero que você seja feliz com quem quer que você esteja, seja garoto ou...garota. Mas, você não acha que deveria ter me contado antes sobre isso?

"Me desculpa, mãe...", as lágrimas começaram a rolar...

"Me desculpa, mãe...", eu repeti.

Tudo bem. Mas, você não poderia escolher alguém da sua idade? Precisava ser uma mulher com o dobro da sua idade?

 

O amor é tão imprevisível...ele não escolhe idade, etnia, cor...ele apenas acontece. E quando acontece, nós acabamos nos surpreendendo. As vezes nós encontramos o amor onde nós menos esperamos. Isso nada mais é do que uma jogada do Destino.

Então eu enxuguei as minhas lágrimas e falei com uma voz chorosa com a minha mãe.

"Mãe...você ainda está ai?"

Sim, eu estou Karen...quer saber? Eu acho que nós precisamos ir ai ter uma conversa com essa tal de Jane. Essa mulher só pode ser uma ninfomaníaca que está fazendo a sua cabeça para ter um romance com você e depois levar para a cama...

 

Então eu não aguentei todas aquelas palavras da minha mãe. Eu chamei a Jane para tirar o telefone da minha mão.

"Jane! Jane!", eu exclamei.

Jane veio correndo até mim, pegou o telefone e o colocou de volta na base. Eu cai sentada com os joelhos dobrados. E continuei a verter minhas lágrimas. Eu estava devastada.

Jane me envolveu com seus braços e eu chorei no peito dela.

"Me desculpa, Jane...", eu me lamentei.

"Desculpa, por quê?", Jane estranhou.

"Talvez eu...não sei, não devesse ter te conhecido.", eu balbuciei.

"Karen...você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida...", Jane declarou.

"A minha mãe disse que talvez eu devesse ficar com alguém da minha idade ao invés de você, e que...você é uma ninfomaníaca que quer me enganar para levar para a cama...", contei a ela.

"Karen, esquece isso. Você cuidou de mim, então é a minha vez de cuidar de você...nós vamos superar isso...", Jane retrucou.

"Obrigada, Jane...", balbuciei.

Jane me abraçou bem forte, quase me fazendo expelir meu coração pela boca, e eu me entreguei nos braços dela. Eu não queria que a mesma me soltasse.

Então a mesma fez um agrado em mim passando a mão na minha cabeça várias vezes.

"Talvez seja melhor eu nem ver os meus pais.", minha voz foi um pouco abafada no peito de Jane.

Jane me soltou e então eu repeti o que havia dito.

"Talvez seja melhor eu nem ver os meus pais...", falei para ela.

"Talvez seja melhor você ver. Eu sou uma mulher adulta, eu posso convencê-los a deixarem eu ficar com você.", Jane falou determinada.

"Não, Jane. Deixa isso para lá. Eu quero estar com você, e não ligo para o que os meus pais possam achar de mim. Eu não quero vê-los.", eu contestei.

"Jane...eu só peço que fique comigo, independente do que as outras pessoas achem de nós.", eu pedi a ela.

"Eu sempre estarei do seu lado, Karen. Eu só acho que você precisa encarar seus problemas, e não fugir deles. Eu também não sou nenhuma tola apaixonada.", Jane rebateu.


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Notas finais do capítulo

Eu retirei da postagem as últimas partes pois, também um contexto religioso.

PS: Já escrevi mais 2 capítulos. Porém, ainda estou incerto quanto a postá-los aqui. Resolvi me dedicar a escrever mais para mim mesmo, pois estou gostando muito dessa trama, então...vou postar só mais os capítulos 4 e 5 aqui. Vou demorar a fazer mais capítulos depois do 6 e 7.



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