FEITOS UM PARA O OUTRO: Para Sempre escrita por Denise Reis


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Viva a amizade!! Eu amo a amizade entre Lanie e a Kate e o pensamento a seguir se adequa a amizade das duas:
“A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso PESAR o que se PENSA, nem MEDIR o que se DIZ.” (George Eliot)

O capítulo é longo, mas preferi não dividi-lo, portanto, como deu muito trabalho para escrevê-lo, eu me sinto à vontade para dar uma dica: só comecem a leitura se puderem ler cada uma das letrinhas e captar a intenção de cada sentença. Ler “por cima” vai ficar sem sentido.
Eu amo o amor CASKETT!!!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736551/chapter/36

Era final do dia de uma quarta-feira e Katherine Beckett estava estava confortavelmente instalada na sua poltrona reclinada de sua sala do distrito e tinha acabado de teclar o “enter” no seu computador a fim de encaminhar o relatório do terrível caso que encerrara.

Estava cansada!

Os casos de homicídio estavam horríveis e difíceis de solucionar e essa situação já durava várias semanas. As pessoas estavam cada dia mais perversas e ao invés de utilizarem seu tempo praticando o bem ao próximo, usavam esse tempo para inventar meios mirabolantes de assassinar, roubar, machucar e tudo de ruim que somente um monstro seria capaz. Mas Katherine Beckett e sua equipe conseguiram capturar aqueles trastes. Deu muito trabalho, mas conseguiram.

Esgotada, KATE PÕE AS MÃOS NA CABEÇA dando graças a Deus que aquela tarefa estava, finalmente, concluída e que conseguiram pôr os culpados atrás das grades.

Ela desfiou os cabelos com os dedos e pensou alto...

— Deus! Estou exausta! Estou louca para ver meus filhos. Preciso vê-los para recarregar minhas energias e me alegrar... Vou encher a banheira da minha suíte e chama-los para a “farra do banho”. Eles vão adorar! – ela riu sozinha de felicidade ao se lembrar das vezes que fizera isso. Aquilo era milhões de vezes mais eficiente do que qualquer fortificante, estimulante ou qualquer outro remédio que desse uma alegria ou força artificial e provisória — Pena que o Rick só vai chegar depois que eles já estão dormindo, porque o “Jornal das 20 Horas” termina às 21 e até ele chegar em casa ainda demora. – Seu coração apertou de saudade de Rick e das crianças e um nó na garganta se formou e seus olhos se encheram de lágrimas.

Consultou o relógio e viu que eram dezesseis horas. Sua jornada ainda não havia terminado, mas iria para casa. Falaria com a Capitão Gates que estava exausta. Estava também morrendo de fome, pois não conseguira almoçar e ficara apenas tomando um copo de café atrás do outro. Errado, ela sabia, mas precisava botar pelo menos algo no estômago.

Arrumava sua mesa para ir embora quando Lanie entrou em sua sala. A médica era a cara da felicidade.

— Amiga, o dia hoje foi tão corrido e tão conturbado que nem conversamos nas vezes em que você foi ao Necrotério. – Lanie se sentou na poltrona em frente à mesa de Kate e piscou o olho.

— Ah, senta aí e fica à vontade – Kate zombou ao ver que a amiga já tinha se acomodado.

— Obrigada! – Lanie riu ao ouvir a zoação da amiga.

— Lanie, eu estou morta de cansada e não vejo a hora de ir para casa e ver as crianças.

— Vou marcar um dia para levar meu afilhado e a Alexis para passear. Eu e o Javi. – Lanie fez uma pausa e com um olhar e uma entonação bem teatral, ela prosseguiu — Aliás, eu e o meu noivo... — e riu ao ver Kate boquiaberta.

— Ãããhhnn!!?? Você e o Espo ficaram noivos e aquele bandido não me falou nada? – Kate ralhou de forma divertida — E você, eihm, mocinha, que não me falou nada o dia todo? – Kate bronqueava e ria ao mesmo tempo, pois estava muito feliz com a notícia do noivado da amiga — Conte aí, quando foi isso? – Kate se levantou para abraçar a amiga.

As duas amigas se abraçavam emocionadas e ao se separarem, Kate não retornou para sua cadeira, se sentando na poltrona gêmea, ao lado da Lanie. Então a médica começou a relatar — Foi ontem à noite... Aquele latino lindo e gostoso me levou para jantar num restaurante fino, só você vendo... Ele não é o seu jornalista bilionário, mas ontem ele fez uma extravagância...

— Lanie! Deixe de ser chata!

— Ok! – simulou estar comportada e riram muito — Bem, voltando ao assunto do meu noivado... Depois do jantar ele me levou ao Central Park e fizemos um passeio de carruagem bem careta... Hey, não me olhe assim... – Lanie ria — Foi bem cafona mesmo... Não vou mentir..., mas confesso que eu amei... E nesse passeio ele fez a proposta. Ele tirou a caixinha do anel do bolso e perguntou se eu queria me casar com ele. Claro que eu disse “sim”, né, amiga.

— Ah, Lanie! Que lindo! – Kate esticou sua própria mão para pegar a mão da amiga e examinar o anel de noivado — Uaauuwww! Que lindo o seu ANEL DE NOIVADO DA AMIGA, amiga!

— Não é igual ao seu, mas...

— Amiga, pare de falar do seu noivado se referindo a coisas materiais. E daí que a minha aliança é diferente da sua? O que importa é o amor! Tenho certeza que o Espo te ama, como o Rick também me ama. O amor é o maior bem que podemos ter. Este anel – ela mostrou seu anel de noivado — está aqui porque o Rick é louco. Eu falei com ele que eu queria um bem simples... E o pior é que eu falei isso no dia em que ele me entregou lá na casa dos meus pais, na frente de todo mundo e a Martha e minha mãe até ralharam comigo e ele ficou magoado. Eu até me arrependo... Mas eu falei com ele que não devemos medir o tamanho da joia pelo tamanho do amor ou o tamanho do amor pelo tamanho da joia. Não importa se o anel de noivado seja uma bijuteria ou uma joia de milhões de dólares, sabemos que na verdade, é simbólico, enquanto que o amor, com ou sem anel, é verdadeiro. – Kate ralhava de forma amorosa com Lanie e, sem perceber, lágrimas desciam pelas suas faces e passou as mãos para secá-las.

— Oh, Kate! Desculpe! Você me conhece. Eu não estava dando prioridade a coisas materiais, tipo, aliança maior ou menor... Eu estava brincando somente para pegar no seu pé... Mas não precisa chorar, amiga. – Lanie se aproximou e abraçou a detetive.

— Ah, Lanie, desculpe eu estragar este momento tão lindo. É que ultimamente eu estou muito sensível. – secando as lágrimas, ela continuou falando — Eu te juro que estou muito feliz por você e vamos comemorar. Vou fazer um jantar lá em casa para você e para o Espo!

— Nunca vi você chorar assim, Kate. Você está sensível demais, né?

— Ah, amiga, muitas mudanças na minha vida... O meu casamento com o Castle; O Gustavo pedindo para o Rick ser o pai dele e ele feliz da vida com isso e depois a descoberta que o Rick é o pai biológico; A Alexis pedindo para eu ser a mãe dela e eu amando isso; Mudança de vida; Mudança de casa; Triagem das coisas para a mudança; A abertura do processo para adoção da Alexis, que tem que ter a concordância da Meredith; O processo de reconhecimento de paternidade do Gustavo; A reforma dos quartos das crianças; São muitas coisas novas na minha vida privada. Já aqui no distrito tem o meu concurso que já tem mais de um ano e nem sinal de novidade. Pelo menos eu estou como chefe dos detetives, não é? Estou cansada! E o caso de hoje, você viu, três mortes terríveis! Duas crianças e uma mulher e isso me abalou muito. Estou com saudades dos meus filhos, do Rick e louca para dar um abraço em cada um deles... – voltou a chorar.

— Huuumm!!! – Lanie estava agora recostada na sua poltrona e observava a amiga — Kate você está estranha... Já notei isso há alguns dias e não falei nada, mas hoje a coisa tá séria... Eu sei que você me ama e adorou a notícia do meu noivado. Sei também que todas essas novidades na sua vida amorosa e familiar mexem com você. Sei ainda que você é amorosa, ama seus filhos e o jornalista, mas você não é manteiga derretida... Nunca vi você chorar de saudade do seu filhote, muito menos por um caso de homicídio... Você até fica sensibilizada com muitos deles, mas chorar? Nunca vi... Você quer me contar algo? – Lanie cobrava uma explicação — Tem alguma novidade para me contar?

 

Respirando fundo para recuperar o controle, Kate passou as mãos nos olhos com cuidado para enxuga-los e não borrar a maquiagem e sem maldar a pergunta da amiga, Kate continuou explicando — Eu já te disse, Lanie. Estou cansada. É só.

— Você me conhece e eu não tenho meias palavras. Como sempre, vou ser direta e não vou perguntar, eu vou afirmar. Kate, você está grávida.

Aquela afirmativa mudou completamente o estado de espírito de Kate e ela ficou irritada — Lanie! Se outra pessoa me dissesse isso eu até relevava, mas você, amiga? Logo você que sabe o sufoco que eu passei ao descobrir que eu não posso mais engravidar!? Ah, tenha a santa paciência! – Kate se levantou e não conseguiu esconder sua chateação e seguiu de volta para sua cadeira giratória. Uma chateação com um misto de tristeza por conta do assunto ser tão doloroso.

Lanie se levantou e deu a volta na grande mesa de Kate e foi até ela e a puxou para um abraço apertado e foi correspondida. — Ah, amiga. Desculpe! Eu não fiz por mal. É que por você ser toda durona, toda forte e saber lidar muito bem com estes crimes que passam por suas mãos todos os dias, eu fiquei surpresa quando te vi tão emotiva e não tive como evitar e comparei... Você está com os sintomas nítidos de gravidez... Mas não vamos mais falar sobre isso.  – Lanie fez um carinho nos cabelos de Kate — Hey, bote um sorriso nesta cara linda e olhe mais um milhão de vezes para o meu anel de noivado, fale que ele é lindo de morrer e comece a me paparicar porque estou precisando. Vá, comece a me fazer um monte de perguntas invasivas, daquelas que todas as pessoas inconvenientes fazem para as noivas... Esperei tanto para ouvir isso... Tipo, quando vai ser o casamento? Pergunte se vamos viajar na lua de mel... Aonde eu e o Javi vamos morar? Quando virão os filhos...  – a médica zoou com o objetivo de fazer a amiga sorrir e conseguiu, pois Kate passou a gargalhar.

— Só você mesma, Lanie, para mudar meu humor de zero para um milhão... – Kate ria muito — Então, me diga, para quando é esse casório, eihm? Será que seu casamento vai sair antes do meu? E o vestido de noiva? Vai ser branco ou vermelho? Ou preto!? Ou roxo!?

As duas amigas riam muito, como sempre, e Lanie começou a explicar com detalhes a todas as perguntas que a detetive fazia até que a médica fez uma pergunta para a detetetive — E o seu vestido de noiva, Kate?

— Lanie, você não se esqueceu que marcamos de irmos juntas para eu escolher o meu vestido de noiva, não foi? Minha mãe, a Martha e a Alexis também vão.

— Imagina se eu ia esquecer uma data tão especial. O dia em que minha melhor amiga vai escolher o vestido de noiva dela. Combinadíssimo!!! – Lanie estava sendo sincera — E a igreja e a festa, eihm? Não mudou nada, não é? Tudo no mesmo lugar e na mesma data, não é?

— Lanie, mesmo que eu quisesse mudar, eu não conseguiria, pois foi uma luta conseguir aquela igreja e o local da festa, porque está muito próximo e estava tudo tão lotado.

As duas conversavam quando a porta da sala de Kate se abriu e a Capitão Gates entrou, como sempre, muito sisuda.

Economizando sorriso, Gates se dirigiu para Lanie — Boa tarde, Dra. Lanie Parish – ao receber de volta o cumprimento da médica, a Gates se dirigiu para Kate — Detetive, venha até minha sala. – Sem sorrisos e sem dizer mais nada, Gates saiu da sala do mesmo jeito que entrou: Séria.

— Cada dia mais simpática, né? – Lanie se referiu com ironia a Gates e sorriu para Kate. — Vá lá falar com a Miss Simpatia, vá, amiga. – De repente, Lanie reparou na palidez da amiga — Hey, Kate, você está pálida!

— Estou com fome... Mas não saia daqui... Espere... Não devo demorar.

Kate se apressou e seguiu para a sala da Gates.

— Sim, Capitão! – Kate se apresentou. Gates não mandou Kate se sentar, então a detetive ficou de pé em frente a mesa dela.

Economizando nas palavras e na simpatia, Gates foi direta — Kate, eu recebi uma ligação telefônica da Central de Polícia e me incumbiram de te comunicar que a partir da próxima segunda-feira você será a Capitã da 12ª DPNY. Eu trabalharei na Corregedoria Geral e cuidarei de todos os Capitães de todas as delegacias. Ou seja, quando você precisar de apoio, de qualquer nível, vai pedir a mim.

— Jesus Cristo! – Kate ficou pasma — Esta notícia me pegou de surpresa. Foi tão de repente...

— Você acha mesmo que foi assim tão de repente? – Gates foi ácida — Já tem mais de um ano que você passou no concurso... Quem estava aqui na época era o Capitão Montegomory... E ele te nomeou a chefe de todos os detetives deste distrito, com sua própria sala, enquanto não havia uma delegacia para ser sua.

— Ah, tá... – a frieza da Gates incomodava a todos, inclusive a Kate e por infelicidade, a emoção tomou conta de seu corpo, tirando-lhe o tônus postural... Sentiu a vista turva e uma fraqueza repentina.

Kate desmaiou.

— Dra. Lanie Parish! – Gates gritou a plenos pulmões e rapidamente a médica adentrou a sala acompanhada de outras pessoas que também ouviram os gritos.

Ao ver sua amiga desmaiada, Lanie pediu para que Ryan e Javier a carregassem até o sofá.

Muito rapidamente, Lanie mandou chamar a equipe médica de emergência, enquanto isso, como não portava estetoscópio, usou as próprias mãos para investigar a pulsação da amiga e pode perceber que, apesar dos batimentos cardíacos estarem fracos, era visível que o mal-estar era passageiro.

— O que foi que houve aqui, Capitão Gates?— Lanie indagou — Ela se aborreceu?

— Não! Longe disso! Eu comuniquei a ela que a partir da próxima segunda-feira ela será a nova Capitão do distrito.

— Ah, tá explicado!

A equipe médica chegou e muito rapidamente fizeram procedimentos para que a Kate recobrasse a consciência e assim que a moça abriu os olhos, Kate, sendo Kate, ao invés de cuidar da saúde, olhou para Gates — Capitão Gates, como vai ser a transição das minhas atividades? Como...

Tomando à frente, Lanie respondeu — Hey, mocinha, você acabou de desmaiar, então, vou te levar para casa e amanhã a Capitão Gates te informará o que você precisa saber.

— Lanie! – Kate a repreendeu.

— Detetive Beckett, por mais que eu não queira admitir, tenho que concordar que a Dra. Parish está certa. Amanhã conversaremos melhor. Quero que saiba que apesar de saber que você está capacitada para exercer sua nova atividade, estarei com você para toda e qualquer orientação. Não te deixarei sozinha na toca do leão.

— Ah, tá... – Kate assentiu.

— Até amanhã e parabéns! – Gates continuou seca. Não era por ruindade, era o jeito dela.

Já recuperada, Kate retornou à sua sala e lá foi abraçada pelos amigos que a parabenizaram pelo novo cargo.

— Deus! – Kate respirou fundo ainda nem acreditando na notícia e começou a mexer na sua mesa — Tenho que arrumar aqui...

— Ops! – Lanie a puxou para o lado, como se Kate fosse uma criança — Amanhã você faz o que você quiser aqui nesta sala, porque agora você vai embora. Vou te levar para sua casa. Eu sei que seu nome é “trabalho”, garota, mas você passou mal.

— Mas Lanie... – Kate tentou contestar.

— Nem adianta protestar porque vou fingir que não estou ouvindo, então, nem perca seu tempo.

Revirando os olhos, mas reconhecendo que a amiga estava certa, Kate obedeceu e seguiu a amiga até o elevador e juntas, foram até a garagem. Quando a detetive ia na direção do seu carro, Lanie a puxou pelo braço — Não senhora. Você não vai dirigir. Eu vou te levar no meu carro.

— Mas Lanie...

— Nem vou falar mais nada. – Lanie abriu a porta do carona para Kate entrar e, dando a volta, sentou à direção e seguiu para o loft. – Ligue para o seu marido...

— O Castle ainda não é meu marido...

— Mas vai ser.

— OK! Eu não posso falar com ele agora, porque neste horário eu sei que ele está na reunião diária da pauta do jornal e ele fica incomunicável e desliga o celular.

— Então deixe uma mensagem no WhatsApp, garota. Quando ele ligar o aparelho, ele vai encontrar.

— Ah, Lanie, eu não quero que ele apresente o jornal preocupado comigo. Eu nunca fiz isso.

— Você já pensou na hipótese de que ele nem queira apresentar o jornal caso ele saiba que você passou mal?

Kate deu um sorriso fraco — Não existe essa possibilidade, Lanie. O jornal é a vida dele.

— Eu te amo, mas tenho que reconhecer que você é uma toupeira mesmo! – Lanie ralhou — Acorda, Kate! A vida do Castle é você e as crianças! Quando ele chegou à emissora, o Jornal já existia e vai continuar existindo, com ou sem ele. E ele vivia muito bem, obrigada, antes do jornal e vai continuar vivendo depois que sair de lá. Já com relação a você e as crianças a situação é completamente diferente... Meu amor, tá na cara que ele não vive sem vocês. O homem é louco por vocês. Então, amiga, manda uma mensagem de voz agora, antes que eu pare o carro, pegue seu celular e eu mesma mande uma mensagem para o seu jornalista. A escolha é sua. Sua voz ou minha voz, eihm? – Lanie falou com amor, mas usava um tom de voz enérgico.

Mais uma vez reconhecendo que a amiga estava certa, Kate assentiu. Abriu sua bolsa e pegou o celular e acessou o WhatsApp e gravou uma mensagem para o noivo — Oi, amor, eu sei que você está ocupado, mas é que eu passei mal... – Kate olhou para a Lanie e viu a cara de ameaça dela, então resolveu confessar o que havia acontecido— Eu não ia te dizer, mas a Lanie está me obrigando a te contar tudo... Eu desmaiei. É... Eu desmaiei. Mas agora eu estou bem. Pode ficar tranquilo, viu, e apresente o jornal tranquilo... Quando você chegar em casa a gente conversa. Te amo! Always! – deu o comando para encaminhar a mensagem de voz e olhou para a amiga — Satisfeita, Dra. Lanie?

— Para ser bem franca, “não”. Eu não estou satisfeita porque eu queria ir lá na emissora e arrancar o Castle da reunião...

Kate interrompeu a amiga — Lanie, o mundo não gira em torno de mim, sabia?

— Nem estou te ouvindo... – Lanie fingia não ouvir — Amiga, eu quero que você faça um teste de gravidez. Vou te levar para uma clínica...

Enfurecida com o retorno do assunto que lhe afligia, Kate a interrompe e acusa — Ah, já sei. Você quer que eu fique agitada, não é?

— Nem estou te ouvindo... Já que você não quer que eu te leve em uma clínica para fazer um exame de sangue convencional de gravidez, eu vou encostar o carro em uma farmácia que tenha atendimento “Drive Thru” para comprar testes simples de farmácia.

— Lanie, pelo amor que você tem por mim, amiga, não me deixe passar por isso. Você sabe o quanto eu sofri ao ouvir o diagnóstico bombástico e o sufoco que eu passei e o milagre que foi eu ter engravidado. – Kate chorava.

— Kate eu nunca te falei nada porque esse assunto era o maior tabu para você. Mas você nunca se perguntou como conseguiu engravidar, já que, teoricamente, você tinha uma infertilidade reduzida e ameaçada? Lógico que eu sei que o Gustavo é seu filho... Apesar da maioria das características físicas serem do Castle, ele tem muita coisa que herdou de você, ou seja, todo mundo sabe que seu tratamento não foi de doação de embriões e sim, doação apenas de espermatozoides. Mas amiga...

— Lanie, eu ainda não consigo falar sobre isso. Outro dia eu te prometo que converso contigo, mas hoje ainda não. Por favor. Em nome da nossa amizade..., “não”!

Houve alguns segundos de silêncio e Kate percebeu que Lanie pegou o caminho do loft — Ok, amiga. Vou te levar para casa.

Em menos de dez minutos Kate e Lanie já estavam no loft — Vá tomar um banho relaxante, Kate, que eu vou te preparar algo para comer.

— Primeiramente eu vou ver as crianças...

— Ops! Nada disso! Você é linda, mas está pálida e com os olhos inchados e borrados de maquiagem... Chorou muito. Olhe para o espelho – Lane girou o corpo da amiga na direção do espelho. — Seus filhos vão estranhar e você sabe, criança percebe longe as coisas e vão ficar preocupadas.

— Nossa! Estou horrível! – Kate tentava com as mãos melhorar a aparência, mas não obtinha êxito.

— Você está uma versão linda de urso panda!

— Ah, como você é gentil, amiga! Obrigada! Animador saber disso. – Kate ironizou e até riu.

Aquela comparação ao panda levou as amigas a rirem e o clima ficou leve.

Assim que entrou em seu quarto Kate avisou que iria realmente correr para tomar banho antes que as crianças as vissem e Lanie correu para preparar algo para sua amiga comer.

Em menos de vinte minutos Kate já estava de banho tomado, corada, cheirosa e linda com um vestido vaporoso e, sentada à mesa, se alimentava na companhia da amiga, de Martha e dos filhos que contavam as novidades da escola. Kate, a sogra e Lanie riam com a esperteza das crianças.

O suave barulho de chave no trinco da porta principal, chamou a atenção de Kate.

Ao avistar o noivo ela consultou o relógio de pulso e viu que os ponteiros ainda nem marcavam dezoito horas e ele nunca chegara neste horário e isso a assustou.

Kate dirigiu seu olhar para sua amiga e esta arqueou as sobrancelhas e torceu os lábios em sinal de culpa.

Rapidamente Lanie se levantou pegou sua bolsa, beijou, cada uma das crianças, deu um aceno para Martha, foi até Kate e beijou a face da amiga e falou — Eu te amo, amiga.

Antes mesmo de receber resposta, foi até porta da rua que ainda estava aberta, mas antes de sair ela falou com o Castle — Ela é toda sua, Bonitão.

Antes da Lanie sair, Castle a abraçou e deu um beijo estalado na face direita dela — Você é o máximo, Lanie. Valeu! Eu te amo.

Lanie saiu e a porta foi fechada.

As crianças saíram da mesa e correram na direção do pai e fizeram festa por vê-lo ali naquele horário. Ele beijou e abraçou os filhos, mas, disfarçando bastante sua agonia, ele pediu ajuda à sua mãe — A vovó quer mostrar uma coisa para vocês na sala de jogos, não é mamãe?

Muito vivida, Martha logo percebeu que algo estava acontecendo. Contudo, mesmo sem entender o que se passava, prosseguiu a encenação que o filho começara — Venham crianças, que a vovó tem novidades.

As crianças seguiram a vovó Martha.

Sozinhos na sala, Castle se aproximou de Kate e a fez se levantar da cadeira e a puxou para um abraço apertado. Ficaram em silêncio. Após alguns segundos ele a afastou um pouco, apenas para olhá-la — Eu te amo, Kate, e esta foi a primeira vez que eu percebi como é longa a distância da emissora de TV até aqui em casa.

— Por que você está aqui em casa a essa hora, Rick? Você não vai apresentar o “Jornal das 20 Horas”?

— Nada no mundo é mais importante do que minha família. Como você acha que eu iria conseguir apresentar um jornal de TV sabendo que minha mulher estava passando mal? Sem chances, Kate. Sem chances. Claro que existem jornalistas capazes para me substituir. Mas vamos deixar o jornal de lado e me conte o que aconteceu. – ele a abraçou apertado.

— Como você soube?

— Resumidamente... A Lanie telefonou para o Departamento de Jornalismo, ou seja, o departamento onde eu sou o Diretor. Claro que ela não conseguiu falar comigo, de imediato, porque eu estava em reunião de pauta com a equipe. Então, ela falou com um dos meus assistentes. Ela se identificou como sua médica e informou que você estava passando mal. Disse que você desmaiou e que ela, como médica, precisava com urgência falar comigo, mas que o meu telefone celular estava desligado por conta da reunião de pauta, etc, etc, etc. Lógico que o meu pessoal pensou que podia se tratar de um trote, mas não quiseram arriscar. Eles sabiam que a repreensão por interromper a reunião por um trote seria “nada” em comparação a não passar uma ligação de emergência relacionada a você e as crianças. Graças a Deus que eles interromperam a reunião.

— Rick...

Ele a interrompeu — Ao ouvir a voz da Lanie eu gelei, pois vi que não era trote, ou seja, realmente havia acontecido algo com você. Sem pensar duas vezes eu me levantei para ir embora. Eu apenas avisei ao pessoal que iria embora e indiquei um jornalista para me substituir na bancada. Mais uma vez, chega de falar do meu trabalho. Ainda bem que estou aqui. Então, amor, vejo que graças a Deus você está corada. Mas me conte o que aconteceu. – Ele era amoroso e a conduziu até o sofá, onde se sentaram.

— A Lanie não te contou? – ela sondou para saber o que exatamente a Lane tinha contado e esperava que ela não tivesse levantado a hipótese de ela estar grávida.

— Sim. Ela me contou tudo. A Lanie me contou tudo, desde o momento em que você se derramou em lágrimas na sua sala, falou também que você desmaiou na sala da Gates, falou que você é teimosa... Para ser mais sincero, ela falou que você é uma toupeira... – ele riu e deu um selinho nela — A Lanie falou também que ao chegarem aqui, ela percebeu que você já estava melhor e ela te mandou tomar um banho revigorante e disse, por fim, que iria preparar uma refeição para você porque você não havia almoçado. E para encerrar, quero te dizer que ouvi sua mensagem do WhatsApp e por ter ouvido sua voz tão linda, eu fiquei menos tenso.

Fazendo uma expressão de surpresa diante de tantas notícias em tão poucas palavras — É... Você foi bem sucinto... Até que você é um bom jornalista. – ela o provocou.

Aceitando a provocação, ele pilheriou — Já que não vou apresentar o “Jornal das 20 Horas” e não irei fazer na TV a chamada do jornal nos intervalos comerciais das dezenove horas, então fiz aqui, especialmente para você, a chamada dos assuntos que nós dois vamos falar hoje à noite. E o interessante é que falei diante de duas câmaras mais lindas do mundo... Seus olhos verdes. – ele deu um selinho nela.

— Ah, tá. – Kate se aconchegou nos braços dele e arriscou uma pergunta — A Lanie falou mais alguma coisa?

— O que, por exemplo, ela deveria ter me contado?

— Nada! Nada não. – Kate disfarçou.

Castle a afastou um pouco mais.

De forma séria, mas sem ser rude, ele a admoestou — Kate, eu pensei que não haveria mais segredos entre nós dois.

— A Lanie é uma delatora, isso sim. – ela se queixou.

— Não, Kate. A Lanie não é uma delatora. Ela te ama. Ela também ama e respeita a relação de amor que eu e você temos.

— Na verdade, Rick, eu tenho certeza que a Lanie trouxe à tona um assunto que está morto e enterrado. Eu falei com ela que não era para interromper seu trabalho. Eu não queria que você apresentasse o telejornal com preocupação familiar na cabeça. Eu também falei para a Lanie que o que ela aventou é impossível e que eu detesto falar sobre isso. Detesto! Passaram-se cinco anos, mas ainda é um assunto muito doloroso para mim.

— Então...

— “Então”, o que, Rick?

— Kate, eu estou esperando. Não estou falando com uma criança. – Castle continuava amoroso, mas insistia. — Eu preciso que continue havendo confiança entre nós. Isso é essencial na vida de um casal. Confiança!

Respirando profundamente, Kate tomou fôlego e de uma vez só falou — A Lanie acha que eu estou grávida.

— E você não iria me falar... É isso?

— Claro que eu não iria te falar, Rick.

— Então você confirma que não ia me falar...

— Sim, eu não ia te falar porque eu não estou grávida. – ela declarou como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo — Simples assim. Você acha o que, que eu ia te falar que “achava” que estava grávida..., aí você ia vibrar de alegria, talvez até me contagiasse com sua alegria e aí depois eu faria exame ou o teste de farmácia e ia estar lá, “negativo”. Ah, Rick, faça-me o favor! Eu não ia me prestar a isso e muito menos submeter a você, o homem que eu amo, a um constrangimento desse. Muito frustrante. Esse baque poderia muito bem prejudicar o nosso relacionamento. Nós já não conversamos sobre isso? Nós já não estamos felizes com os nossos dois filhos? E melhor ainda, nós descobrimos que o Gustavo é seu filho biológico. Então...

— E se eu te pedir para fazer o exame?

— Rick... – ela estava emocionada. — Eu tenho medo e não quero te perder.

— E se eu te prometer que nada no mundo, nem mesmo este exame, vai afetar o nosso relacionamento? Só existem dois resultados... Ou “positivo” ou “negativo”. Simples. Kate, eu te amo, e não vai ser um exame que vai alterar isso. Você acha o que, que meu amor vai evaporar se aparecer o resultado “negativo”, é isso? Que espécie de amor você acha que eu sinto por você.

— Eu...

— Kate, nós precisamos disto agora. Aliás, como eu não posso obrigar você a fazer o exame, você apenas tem que concordar em fazer.

Um silêncio se fez na sala, mas Castle não deixou que ele se prolongasse.

— Kate, pense uma coisa... Caso você realmente esteja grávida, mas se recuse a fazer o exame, daqui a dois ou três meses sua barriga vai crescer e antes disso, vamos perceber as mudanças do seu corpo. Os seios, por exemplo, aumentam de tamanho e ainda tem as alterações hormonais que interferem no humor, no seu sono e pode acontecer também a queda brusca de pressão, que foi o que aconteceu hoje na delegacia, estou certo?

— O que aconteceu na delegacia, amor, foi que a Capitão Gates me deu a notícia que a partir da próxima segunda-feira eu vou ser a nova Capitão do Distrito e isso me emocionou. Foi isso. – Kate deu a notícia sem muita animação.

— Ah, quer dizer que agora a senhora é a Capitão Beckett e daqui a alguns meses, será a Capitão Castle, é isso? – sem esperar resposta ele a abraçou forte — Parabéns, meu amor! Que Deus abençoe sua nova jornada! – ele deu um leve beijo nela. — Te amo e fiquei muito contente com esta notícia. Mas, sem tirar o brilho da sua nova condição de Capitão, eu preciso que você concorde em fazer o exame de gravidez.

— Faz o seguinte... Só para você não ficar preocupado à toa, eu vou amanhã fazer esse tal exame, mas saiba que isso me deixa muito mal... – ela começou a chorar — Isso me deixa muito triste porque vou ter que ver a palavra ou o sinal “negativo” no resultado e isto é a repetição da constatação que eu não posso mais ter filhos. Eu não posso mais te dar outro filho.

— Meu amor – ele a acalentou nos braços e percebeu que, realmente, ela estava mais sensível do que o normal — Não fique assim. Pense que é apenas para investigar o seu estado de saúde. Pense comigo... Não é normal você ficar chorando por coisas que normalmente você não choraria. Ah, outra coisa interessante, que eu nem falei com a Lanie... Você tem estado muito sonolenta e isso também não é o seu normal. Não é também normal você desmaiar, mesmo que você esteja com fome... Aliás, depois quero falar com você sobre esse seu hábito de não almoçar, viu, mocinha? – ele a repreendeu — Você tem dois filhos para cuidar e se você não almoçar, fica doente e não vai poder ficar com eles e, óbvio, eles vão ficar aflitos te vendo doente.

— Eu nunca fiquei sem me alimentar ao meio dia, Castle, mas é que ultimamente, quando eu entro no restaurante para almoçar, o cheiro da comida me embrulha o estômago. E muitas vezes, só em pensar na comida, eu já fico enjoada. Então eu saio correndo e não como.

Castle não conseguia esconder o sorriso e isso não passou despercebido por Kate — O que foi que eu falei de tão engraçado, eihm?

— Ah, Kate, você é tão inteligente e nestes dias você está tão lentinha...

— Você quer dizer que eu estou burra, é isso mesmo?

— Não! – ele riu — Eu falei “lentinha”.

— Ainda não entendi porque você está me chamando de “lentinha”, ou seja, de “burrinha”... Mas vou deixar passar.

Castle não se aguentou e gargalhou diante da queixa dela e ela gargalhou junto com ele.

— Vá, seu sabichão. Já que eu não estou entendendo, “desenhe” para que a “lentinha” aqui possa entender... – ela fez aspas com o dedo no momento em que falou a palavra “desenhe” e “lentinha”.

Ela própria riu diante do trocadilho e ele riu junto.

— Veja bem, eu vou repetir... ou melhor... vou “desenhar” as coisas que estão acontecendo com você e depois você mesma faz a conclusão, ok? – ela fez que “sim” com a cabeça e ele continuou — Primeiro item, você tem chorado por situações normais do seu quotidiano. Segundo item, você desmaiou no trabalho. Terceiro item, você tem estado com sono o tempo todo ou pelo menos mais tempo do que antes. Quarto item, você tem sentido náuseas ao sentir ou pensar no cheiro de comidas no horário do almoço. Quinto item, você está “lentinha”.

O silêncio voltou a tomar conta e, mais uma vez Castle o quebrou — E aí, Kate, estes sintomas te lembram de algo?

— Sim. – ela falou baixinho — São sintomas de gravidez. Eu não havia percebido, talvez porque eu sei que não posso engravidar...

— Kate, você bem sabe que existem mulheres que não sentem nenhum sintoma durante a gravidez e já outras sentem todos. Então, amor da minha vida, você agora concorda em fazer o exame? Pense assim. Eu vou enumerar. Primeiro ponto: Se você “não estiver” grávida, poderemos começar a investigar esses sintomas para saber o que está acontecendo com você. Quanto antes investigarmos, melhor e mais rápida a cura. Lembre-se que eu não consigo nem pensar na hipótese de minha vida sem você. E pense também nos nossos filhos... Eles precisam de você saudável. Eles são crianças e precisam de uma mãe saudável. E ainda tem o segundo ponto, Kate. Caso você esteja grávida, vamos correndo cuidar desse bebê o quanto antes e procurar investigar como ele está e mais um monte de coisa. Meu amor, isso é muito importante... Se você não pode engravidar, e ele está aí, temos que cuidar dele da melhor forma possível. – ele fez um carinho na barriga dela e ela se emocionou.

— Ah, Rick, você falando assim e acariciando minha barriga eu fico até mal... Se der negativo, eihm? É pior do que eu pensava... Sem bebê e com doenças... E a Alexis e o Gustavo...

— Meu amor, vamos pensar somente nas coisas boas. Por exemplo: E se der positivo? Mais um bebê para abrilhantar nossa família. Só vamos saber se você fizer o exame.

— Ok! Eu aceito. Eu faço o exame. Eu vou amanhã... – Kate respirou fundo e se deu por vencida— Tudo bem... Tudo bem... Tudo bem, Rick. Tem exame de gravidez que pode ser feito a qualquer hora do dia... Podemos aproveitar e ir agora e a Martha fica com as crianças.

Assim que a Kate terminou de falar o Castle retirou do bolso interno do paletó um saquinho de farmácia e entregou a ela.

— O que é isso?

— Abra você mesma e veja.

Kate abriu a embalagem da farmácia e se deparou com quatro caixinhas de teste de gravidez.

— Sério, Castle!? Quatro caixas de testes?

— Seríssimo! Quatro marcas e laboratórios diferentes. – ele sorriu — Vamos para nosso quarto, mulher, para você fazer esses testes.

Castle se levantou do sofá e a puxou com delicadeza e, de mãos dadas seguiram até o quarto deles.

 

Continua...

 

“O amor, para durar, tem de ser também confiança, também estima. Isto é, deve adquirir algumas das propriedades da amizade.” (Francesco Alberoni)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

IMAGENS DO CAPÍTULO:
1-) https://n12.picjoke.net/useroutputs/3324/2017-08-11/12-pt-32092481436b71e9828cc13c5ccbf269.jpg

2-) https://picjoke.org/process.php?lang=pt&clipart_id=3324&date=2018-09-14&picname=1-pt-0cbceec687a73bcfa23362aad68e4d3c.jpg

3-) https://n12.picjoke.net/useroutputs/3324/2017-08-11/12-pt-ffb5ab6d8f8a17abc6e54fe1b8f8f692.jpg

https://gossipandgab.com/wp-content/uploads/2014/10/Castle-7x3-Lanie.jpg

https://n1.picjoke.org/useroutputs/3324/2019-08-27/1-pt-f67ec6276743781909d6d5593db8a50d.jpg



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "FEITOS UM PARA O OUTRO: Para Sempre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.