Elements : Apocalypse battles escrita por Aguerosan


Capítulo 22
Capítulo 22 : Lembranças de um trauma


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo. Só queria adiantar que esse é um capítulo mais calmo, então não esperem lutas.

Boa leitura, povo ♥



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Kaito, depois de reencontrar seu irmão, Keima, que havia fugido de casa 10 anos atrás, e desde então estava desaparecido, lutou contra os gêmeos Ryota e Masato ao seu lado. Depois de se separarem para lutarem duas batalhas diferentes, se juntaram novamente para enfrentar o ultimo trunfo de Ryota, que foi trazer um tiranossauro-rex de sua máquina do tempo. Depois de uma luta árdua contra a fera pré-histórica, Kaito e Keima conseguiram vencer, e então Kaito foi para a casa de seu irmão, onde conheceu sua atual família. Agora, na casa de Keima, Kaito pretende contar uma história.

 Kaito – Agora vou contar uma história de 10 anos atrás.

 Keima – Ei, calma.

 Kaito – O que foi?

 Keima – Mas 10 anos atrás eu já morava aqui.

 Zoey – Errado, querido. Você chegou fazem 10 anos. – Comentou a mulher de cabelo verde, apontando pra cima.

 Keima – Cheguei? Ah, sim, verdade.

 Kaito - Bom, então, continuando. O que aconteceu, resumidamente, foi:  Você fugiu de casa.

 Keima – Fugi? Por que eu fugiria?

 Kaito – Treinamento intenso e forçado feito por um pai arrasado por ter perdido sua esposa, descontando sua frustração nos filhos, te lembra algo?

 Keima – Treinamento... Forçado? – perguntou Keima, lembrando de uma sala onde haviam vários instrumentos de treino. – Agh... Parece que eu lembrei de algo, mas minha cabeça está doendo. – Falou, apoiando os cotovelos na mesa, enquanto segurava sua cabeça.

 Sayuri – Papai, você está bem? – perguntou a menina, vendo seu pai naquele estado.

 Keima – Não se preocupe, Sayuri. Continue, Kaito.

 Kaito – Tudo bem. Nosso pai, Kouma-

 Keima – Kouma?

 Kaito – Sim, o que tem?

 Keima – Espera aí. – falou, e então saiu correndo rapidamente da cozinha, subindo as escadas para o segundo andar.

 Kaito – O que deu nele, Zoey?

 Zoey – Não faço a mínima ideia.

 Sayuri – Ei, moço do cabelo de fogo. – chamou sayuri, apontando para Kaito.

 Zoey – Sayuri.

 Sayuri – O que?

 Kaito – Relaxa, Zoey, esse apelido já é bem popular.  Mas e então, Sayuri? O que você queria falar?

 Sayuri – São duas coisas.

 Kaito – Sou todo ouvidos.

 Sayuri – Bom, então, você diz ser irmão do meu pai, né?

 Kaito – Exato.

 Sayuri – E o que irmão significa... er, qual o seu nome mesmo?

 Kaito – Kaito, Sayuri Me chame de Kaito. – falou, sorrindo, enquanto tomava um gole de chá. – Irmão significa que eu e ele temos a mesma mãe e o mesmo pai, ou seja, somos família.

 Sayuri – Kaito, ok, kaito. Entendi. E eu também posso ter isso? – quando sayuri perguntou isso, Kaito se afogou tomando o chá.

 Kaito – Bom, dai eu não sei, depende dos seus pais.

 Sayuri – Mãe, eu posso ter um irmão?

 Zoey sorriu para a garota, simpaticamente.

 Zoey – Quem sabe? Mas deixando isso de lado, ele ser irmão do sei pai significa que ele é seu tio.

 Kaito – Quem diria que eu era tio?

 Zoey – E então, não quer segurá-la? Ela é sua sobrinha, afinal.

 Kaito – Bom, se ela quiser.

 Zoey – E então, Sayuri? Quer ir com seu tio Kaito?

 Sayuri – Hmmm, por que não? – se perguntou, enquanto Zoey colocava a garota no colo de Kaito, que estava sentado.

 Kaito – Eu já aviso que não tenho nenhuma experiência com crianças, então posso ser meio desajeitado.

 Zoey – Todos são no começo. – falou, largando a garota sentada no colo de Kaito.

 Kaito – Você é muito fofa, sabia, Sayuri? – perguntou kaito para a garota, que levantou-se no colo do rapaz, virou-se, sorriu, e puxou sua bochecha levemente.

 Sayuri – Você é enraçado, tio Kaito.

 Kaito – ( T-tio Kaito? Ela já está me chamando de tio, que graça. ) – Você também. – Falou, pegando-a pelas laterais e a erguendo no alto.

 Sayuri – Me coloca na sua nuca. – pediu, enquanto sorria no ar.

 Kaito – Zoey, posso?

 Zoey – A sobrinha é sua. – falou Zoey, que tomava uma xícara de chá e vendo a cena.

 Kaito – Pois bem. – falou, colocando-a na nuca. – Quer ver o mundo do alto?

 Sayuri – Sim. Levanta, levanta.

 Kaito – Aqui vai. – Falou, levantando-se e começando a se balançar.

 Sayuri – Yupiii, eu não sei quando virei uma cowgirl, mas não estou reclamando. – Falou, balançando o braço direito, enquanto Zoey ria.

 Zoey – Você é ótimo  com crianças, Kaito.

 Kaito – Acho que essa é a primeira com quem eu brinco desde muito tempo.

 Zoey – Bom, homens são meninos grandes, não é? – falou baixinho para si mesma, enquanto olhava Kaito brincar com Sayuri.

 Kaito – Hã? Falou alguma coisa, Zoey?

 Zoey – Não, nada importante.

 Kaito – Então Ok.

 Zoey – Mas mais importante...

 Kaito – O que foi?

 Zoey – O keima está demorando...

 Kaito – Verdade. Ele subiu faz algum tempo.

 Sayuri – Tio.

 Kaito – O que foi, Sayuri?

 Sayuri – Você parece meu cobertor. – comentou Sayuri, recostando a cabeça na nuca de Kaito.

 Kaito – Hã? C-como assim? ( ela está querendo dormir em mim? ) – falou e pensou Kaito.

 Sayuri – Seu corpo é quentinho. Parece que você é um cobertor ambulante.

 Kaito – Ah, obrigado. ( Isso deve ser por causa do elemento fogo. Que bom que só a esquenta, e não a machuca. )

 Quando Sayuri já estava dormindo nas costas de Kaito, Keima chegou de volta na sala, com algo na mão.

 Keima – Voltei. Kaito, olha só.

 Kaito – O que é isso? – Falou, retirando a garota de sua nuca, já adormecida. – Zoey, pegue ela.

 Zoey – Claro. Vou levá-la lá pra cima. – confirmou, saindo da cozinha. – Então, depois de tudo, você ainda estava com sono, hein pestinha?

 Kaito – Obrigado, Zoey. O que é isso aí, Keima? – perguntou, vendo uma caixinha na mão de Keima

 Keima – Essa caixinha. Abra.

 Kaito – Me dê aqui. Ei, essas coisas... Suas faixas que você usava no braço devido à suas múltiplas faturas nos antebraços. Como que você ainda tem isso?

 Keima – Algo me dizia que era melhor guardar. E olha aqui. – falou, pegando uma das faixas e mostrando que havia estampado o nome “Kouma”. – Viu, por isso que eu reconheci o nome. Por causa dessas faixas.

 Kaito – Bom, de qualquer jeito eu acabei me distraindo. Podemos voltar ao que interessa?

 Keima – Claro, prossiga sua fala.

 Kaito – Tudo bem. Como eu ia dizendo, nosso pai, Kouma, até os nossos 5 anos, era legal, divertido e brincalhão, mas quando nós passamos dos 5, ele mudou seu comportamento, passando a nos levar para várias sessões de treinamento intensivo diariamente.

 Keima -. E por que ele fazia isso?

 Kaito – Ele queria que a gente fosse igual a ele desde cedo, fortes e valentes. Ao longo do tempo, ele foi diminuindo a dose, mas um dia eu acabei apanhando na escola porque começaram a zoar a cor do meu cabelo e eu não tive tempo pra me defender. Depois que ele descobriu que eu tinha apanhado igual um manequim, ele dobrou a intensidade dos treinos para nós dois, sendo que você não teve culpa alguma.

 Keima – Entendo. Mas aí eu ainda não fugi. O que houve?

 Kaito – Nossa prima, Mizuno...

 Keima – Agh... Mizuno... Esses nomes que você fala, a cada um que passa, parece que minha cabeça vai explodir. – Falou, com a mão na cabeça novamente, vendo alguns flashs de uma garota de cabelos azuis sorrindo pra ele.

 Kaito – Nossa prima, depois de um ataque de fúria, que foi culpa minha, matou bossa mãe, Kaya. Então- - Quando Kaito falou o nome de sua mãe, Keima bateu a cabeça na mesa com força e depois caiu no chão. – Meu deus, você ta legal?

 Keima – Mãe... Eu lembro dela. Seus cabelos escarlates deixavam o ar de seu rosto gentil ainda mais vibrante.

 Kaito – Sim, então pelo menos nossa mãe você não esqueceu.

 Keima – Que alívio. Mas por que a Mizuno a matou?

 Kaito – Nossa mãe tentou salvar a todos nós do descontrole da Mizuno, então a jogou num carro, porém quando estavam no caminho, Mizuno fez ela perder o  controle e ela bateu o carro. Mizuno escapou com vida, ela não.

 Keima – Acho que já entendi tudo.

 Kaito – Como assim? Já entendeu por que fugiu?

 Keima – Acho que sim. Depois dela morrer, nosso pai começou a descontar mais ainda na gente, e eu fugi, não é?

 Kaito – É bem por aí. – Falou, pegando sua xícara de chá e tomando um gole.

  Quando Kaito colocou a xícara de volta na mesa, Zoey apareceu de volta na cozinha.

 Zoey – Ah, finalmente ela dormiu.

 Keima – Ainda não entendi como ela dormiu tão rápido.

 Zoey – Lembra que ela disse que teve um pesadelo? Então, isso a fez acordar antes do esperado, e ela ainda brincou com o Kaito. É compreensível ela ficar cansada.

 Keima – Que estranho... Ela nunca teve pesadelos. Bom, deve ser normal, imaginação de criança é muito fértil, cria monstros facilmente. Ela te falou do que se tratava esse pesadelo?

 Zoey – Sim, eu perguntei pra ela, e era exatamente disso que eu queria falar com vocês dois.

 Kaito e Keima – Conosco?

 Zoey – Sim, Keima, eu sei que você sabe muito bem disso, ou espero que saiba – falou, olhando para seu punho, fechado. – Mas Kaito, quando criança, eu tinha habilidades de previsão, que vinham em formato de sonhos.

 Keima – Sim, eu lembro que você me falou sobre isso um dia.

 Kaito – Previsão? O que você previu?

 Zoey – Lembra daquele terremoto que aconteceu fazem 15 anos?

 Kaito – Ah, aquele que devastou todo o país? Sim, eu lembro.

 Zoey- Pois então, eu sonhei que estava tudo tremendo, e umas semanas depois, as placas tectônicas ficaram malucas.

 Kaito – Que incrível. E você ainda tem esses poderes?

 Zoey – Não, eles misteriosamente sumiram quando eu fiz 14 anos.

 Kaito – Entendi.

 Keima – Sim, você tinha esses poderes, mas onde quer chegar com isso?

 Zoey – A Sayuri disse que sonhou com um homem alto de cabelo comprido e preto batendo em um moço de cabelo vermelho.

 Kaito – Kuro...

 Zoey – Se eu estiver correta e ela tiver mesmo herdado meus poderes, acho melhor vocês dois se prepararem pro que está por vir.

 Kaito – Não se preocupe. Eu preciso treinar mais para sequer pensar na possibilidade de arrastar a cara do Kuro no chão.

 Keima – Estranho mesmo. Mas espero que tenha sido só um pesadelo.

 Kaito – Vamos torcer para que sim.

 Keima – Mas voltando ao meu passado. Algo que eu realmente não lembro é como eu cheguei aqui. Você sabe, Zoey? – perguntou para a mulher, que apenas abanou a cabeça em formato de não.

 Zoey – O que eu lembro é que quando eu me dei conta, você já estava aqui.

 ??? – Esses jovens e suas memórias fracas, Hahaha. – Falou uma voz mais grossa, que vinha da porta.

 Zoey – Essa voz... Pai. – falou a mulher, indo de encontro com o homem que estava na porta, abraçando-o e trazendo-o para a cozinha.

 ??? – Olá a todos. – falou o velhinho, que vestia uma camisa branca, calças floradas cinzas, sapatos marrons e um chapéu ao estilo máfia, levantando seu chapéu durante a fala.

 Keima – Ah, Ichiro. Faz tempo que não aparece, hein?

 Ichiro – Sim, verdade. Resolvi aparecer porque vi você andando com esse rapaz e fiquei curioso, e também queria saber como foi a luta com aqueles dois caras que passaram aqui mais cedo.

 Kaito – Espera, aqueles dois passaram aqui?

 Ichiro – Sim. Depois que foram embora, eu liguei para o Keima, o avisando sobre eles. Então virou uma caça entre predador e vítima dos dois lados.

 Kaito – Entendi.

 Ichiro – E você, jovem? Quem é?

 Kaito – Meu nome é Kaito. Eu sou-

 Keima – Ele é meu irmão. – interrompeu Keima.

 Ichiro – Ora, que surpresa. Não lembrava que você tinha irmãos.

 Keima – Nem eu. Fiquei sabendo hoje mais cedo.

 Ichiro – Como assim?

 Kaito – O Keima perdeu a memória, então estou contando a ele algumas coisas sobre nossa infância, e parece que está funcionando.

 Ichiro – Entendi. E vocês querem saber como o Keima chegou aqui, tão longe, não é?

 Kaito – Sim. Você sabe algo sobre isso?

 Ichiro – Bom, posso sentir uma boa intenção vinda de você, garoto. Você parece confiável, então acho que posso te contar.

 Kaito – Então você sabe? Legal.

 Ichiro – Seria uma mentira dizer que não sei, pois eu mesmo estou metido nisso.

 Kaito – Hã?

 Keima – Como assim, velho? Eu não lembro de como cheguei aqui, Zoey também não. Conte pra nós o que sabe.

 Ichiro – Claro. Bom, vamos lá. Como começo a contar?

 Kaito – Por mim tanto faz.

 Ichiro – Ok. Vou começar pelo começo. Basicamente, fui eu que te trouxe para essa cidade.

 Keima? – Como?

 Ichiro – Era uma noite sombria e quieta, eu estava voltando da cidade central para cá na minha caminhonete-

 Keima – Aqui? Mas essa vila não foi fundada há 1 mês por causa das frutas de boa qualidade que meu som produz?

 Ichiro – Cale a boca, Keima. Quando eu digo aqui, eu me refiro à cidade, Greenforest Valley.

 Keima – Ah, então ok. Você não explica.

 Ichiro – Mas voltando... eu estava dirigindo com meus holofotes extremamente altos devido à escuridão, quando, de repente, eu vi, dormindo em baixo de uma placa de trânsito um menino. Era você. Você estava com uma jaqueta vermelha, calças jeans azuis, suas faixas nos braços e estava todo sujo. Quando eu vi você, de primeira, pensei que era algum tipo de golpe de ladrões, mas quando eu ia passar por você, você acordou com as luzes dos faróis e pulou na frente da minha caminhonete, o que me obrigou a parar.

 Keima – Eita. E o que eu fiz depois?

 Ichiro – Bom, vejamos... – falou, começando a se lembrar.

 [

 Ichiro – EI, GAROTO. EU QUASE TE ATROPELEI. QUE BRINCADEIRA É ESSA? – Gritou o homem, furioso, descendo da caminhonete. – Ele estava mais jovem, com seus cabelos ainda marrons, assim como sua jaqueta e sapatos, que eram da mesa cor. Sua calça era da cor cinza, e sua blusa de cor branca.

 

 Keima – P-por favor... – falou o menino, de braços abertos em frente à caminhonete, olhando para baixo.

 

 Ichiro – O que? Por favor? Por favor o que? Isso é alguma brincadeira de mal gosto, não é?

 

 Keima – OLHE O MEU ESTADO E ME DIZ SE EU ESTOU BRINCANDO. – Gritou, furioso, levantando a cabeça, mostrando várias lágrimas em seu rosto.

 

 Ichiro – E-ei. Por que está chorando? Isso não é uma brincadeira? O que houve?

 

 Keima – Eu odeio aquele desgraçado... Me fazendo de rato de laboratório, me prendendo naquela sala de treinamento todos os dias... Eu não aguento mais... Por favor... Me leve para o mais longe que puder, senhor. – Falou, ajoelhando e se curvando diante do homem. – Por favor...

 

 Ichiro – Te levar? Mas eu nem te conheço, garoto. É perigoso pedir para um estranho te levar a algum lugar.

 

 Keima – Qualquer lugar longe dele... já está ótimo.

 

 Ichiro – Mas, garoto, escute. Eu nem sei seu nome, nem da onde você veio, como quer que eu te ajude?

 

 Keima -  Eu me chamo Keima. Ryuuma Keima. Eu estou fugindo do meu pai, que quer me tornar a droga de um “homem forte”. Só que eu não aguento mais, ele não me deixa viver, é quase como uma escravidão. Por favor, me tire daqui.

 

 Ichiro – Isso é verdade? Devemos chamar a políc.-

 

 Keima – Não vai adiantar nada. Ele é general do exército, tem contatos na polícia. Eles sabem que isso acontece, porém não fazem nada. Então a única solução que achei foi fugir.

 

 Ichiro - Entendo. E só você passava por isso?

 

 Keima – Não. Meu irmão menor também passa por isso, mas eu decidi fugir sozinho.

 

 Ichiro – E por que não o trouxe junto?

 

 Keima – Ele colabora de bom grado com meu pai, treinando incessantemente, então meu pai alivia pra ele, mas comigo é diferente. Ele sabe que eu não gosto disso, que eu quero aproveitar meu tempo com outras coisas, E POR ISSO, O DESGRAÇADO DÁ O DOBRO DE TREINAMENTO PRA MIM. – Gritou chorando, furioso, quando de repente um pingo caiu em seu rosto.

 

 Ichiro – Ah. Droga... está começando a chover... não posso te deixar aqui fora.

 

 Keima – Me leve com você. Eu te ajudo no que precisar.

 

 Ichiro – Eu moro em uma cidade agrícola, garoto. Não sei se você aguentaria.

 

 Keima – Eu aguento. Por favor, qualquer coisa para você me tirar daqui.

 

 Ichiro – Droga, e por que logo eu?

 

 Keima – Acredite, você foi o primeiro que parou quando eu me joguei na frente do carro. Todos os outros desviaram de mim, ou me atropelaram. Ali, agora, eu parecia dormir, não é?

 

 Ichiro – Sim, você estava dormindo embaixo daquela placa.

 

 Keima – Engano seu. Eu estava desmaiado. O último carro que vi passar por aqui faz quase 4 horas, pois eu apaguei depois que um cara bêbado desviou de mim em alta velocidade e jogou uma garrafa de bebida na minha cabeça pela janela. – comentou, apontando para os cacos de vidro que haviam ao lado da placa.

 

 Ichiro – Que horrível. E seu pai? Não está te procurando?

 

 Keima – Provavelmente está, sim. Mas essa estrada leva pra fora da cidade, e nunca ele imaginaria que eu sairia da cidade.

 

 Ichiro – Quantos anos você tem?

 

 Keima – 11.

 

 Ichiro – Meu deus... e pensar que um menino desse tamanho seria sujeito à tamanha crueldade... – Falou, cerrando os punhos. – Droga, tudo bem, garoto, suba. Vou te levar pra minha cidade, tudo bem?

 

 Keima – Sério? Valeu, tio. – falou o garoto, cheio de felicidade, que se levantou do chão, onde ainda estava e abraçou Ichiro com força.

 

 Ichiro – Uou, você é forte mesmo.

 

 Keima – Eu sei. Mas não queria ser assim.

 

 Ichiro – Bom, de qualquer modo, suba. A estrada até Greenforest é longa.

 

 Keima – Ok. – assentiu com a cabeça, entrando na caminhonete.

 

 Ichiro – Ei, Keima, não é?

 

 Keima – Isso.

 

 Ichiro – Está com fome? Tem alguns pães nessa sacola aí atrás do seu banco.  Falou, apontando para o saco de compras.

 

 Keima – Estou sim. Estou nessa placa desde de manhã, não comi nada. Obrigado.

 

 Ichiro – Tem água aí também, Fique à vontade.

 

 Keima – Mas esses pães não são pra sua família?

 

 Ichiro – Ah, vamos lá. Existem outras mercearias no mundo, não é? – falou, sorrindo.

 

 Keima – Tudo bem, então. Vou comer. – Falou, mordendo o pão, feliz.

 

 Ichiro – Então, pé na tábua. (Espero que isso não seja tachado como sequestro e eu não seja preso...) – Falou e pensou, enquanto dava a partida no carro e seguia estrada adiante, ligando o rádio. – Ei, gosta dessa?

 

 {Coloque essa música: https://www.youtube.com/watch?v=pAgnJDJN4VA}                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

 

 Keima – Gosto.

 

 Ichiro – Então ok. Vamos indo. – Falou, balançando a cabeça no ritmo da música, assim como Keima, que sorria inconscientemente.

 

{Pare a música }

]

 

Ichiro – E foi assim que eu te trouxe pra Greenforest.

Keima – Entendo. Não lembrava disso, mas agora minha memória parece estar funcionando.

 Ichiro – É compreensível.

 Keima – Hã? Como assim?

 Ichiro – Logo eu explico.

 Kaito – E é isso? O que houve depois?

 Zoey – Agora que você contou isso, pai, estou lembrando também.

 Ichiro – Um bom contador de histórias liberta a imaginação.

 Kaito – Conte mais sobre o que aconteceu depois.

 Ichiro – Claro. – falou, tomando uma xícara de chá. – Bom, a viagem durou 4 horas, e depois que chegamos... – começou a contar, lembrando-se da cena.

 [

 Ichiro – Pronto, garoto, chegamos. – comentou, estacionando o carro e olhando para Keima, que dormia profundamente no outro banco. – Ora, você estava cansado mesmo, não é? – falou, quando de repente, uma mulher saiu na porta da casa.

 

 ??? – Oh, querido. Está 20 minutos atrasado. Por que demorou tanto? – falou a mulher, de olhos azuis, cabelos verdes e escorridos, que aparentava ter por volta dos 35 anos. Estava vestindo uma blusa bege, calças azuis e sandálias amarelas nos pés.

 

 Ichiro – Ah, Naomi. Desculpe a demora. Eu tive um pequeno imprevisto.

 

 Naomi – Imprevisto? – Perguntou, curiosa.

 

 Ichiro – Sim, um pequeno imprevisto. – Falou, abrindo a porta da caminhonete e pegando Keima, que dormia, no colo.

 

  Naomi – O que? Que garoto é esse? Hã? Ichiro, o que está havendo aqui? – Perguntou, confusa.

 

 Ichiro – Se acalme. Ele me parou no meio da estrada, eu quase o atropelei, e depois disso, ele me contou por tudo o que passou e perguntou se eu podia levar ele pra longe da cidade dele.

 

 Naomi – E você aceitou? O que você tem na cabeça, seu maluco? Você sabe que isso pode ser considerado sequestro, não é? Precisamos leva-lo de volta. Vamos chamar a polícia, inventar qualquer desculpa, sei lá, tipo que ele se escondeu na parte de trás da caminhonete e você não notou. ICHIRO PRECISAMOS FAZER ALG-

 

 Ichiro – SE ACALMA, MULHER. – Gritou Ichiro, interrompendo Naomi, que já estava enlouquecendo. – A polícia não é uma opção nesse caso.

 

 Naomi – Por que?

 

 Ichiro – Ele mesmo me disse para não envolver a polícia nisso.

 

 Naomi – Ué, que estranho.

 

 Ichiro – Bom, podemos entrar? – perguntou, e assim, Keima acordou em seus braços.

 

 Keima – Hã? – falou, vendo o céu escuro da noite sobre si.

 

 Ichiro – E aí, Keima.

 

 Keima – Ah, olá, tio. – falou o garoto, sorrindo, enquanto Ichiro o colocava no chão. – Olá moça. – falou, sorrindo para Naomi.

 

 Naomi – Ah, o-oi. (Ele é muito fofo.)

 

 Ichiro – Keima, essa é minha esposa, Naomi.

 

 Keima – Entendi. Ei que horas são? Onde estamos?

 

 Ichiro – Acho que são 3 da manhã agora, certo, querida?

 

 Naomi – 03:22. – respondeu, consultando um relógio que havia na parede.

 

 Ichiro – Estamos na minha casa. Acabamos de chegar. Desculpe te acordar com o grito.

 

 Keima – Não foi nada.

 

 Naomi – Ei, Ichiro. Precisamos conversar.

 

 Keima – Ichiro? Que nome legal, tio.

 

 Ichiro – Obrigado. Venha Keima, entre.

 

 Keima – Sério?

 

 Ichiro – Claro. Eu não seria horrível ao ponto de te trazer para outra cidade e te largar na rua. Vamos, entre.

 

 Keima – Ok então. – concordou, abrindo um largo sorriso.

 

 Ichiro – Keima, sei que está tarde, mas que tal você tomar um banho?

 

 Keima – Por mim tudo bem. Onde é o banheiro?

 

 Ichiro – Suba as escadas aqui, entre no primeiro quarto à esquerda para pegar sua toalha, e depois é só entrar no primeiro à direita.

 

 Keima – Tudo bem, obrigado, Ichiro. – Falou o garoto, subindo às escadas.

 

 Ichiro – o que queria conversar, Naomi? – perguntou, virando-se para sua esposa, que o olhava de braços cruzados.

 

 Naomi – Ichiro, como eu estava dizendo antes, você enlouqueceu? Está tratando esse moleque como se o conhecesse há séculos.

 

 Ichiro – Naomi, você quer ouvir o que ele me disse?

 

 Naomi – O que foi que ele disse, que te amoleceu tanto?

 

Ichiro – Ele me falou... – começou a contar Ichiro, enquanto Keima estava no primeiro quarto à esquerda pegando uma toalha.

 

 Keima – Hmm... vou pegar essa mesmo. – disse o garoto, pegando uma toalha cinza, e saindo do quarto. – (Hmm, qual era o quarto que eu tinha que ir à direita? Primeiro ou segundo? Eu poderia voltar para perguntar, mas a Naomi parecia brava, não quero interferir.) – pensou o garoto, ficando em uma posição estranha, onde segurava um braço atrás da cabeça com seu outro braço, enquanto ficava com uma perna dobrada apoiada na outra. – (Ah, tem 3 portas deste lado, tenho 33% de chance de acerto, não é?) – pensou, olhando o outro lado, quando de repente, Naomi, do andar de baixo, deu um grito enorme.

 

 Naomi – O QUE?

 

 Keima – (Eles parecem estar discutindo... será que ela é legal como o Ichiro? Bom, mesmo se não for, eu prometi pra ele que aguentaria qualquer coisa pra ficar longe daquele pai babaca.) – pensou o menino, apertando a toalha em sua mão. – Bom, tenho 3 quartos para bisbilhotar, vamos lá. – Falou, indo para o 3º quarto do lado direito.

 

 Keima – Ué... um quarto com uma cama de solteiro, deve ser um quarto de hóspedes. – Deduziu, fechando a porta vagarosamente para não fazer barulho. – Hora do segundo. – Falou, abrindo a porta vagarosamente, e então se deparou com uma garota dormindo lá. Ela tinha cabelos verdes e aparentava ter 10 anos de idade. Estava dormindo usando uma camiseta de número maior que o seu, fazendo-a se parecer com um vestido. Estava abraçando uma coberta que havia ao seu lado, enquanto passava os pés por cima da mesma.  Assim que o garoto abriu a porta, a luz do corredor entrou no quarto, fazendo um feixe ir direto no rosto da garota, que acordou, sonolenta.

 

 Zoey – Hã? Já está na hora da escola? Não... espera... hoje é domingo. – falou, sentando-se na cama lentamente enquanto coçava os olhos. – Hã, 03:30? Quem abriria minha porta a essa hora? – se perguntou, olhando para o rádio relógio ao seu lado, e olhando finalmente para a porta, onde viu Keima, olhando para ela, estático. – O que? Quem é você? – perguntou, bocejando, e assim, Keima descongelou e fechou a porta em um instante, com rosto envergonhado.

 

 Keima – (Idiota, idiota, idiota. Droga, ela provavelmente é filha do Ichiro, eu a acordei. Ela vai ficar brava, estou ferrado.) – Pensava, agachado e escorado na frente da porta, quando de repente caiu para trás. – WAAH.

 

 Zoey – Ei... por que fechou a porta? – falou a garota, que havia aberto a porta novamente.

 

 Keima – Hã? O que? Como? Essa porta não abria pra fora?

 

 Zoey – Ela abre pros dois lados, bobinho. – Falou, dando uma risadinha lenta devido ao sono. – Meu pai comprou desse tipo pra eu não me confundir. Mas e então, quem é você? – Perguntou, aproximando seu rosto do de Keima, que corou.

 

Keima – M-meu nome é Keima. E o seu?

 

Zoey – Me chamo Zoey. O que faz aqui, keima? Por que me acordou?

 

Keima – Eu ia tomar um banho e acabei errando o quarto.

 

Zoey – Ah, entendi. O meu pai sabe que você está aqui?

 

Keima – Sim, foi ele que me trouxe.

 

Zoey – Então tudo bem. Fique à vontade, ok? – falou a menina, acariciando o cabelo de Keima, que estranhou a ação, mas corou em seguida.

 

Keima – O-ok.

 

Zoey – Eu vou voltar a dormir se não se importa, Keima. Boa noite. – Comentou a garota, bocejando e voltando para o seu quarto, fechando a porta.

 

Keima – Claro. (Que garota estranha... mas tão bonita...) – respondeu e pensou o garoto, que levantou do chão e seguiu até a outra porta, enfim entrando no banheiro. – Ah, achei.

 

 Enquanto isso, no quarto, Zoey olhava para o teto, deitada na cama, pensativa.

 

Zoey – (Que garoto estranho... gosto de pessoas estranhas. Mas enfim, amanhã eu falo mais com ele, eu acho. Bom, de qualquer forma, melhor eu dorm-) – pensava a garota, quando pegou no sono do nada.

 

 Ao mesmo tempo, Keima estava no banheiro, quando bateram à porta.

 

 Ichiro – Keima.

 

 Keima – Fala. – Respondeu o garoto, retirando as faixas do braço direito, revelando vários hematomas roxos, inchados e vermelhos no mesmo.

 

 Ichiro – Ah, nada. Não quero te apressar, mas quando terminar, desça ali na cozinha, ok? – convidou o homem, saindo da porta logo em seguida.

 

 Keima – Tudo bem. – Respondeu, tirando as faixas do outro braço, que revelavam mais machucados. – Agh, faixas idiotas... – falou pra si mesmo, enquanto entrava na banheira.

 

 10 minutos depois o garoto saiu do banheiro como se fosse outra pessoa. Completamente limpo e apresentável.

 

 Keima – Assim que eu gosto. – Falou, dando uma última enxugada em seu cabelo e jogando a toalha por cima dos ombros. – O ichiro me chamou lá pra baixo, vou ver o que ele quer. – comentou consigo mesmo, começando a descer as escadas. – Ei, Ichi-

 

 Quando o garoto apareceu na cozinha, e ia falar, Naomi o abraçou com toda a força, o sufocando de primeira, porém deixando ele confortável depois.

 

 Naomi – Coitadinho de você, Keima... sofreu tanto nas mãos daquele canalha... – falou, chorando, e assim, Keima retribuiu o abraço, não sabendo se sorria ou chorava.

 

 Keima – Obrigado... – falou, com lágrimas nos olhos.

 

 Naomi – Ora, pelo que, meu pequeno? – perguntou a mulher, se agachando para ficar do mesmo tamanho que Keima.

 

 Keima – Por... serem tão legais. – falou, desabando em lágrimas, abraçando Naomi.

 

 Ichiro – Keima, eu e a Naomi conversamos, e, se você quiser, é muito bem-vindo para morar conosco.

 

 Keima – S-sério? Então eu aceito. – respondeu, limpando as lágrimas e soltando um grande sorriso.

 

 Ichiro – Bom, nós não moramos sozinhos, temos nossa filha-

 

 Keima – A Zoey? Eu conheci ela à pouco.

 

 Ichiro – Ah, é? Então dispensa apresentações.

 

 Keima – Ichiro, Naomi... obrigado, de verdade.

 

 Ichiro – Estamos aqui pra ajudar.

 

 Naomi – Ei, Ichiro, aquele quarto do lado do quarto da Zoey tá desocupado, né?

 

 Ichiro – Sim, estava. Aquele quarto é seu agora, Keima.

 

 Keima – Sério? Obrigado novamente. – falou, abraçando os dois de uma só vez, esboçando um sorriso sincero.


]

 

 Ichiro – E dessa forma o Keima começou a morar conosco.

 Keima – Exatamente. Aquele foi um dos melhores dias da minha vida. – falou, sorrindo.

 Kaito – Entendi... – falou, com um semblante triste, que logo despareceu. -  Mas isso ainda não explica como o Keima perdeu a memória da infância. – relembrou, colocando os dedos no queixo.

 Ichiro – Então chegamos aonde você queria, garoto. Preparado?

 Zoey – Ei, pai... tem certeza que quer contar isso?

 Ichiro – Fazem 6 anos já, Zoey... acho que está tudo bem.

 Zoey – Por favor, não se force a falar sobre isso.

 Keima – Ichiro, nós entendemos se não quiser falar.

 Ichiro – Não, está tudo bem. – respondeu, esfregando os olhos.

 Kaito – Desculpe, é algo delicado? Se for, está tudo bem. Não precisa me contar.

 Ichiro – Não, você tem o direito de saber o que causou isso em seu irmão. Se não se importa, eu vou começar a contar.

 Kaito – T-tudo bem.

 Ichiro – Bem, Já faziam 4 anos desde que o Keima havia chegado para morar conosco, ele estava com 15 e a Zoey com 14, os dois já estavam demonstrando interesse um pelo outro na época... – começou, e então, Zoey e Keima deram as mãos e Zoey recostou a cabeça sobre o obro de Keima, que beijou sua testa. – Nós resolvemos fazer uma viagem para comemorar o ano gratificante que tivemos, cheio de conquistas, estávamos muito animados. – continuou, enquanto a cena vinha em sua cabeça.

 [

 Ichiro – Ei, Naomi. As malas já estão prontas? – perguntou o homem, que vestia uma camisa branca, calças marrons e sapatos pretos, entrando em seu quarto, enquanto Naomi terminava as malas, que estavam em cima da cama.

 

 Naomi – Ah, estão quase, só falta uma. O Keima e a Zoey já estão lá em baixo? – Respondeu, ainda com sua roupa caseira de sempre.

 

 Ichiro – Sim, eles estão muito ansiosos com essa viagem. Poderia me entregar minha mala para eu levar para o carro?

 

 Naomi – Sem problemas, aqui, querido. – respondeu, entregando a mala para Ichiro, que a pegou.

 

 Ichiro – Obrigado. Não demore muito aí. – falou, fechando a porta.

 

 Naomi – Pode deixar.

 

 Ichiro – Ei, Keima, Zoey, apareçam. – chamou Ichiro, e então, os dois apareceram de mãos dadas, sorrindo.

 

 Zoey – O que foi, pai? – perguntou a garota, que vestia uma blusa roxa ombro a ombro, um cordão com a letra K no pescoço, calças pretas justas e sapatilhas vermelhas. Seu longo cabelo verde estava preso à um rabo de cavalo, que o deixava ainda mais vivo.  

 

 Ichiro – Vocês dois não tem jeito mesmo. Mas fazer o que? – Falou, soltando um sorriso e passando a mão na cabeça dos dois, que sorriram. – De qualquer forma, Zoey, Keima, já vão indo pro carro, a Naomi logo desce.

 

 Keima – Entendido, capitão. – Respondeu Keima, que vestia uma camiseta cinza estampada com dois homens lutando, calças jeans marrons, tênis brancos e um cordão com a letra Z no pescoço, fazendo pose de como se fosse um marinheiro à bordo de um navio, o que fez Zoey começar a rir.

 

 Zoey – Por essa eu não esperava.

 

 Keima – Eu sou o mestre imprevisível. – Falou, coçando abaixo do nariz.

 

 Zoey – Claro, claro, está mais para o mestre imprestável. – comentou sarcasticamente, acariciando a cabeça de Keima. – Vamos para o carro.

 

 Keima – Ei, não precisava ofender. – Falou, rindo. –Ok, vamos para o carro. – falou, virando as costas para Ichiro

 

 Ichiro – Suas malas já estão lá? – perguntou, antes do garoto se virar completamente.

 

 Keima – Sim, eu coloquei a minha e a da Zoey no carro faz uns 15 minutos.

 

 Ichiro – Tudo bem então.

 

 Naomi – Tudo pronto, querido. – falou a mulher, aparecendo sorridente no andar de cima, no início da escadaria. Trajava uma camiseta preta que deixava seu ombro direito à mostra, uma calça jeans azul cheia de detalhes e um salto alto preto, que combinava com a camiseta. Seu cabelo estava solto, uma parte para trás e algumas mechas por cima de seus ombros. Também utilizava um óculos de sol preto e um cordão que levava uma pedra azul na ponta.

 

 Ichiro – Então venha.

 

 Naomi – É clar- respondeu, e quando pisou no primeiro degrau, seu salto quebrou, o que a fez se desequilibrar – O q- - falou, começando a cair.

 

 Ichiro – NAOMI. – Gritou, e em um piscar de olhos, Keima entrou correndo na casa e conseguindo pegar Naomi no colo antes que ela caísse completamente. 

 

 Keima – Você está bem? – Perguntou, colocando-a no chão.

 

 Naomi – S-sim, obrigado, Keima.

 

 Ichiro – Você é uma benção, Keima. – falou, pegando na mão do garoto.

 

 Keima – Ah, o que é isso? Não foi nada.

 

 Zoey – Concordo com os dois. – falou a garota, que viu a cena e pulou nas costas de Keima e deu um beijo em sua bochecha, que fez o garoto corar.

 

 Keima – Zoey, não me deixe vermelho desse jeito.

 

 Zoey – Não tenho culpa que você é descendente da família dos tomates. – respondeu, dando uma risada.

 

 Keima – Então tá bom, senhora descendente das cócegas. – falou, virando-se rapidamente para a garota e fazendo várias cócegas em sua barriga, que fez ela rir descontroladamente, até fugir do garoto.

 

Zoey – Isso foi sujo. – falou, com uma lágrima originada de suas risadas no olho.

 

 Keima – Estamos quites. – falou, apontando os dois dedos indicadores para a garota, como se fossem duas armas. – Mas e você, Naomi? O que houve? Por que você caiu?

 

 Naomi – O meu salto quebrou.

 

 Keima – E seus pés, estão bem?

 

 Naomi – Sim, não cheguei a torcê-los.

 

 Ichiro – Quem diria, hein, Keima. Você parece um médico profissional.

 

 Keima – Tenho que usar meus conhecimentos renegados de guerra de alguma forma útil, não é?

 

 Naomi – Querido, poderia pegar minha sapatilha verde que está em cima da cama? Eu vou com ela, esqueça os saltos.

 

 Ichiro – Ah, claro. – Respondeu, subindo as escadas.

 

 Zoey – Mãe, tem certeza que está bem? – falou a garota, se aproximando novamente.

 

 Naomi – Sim, não se preocupe. Seu pai já havia me dito que é perigoso subir escadas de salto, mas eu não tinha dado ouvidos.

 

 Zoey – Tudo bem, então.

 

 Ichiro – Aqui suas sapatilhas, querida.

 

 Naomi – Obrigada. – falou, tirando os saltos e os jogando longe, colocando as sapatilhas em seguida.

 

 Ichiro – Todo mundo pronto?

 

 Naomi, Zoey e Keima – SIM.

 

 Ichiro – Então vamos lá. – falou, girando as chaves do carro na mão e saindo da casa, seguido pelos outros 3.

 

 Ichiro – Hora de te estrear, amigo. – falou, passando a mão na parte de cima de seu carro novo. Era um ecosport cinza com um step atrás. – Vamos lá, família.

 

 Keima – Vou no banco esquerdo, ok, Zoey?

 

 Zoey – Por mim tudo bem. – falou, entrando no carro, seguida de Keima.

 

 Ichiro – Então, marinheiros, ZARPAR. – Gritou Ichiro, já dentro do carro, dando a partida.

 

 ]

 

 Ichiro – A viagem estava muito agradável. Eu e Naomi cantando nos bancos da frente, Keima e Zoey conversando e rindo no banco de trás, pra mim aquele momento podia durar para sempre...

 Keima - ... – Keima apenas olhou para Ichiro, abraçado com Zoey.

 Kaito – Ichiro... o que aconteceu? – perguntou o ruivo, que viu que o homem estava tentando não lacrimejar em sua frente.

 Ichiro – Ah, nada, me desculpe, acabei me distraindo. Onde eu parei? – Se perguntou, esfregando os olhos novamente.

 Kaito – Na parte da viagem.

 Ichiro – Ah, claro. Desculpe pelo deslize. Então, como eu dizia... a viagem estava muito legal, mas isso ia mudar logo. – falou, se lembrando, lutando contra uma lágrima que queria sair.

 

 [

 

Ichiro – Ei, Naomi, você não acha que deste lado da estrada está muito calmo comparado ao outro? – perguntou, enquanto dirigia, notando que em sua pista só havia seu carro, porém na outra passava um carro atrás do outro.

 

 Naomi – Será que aconteceu alguma coisa?

 

 Ichiro – Espero que não. Ei, Keima. – Chamou o homem, porém sem resposta. – Hã?

 

 Naomi – Keima está dormindo, assim como Zoey. – Respondeu Naomi, olhando para os bancos traseiros do carro, vendo que o casal dormia de mãos dadas.

 

  Ichiro continuou dirigindo por cerca de 10 minutos, e quanto mais avançava, mais notava que outros carros iam na direção contrária com o triplo de sua velocidade.

 

 Ichiro – Isso não está me cheirando coisa boa. Ei, querida, acorde os dois ali.

 

 Naomi – Ei, acordem. – falou Naomi, cutucando a perna de Zoey.

 

 Zoey – Hã? O que? Já chegamos? – Perguntou a garota, sonolenta e bocejando.

 

 Naomi – Acorde o Keima.

 

 Zoey – Tudo bem. KEIMA, ACORDA. – Gritou a garota no ouvido de Keima, que acordou assustado.

 

 Keima – MEU DEUS NÃO FUI EU. Hã? O que? Ah, foi você que me acordou, zoey? O que foi? – Perguntou, apertando a bochecha da garota.

 

 Zoey – Não sei, minha mãe que mandou.

 

 Naomi – Se mantenham acordados por enquanto, ok?

 

 Keima – Por mim tudo bem.

 

 Zoey – Ah não, eu estou morrendo de sono.

 

 Naomi – Mas é necessário, Zoey.

 

 Keima – Não se preocupe, Naomi, eu fico acordado aqui atrás. Qualquer coisa eu acordo ela.

 

 Naomi – Obrigada, Keima. – Falou, dando uma piscadela para o garoto.

 

 Keima – Zoey, quer dormir no meu colo?

 

 Zoey – Quero. Dormir sentada não é pra mim. – Respondeu, deitando no colo do garoto, dormindo em poucos segundos, enquanto Keima acariciava sua cabeça.

 

 Ichiro então continuou guiando o carro por mais alguns quilômetros, até que de repente freou sem explicação. Naomi que estava distraída com a vista da janela e Keima que olhava para Zoey foram pegos de surpresa com a ação do homem, ficando apreensivos.

 

 Naomi – O que foi, Ichiro? Por que parou no meio da estrada?

 

 Ichiro – Agora entendi porque aqueles carros estavam fugindo. Olhem aquele caos ali na frente. – Respondeu, apontando para a estrada, que estava com 2 caminhões colididos.

 

 Keima – Sim, você tem razão. Mas por que fugiram?

 

 Ichiro – Não sei, mas coisa boa não é.

 

 Zoey – Vocês estão falando muito alto. – falou a garota, acordando novamente.

 

 Keima – Ah, que bom que acordou, eu já ia fazer isso.

 

 Zoey – Por que?

 

 Keima – Olha lá aqueles caminhões tampando o caminho.

 

Zoey – Não me diga que eles bateram.

 

 Keima – Provavelmente foi o que aconteceu, sim.

 

 Zoey – Precisamos sair daqui. Rápido

 

 Ichiro – Por que, Zoey?

 

 Zoey – São caminhões de combustível. E como sabem, depois de colisões, pode haver explosões. E não seria nada bom ficar aqui quando dois caminhões de combustível estão prestes à explod- enquanto a garota explicava a situação, o primeiro caminhão explodiu, fazendo a pressão e vários estilhaços irem no carro de Ichiro, o que quebrou o vidro dianteiro do carro.

 

 Ichiro – Agh... droga.

 

 Zoey – Ah não. Se o primeiro explodiu, isso vai dar gatilho pro segu- quando ia terminar a frase, outro carro bateu na traseira do carro de ichiro, o jogando para frente, e ao mesmo tempo o segundo caminhão explodiu, cobrindo o carro de Ichiro e o outro carro de trás no ato.

 

 Keima – DROG- - falava, enquanto tudo explodia.

 

 A explosão do segundo caminhão foi ainda maior que a do primeiro, por causa do combustível que já havia no chão. Ela devastou todo o local, jogando destroços do primeiro caminhão para todos os lados. Algum tempo depois, Ichiro acordou, com uma listra de sangue em seu rosto, começada na testa. Assim que acordou e olhou para frente, viu que já havia um caminhão de bombeiros cuidando do fogo.

 

 Ichiro – Meu deus...

 

 Naomi – I-ichiro. – chamou Naomi.

 

 Ichiro – O que foi, Nao- - Quando Ichiro olhou para sua esposa, viu que havia uma peça do caminhão atravessada em seu corpo. – NAOMI. – Gritou, vendo o estado de sua esposa, o que fez Keima, que estava abraçado com Naomi de costas, pelo fato de ter a protegido da explosão, acordar.

 

 Naomi – Hahaha... quem diria, não é mesmo?

 

 Ichiro – Naomi, se acalme. Como estão aqueles dois? – falou, olhando para o banco de trás, onde Keima estava acordado e Zoey desmaiada abraçada com o garoto. – Keima, acorde a Zoey.

 

 Keima – O que houve? – Perguntou o garoto, sentnado-se e acordando a garota.

 

 Naomi – I-ichiro, por que acordou as c-crianças?

 

 Ichiro – Por que para eles me ajudarem a te carregar.

 

 Keima – Carregar? Espera... NAOMI, O QUE HOUVE? Ichiro, vamos tirá-la do carro,  – Perguntou, vendo a viga atravessada no abdômen da mulher, que tentava esconder a dor.

 

 Naomi – N-não adianta mais, queridos. Olhem como eu estou.

 

 Zoey – MÃE. – Gritou Zoey, vendo o estado que Naomi estava, assim que acordou. .

 

 Ichiro – Me ajudem a tirar ela do carro. – ordenou, e assim, alguns minutos depois, Naomi estava deitada fora do carro, sendo cuidada por Keima e Zoey, enquanto Ichiro saiu correndo.

 

 Keima – Vai ficar tudo bem, Naomi. Acredite em mim. – Falou o garoto, segurando na mão da mulher.

 

 Naomi – O-onde o Ichiro está indo?

 

 Keima – Falar com os bombeiros. Não se esforce, Naomi. Fique parada por enquanto.

 

 Ichiro – EI, AQUI. – Falou, acenando para um bombeiro.

 

 Bombeiro – Ei, moço, o que está fazendo aqui? Ocorreu uma explosão nessa área, devia estar interditado.

 

 Ichiro – Eu sei, eu e minha família fomos pegos na explosão. Você precisa ajudar minha esposa, ela está ferida.

 

 Bombeiro – Ah, claro. – respondeu, pegando uma maleta e correndo até Ichiro.

 

  Em dois minutos os dois chegaram até Naomi novamente.

 

 Ichiro – Moço, por favor, cuide dela.

 

 Bombeiro - ... – O homem cerrou os punhos ao ver como a mulher estava. – Desculpe, mas esse ferimento é letal. Se tirarmos isso dela, ela vai ter uma hemorragia interna. Me desculpe, de verdade. – Disse, tristemente, virando o rosto.

 

 Ichiro – Não, Naomi.

 

 Keima – Naomi, não...

 

 Zoey – Mãe...

 

 {Coloque essa música : https://www.youtube.com/watch?v=60ItHLz5WEA }

 

 Naomi – Ah... o que é isso? Não precisa disso, gente. – Falou, com dificuldades, ainda deitada. Eu só queria... falar uma coisa para cara um de vocês... mas eu não tenho tanto tempo sobrando... então...

 

 Keima – O que foi, Naomi?

 

 Ichiro – Fale, querida...

 

 Zoey – O que foi, mãe?

 

 Naomi – E-eu... amo... vocês. – falou, pegando no rosto dos 3, um de cada vez, soltando lágrimas pelos olhos e depois sorrindo, até que seus braços caíram e seus olhos fecharam.

 

 Keima – N-naomi?

 

 Zoey – M-mãe?

 

 Ichiro – Q-querida?

 

  A mulher estava imóvel, com um sorriso no rosto, toda ensanguentada.

 

Ichiro – NAOMI – Gritou, começando a chorar em cima do corpo da mulher, assim como Zoey.

 

 Keima – Não, não, não, não, não, não. Está acontecendo de novo, não, não, não...

 

 Ichiro – Keima? – Perguntou Ichiro, olhando para o garoto, que estava com os olhos esbugalhados e mortos.

 

 Keima – Não, não, não, não.

 

 Ichiro – (É quase o mesmo olhar dele quando o encontrei...)

 

 Keima – NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO. – Gritou o garoto, que caiu desmaiado no chão.

 

 Ichiro – KEIMA.

 

 { Pare a música }

 

 ]

 

 Ichiro – Esse... é o contexto. – falou Ichiro, cheio de lágrimas nos olhos, assim como Keima e Zoey, que se abraçavam fortemente.

 Kaito – Acho que não devia ter perguntado. Me desculpe.

 Ichiro – N-não, me desculpe por chorar. Mas de qualquer forma, quando fomos ao hospital devido aos ferimentos, descobrimos que o Keima havia sofrido um trauma muito grande vendo a Naomi morrer praticamente em seus braços, e por isso, a mente dele bloqueou várias memórias, só que por algum motivo, só as memórias antigas foram bloqueadas, até o dia que eu o trouxe para casa. – falou o idoso, que começou a tomar seu chá, para se acalmar.

 Kaito – Entendi. Eu acho que sei porque isso ocorreu.

 Keima – Hã? Sabe? – Falou, limpando as lágrimas por lembrar de Naomi.

 Kaito – Provavelmente você já tinha todo o trauma do nosso pai acumulado, e ganhar um novo fez você se sobrecarregar, originando o bloqueio e por consequência, a perda de sua memória.

 Zoey – Isso faz bastante sentido. – falou a garota, também limpando as lágrimas.

 Keima – Kaito... esse clima de velório está me torturando. Vamos animar as coisas?

 Kaito – Animar? Do que está falando?

 Keima – Eu estive pensando... e você só me achou por causa daqueles gêmeos, certo?

 Kaito – E graças ao meu radar.

 Keima – Diga, Kaito, você gostaria da minha ajuda para enfrentar o Kuro?

 Kaito – Ei... é verdade, eu estava reunindo aliados, e você seria o último, mas eu acabei esquecendo isso completamente depois que vi que era você.

 Keima – Então aceita?

 Kaito – é lógico... Mas espera... tem um problema...

 Keima – Qual?

 Kaito – Nosso pai estava envolvido nisso até pouco tempo, mas acabou ficando em coma, mas logo ele estará curado. Você vai ter que vê-lo novamente. Você consegue?

 Keima – Nosso pai, hã? – Keima cerrou os punhos. – Ah, fazer o que, ele é meu pai, tenho que visita-lo. – falou, suspirando. - E acho que ele já terminou com isso de treinamento, certo?

 Kaito – Sim, depois que você fugiu ele ficou tão mentalmente abalado que desistiu de continuar. Ele ficou quase um mês inteiro só dentro do quarto. Foi um período difícil.

 Keima – Entendo... mas não me arrependo de nada.

 Kaito – E nem deve. Você fez o certo. Ele aprendeu a lição depois daquilo, voltando a ser o cara legal e brincalhão que sempre foi.

 Keima – Entendi, mas voltando ao assunto, o que você acha de uma luta?

 Kaito – L-luta? Contra você?

 Keima – Isso. Com as coisas que você contou, minha memória está se reestabelecendo aos poucos, e uma coisa que eu já lembrei é que no nosso placar de lutas, está 44x0, não é? – Perguntou, rindo.

 Kaito – HÃ? VOCÊ LEMBROU JUSTAMENTE DISSO?

 Keima – E então, aceita?

 Kaito – Não sei... Acho que deveríamos ir logo.

 Keima – Não me diga que está com medo, Kaito.

 Kaito – De você? Até parece.

 Keima – Então vamos, aceite.

 Kaito – Tudo bem, vamos lá.

  Keima – Zoey, eu vou lutar com o Kaito e depois vou ir passar um tempo com ele para cuidar do assunto do Kuro, ok?

 Zoey – Tudo bem, só não morra.

 Keima – Belo incentivo. – Falou, se aproximando da esposa e a abraçando, depois beijando.

 Zoey – Bobo. Dê um beijo na Sayuri antes de ir.

 Keima – Entendido. Ichiro, conto com você para cuidar da Zoey em minha ausência, certo?

 Ichiro – Conte comigo, capitão. – respondeu o velho, sorrindo.

 Keima – Espera aí, Kaito, vou lá me despedir da Sayuri.

 Kaito – Eu vou com você.

 Keima – Ué, por que?

 Kaito – Bem... eu também tenho direito de me despedir de minha sobrinha, não é? – falou, corando.

 Keima – Ah, claro. Vamos lá.

  Os dois subiram às escadas, com Keima rindo de Kaito que estava com o rosto vermelho.

 Keima – Aqui é o quarto da Sayuri, vamos entrar. – falou, girando a maçaneta e entrando.

  Sayuri dormia profundamente agarrada à um ursinho de pelúcia, então Keima cutucou a garota, que abriu os olhos vagarosamente.

 Sayuri – Ah, papai? O que foi?

 Keima – Eu vim me despedir, vou me ausentar por alguns dias.

 Sayuri – Mas você acabou de chegar, papai. Isso não é justo.

 Keima – Eu sei, mas eu te prometo que quando eu retonrar, vou passar um dia todo com você, entendido?

 Sayuri – Bom, se for assim, tudo bem, mas você promete de dedinho? – Perguntou, esticando o dedo mindinho até Keima.

 Keima – De dedinho. – Respondeu, sorrindo e esticando seu mindinho a´te o da garota, selando a promessa.

 Keima – Então, até mais, Sayuri. Agora o Kaito quer falar. -  Falou Keima, dando um beijinho na testa Da menina e saindo do quarto. – Te espero lá em baixo, Kaito.

 Kaito – Certo. Bom, então, Sayuri, eu também vou ir embora por ora, mas eu volto qualquer dia, ok? – falou, agachando-se para ficar da mesma altura da garota, que sorriu.

 Sayuri – Tudo bem, tio Kaito. Sei que você está ocupado com esse tal de Buro.

 Kaito – Kuro? – perguntou, dando uma risada.

 Sayuri – Isso. – falou, sorrindo.

 Kaito – Sim, eu vou, mas eu volto pra brincar com você de novo.

 Sayuri – Ok. Mas antes de você ir...

 Kaito – O que foi? Quer alguma coisa?

 Sayuri – Me dê um beijinho de despedida também.

 Kaito – Ah, claro. 0 falou, dando um beijinho na bochecha da garota, que mostrou um semblante feliz. – Então, até mais, Sayuri. – falou, dando uma piscadinha e fechando a porta do quarto, enquanto sayuri voltava a deitar.

 Keima – E então, senhor tomate, vamos? – Falou, vendo Kaito aparecendo nas escadas.

 Zoey – Olha quem fala. – falou Zoey, aparecendo na porta da cozinha, dando uma risadinha na qual tapava a boca.

 Keima – Ei.

 Kaito – Boa, Zoey. – Disse o ruivo, descendo as escadas.

 Keima – De qualquer forma, que tal termos aquela luta?

 Kaito – Claro. Onde vai ser?

 Keima – Venha. Eu conheço um bom lugar. – falou, saindo da casa, seguido pelo ruivo.

 Kaito – Ok.

 Keima – Portal contact. Venha, entre...– comentou, abrindo o portal.

  Então os dois, depois de abrirem o portal, saíram na floresta onde estavam antes.

 Kaito – Justo.

 Keima – Então, vamos começar. Doomed resonance.

 Kaito – Por mim tudo bem. Dragonborn.

 Os dois irmãos se encararam e então, tomaram distância, sorrindo.

 Kaito – Keima, antes de começarmos, tenho uma pergunta. – falou, lembrando de algo.

 Keima – Diga.

 Kaito – Roy. Você era mesmo o Roy? O que estava fazendo em Central city?

 Keima – Ah, sim, aquela identidade do dia que eu esbarrei em você. Era eu sim. O que eu estava fazendo, você pergunta?

 Kaito – Isso.

 Keima – Lembra que o Ichiro me deu pãezinhos quando me encontrou? Eu viciei naquele tipo de pão, é muito bom. Porém eles só são vendidos em Central City.

 Kaito – O que? Você estava lá comprando pão? E por que estava disfarçado?

 Keima – Porque o Kuro podia estar em qualquer lugar, então resolvi me disfarçar.

 Kaito – Ah... entendi. Eu nem vou perguntar porque não me visitou, porque você perdeu a memória.

 Keima – Isso mesmo. Mas e então, Kaito? Preparado? Vamos começar.

 Kaito – Tudo bem. Sabre flamejante. – falou, fazendo sua dragonborn ser envolta em chamas.

 Keima – Sabre sônico. – Disse, fazendo sua doomed resonance ser envolvida por ondas sonoras.

 Kaito – VAMOS ACABAR COM ISSO. – Gritou, partindo para cima de Keima.

 Keima – SEMPRE IMAURO, NÃO É, KAITO? – Gritou também, correndo até Kaito.

 Keima – HHHHHHHHAAAAAAAAAAAAA

 Kaito – HHHHAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Os dois vinham rapidamente, arrastando suas respectivas espadas pelo chão, e quando iam cruzá-las, um vulto negro apareceu entre eles, segurando suas espadas, uma com cada mão, com duas facas que segurava, causando uma grande explosão.

 Hirako – O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO, SEUS DESGRAÇADOS? – Gritou o loiro, que desprendeu a força que fazia sobre suas adagas, fazendo os irmãos caírem no chão.

 Kaito – Hirako? O que faz aqui?

 Hirako – Você só pode estar me zoando, Kaito. Fazem quase 10 horas que você veio pra cá, estávamos preocupados, caramba. – falou, pegando o ruivo pela gola da camisa. – Cara, você está todo ferrado.

 Kaito – Claro, tive uma luta com hospedeiros há algumas horas. Mas nossa, já fazem 10 horas? Acho que acabei perdendo a noção, me desculpe. Mas como me achou, se eu estou com o radar?

 Hirako – Eu pedi para o koji te localizar via satélite, então eu só vim correndo até aqui.

 Keima – Correndo? Por que não abriu um portal?

 Hirako – Porque eu nunca tinha vindo até aqui antes, e caso você tenha se esquecido, os portais só permitem você ir onde você já esteve uma vez em sua vida. E aliás, quem é você? É inimigo?

 Keima – Ah, me desculpe, esqueci de me apresentar. Sou Ryuuma Keima, irmão do Kaito.

 Hirako – Irmão? Você nunca me disse que tinha um irmão. – falou, olhando para o ruivo, ao qual ainda segurava pela gola.

 Kaito – Ah, verdade. É que ele estava desaparecido, e... espera, eu vim de portal para cá.

 Keima – Nossos pais devem ter nos trazido aqui quando pequenos, então não lembramos.

 Kaito – Faz sentido. Temos um quadro dessa floresta na sala, parando pra pensar.

 Keima – Viu só?

 Hirako – Bom, de qualquer forma, Keima, você era o último fugitivo que restava?

 Keima – Fugitivo?

 Kaito – é como chamamos os hospedeiros que estão fora do controle do Kuro.

 Keima – Ah, entendi. Nesse caso, sim, era eu.

 Kaito – Por que o Wyles não veio com você?

 Hirako - ... Bom, vamos indo? – perguntou, se desviando da pergunta de Kaito.

 Kaito – Mas... ah, tudo bem.

 Keima – Tudo bem, vamos.

 Kaito – Pode deixar que eu cuido do portal.

 Hirako – Obrigado, né. Eu te metia um chute se me fizesse gastar mais energia.

 Kaito – Engraçadinho como sempre. Portal contact. – falou, abrindo o portal e saindo atrás do beco do hospital.

 Keima – Ah, eu amo isso.

 Hirako – Vamos entrar.

  Em alguns minutos, os 3 haviam subido até o quarto onde todos estavam, e quando Kaito ia abrir a porta, Hirako deu um tapa em sua mão.

 Kaito – Ei, por que fez isso?

 Hirako – Está preparado?

 Kaito – Preparado pro que, Hirako? – Perguntou, abrindo a porta, e assim que abriu, 1 vulto voou sobre ele, se jogando em cima do ruivo. – MAS O Q- Falou, sendo derrubado.

 Mizuno – E aí, Kaito. – Falou a garota de cabelos azuis, sorrindo.


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Notas finais do capítulo

A imagem do capítulo se refere à casa de Keima, onde ocorreu 95% do capitulo.



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