Kidnapped - Sequestrada escrita por Amanda Katherine


Capítulo 26
Viagem MARAVILHOSA




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735335/chapter/26

             Acordo assustada depois de um pesadelo com Justin e o vento frio me faz olhar em direção à varanda aberta com suas cortinas balançando e no meio delas, Justin sentado, sem camisa, apenas com sua calça moletom preta.

Levanto e vou até ele, que não me vê chegando por conta do chão encarpetado do quarto de hotel. Os músculos de suas costas estavam tensos e contraídos. Algo o incomodava.

— Está fazendo o que aqui? - disse me sentando ao seu lado e o mesmo tomou um leve susto.

—Perdi o sono. - voltou a olhar para a lua.

— Foi por causa de hoje? - perguntei.

— Não, é só que... Eu não sabia como um passado pode afetar a vida da gente de uma maneira tão absurda.

Então eu sinto um aperto em meu coração, ele estava falando dela. A garota que estava lá com a mãe dele.

— Quem era ela? - ousei perguntar.

— O que? - ele me olhou.

— Quem é o passado do qual você está falando? É aquela garota, não é?

Ele respirou fundo.

— Vamos voltar a dormir, estou com dor de cabeça. - então ele se levantou e foi para a cama, me deixando soxinha com uma pergunta sem resposta. Foi ai que percebi que não importava o que eu dissesse, não obteria nada dele naquele momento.

Algo me dizia que aquilo não estava terminado, e tampouco iria terminar bem!

...

Mais tarde, acordo primeiro que Justin e sigo para o banheiro tomar um banho. Quando saio, Justin está já vestido e pronto para sair.

— Onde vamos tão cedo? Você não vai nem tomar banho? - perguntei confusa.

— Eu vou. - disse sem me olhar. - Vou na minha mãe resolver umas coisas.

— E por quê eu não posso ir, Justin?

— Alessa... só... Eu volto rapido, beleza? - disse impaciente.

— Essa "viagem" - fiz aspas com as mãos -, não está sendo nada de como eu imaginei que seria.

— Eu nunca te prometi nada. Se você imaginou um mundo de fadas na sua cabeça, o problema é seu! - respondeu afiado.

— Então por que me tratou tão me em Los Angeles e me fez acreditar em um possível "nós" e agora está me tratando mal por motivo algum? Eu te fiz algo? Ou foi aquela garota que já virou sua cabeça?

— Alessa, cala a boca. - me olhou e em seu olhar eu pude ver que o melhor para mim naquele momento, era me calar.

O mordomo do Hotel nos trouxe comida e então Justin saiu e trancou a porta. Quanto tempo eu ficaria ali esperando ele voltar? O que será que ele foi fazer? Por que não quis que eu fosse? Por que de repente está me tratando tão mal? Por que?

E sem perceber, já havia tacado o copo com suco de laranja na parede com todas as minhas forças. Eu sentia tanto ódio, não por ele escolher ela, tampouco dela por apenas existir. Eu sentia ódio de mim, por me deixar levar e ser usada por ele DE NOVO!

Tudo voltou a ser como antes.

...

Passado um tempo, Justin voltou e eu não havia nem tocado na comida, a não ser no copo de suco que se encontrava quebrado no canto do quarto. Fingi que ele nem estava ali e continuei a fazer o que estava fazendo. Altos nada, sentada na cama, olhando o nada.

— Por que não comeu? - perguntou olhando a comida.

— Estou sem fome.

— Vai ficar assim agora? Cheia de graça? Vai começar?

— Me deixa. - respondi.

Ele deitou na cama e depois de umas meia hora com um silêncio maldito instalado entre nós, ele caminhou para o banheiro para tomar banho.

O interfone do quarto toca e eu atendo.

— Alô? - digo.

— Olá, boa noite. Aqui é o Anders, da recepção, há uma senhora aqui chamada Lexie e pediu para informar ao Sr. Drew que ela já chegou e está o aguardando no bar do hotel. Poderia dar o recado a ele, por favor?

— Si... sim. Claro, pode deixar, obrigada. - desliguei já sentindo meus olhos e meu estômago queimarem.

Eu não me permitiria chorar por causa disso. Ele fez a escolha dele. E continua me tratando como seu cachorrinho.

— Quem era? - saiu do banheiro só de cueca box e com a toalha secando o cabelo.

— Recepção. Só para avisar que ela está te esperando lá em baixo.

Pude ver que ele engoliu em seco, porém não quis nem dar uma explicação. Apenas caminhou para o closet e quando voltou, estava arrumado para algo muito chique. E eu me senti péssima de novo. Talvez eu e ele não fosse pra ser. Apenas.

Ele sai apressado pela porta e assim que o mesmo a tranca, não consigo segurar mais. O choro sai tão pesado e doído que eu sinto mais ódio por mim.

...

Ficamos 5 dias no Canadá, e nesses 5 dias, eu não sei o que houve, não nos falamos mais desde o dia em que ele saiu com ela e eu estava tão exausta que quase chorei de felicidade de ir embora daquele país. Pois nesses 5 dias, eu não sai do quarto para nada. Toda vez que ele saia, me deixava trancada no mesmo. Foi uma viagem MARAVILHOSA... para ele que voltava toda noite sorrindo.

No caminho de volta, ele foi no quarto de seu jatinho e eu na poltrona. Nunca me senti tão distante assim de alguém como me senti dele. Como disse, talvez nós dois não fosse para ser.

Acordo com ele balançando meu braço, dizendo que já chegamos. Desço e vou direto para o carro e lá mesmo durmo novamente o caminho todo. Quando chega na mansão dele, ele me chama de novo e eu vou para o "meu" quarto.

Tomo um banho e desço para a sala assistir algo. Tenho evitado muito os jornais, pois sempre passa algo relacionado a mim e em como minha família ainda sofre em minha procura. Coloquei um desenho e fiquei por ali mesmo.

Não fiz a comida, então Justin saiu para comprar algo para nós, mas eu estava sem fome, como estava nós últimos dias.

— Está fazendo greve de fome? Até quando vai continuar com esse drama? - me perguntou colocando às sacolas com as coisas em frente ao sofá e sentando no mesmo me encarando.

Desde a viagem, essa é a primeira vez em que nos encaramos. Resolvi comer para não ter que ele vir me encher o saco. Estou cansada!

Sentamos na mesa e eu fiz minha refeição, assim como ele. Lavei a pequena louça que havíamos sujado e fui para a sala de novo.

— Acabou minha insulina. - lhe disse quando o mesmo se sentou no sofá.

— Beleza. - foi tudo o que ele respondeu.

Então a porta é escancarada e por ela passa os meninos gritando com balõeszinhos nas mãos, comemorando a volta de Justin. Isso me fez ter tanta saudades das minhas amigas.

Ryan me abraça e se senta comigo no sofá. Pergunta como foi a viagem e eu apenas respondi um "maravilhosa" sorrindo e o mesmo voltou com os meninos para zuarem. Eles vieram ate mim me zuar tambem e eu ria muito com eles.

Niall que não havia falado comigo, se sentou no sofá ao meu lado e me encarou.

— Como você está?

— Bem e você? - perguntei.

— Indo... - me olhou.

Não sabia o que dizer a mais. Apenas o abracei, pois de qualquer forma, o tempo que passei com Justin, percebi que quem manda nisso tudo é ele e por mais que Niall tenha tentado ajudar, não podia fazer muita coisa. Então a culpa não foi dele.

Justin nos encarou abraçados e chamou Niall para falar nada. Só para tira-lo de perto de mim. Sacana!

Subo para meu quarto e depois de uns 40 minutos Justin entra com uma bolsinha. Eram minhas insulinas. Digo um obrigado baixo e ele sai.

No dia seguinte, Justin entra no meu quarto e senta na cama.

— Me acertei com minha mãe. - anunciou.

— Que bom, fico feliz.

— Ela vira aqui hoje, há está a caminho, deve chegar a noite.

— Hm... Sinto que não sou convidada para recebe-la. - digo sentindo que ele não veio anunciar isso a mim para que eu me preparasse para a visita, mas sim, para talvez ficar no meu canto.

— Bom, será só por dois dias. - relaxou na cama como se estivesse me dando uma notícia boa.

— Tá bom.

— Quero que você fique no seu quarto, por favor, não faça nenhum barulho, não quero que ela saiba que você vive aqui, pode ser?

— Sim Sr. Dursley. - digo em referência à Harry Potter.

— Ok. - diz saindo do quarto. Mas antes que ele saia, eu o chamo.

— Justin?

— O que?

— Quando será a troca do quadro? - perguntei engolindo o seco.

— Para que quer saber? - veio de novo até a cama.

— Por favor, eu não aguento mais isso. - não pude conter uma lágrima. - Só me de uma esperança de que eu vou ter a segunda chance de ser feliz de novo? Só me de uma data, por favor? Eu não aguento mais.

— Está breve. Bem em breve, ok?

Apenas assenti com a cabeça secando meus olhos.

— Obrigada.

Então ele sai, novamente.

Quando a noite cai, ouço vozes no andar de baixo. Saio de fininho do quarto para ver da escada.

Quando olho para o andar de baixo, não vejo só a mãe dele como Lexie também. Ela dá um selinho nele, fazendo todo meu corpo esquentar. Fico ali vendo Justin como nunca vi na minha vida. A cada palavra que saía de sua boca, era um sorriso. Ouvir as lembranças que eles tinham, me fez ver como eles foram felizes e lindos juntos.

Passando um tempo, os meninos chegam de novo gritando e quando entram, ficam todos de boca aberta, logo iniciando uma sessão de abraços entre todos.

— Lexie, quanto tempo, está linda. Mais crescida. - disse Chris a elas e eu senti uma pontada de ciúmes de como ela era querida por todos eles.

Justin caminha para a cozinha e eu continuo olhando a sena com o rosto apoiado em minhas pernas, sentada no chão. Me sentia tão vazia vendo tudo aquilo. E estava tão entretida com aquilo e com meus pensamentos que não percebi que Justin estava em pé ao meu lado me olhando feio.

— O que foi que eu te disse? - falou baixinho.

— Eu só... - então ele me puxa pelo braço me fazendo levantar num solavanco e me leva de volta para o quarto.

Ele não fala nada, apenas sai e me tranca no maldito quarto onde tudo o que eu sei fazer, é chorar. Como uma idiota. Eu estava cansada de chorar e ser tratada como um nada. Eu não mereço isso, sou melhor que isso e Justin nunca terá meu perdão! Nunca!

Durante o tempo em que elas ficaram aqui, o que durou mais que apenas dois dias, eu só comia algumas porcaria na madrugada, em que Justin me trazia para elas não o verem. Eu dormia o dia todo para não sentir fome e acordava quando já era noite, chegava a madrugada eu comia e amanhecia acordada, sem conseguir dormir por ter trocado o dia pela noite. Evitava me olhar no espelho e ver o monstro em que estava me tornando. Olheiras profundas, emagreci bastante e estava fraca demais. Eu estava definhando.

Na madrugada da última noite delas na casa dele, eu passei mal e vomitei horrores, o que fez um pouco de barulho e Justin veio furioso para meu quarto, pronto para me xingar, mas assim que ele me vê saindo do banheiro, seu olhar muda. Talvez pela minha aparência de zumbi que ele tenha notado somente agora. Sem conseguir segurar mais, caio de cara no chão, não aguentando sustentar meu próprio corpo. Coloco a mão no nariz e havia sangue por tê-lo batido no chão. Justin corre até mim e me pega no colo, eu luto para não desmaiar, mas meus olhos estavam simplesmente pesados. Vejo na porta Lexie e Pattie com a mão na boca olhando a cena.

— O que ela faz aqui Justin? - pergunta Lexie.

— Some daqui, porra, sai, vaza! - ouço ele gritar com ela enquanto me dizia para não desmaiar.

Suas mãos trêmulas pegando o celular e tentando ligar para alguém.

Vejo Pattie invadir o quarto e vir até mim desesperada. Ela afasta Justin que passava uma mão pelo cabelo nervosamente e a outra segurando o celular em seu ouvido. Lexie vai até ele e o mesmo a empurra, com o olhar vidrado em mim.

— Querida, está me escutando? - perguntou Pattie. - Não desmaie, está bem? A ajuda já está a caminho. - e é tudo o que eu pude ouvir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo! ❤️

Me sigam no Instagram se quiserem :)

kidbizzauhl.kath



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kidnapped - Sequestrada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.