Never Say Never escrita por Drix


Capítulo 24
I Won't Give Up




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735220/chapter/24

POV Stefan

Chego em casa e tem diversas mensagens e algumas ligações da Rebekah, no celular. Leio as mensagens, nada demais. Respondo algumas, e ela surge me questionando.

Onde você estava, Stefan? E por que o telefone estava desligado?”— respiro fundo pra responder sem ser grosseiro.

— Estava na casa do meu irmão, ajudando Elena a estudar, como já te falei.

Vocês estavam estudando até essa hora?”

Não. Terminamos de estudar, jantamos, eu fiquei conversando com meu irmão. Por que, algum problema nisso?— eu tento não ser grosso, mas, tem horas que minha paciência acaba. - Baby, hoje foi um dia longo, cheguei agora, vou dormir, tá?! Amanhã a gente conversa.— tento consertar. Ela para de me responder. Fica offline sem dizer nada. Mesmo assim, desejo boa noite e mando um emoji de beijinho. Pra nada ser usado contra mim, futuramente.

Deixo o celular de lado e pego o aparelho que meu irmão me deu. Resolvi brincar um pouco, configurando algumas coisas. Coloquei mais alguns contatos importantes. É estranho ter dois telefones, mas, é bom que algumas pessoas saibam os dois números, como a Lexi, o Joe e o George. Entro no whatsapp pra configurar e vou mandando mensagens pra quem estava na lista e acabo dando um Oi pra Elena.

Oi”— ela responde quase imediatamente. Fico meio sem saber o que dizer. “Quem é?”

Stefan.— respondo - Eu tava configurando aqui, não queria te incomodar.

Não incomodou não, estou conversando com minha amiga. Mas como você tem meu número?”

Damon deve ter colocado, esse é o telefone que ele me deu.

Ah tá!”— ela pausa e manda outra mensagem em seguida - “Chegaram direitinho?”

— Sim, foi rápido. É muito perto, né. Só não voltei andando porque George insistiu em ir me buscar.

É estranho ter segurança?”

Um pouco, é sim. Tira a liberdade. Eu poderia ter ficado mais um pouco conversando aí, se ele não tivesse chamado.

Verdade. Mas já está mesmo tarde”— fico sem jeito. Penso em me despedir, não sei muito o que dizer. Vejo que ela está escrevendo e aguardo. “Você vai jantar aqui amanhã de novo?”

— Eu não sei se vai dar, meu pai volta amanhã. Eu acho que teremos que ficar na biblioteca.

Hum. Que pena.”— Meu sorriso abre imediatamente. Eu sabia que ela não ia me odiar pra sempre, mas, essa foi tempo recorde! Tento controlar minha euforia e não falar nenhuma gracinha.

~Elena digitando~

Eu vou tentar falar com ele, sobre nossas aulas, e de repente, podemos repetir essa noite, outras vezes. — digo, antes dela enviar a próxima mensagem.

Se você preferir, eu posso ir até sua casa.” — Ela diz quase ao mesmo tempo que eu e me responde em seguida.

Ah, legal! Teu irmão fica muito feliz quando você vem. A Kath também.”

Eu digito um ~e você?~ mas não envio. Apago, digito de novo ~só eles?~ mudo de ideia novamente. Muito cedo pra essas brincadeiras. Ela tá digitando de novo. E eu não decido o que escrever.

Eu me diverti muito hoje, vai ser bom se você vier de novo”— eu olho a mensagem duas vezes pra ter certeza que meus olhos não estão me enganando. Não é a resposta da minha pergunta, mas é quase.

— Eu também me diverti. É bom estar em família, eu quero ir sempre que for possível.

Tá tarde. Vou dormir. Te vejo no treino amanhã, boa noite.”

Boa noite. Durma bem.— percebo que fiz, no automático, enviei o mesmo emoji que mandei pra Rebekah. Mas ela responde com a mesma carinha, e outro bonequinho piscando. Fiquei sossegado agora.

Eu acho que por mais que tenhamos passado uma semana nos estranhando, isso não vai mais acontecer. Elena já me vê como amigo, e isso é bom. Até mesmo pra ela se concentrar nos estudos de fato, e não em mim. Se ela conseguir a vaga nessa fase, vai ser ótimo pra nós dois.

Coloco o aparelho na mesinha, junto com o outro, e apago a luz do quarto. Está mesmo tarde e eu tô bem cansado. Sinto meu corpo relaxando e o sono vem fácil.

POV Elena

Assim que eles foram embora, fui falar com Katherine sobre as dicas de moda que Lexi mencionou no colégio e voltou a falar no jantar. Se preciso me enquadrar, pelo menos que seja agradável. Ela separou alguns acessórios e me deu algumas dicas.

Entro no quarto e começo a experimentar, tirando fotos e enviando pra Bonnie ver. Nos divertimos. Tiro o uniforme e deixo separado, coloco o pijama pra dormir, e me despeço dela. Ainda com o telefone na mão, recebo uma mensagem de um número desconhecido e fico curiosa. Eu nem sabia que Stefan tinha meu telefone, então ele explica e fico conversando com ele um pouco ainda.

Não sei o que dizer. Até tento puxar papo, mas, realmente não sei que tipo de assunto podemos ter em comum. O sono começa a bater e deixo o papo pra amanhã.

Nas próximas semanas eu vou vê-lo mais do que minha própria irmã, então, teremos tempo de conversar. Me despeço dele também, apago a luz, e nem percebo quando pego no sono.

POV Katherine

A noite foi incrível. Agradável, sem brigas. Elena agora tem uma amiga. A filha da Sra. Branson é mesmo uma fofa, como ela sempre disse. Inteligente, divertida. E, melhor amiga do Stefan. Fiquei muito contente em descobrir isso.

Elena me pede umas dicas sobre moda e fico toda alegre e empolgada. Já conversamos disso antes, mas, ela era sempre mais curiosa em saber das celebs que passavam na editora do que no conteúdo. Peguei alguns acessórios, umas peças e montei alguns looks pra ela, enquanto Damon tomava banho. Ela foi pro quarto feliz, experimentar.

Aproveito minha empolgação e me junto a ele no banheiro, preparando a banheira, pra um banho relaxante. Finalmente parece que minha irmã está se adaptando a essa nova vida, e isso me dá uma certa paz.

— Que sorriso é esse? - ele me pergunta desligando o chuveiro.

— Exatamente o que você tá pensando. - respondo, com um olhar malicioso, me entregando. Ele sorri, e sai do box molhado. Quase tenho um ataque com ele molhando o chão, mas, deixo pra lá, estou contente demais pra reclamar disso.

Ele me ajuda a tirar minha roupa e entramos na banheira. Faz tempo não fazemos isso. A adaptação da Elena sempre me preocupa e evito deixá-la sozinha, mas sinto saudade de ficar agarradinha assim com ele.

— Foi uma noite gostosa, né? - ele diz alisando minhas costas.

— Foi sim. Deu tudo certo. Viu como Stefan e Elena estão se dando bem? Eu sabia que isso ia acontecer.

— Foi rápido. Não achou? Da forma como Elena reagiu, achei que ia demorar bem mais pra ela se adaptar a ele.

— Baby, seu irmão é adorável. Quem não gosta dele? - ele ri. - Stefan é um menino gentil, educado. Não conheço ninguém na face da terra que não teça elogios sobre ele. Assim como você. Parece que os Salvatore têm um charme e encantamento naturais.

— Isso não funcionou muito contigo, eu demorei bastante pra te conquistar. - ele responde. Adora jogar isso na minha cara em todas as oportunidades. Sorrio e me viro pra ele. Nos beijamos e o banho ganha um ar mais sensual do que deveria.

~ Flashback ~

Aquele dia Damon acordou mais cedo e foi pro mesmo café que viu Katherine, e aguardou, olhando pra porta, esperando que ela entrasse. Após algumas horas, percebeu que não a veria, e precisou ir trabalhar.

Andou distraído e frustrado até o escritório. Deu bom dia pra recepcionista, entrou na sua sala, e leu alguns processos até a hora do almoço.

— Quer saber, vou tentar esbarrar com ela de novo. Me chamo Damon Salvatore, desistir não está no meu gene! - disse pra si mesmo.

Pegou suas coisas, uma pasta, e foi até o prédio da editora, fingir que tinha uma reunião. Chegou na recepção e perguntou.

— Eu gostaria de falar com uma moça, ela trabalha na parte de moda, eu acho. Katherine o nome.

A recepcionista precisava de um sobrenome, ele não fazia ideia. Haviam diversas Katherine no prédio. Ele deu descrições físicas, mas, não obteve nenhum sucesso. Se afastou, em direção a porta de saída, e decidiu tentar de novo, quando a avistou, passando pela catraca, com um sorriso brilhante.

Ele sorriu ao vê-la, e ela se assustou. Ficou séria por um momento, mas, depois deu um sorriso, discreto.

— Oi. - se aproximou dele, confusa.

— Você não apareceu no café hoje, eu vim ver se não quer almoçar. - disse, sem medo da rejeição.

— Eu.. bom... Desculpe, não me lembrei que tinha marcado.

— É, não marcou. Mas eu tive esperança. - ele sorriu.

— Você me seguiu ontem? Como sabia que eu trabalhava aqui? - ela questionou, séria.

— O café é aqui em frente, eu fiquei observando você de lá, e vi quando entrou. Não segui, não precisava. Mas, e o almoço, topa?

Katherine ficou intrigada com a insistência. Um pouco receosa também. Um estranho num café, sabe onde ela trabalha, e estava claramente ali procurando por ela. Pensou e decidiu não aceitar convite.

— Bom, eu já marquei com meus amigos, sinto muito. - respondeu apontando pra frente, onde um grupo a aguardava.

Alguém veio logo atrás dela e a chamou. - Gilbert, você vem? - Katherine olhou, era sua chefe.

— Preciso ir, minha chefe. - ela sorriu, sem jeito.

— Me dá seu telefone? - ele diz, ainda interessado.

— Você me encontrou aqui, tenho certeza que vai descobrir isso também. - Ela disse, saindo e sorrindo.

Damon se sentiu estimulado e tudo pareceu mais interessante. Aquela garota arisca que não se deixou seduzir tão fácil se tornou um desafio. Ele ia descobrir seu telefone e conseguir levá-la pra jantar.

Chegou no escritório de volta, com o almoço pra viagem, e enquanto comia, pesquisava o sobrenome Gilbert. Encontrou algumas entradas, e os dados de um famoso cirurgião cardíaco em Richmond.

Numa das entradas, a foto da família e lá estava ela. Uma mocinha, de sorriso fácil, um olhar cativante, e os cabelos cacheados caídos sobre o ombro.

— Muito bem, senhorita Gilbert. Você vai sair pra jantar comigo até o final da semana. - falou, olhando pra foto.

Pesquisou a telelista e conseguiu o telefone dela. Mais um pouquinho, email e até onde ela morava. As vantagens de ser um advogado. Pensou. No final da tarde, pegou o telefone e discou.

— Alô. - ela atendeu e o coração dele disparou.

— Srta. Gilbert? - Ele disse, receoso.

— Sim, pois não?

— Você disse pra eu te achar. Pois, então, aqui estou eu. - ele ouviu uma deliciosa risada do outro lado. E sorriu.

— Você é mesmo persistente.

— Faz parte do meu trabalho.

— Muito bem... Como é mesmo seu nome? Desculpe, eu estava meio tonta ontem.

— Damon. Damon Salvatore. - ele disse tentando alguma reação positiva.

— Hum... Italiano? - ela perguntou, mas, ele esperava que ela reconhecesse dos jornais. Ficou um pouco decepcionado.

— Sim, do meu pai, eu nasci aqui mesmo. Você já deve ter ouvido falar dele. Ou de mim.

— Não, sinto muito. Não moro aqui há muito tempo. Vim pra NYC tem menos de um ano, quando passei pra faculdade, só faço estudar e agora trabalhar. Tá sendo uma loucura essa vida em Manhattan. Você é daqui, então? - ela puxa papo pra conhecer seu perseguidor.

— Sim, nasci e cresci em Manhattan. Você estuda o quê?

— Jornalismo.

— Que bacana, eu tô terminando Direito.

— Ah, agora faz sentido essa vibe investigativa. - ela ri, ele acha graça da dedução.

— Então, será que consigo te levar pra jantar? - ele tenta, sem enrolação.

— Não.

— Não? Por que não? - ele questiona assustado.

— Eu tô em semana de provas, não tô saindo. Desculpe, não é uma boa época pra vida social.

— Katherine... Você é uma mocinha difícil, mas, não pretendo desistir. - ela ri.

— Você realmente me esbarrou num momento meio doido. Não é mesmo uma boa hora.

— Bom, podemos ser amigos, então? Meu escritório é perto da editora, a gente pode tomar café, ou almoçar um dia desses. Eu te mostro algumas coisas na cidade, vai ser divertido.

— Você é mesmo insistente. - ela diz, num tom simpático. - Café amanhã, tudo bem. Prometo me lembrar. Às sete e meia?

— Por mim tá ótimo! Te vejo amanhã.

Ele desliga com uma sensação de vitória. Ela permanece incrédula. Olha pro lado e comenta com a amiga.

— Sério, eu acho que ele tá me vendo como uma peça de conquista.

— Por que você acha isso?

— Liv, você viu a cara desse homem? O que um cara desse quer comigo? Vou ser mais um brinquedinho pra ele. Não tô a fim não.

— Ah, garota. No máximo você vai ter um bom jantar, tomar um bom vinho e ter uma boa noite de sexo.

As duas riem, e voltam a trabalhar. Katherine pensa nisso. Um café. Só um café não é má ideia afinal. E decide aparecer no dia seguinte.

~atualmente~

POV Elena

Acordei com o despertador, novamente. Finalmente meu cérebro está descansando como deve. Me levanto, olho pela janela, a cidade se movimenta. Sinto cheiro de comida. Me arrumo e vou pra cozinha. Damon está animado empilhando as panquecas e Kath está ao lado, com um sorriso enorme, cortando algumas frutas. Dou bom dia e meu único pensamento é: Transaram. E sorrio internamente.

É engraçado porque eles tentam esconder, mas, sempre demonstram. Aliás, preciso dizer que ela deveria fazer isso mais vezes e parar de se preocupar comigo. Não vou me influenciar por ela transar e querer sair transando por aí. Quando eu sentir vontade de fazer isso com alguém estarei muito certa da minha decisão.

Além do mais, eles são um casal, e jovens, e apaixonados. É tão normal e natural. E fico mais constrangida em saber que ficam se reservando pela minha presença do que se transassem todos os dias sem se importar comigo aqui.

Sigo pro colégio mais cedo do que o normal. Já que vou ter que me produzir na moda, vou precisar de um tempinho extra pra me arrumar no vestiário. O ginásio da piscina está vazio, nem o salva vidas chegou. Somente a moça que vigia o banheiro se encontra. Dou bom dia, guardo minhas coisas no armário e percebo que esqueci meu roupão. Que ótimo.

Sigo pra piscina somente de maiô, meio apreensiva. Ainda não gosto da ideia de desfilar sem roupa nesse colégio. Vejo Stefan chegando e me tremo de vergonha. Ele tá distraído mexendo no celular e me jogo na água de qualquer jeito. Ele se assusta com o barulho e olha.

Dou um tchauzinho sem graça de dentro da água e começo a nadar. Um dia isso passa, mas, agora eu só quero evitar os falatórios mesmo. Preciso me acostumar a ideia que em breve me vestirei com aquele uniforme curto e super sexy de líder de torcida, e isso por si só já me deixa bem nervosa.

Alguns minutos depois de umas braçadas, noto alguém caminhando na borda, no momento que subo a cabeça pra respirar. Dou uma parada. Stefan se aquecendo. Aliás, eu nem me aqueci, quando o avistei me joguei aqui dentro tão rápido que nem sei como ainda não me deu uma câimbra.

Eu tô mesmo impressionada como a natação fez bem pra ele. Aquela foto que a Kath mostrou é totalmente diferente desse cara aí na minha frente. Tudo bem que a foto deve ter uns 3 anos já, mas, ele cresceu pelo menos uns 20cm e, acho que, por ser magrinho, definiu o corpo muito fácil. Ele levanta a cabeça, me vê olhando e sorri. Sorrio sem graça e volto a nadar. Que vergonha.

Ele se joga na água, numa raia mais perto de mim, dessa vez. Espera eu bater na borda e me chama. Eu quase não olho, com medo dele implicar porque eu tava olhando. Mas, não posso mais ser escrota, ele tá me ajudando, então, paro.

— Que tal uma corrida? - ele diz sorrindo.

— Sério? Você é maior que eu, é meio injusto né.

— Você é mais rápida que eu e segura o sopro bem melhor. Não tem nada de injusto.

— É? Não tinha notado.

— É. Eu vi no seu teste. Você segura por 6 braçadas, eu levanto na quarta.

— Hum... Então vamos. - Sorrio e bato na borda, pra começar. Empolgada.

Demos algumas voltas igualados, e num certo momento eu disparei na frente. Sem nem acreditar, já que por ser maior, a chance dele chegar antes é grande. Quando percebo que estou a frente pelo menos duas voltas, eu paro.

— Rá! Ganhei! - Ele ri.

— Eu disse. Você é mais rápida!

— Eu achei que não. Você é mais alto que eu. Achei que fosse mais veloz.

— Talvez seja essa diferença. Você é menor e mais leve.

— Hum... Faz sentido. - ele sorri e concorda. - Bom, preciso ir, me arrumar. - Digo, olhando o relógio.

— Tudo bem, quer que te espere na saída?

Respondo que sim, e ele volta a nadar. Ainda fico receosa em levantar, mas, não tem jeito, não posso ficar nessa palhaçada, entrando e saindo me escondendo dele. É só um maiô de nado, nada demais. Subo pela borda mesmo, e sigo pro vestiário, respirando e torcendo que ele não olhe fora da piscina.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Never Say Never" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.