Never Say Never escrita por Drix


Capítulo 23
I Don't Know How


Notas iniciais do capítulo

Eu queria ser sucinta, mas nasci prolixa, e nesse tempo da história, eu queria estar super adiantada, mas, não estou.
Pelos menos tô construindo a amizade dos dois devagar, como eu pretendia, e tô gostando. Espero que curtam também!
Então, agradeço pela paciência e leitura! =)



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POV Stefan

Saio do banho ainda com a cabeça fervendo. Eu disse que não queria me meter e agora prometi pra Bekah que vou me meter. Como eu vou convencer Lexi a dar a vaga de volta pra ela, sendo que eu sei que Elena entrou justamente por isso?!

Saio do vestiário e vejo ambas na arquibancada conversando. Meu coração acelera de nervoso. Enfrentar a ira da Lexi é pior que a da Rebekah. Lexi tem esse jeito doce e calmo, mas, quando se aborrece é como um furação. Um Tsunami, eu diria. O estrago parece pior e pontual.

Sorrio pra elas ainda de longe, Elena acena e levanta. Me aproximo.

— Finalmente! - Lexi diz. - Por que demorou tanto?

— Fui falar com a Rebekah antes. - respondo. Lexi faz uma das caretas peculiares. - Ela me pediu pra intervir contigo pra ela voltar pra equipe. Alguma chance disso acontecer?

— Só se ela nascer de novo, eu diria. - ela me responde numa convicção que me assusta e me preocupa. Nunca mais eu vou beijar minha namorada se depender disso.

— Vamos? - digo, encerrando o assunto que mal comecei.

Elas concordam e seguimos pra saída. Ainda tem uma ou outra dupla conversando no ginásio, como sempre. A hora da aula de educação física é interessante. As turmas do mesmo ano todas se encontram. No caso, o último ano têm quatro turmas e todas fazem educação física no mesmo horário, por causa das equipes. É o único momento que eu socializo de verdade com outros alunos.

Me despeço de uns, Lexi dá um adeus pras meninas, e vamos conversando sobre isso. Explicando pra Elena, as modalidades de esportes do colégio.

— Bom, eu vejo vocês mais tarde. - Lexi sorri e se despede. Vejo George na porta, me esperando como sempre. Acho engraçado isso, e ainda não entendo muito bem o real motivo de ter um segurança.

— George, vou pra casa da Elena estudar. Só temos um pequeno problema. Ela mora com meu irmão. - digo sorrindo. Ele me olha alarmado.

— Senhor Stefan, duas noites seguidas, seu pai não vai gostar disso.

— Eu sei, mas, ele não vai saber. Olha, leva meu telefone contigo pra casa, se precisar falar comigo, liga pra esse número. - passo pra ele o telefone da casa de Damon – e assim que chegar em casa, desliga meu telefone. Deixa só o seu ligado. Se ele ligar, estou estudando, a semana Ivy está próxima.

— O senhor parece ter tudo planejado. - ele me olha irônico.

— Bom... É melhor assim do que ficar ouvindo os gritos dele no meu ouvido. E para de me chamar de Senhor, por favor! - respondo. Ele concorda, não muito contente.

— Posso pelo menos acompanhar vocês e me certificar que chegaram bem? - Olho pra Elena que não se incomoda, então, concordo. Vamos caminhando até a casa do meu irmão, e começo a explicar o plano de estudo pra ela. Chegamos no prédio, George diz que volta pra me buscar às Dez. Não discordo, foi o mesmo horário que sai ontem, acho que tá bom.

Entramos e sinto um frio na barriga lembrando do anjo loiro que esbarrei. Caroline. Resolvo voltar no assunto quando entrávamos no elevador.

— Elena, eu... Você não me disse se conhece a moça que falei, Caroline. - ela me olha um pouco confusa e responde meio debochada.

— Sim, ela é a pessoa mais feliz que conheço. Você disse que conheceu ela aqui ontem, como dançaram juntos sábado? - me pergunta com um sorriso tão cínico que até gaguejo pra responder.

— Bom, eu... Então, teve essa festa... Eu fui com uns amigos, e eu não conhecia ninguém e bem... Promete segredo? Eu tava bêbado... – conto antes mesmo dela responder, esperando que ela realmente não conte pro meu irmão, muito menos pra Kath. Ela sacode a cabeça, sorrindo.

— Hum, e daí?

— Então, de repente, ela começou a dançar na minha frente, mas, não demorou dois minutos, me arrancaram de lá. Eu nem tive tempo de perguntar o nome dela. Então ontem, quando eu tava subindo, ela entrou. E me reconheceu da festa. - chegamos no décimo oitavo andar. E Saímos. - Segredo? - pergunto de novo.

— Eu não tenho nada com a sua vida. Mas, não é muito certo beber sendo menor de idade, né?!

— Você não quebra as regras nunca? - pergunto, curioso, enquanto ela abre a porta.

— Não!

— Hum... - resmungo, pensativo. - É, nem eu. Mas você me falou uma coisa sábado que me deixou meio puto.

— Eu? Eu nem troquei meia dúzia de palavra contigo, Stefan. Você tá louco? - Ela para no meio da sala.

— Você não lembra, mas disse que a culpa da minha vida ser desse jeito... bem, você tava se referindo a Rebekah e a histeria dela, mas, eu absorvi um todo. Você disse que a culpa era minha. E fiquei incomodado com isso o dia inteiro.

— Ninguém pode fazer nada contra você sem que você mesmo permita. - ela repete.

— Isso, isso aí mesmo. - Digo, apontando pra confirmar. Ela sorri e volto a ficar incomodado.

— Papai me dizia isso quando eu me aborrecia com alguém. Não é uma crítica. - olho confuso. - Na verdade, é mais uma reflexão. As pessoas vão sempre fazer algo que a gente não gosta. A importância somos nós mesmos que damos. Então, se algo te aborrece, é a importância que você dá pr'aquilo. Se você não quer se aborrecer, para de dar importância. É só isso. - Ela sorri e segue pra cozinha. Fico parado ainda, pensando. - Quer água? Alguma coisa? - me pergunta, servindo água pra si mesma.

— Ahn? Quero, água, obrigado. - respondo e me aproximo da bancada. - Eu achei que você estava dizendo que eu era responsável por ela ser desse jeito, como se eu fizesse algo pra estimular isso.

— Não era isso, mas, de certa forma, você também não impede. Ela faz essas coisas, e você continua namorando ela. - ela me responde numa sinceridade cortante. Abaixo a cabeça, olhando pro fundo do copo, porque ela está coberta de razão.

— Existem dois fatores nessa equação. Eu não posso terminar com ela sem arrumar um problema e uma briga com meu pai. E, o segundo fator, eu gosto de estar com ela. Apesar dessa insanidade, nós estamos juntos faz tempo, e é bom.

— Isso parece comodismo, pra mim. - eu olho pra ela, que arregala os olhos. - Desculpa, eu... Eu não tenho nada com isso. Eu só... Bom, vou guardar minhas coisas no quarto. Fica a vontade, se quiser comer alguma coisa, Kath sempre guarda umas besteiras por aí, pode pegar o que quiser. - ela sai, carregando a bolsa pelo pequeno corredor.

Eu apenas não tô preparado pra entrar nessa briga contra meu pai agora. É só isso. E é tão difícil explicar isso pras pessoas como é terminar com Rebekah.

POV Elena

Entendi finalmente o motivo daquele silêncio constrangedor. Não que isso importe agora também, as coisas parecem estar se acertando. Mas, como sempre, minha língua é maior que a boca e acabo falando mais do que deveria.

Vou pro quarto pra não falar mais nada, eu não tenho nada com isso. Eles que se entendam pra lá. Pelo menos ela não encheu mais o meu saco.

Deixo a bolsa em cima da cama e pego os livros pra estudar. É tão estranho, estar aqui sozinha com ele. Há pouco mais de uma semana ele era o cara que eu odiava, hoje é o sujeito que vai me ajudar a garantir meu futuro na Universidade que eu desejo. Quão louca é a vida?!

Tiro o uniforme e coloco uma roupa mais confortável. Vou pra sala, tentando decidir se estudamos no meu quarto, no escritório ou na sala mesmo.

— Stefan, você se incomoda de estudar no meu quarto? Logo eles vão chegar, Kath vai colocar a mesa pra jantar, Damon vai assistir TV, não vamos ter silêncio se não for lá.

— Não, claro que não. Se você não se importar...

— Bom, se eu me importasse, não tinha sugerido. - respondo prontamente, não parece óbvio?

— Eita! As farpas não acabam nunca! - ele responde e acabo rindo.

— Porra, mas isso é tão óbvio que mereceu essa resposta! - digo, ainda rindo.

— Tudo bem, como é que sua irmã te chama mesmo? Ah, sim, docinho.

— Eu sou um docinho, mas, você fala umas coisas idiotas. - ele solta uma gargalhada. Eu acabo fazendo o mesmo. - Anda, vamos, não viemos pra fofocar, você mesmo disse. - ele concorda com a cabeça e vamos pro meu quarto.

Separamos as matérias de acordo com o plano de estudos dele. Vamos estudar até a hora do jantar, duas matérias, com um intervalo de 20 min entre elas.

— E no almoço, a gente nem pegou nada hoje... - lembro do que ele disse ontem.

— Bom, eu ainda não tinha mostrado o plano pro Sr. Morgan, então, acabamos perdendo esse tempo, mas, amanhã, sem falta. A gente almoça e direto pra biblioteca. Nada de papo, pelo menos nas próximas semanas.

— Sua namorada vai te matar. - digo, entre os dentes.

— É, eu sei. Mas, até ela voltar pra equipe, eu tô de castigo, então... - ele diz, dando de ombros, eu não consigo segurar o riso.

— Castigo, sério? Como assim? - ele me olha como se tivesse falado demais. Cerra os olhos, e parece pensar na resposta.

— Ela pediu pra eu falar com a Lexi pra ela voltar pra equipe. Se eu não conseguisse, eu não ia tocar mais nela. Você viu a resposta. Significa que, nada de namoro até ela conseguir a vaga dela de volta.

— Então, meio que vocês terminaram? - pergunto tentando me manter séria.

— Ah, não. Você acha?! Ela vai continuar me perturbando, me atentando. E eu não vou poder tocar nela. Funciona assim.

Seguro o riso e abaixo a cabeça olhando pros livros. Ele dá uma risada nervosa e pergunta.

— O que foi? Fala. - paro de rir e olho pra ele, muito séria.

— Isso é ridículo. Esse joguinho. Você já viu o tanto de menina que tem no colégio que não tira os olhos de você? E ela sendo ciumenta desse jeito, eu imagino que ao menor sinal de perda, ela acaba com essa greve, quer dizer, castigo, que você mesmo se impõe, deixando ela ditar as regras. Taí o que falei de você permitir. Embora eu ache que esse namoro tá todo errado, pelo menos tenta fazer de um jeito que fique bom pra você.

— E ela fala isso também, vocês enxergam demais, eu não vejo ninguém me olhando.

— Você deve ser cego. - resmungo.

— De todo jeito, eu não sei como fazer isso, jogar com ela da mesma forma.

— Ah... Eu não gosto dessa coisa de joguinho, mas, vamos lá. Ela é ciumenta, certo?! Qual a chance dela continuar te evitando quando perceber que tem outra interessada e que existe uma possibilidade de reciprocidade?

— Hum... Não tinha pensado nisso.

— Percebi.

— Mas... Eu não sou assim, eu não gosto de estimular o ciúme dela. Na verdade, eu odeio o ciúme dela.

— Bom, foi só uma ideia. A gente pode estudar agora? Foi pra isso que você veio, né. Eu nem namorado tenho, não sou a melhor pessoa pra conselhos. - resolvo cortar. Ele concorda e começamos a estudar.

POV Stefan

Elena me deixou cabreiro com a ideia. Aponto os tópicos pra ela, e enquanto ela lê, minha mente viaja na hipótese de usar o jogo da Rebekah a meu favor. Explico mais alguns pontos da matéria, e me distraio de novo nos meus pensamentos. Quem poderia ser a moça interessante?

Ouço vozes na sala, acho que meu irmão chegou. Elena me olha na mesma hora.

— Acho que chegaram, quer ir lá fora? - respondo que sim, ela continua estudando.

Saio do quarto e ando devagar pelo corredor. Katherine entra na cozinha cheia de sacola e Damon vai atrás carregando algo pesado.

— Hey. - sorrio.

— Stef! Você veio mesmo! Que bom! - ela larga tudo e vem me abraçar. Damon vem em seguida.

— Babybrow. - eu gosto quando ele me chama assim, apesar de parecer que ele tá falando com um bebezinho. Abraço os dois, sorrindo.

— Burlei o sistema, de novo. - Kath me olha de soslaio, como se fosse me dar uma bronca.

— Não gosto disso. - e olha pra Damon, inquieta.

— É o único jeito, amanhã quando papai voltar, eu conto a verdade. Prometo. - digo, praticamente implorando ser perdoado. Ela sorri, e passa a mão no meu ombro. Acho engraçado, não muito tempo atrás, ela passava a mão na minha cabeça e eu olhava pra cima. Agora, ela mal alcança, sem esticar o braço.

— Você cresceu mesmo. - ela diz, completando meu pensamento. - Elena? - aponto pro quarto. Ela vai atrás.

— Ei, vem cá, eu pensei numa ideia. - Damon me puxa pra mais perto e quase cochicha. - Um novo chip, só pra nós. Assim papai não tem como rastrear. O que acha?

Olho sorrindo, considerando a ideia, e começamos a confabular sobre isso. Um novo chip, ou outro telefone, talvez. Katherine volta, torcendo o nariz, mas, Damon sorri pra ela dizendo que eu concordei. E ela se conforma. Ele me entrega um novo aparelho, dizendo que os números já estão na memória, mostrando que pensou em tudo, até me assusto.

— Se papai descobre isso, eu tô perdido, você sabe, né?! Ele me coloca num internato e a gente nunca mais se vê! - digo rindo. Kath parece preocupada. Damon a abraça, tentando confortá-la.

— Calma, baby, a gente exagera um pouco, só por diversão.

— Eu não exagero não, eu falo só verdades. - implico. Ouço Elena chamando da porta, quase como uma bronca e faço um sinal pra eles. - O dever me chama.

POV Elena

Kath vem me ver, logo que chega. Conto que chamei Lexi pro jantar também, ela se anima. Diz que trouxe várias coisas do mercado pra fazer o jantar e andou lendo umas receitas no trabalho. Sorrio. Eu nunca imaginei minha irmã cozinhando, muito menos pra mim. Me sinto mimada. É uma sensação boa. Conto pra ela, rapidamente, como foi na escola hoje e o primeiro dia de treino. Ela sorri, satisfeita.

Volto a estudar, logo que ela sai, e chamo Stefan, novamente. Pra quem não queria fofoca, ele parece muito adepto a prática. Preciso chamar de novo, da porta, ele vem. Sorrindo. E como tem o sorriso bonito. Aliás, é por isso que todas aquelas garotas suspiram quando ele passa. O tonto nem nota. Só tem olhos pra namorada louca, mesmo. Que coisa mais estranha. Enfim, volto a estudar e o tempo parece passar correndo.

Logo, Kath nos chama pra jantar, e a campainha toca, com Lexi chegando, toda sorridente por finalmente conhecer minha irmã. A mesa já está posta e a comida está cheirosa e parece bonita. Kath e Damon, claro, fizeram um assado com batatas e salada. Simples e gostoso.

Entre risadas e histórias, nos deliciamos. Está sendo uma das noites mais agradáveis que eu tive desde que vim pra cá. As que Bonnie passou aqui também foram memoráveis. Olho em volta, todos sorrindo, e brincando e me sinto bem.

Terminamos de comer, ajudo Kath e Damon a tirar a mesa, e pegar a sobremesa. Kath tem essa mania de doce, sempre. Provo um pouco, mas, acho enjoativo. Stefan se lambuza e vejo Lexi saboreando também. Eu amo chocolate, mas, essas coisas muito doces, eu não curto. Desde pequena. Ao contrário da minha irmã, que parece uma formiguinha açucarada.

O interfone toca e é o segurança do Stefan avisando que está lá embaixo. A hora passou num susto e nem percebemos. A conversa fluiu tão gostosa, que até lamento que eles precisem ir embora. Todos se despedem, eu levo os dois até a porta. Lexi me abraça, dando boa noite.

— Nos vemos amanhã, no treino. - Stefan diz se despedindo, de longe.

— Não ganho beijinho hoje? - pergunto implicando, e vejo o rosto dele corar, imediatamente.

Lexi solta uma gargalhada escandalosa, e coloca a mão na boca, pela hora. Stefan coloca as mãos no bolso, e sorri sem graça.

— Eu, bom...

— Boa noite, Stefan! - respondo, rindo. Foi a melhor cena da noite. Eles andam até o elevador, e aceno.

POV Stefan

Foi um dos jantares mais agradáveis que já tive. É bom estar em família. George chega, me lembrando que está tarde. Ofereço carona a Lexi, e nos despedimos. Na porta, Elena me lembra da situação constrangedora de ontem e tenho vontade de enfiar minha cara debaixo no capacho. Lexi ri escandalosamente. Eu adoro a risada dela, mesmo quando está rindo de mim.

Entramos no elevador e ela não perde a oportunidade de me cutucar.

— Não teve beijinho hoje só porque eu tô aqui?

— Palhaça! - respondo, com uma careta. Ela ri mais. Descemos, e seguimos pra nossas casas.

Foi uma ótima noite.




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