Simulando Alice escrita por Stormy McKnight


Capítulo 1
O Buraco do coelho


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem?

Essa é a minha primeira Shortfic inspirada em Alice no país das maravilhas e com realidade virtual.

Os capítulos tem números, de 0 a 3, pois são representações dos códigos que o computador lê. Os computadores possuem um sistema binário de 0 e 1 somente. Mas entre esses dois números existem milhares de variações possíveis. Nesse capítulo, o "0" representa um prólogo, por isso não marquei como capítulo 1, pois o verdadeiro capítulo 1 começa dentro do jogo. Tecnicamente eu iria fazer os capítulos somente com 0 e 1, pra representar melhor o sistema binário, porém, depois do primeiro capítulo, não tem outro "prólogo".

Acho que essa trama foi a mais complicada das que eu já escrevi, pois, as personagens terem o mesmo nome é algo trabalhoso, e eu precisei de muita paciência pra não estragar a trama. Então, já vou avisando que se vocês acharem os diálogos muito repetitivos, tenham em mente que é por isso, ainda mais que eu fiz seis pessoas com o mesmo nome, porque eu tenho problema com o número 6, tudo tem que ter o 6.

Boa leitura!



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O Buraco do coelho  

 

 Nossa história começa com um estranho homem de terno que usava uma máscara branca com a forma de uma cabeça de coelho cobrindo parte do rosto,que tinha um par de orelhas, dois buracos enormes para os olhos, um focinho de coelho, e um pequeno dente da frente do animal. Ele tocou a campainha de uma mulher qualquer e a mesma foi atender.

 

A mulher abre a porta e o homem com mascara de coelho fala com ela. 

 

“Boa tarde! Eu poderia falar com a Alice?” 

 

“Boa tarde. Eu não sei do que está falando”, retrucou a mulher.

 

“Quem é você?”, continuou a mesma.

 

O homem da máscara de coelho se apresenta.

 

“Meu nome é Benny, e eu trabalho em uma clínica do sono chamada Wonderland.  Eu preciso falar com a Alice, ela é uma das pacientes da clínica e tem uma consulta marcada para hoje."

 

“Desculpa, mas eu não sei quem é Alice”, ela insistiu. 

 

“Qual é o seu nome?”, o tal quis saber. 

 

“Meu nome é Jessica”, ela se apresentou. 

 

“Olá, Jessica! Você sabe quando a Alice chega?”, ele parecia impaciente.  

 

“Não, não sei. Eu já disse, eu não sei quem é Alice”, a mulher continuou a insistir. 

 

“Eu acho que você sabe, só não quer me dizer”, ele continuou insistindo. 

 

“Por favor, não me faça perder o meu tempo. Se eu chegar atrasado no trabalho e sem a Alice…minha chefe me mata.”

 

 

“Mas eu já disse…”, ela interrompeu a fala.

 

o homem começou a espirrar um gás estranho com um pequeno spray na mulher. 

 

Ela então começa a tossir tentando expelir o gás dos pulmões, mas logo começa a se sentir cansada. Seus olhos começam a se fechar lentamente até ela apagar.

 

»»»»

 

Quando meus olhos se abriram, eu estava nesse quarto todo branco, deitada em uma cama toda branca. 

 

Me levantei e olhei para mim mesma. Eu me vi usando um traje todo branco composto por uma blusa de manga comprida e uma calça tipo leggings. Meus pés estavam descalços.

 

Sentei-me na cama e olhei ao meu redor. Fiquei refletindo sobre aquele lugar onde eu estava. Tentando imaginar como eu tinha chegado ali.

 

Minha memória se resumia a pequenos flashes que bombardeavam minha cabeça,mas eles não contavam a história toda. Eu não conseguia me lembrar do meu próprio nome.

 

Logo, um barulho alto de porta se abrindo me interrompeu.

 

Olhei para a porta e vi o mesmo ser que aparecia em meus flashes. Meus olhos se arregalaram.

 

Ele trazia consigo uma bandeja com um frasco contendo uma bebida roxa, e um biscoito estranho,muito semelhante a um biscoito normal com alguns pedacinhos do que parecia ser Mirtilo.

 

O "Coelho" veio até mim com a bandeja. Ao chegar perto da cama ele parou.

 

"Bom dia, Alice. Como está se sentindo hoje? Eu trouxe os seus remédios", ele balbuciou.

 

Alice? Quem é Alice, afinal?

 

"Por favor, Alice. Tome os seus remédios. Você irá se sentir muito bem.", ele insistiu.

 

Sai da cama e andei até ele. Quando cheguei perto da bandeja, vi uma etiqueta na bebida que dizia: "Beba-me", perto do biscoito estava escrito: "Me coma!"

 

"O que são essas coisas?", inquiri.

 

"Alice, não sabia que não é educado perguntar sobre o que se come?", ele pareceu ter ficado zangado com a pergunta.

 

"Eu não sou Alice! E eu não vou comer nem beber o que eu não sei!", exclamei.

 

"Alice, por favor. Tome o seu remédio! Eu não quero que ela fique furiosa comigo.", ele estremeceu.

 

Que pesadelo! Se eu estiver sonhando, por favor, alguém me acorde! E esse coelho parece ser um psicopata.

 

"Alice,por favor...", ele implorou.

 

"Tudo bem, tudo bem!", berrei.

 

"Está bem. Mas, não grite comigo, Alice."

 

Eu revirei os olhos e então peguei o frasco com o líquido roxo e comecei a beber.

 

Minha cabeça começou a latejar. Minhas mãos se estremeceram, e eu coloquei o frasco com metade do líquido de volta na bandeja.

 

"Como está se sentindo, Alice?", ele quis saber.

 

"Eu estou bem.", não, eu não estava nada bem. Mas não conseguia dizer o contrário. Eu parecia muito grogue.

 

"Isso é bom, Alice. Agora, coma o biscoito para me fazer feliz", ele pediu.

 

Ainda com as mãos tremulas eu peguei o biscoito e dei uma mordida nele.

 

De repente, todo o ambiente foi tingido de rosa, e depois mudou para azul.

 

Minha cabeça parou de latejar e as minhas mãos pararam de trepidar.

 

Arranquei um fio do meu cabelo, que até onde eu me lembro era loiro, e ele estava preto.

 

O tal então olhou para o fio de cabelo preto que estava na minha mão.

 

"Eu sabia, você estava ai o tempo todo, Alice, escondida debaixo daquelas roupas mundanas.", ele disse surpreso.

 

"O quê?!", exclamei paranoica.

 

Ele então descartou a bandeja e pegou no meu pulso.

 

"Venha, Alice. Venha conhecer as suas amigas", ele me chamou.

 

"Que amigas? Eu tenho amigas?"

 

"Sim, muitas amigas", ele comentou."E todas são parecidas com você, Alice."

 

Então ele me puxou e me levou para fora do quarto.

 

Ele me deixou no corredor e disse para eu esperar por ele lá. Ele disse que ia chamar as minhas "amigas".

 

Assim, ele entrou em outro quarto e saiu com outra garota que estava como eu. O cabelo dessa garota estava loiro, diferente do meu.

 

"Venha, Alice. Não tenha medo", ouvi ele dizer para a garota.

 

A garota parecia ter uns 19 anos, cerca de 1.69 de altura, de aparência delicada e muito inocente.

 

Então fui apresentada a outra "Alice".

 

"Alice, essa é uma de suas amigas, o nome dela é Alice. Diga oi para ela".

 

"O-oi, Alice!"

 

"Oi! Você também se chama Alice?", ela perguntou meio tímida.

 

"Sim.", eu repliquei.

 

"Sabe de uma coisa? Eu vou deixá-las à sós por um tempo. Eu vou ver como as outras Alice estão. Nós precisamos de mais participantes para o jogo da Professora Heather.", ele falou para nós.

 

Ele então foi até os outros quartos que haviam depois do meu e o da outra Alice e foi chamando as outras garotas.

 

"Então,Alice. Como você chegou aqui?", perguntei a outra garota.

 

"É muito confuso. Eu só lembro que esse estranho coelho passou na minha casa quando eu estava voltando com a minha mãe, e convenceu ela de que iria me levar para uma casa de jogos eletrônicos cheia de jogos, algo assim.  Eu não lembro mais nada depois disso, e nem do meu nome. Mas, eu sei que não é Alice. Mas no momento, eu só não quero contrariar o senhor coelho, pois eu tenho medo dele e do que ele possa fazer comigo."

 

"Entendi."

 

"E quanto a você?", ela me perguntou.

 

"Eu não consigo me lembrar. Eu só tenho tido esses flashes na minha cabeça, e então eu comi e bebi o que estava na bandeja do coelho, e agora me chamo Alice. Mas também sei que meu nome não é esse.", comentei.

 

"Entendo. Como o meu caso.", ela analisou.

 

Então o senhor coelho reuniu as outras quatro Alice e nos apresentou.

 

Havia uma Alice negra, uma asiática,uma europeia, e uma da América do sul, parece.

 

A Alice negra era dos estados unidos. Ela tinha um cabelo castanho avermelhado liso.

 

A Alice asiática, provavelmente era chinesa. O cabelo dela era loiro oxigenado.

 

A Alice europeia, parecia ser francesa, ela tinha um cabelo azulado.

 

E a Alice da América do sul, parecia ser brasileira, ela tinha o cabelo castanho escuro.

 

Elas se apresentaram para nós duas e nós as cumprimentamos de volta.

 

"Bem, agora que já se conhecem, vamos jogar o jogo da Professora Heather.", o coelho retrucou.

 

Nós todas concordamos e seguimos com ele até uma sala de jogos que ficava atrás de uma porta no final do corredor.

 

O coelho bateu na porta e chamou o nome daquela que esperava por nós.

 

"Professora Heather! Eu trouxe novas participantes para o jogo! Todas elas se chamam Alice.", ele berrou.

 

Espera! Como assim? "Novas participantes"? Então já houveram outras garotas como nós que passaram pelas mesmas coisas que nós estávamos passando?

 

"Traga-as até mim!", ouvi uma voz feminina muito voluptuosa dizer.

 

"Sim, Professora", o coelho consentiu.

 

Ele então sacou um molho de chaves do bolso da calça e abriu a porta para nós. Depois de destrancá-la, ele empurrou a porta e a segurou para mantê-la aberta.

 

"As damas primeiro", ele disse solícito.

 

Nós seis fomos entrando e depois ele entrou e fechou a porta. Guardou a chave no bolso e pediu que nós esperássemos ali enquanto ele conversava com a Professora.

 

Nós olhamos ao redor. A sala toda era branca, não azul como antes. Havia um sofá branco onde essa figura de jaleco branco, uma peruca channel roxa estava sentada, a frente uma mesinha também branca, com um console branco, seis controles com o formato parecido com a máscara do coelho, e mais ao fundo uma televisão de bordas brancas de 60 polegadas que estava desligada.

 

Eu vi o coelho conversando com a figura ali sentada.

 

"Professora Heather, eu trouxe as suas Alice".

 

"Obrigada, Benny. Eu estava louca para conhecer as novas candidatas para o meu joguinho. Você se lembra das outras seis Alice que você me trouxe da última vez. Todas elas tiveram um fim trágico, e eu não pude escolher a minha favorita."

 

"Sim, senhora. Mas essas Alice são diferentes. Você verá, eu garanto.".

 

"Muito bem. Eu vou lá falar com elas. Não toque em nenhuma Alice, pois elas me pertencem."

 

"Sim, senhora. Eu sei disso."

 

Então a figura misteriosa se levantou e foi até nós.

 

Ela era alta, provavelmente 1.90 de altura. Vestia o seu jaleco branco aberto, com um sutiã de couro preto,com uma calcinha do mesmo material, meia - calça preta,e sapatos pretos. A boca dela era pintada da mesma cor da peruca. Ela usava óculos de armação roxa, e seus olhos eram verdes.

 

Ela veio até nós rebolando o quadril. Os saltos estalavam no chão com os passos dela.

 

Talvez fosse o efeito da bebida que tomamos ou dos biscoitos, mas acho que as outras garotas começaram a enxergar o mesmo que eu quando ela estava se aproximando de nós.

 

Eu vi ela vestindo um casaco roxo de veludo, um sutiã roxo de renda, uma calcinha no mesmo estilo, sem meia - calça, e de sapatos roxos. Ela ainda usava a mesma peruca.

 

Quando piscávamos os olhos, ela estava com a mesma roupa de antes, e o visual ficava se alternando, até que passamos a enxergar apenas o visual que havíamos visto por cima das roupas.

 

Essa mulher parecia uma ninfomaníaca olhando para nós. Ela passava a língua nos lábios como uma loba faminta.

 

Então ela parou e conversou com a gente.

 

"Olá, Alice! Eu sou a Professora Heather.", ela se apresentou.

 

Nós a cumprimentamos de volta em um coro de vozes.

 

"Nós vamos jogar um pequeno jogo. Mas antes eu gostaria de explicar para vocês, porque estão aqui e porque foram selecionadas.", ela começou.

 

"Bem, eu sou uma mulher muito sozinha, e eu venho tentando encontrar uma garota para viver comigo dentro dessa realidade virtual que minha clínica do sono, a Wonderland Sleep Center, criou para tentar ajudar as pessoas a vivenciarem seus sonhos e a combater os seus pesadelos. O medo que as pessoas têm pode ser combatido enfrentando os seus pesadelos. Então, eu desenvolvi esse jogo chamado Virtual Reality Dreams. É um simulador de vida onde seus sonhos são simulados em um ambiente virtual quase seguro, pois ele ainda está em fase de testes, essa é a sexta versão Beta do jogo, então existem alguns perigos para quem o jogar que vocês enfrentarão nas fases do jogo.", Heather explanou.

 

"No passado, durante os testes das outras versões, eu chamei seis garotas com o nome de Alice, para testar esse jogo, mas elas tiveram um fim trágico. Todas morreram, e eu não pude encontrar a minha Alice.", Heather continuou.

 

Nós ficamos apavoradas com o que ouvimos. Por um momento pensamos em fugir imediatamente daquele lugar, mas como? Nós parecíamos estar presas lá.

 

Heather começou a nos explicar como o jogo funciona.

 

"Agora, vou lhes contar como o jogo funciona. Vocês começam em uma floresta. Essa floresta na calada da noite oferece perigos que vocês terão que enfrentar se quiserem sobreviver no mundo do jogo."

 

"Vocês devem sobreviver a noite na floresta do jogo, se quiserem ir para a próxima fase, que também será a noite."

 

"Na próxima fase tem um labirinto que fica próximo de um castelo. Esse labirinto também oferece alguns perigos. Vocês devem encontrar a saída dele antes do amanhecer, e ir para a próxima fase, no castelo."

 

"No castelo, vocês encontraram um príncipe adormecido. Para acordá-lo vocês precisam beijá-lo. O príncipe é amaldiçoado, portanto, se vocês o beijarem com amor verdadeiro, ele revelará sua verdadeira face, e então vocês chegarão na fase final do jogo. Caso se recusem a beijar o príncipe com um beijo de amor verdadeiro, vocês morrem. Se vocês morrerem durante alguma fase do jogo por algum perigo da fase, vocês morrem na vida real. Como eu digo isso sem assustá-las? Se vocês não enfrentarem os pesadelos, vocês nunca acordarão do seu sonho. Portanto, pensem nisso com muito cuidado."

 

Meu Deus! Que sonho maluco! Esse jogo deve ser coisa da mente pervertida dessa louca chamada Heather. Eu estou completamente apavorada com isso tudo.

 

"Mais uma coisa, garotas. Vocês encontrarão muitos personagens que tentaram te ajudar a passar de alguma fase. Se quiserem sobreviver, vocês não devem confiar neles. Entenderam?"

 

Nós consentimos.

 

"Benny vai entregar o seus controles", ela concluiu."Benny!"

 

"Sim, senhora".

 

Benny pegou os seis controles sem fio que estavam na mesinha de Heather, e começou a colocá-los em cada uma de nós. Os controles eram como um capacete de realidade virtual. Tinham tiras elásticas que se prendiam atrás das nossas cabeças como máscaras.

 

Depois de colocadas as máscaras, Benny ligou a Televisão e o console.

 

Na tela do visor, vimos linhas de códigos surgirem. Elas iam descendo conforme as informações recebiam um "Ok" em cada linha.

 

No final, uma mensagem foi exibida na tela:

 

"Por favor, pisque os olhos para se conectar ao jogo".

 

Eu segui o que estava escrito na tela e acredito que as outras garotas também fizeram o mesmo.

 

Surgiu o créditos iniciais, dados sobre o projeto, avisos de segurança, algumas regras do jogo, e a mensagem:

 

"Para ler as regras do jogo e outras informações sobre o jogo, movimente seus olhos da esquerda para a direita e da direita para a esquerda."

 

Fizemos isso com muito cuidado. Afinal, nós poderíamos passar algo batido durante o jogo por não entender como ele funciona.

 

Depois da parte "chata" dos créditos e tudo mais, vemos essa tela com o nome do sistema, um fundo azul claro com uma porção de mato no centro da tela. Abaixo a mensagem:

 

"Para entrar no jogo, pisque os olhos"

 

Feito isso, a tela ficou toda branca e nós nos vemos no ambiente da floresta. Eu podia ver minhas mãos. Olhei para o meu peito e me vi vestindo um vestido azul de decote princesa.

 

Olhei ao meu redor e vi as outras garotas ao meu lado, vestindo o mesmo vestido.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.^^

Até os próximos capítulos!



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