Socorristas escrita por BlueBlack


Capítulo 54
A infiltração




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Thomas e seu grupo fizeram um mapa rápido e bagunçado de como supostamente chegar à fábrica, torcendo para que fosse minimamente verídico.

Eles encontraram uma entrada para o subterrâneo e agora seguiam pela linha do trem, Minho liderando com os rabiscos do caminho em mãos. Todos que haviam testemunhado a ligação de Gally seguiam o antigo Corredor pela passagem escura e mal cheirosa. Arriscaram deixar o Berg quilômetros mais longe da cidade para o caso de um grupo de vigias ir procurá-lo. Sabiam que, assim, tinham muito menos tempo para agir, principalmente se os homens decidissem entrar em contato pelo comunicador para saber onde o tal Katus estava. Mas tudo aquilo que já tinham feito se tornaria vão se algo acontecesse com Newt. A inquestionável determinação de cada um para salvar o Clareano ficava cada vez maior.

Minho alcançou o ponto onde esperavam encontrar uma saída do subterrâneo e ao mesmo tempo entrada para a fábrica. Mas não havia nada que se parecesse com isso nas paredes ou no teto.

A respiração de Thomas se acelerou, mas ele fez de tudo para não encontrar os olhares dos colegas.

 — Esperem aqui. – disse e correu túnel adentro, em direção ao que ainda precisavam percorrer.

Não se importava que Nelly houvesse decidido abandonar a procura por ele enquanto o complexo do CRUEL era destruído pelo Braço Direito. Thomas sabia que ela estava cega pelo que viu na rodovia entre ele e Newt (ainda que se sentisse ofendido por ela supor que ele conseguisse ser tão frio, justo com um de seus melhores amigos). Nelly tivera boas intenções com ele incontáveis vezes, e imaginá-la em problemas com todos aqueles homens o deixava enjoado.

Depois de muito correr, Thomas parou e se dobrou com as mãos nos joelhos, puxando e soltando o ar para reunir fôlego. Olhou ao redor, por todos os lados, à procura de qualquer mértila que servisse de porta. Poucos metros à frente, algo parecido com uma saída de ar fazia uma tela bater com um som metálico. Cauteloso, o Clareano se aproximou e a abriu, revelando um duto. Imediatamente voltou para avisar os outros.

 

Os dois homens que guardavam o porão já haviam verificado os prisioneiros duas vezes, mas sem nenhum tipo de assistência para oferecer. Com o calor que condensava o local, a sede começou a ser grande até demais.

 — Não vamos ser como aqueles prisioneiros que passam o resto da vida esperando pelo resgate e aprendem a viver com a própria urina e os ratos, não é? - Perenelle indagou, olhando para o teto. Um dos ratos se aproveitou da constante imobilidade dela e o braço da garota sentiu os bigodes roçarem. Ela se encolheu mais para ficar longe.

Gally olhou para ela e para a porta, lembrando-se de que os guardas tinham acabado de checa-los. Ele se levantou e começou a tatear o local à procura de algo que servisse numa fuga. Não havia móveis, apenas uma pilastra rodeada por uma barra de metal do tipo de balé, bem no meio da sala. Era possível imaginar uma dezena de reféns amontoados e presos ao redor da pilastra pela barra. Gally decidiu abolir completamente o pessimismo de seus pensamentos e apenas continuar lutando para sair. Thomas precisaria do foco deles na hora da ação.

O Clareano se abaixou perto da parede e, tateando, sentiu o que parecia uma porta quadrangular pequena aberta na parede. Desconfiado da facilidade para encontrar coisa do tipo, ele tentou usar as unhas para abrir. Mas elas eram curtas demais, roídas. Ele olhou para Nelly, que já o observava e adiantou-se para tentar. Rodeando as beiras da porta, suas unhas encontraram uma parte mais funda que um dia serviu para puxar, mas que agora estava mais distanciada por uma camada de cimento. Nelly se esforçou para conseguir puxar, até que o suor permitiu que seus dedos escorregassem mais adentro. Mesmo com a dor, ela deixou que eles ficassem prensados e usou isso para trazer a porta. Quando foi possível, Gally segurou as laterais e ajudou. A porta foi retirada, revelando uma tela como a que Thomas viu, mas bem colocada.

Nelly fechou os olhos em derrota. Gally forçou a tela de todo modo que pôde, em vão.

 — Você acha... – ele foi interrompido por um barulho que ecoava lá de dentro. Havia alguém se movimentando do lado de lá.

 — Isso é um duto de ventilação. – Nelly concluiu, atenta.

Os dois se aproximaram para tentar ouvir melhor. Alguém falava, mas não se entendia o quê.

 — É a Dina. Reconheço a nota musical da voz dela em qualquer lugar. – Nelly disse com vigor.

 — Espero que não estejam todos eles nos dutos.

Nelly quase gritou pela colega.

 — Eles precisam saber que estamos aqui. – murmurou para Gally, que concordava plenamente, mas gritar pelos dutos era uma péssima ideia. Se havia um por ali, sabe-se lá por onde mais e se isso os entregaria.

O ferrolho da porta rangeu e Gally tratou de cobrir a tela e a porta com o próprio corpo. Nelly tentou o mesmo e acabaram espremendo um ao outro, paralisados. O Flanela entrou e, como da última vez, realizou o procedimento de curativo na mão de Nelly em silêncio, enquanto ela tentava normalizar a respiração. Buldogue estava logo atrás, vigiando, até que os dois saíram de volta para seus postos.

A Clareana suspirou, pensativa.

 — Temos que levar aquele cadeirante conosco. - disse.

Gally a olhou, esperando concluir que era algum pensamento mirabolante em voz alta.

 — O quê?

 — Ele não pode ficar num lugar desses, Gally.

 — Se a trolha não percebeu, ele é igual a eles. Está justamente onde pertence.

Ela balançou a cabeça em discordância, mas hesitante em pôr seus argumentos. Nem ela mesma os considerava muito críveis.

 — Mesmo assim. – ela respondeu.

 — Seu cérebro parou de receber oxigênio suficiente por causa da amputação?

 — Estou falando sério. Conviver com caras assim nas condições em que ele está não favorece para um caráter muito bom. Ele é assim por culpa das circunstâncias.

 — Você não o conhece. – ela permaneceu calada. — E nem sabe qual é o problema dele. Aliás, o que nós temos que essa cidade não tem?

Perenelle remexeu os pés para se afastar e quebrar o contato exagerado com ele, fitando o chão para tentar encontrar sua antiga consciência em algum lugar.

 — Nós precisamos tentar, Gally.

Por “nós” ela se referia a ela mesma. Sua esperança em conseguir o Inibidor para Newt estava a uma gota de acabar, e tudo apontava para um final horrível ali dentro da fábrica. Sentia-se na necessidade de mostrar alguma abnegação antes que qualquer outra tragédia acontecesse.

 — Me prometa que vai tentar. – ela disse num fio de voz.

Gally mal podia acreditar que estava reconhecendo o ar de choro que vinha dela. A situação ficava cada vez mais alarmante e não só por que nem ele nem Thomas tinham um plano: Perenelle estava perdendo o controle e, sem Newt, qualquer próximo passo dela era perigoso.

O Clareano permaneceu calado, negando-se a alimentar o desespero dela. Ela, enquanto isso, começava a tentar encontrar formas de não pensar no agora.

Os dois anos que ela passou com o Braço Direito depois de ser resgatada do CRUEL foram os mais turbulentos de sua vida. É claro que num mundo daquele não havia um dia tranquilo, mas todos viram uma ótima oportunidade de colocar a civilização contra o CRUEL com o fato de terem sido aqueles cientistas que criaram e espalharam o Fulgor. Com a boa memória, ela conseguiu reproduzir com precisão os memorandos que contavam isso, encontrados na invasão à sala do Chanceler. Herman assistia a tudo isso e obedecia, como sempre. Ela ficava atenta a qualquer movimento dele e principalmente tentava mantê-lo longe dos equipamentos de comunicação, sugerindo a Logan, o líder do grupo, que o colocasse em trabalhos diferentes.

Não foi uma tarefa muito difícil. Consideravam uns aos outros uma família só e não permitiam desentendimentos. Ela não queria que fossem expulsos da sede em que moravam por causa de alguma discórdia por sua culpa, então precisou agir com extrema calma e paz. Ter a mãe consigo outra vez colaborou muito para isso, ela voltava a se sentir sã, ainda que pensar em Gally e no que estava passando no CRUEL fosse o gatilho para suas noites de desespero.

Gally tinha pouquíssimas recordações boas de sua família em si. Apesar do Fulgor ter levado seus avós o mais rápido possível e ele ter presenciado a cena da morte de sua prima, que para sempre o faria ter pesadelos, seu pai fazia o mundo parecer ainda mais sombrio. A figura paterna nunca significou para ele o que deveria significar para um garoto de cinco anos. Tudo estava um caos e o homem não soube dar qualquer suporte ao menino, ou mesmo à sua esposa. Os três eram Imunes, mas isso não era nenhuma compensação. A mulher tinha problemas na articulação dos movimentos motores e era surda e muda, o que obrigava o pai a sair sozinho para conseguir comida e o que precisassem. Cuidar de uma criança com tal limitação era um problema, então Gally precisou aprender muito do básico por sua própria conta ou pela má vontade de ensinar que o pai possuía. Não entendia por que o homem o tratava com tanta grosseira, raiva e desprezo, e nem sempre captava as demonstrações de afeto da mãe. Somado ao tratamento recebido no CRUEL, Gally passou a ver qualquer contradição a si como uma arma poderosa de ódio. Diante da perspectiva de saírem da Clareira, um lugar seguro e cheio de meninos que ele precisava reconhecer como sua família, ele não soube como raciocinar. Não pôde fazer nada para avisar sua mãe sobre os Cranks que se aproximavam para ataca-la na noite em que ela morreu, e não tinha nenhum significado para o pai. Ficar calado sobre o risco que os Clareanos estavam tomando ao seguir Thomas para o Labirinto fora inadmissível ao garoto.

Sentado ali naquele porão, Gally não se surpreendia mais com a urgência com que seu cérebro trabalhava num plano. Não podia perder nenhum dos Clareanos ou seu mundo se esfarelaria.

 

Os homens estavam prestes a queimar Nelly e Gally vivos com toda a espera pelo tal Berg chegar com Katus. Alguns tinham até se sentado em seus postos. Garent desceu do telhado, direto para a sala mal cheirosa de queijo, desceu as escadas rumando para o porão, quando foi obrigado a parar ao ver a porta principal meio aberta. Desconfiado, ele caminhou até ela e a escancarou, perdendo as palavras ao ver que o posto estava vazio. Dois homens deveriam estar ali, armados, de pé. Com movimentos ligeiros ele verificou as laterais da fábrica, depois voltou para dentro, pisando sem perceber num alçapão construído por um antigo dono, exatamente em frente à porta. Garent parou e pensou, tentou entrar na cabeça daqueles que ele sequer conhecia, e partiu para o porão.

 — Abra isso. – ordenou ao Flanela, que puxou o ferrolho sem questionar.

Garent tirou algemas de um prego ao lado da porta e entrou com passos duros, e se abaixou em frente à Perenelle. Assim que agarrou o pulso dela com sua mão gigante e a arrastou até a pilastra enquanto ela se debatia, Gally se levantou respirando forte. Buldogue disparou bem ao lado da orelha dele, obrigando o garoto a se jogar no chão. Garent nada dizia enquanto prendia a garota à barra de metal. Sentindo a mira da arma em sua cabeça, Gally deixou que lhe fosse feito o mesmo.

 — Aproveitem a hospedagem. – o líder disse e se retirou, fechando a porta ele mesmo e se voltando para seus homens. — Se esses dois colocarem um dedo para fora dessa sala, arranquem a espinha deles pela boca.

 — O que foi? – o Flanela perguntou.

 — Dois de nós não estão onde deviam estar. Nenhum Berg vai vir, já começaram o ataque.

 — O que vai fazer?

 — Ir atrás do Hilston.

Aqueles homens eram importantes para Garent, mas ele tinha uma certeza clara sobre qual deles valia mais.

Hilston cobria a entrada para a fábrica no subterrâneo, num corredor perpendicular à linha do trem, muito distante do duto de ventilação que Thomas encontrara. Ele e mais dois patrulhavam, checando o relógio para avaliar a interferência do trem na situação. Garent os informou sobre o ocorrido e quase implorou ao namorado para que tomasse cuidado. Queria poder tirá-lo de um lugar tão incerto, mas com a falta de homens para a defesa da fábrica era difícil poupar alguém de riscos.

E esse desprovimento se tornava cada vez mais alarmante. Aquele que vigiava a entrada dos fundos, composta pela portinha vai-e-vem, também não estava ali. A porta, ainda, estava misteriosamente lacrada. Garent viu isso e correu de volta para o seu posto, tirando uma espingarda da parede e saindo ao ar livre, disparando um tiro para o céu para descontar a raiva do sumiço de seu companheiro do telhado. Ele pegou seu comunicador do bolso e esquadrinhou a rua enquanto falava.

 — Gabriel. – chamou.

 — Sim, chefe. – respondeu o sentinela líder.

 — Mande um grupo para a fábrica imediatamente. Uns intrusos estão querendo brincar.

 — Eu percebo, chefe.

 — Do que está falando?

 — Dois sentinelas foram abatidos nas proximidades da fábrica, chefe.

 

O grupo de Thomas ficava cada vez mais disperso, mas era necessário; antes todos aqueles homens capturados separados que juntos. Enquanto Kenan lacrava a saída do duto de ventilação para a fábrica perto da portinha vai-e-vem, os outros se esgueiravam pelos outros dutos até a linha do trem. Não sabiam a quantidade exata de entradas para a fábrica, então apenas sete deles agora podiam lidar com os problemas que apareceriam nela.

Teresa, pendurada no duto do corredor do subterrâneo, encontrou Hilston e seu grupo de costas para ela, completamente focados na linha do trem. Ela pulou, chamando a atenção de um deles. O homem apontou a arma em sua direção, Teresa rapidamente se jogou no chão, e Minho disparou a taser contra o ombro do homem. Thomas pulou em seguida, tirando a arma do segundo homem, enquanto Florence e Dina vinham da linha do trem para imobilizar Hilston. Os três foram levados para um compartimento desconhecido no túnel e deixados lá sob a vigilância de Teresa e Kenan. Thomas lançou um olhar de significativo incômodo em deixar a garota ali e Minho tratou de dar-lhe uma cotovelada para que seguissem para o interior da fábrica.

Um dos rapazes capturados, de pele ensebada e pernas longas, era retido por Caçarola para indicar os caminhos e usado como escudo. Thomas e Minho seguiram pelos dutos para chegar ao teto da sala principal e conseguir cobrir Caçarola, Florence e Dina para quando entrassem lá.

Caçarola parou e puxou subitamente o refém ao avistar os vigias se aproximando armados pela rua. O pânico tomou o Clareano, uma vez que isso não estava previsto. Dina, por outro lado, segurou o Ensebado pelo cabelo longo dele, falando-lhe ao ouvido:

 — Livre-se deles ou vou dar o comando para que o seu grupo comece a ser morto.

Como complemento, ela pressionou a boca gelada da arma debaixo do queixo dele. Minho fora certeiro em escolhê-lo como guia. O Ensebado era o mais novo recrutado para o grupo após um tiroteio contra a mãe Crank. A gratidão dos integrantes do grupo era sempre garantida por Garent, então, ainda que o Ensebado não aprovasse os métodos violentos usados contra os inimigos, era incapaz de traí-los. Não era todo dia que Garent era pego num ato direto de heroísmo e todos os moradores da cidade sabiam disso. Impedir a mãe do Ensebado de comer sua perna era mais que um motivo de gratidão.

O garoto foi obrigado a dar um passo à frente, nervoso sob a ameaça. Até onde sabiam, só estavam ali pelo Inibidor, foi o que ele pensou. Ninguém se machucaria se lhes fosse dado o que queriam. A pressão da mão de Dina em seu braço e da arma em sua nuca tirou todas as suas dúvidas.

 — Ei, pessoal! - ele gritou para os vigias de repente, fazendo Florence saltar. — Podem ficar tranquilos, a bagunça acabou!

 — Que papo é esse? - o sentinela líder gritou de volta, aproximando-se. Da onde os vigias estavam, não era possível ver os Indivíduos.

 — Garent deu um jeito neles agora a pouco. Melhor voltarem aos postos antes que os parafusos deles caiam e decidam voltar aqui.

 — Eram muitos? Dois sentinelas foram pegos perto daqui.

 — Eles estão bem?

 — Vão ficar. Mas, cara, estou puto da vida!

 — Posso ir ajudar em qualquer coisa, se precisarem. – Dina fez mais força com a arma. — Assim que limparmos a bagunça da sala principal. Sabem como é na Sessão.

O líder riu.

 — É, eu sei.

E assim, todos eles deram a volta e foram embora. Caçarola não pôde conter o suspiro de alívio.

 — Vamos. – Dina incentivou, indo até a porta de entrada da fábrica.

Todos os quatro ficaram parados, pisando no alçapão sob o qual dois homens estavam amordaçados, e os três adolescentes respiraram fundo diante da perspectiva dos próximos eventos. Estavam enrolando para o caso de Thomas e Minho não terem se posicionado sobre a sala principal. Florence e Dina tomaram a dianteira, enquanto Caçarola se ocupava do Ensebado. Com um chute, a de feições indianas escancarou a porta.

Ela e Florence entraram em posição de ataque e passos largos, observando cada pedaço do local. Ninguém estava à vista.

Garent os observava da armação mais alta do local, de modo que não pudesse ser visto e Katus fosse captado. Como o esperado, era um truque. Garent pôde ver o medo nos olhos do Ensebado e automaticamente pensou em Hilston. Pensar no que podia ter sido feito com ele para que chegassem até ali fez crescer a raiva que todos temiam no líder. Ele apanhou seu pequeno comunicador, aquele que todos usavam no ouvido durante a espera de um ataque, e chamou por Buldogue e Flanela enquanto observava os Clareanos na sala principal.

 — Eles entraram. – avisou.

 — O quê? – Buldogue se sobressaltou.

 — E quanto aos nossos? – Flanela questionou.

 — Vou descobrir, mas não deixem que esses dois saiam daí em hipótese alguma. E mantenham o comunicador ligado.

Assim, Garent começou a andar o mais ruidosamente possível, descendo as escadas que estalavam e rangiam. Florence e Dina apontaram suas armas na direção dele imediatamente e Caçarola, mais por impulso, pôs o Ensebado à sua frente e pressionou sua arma contra a cabeça dele. Garent se nivelou com eles e os encarou de mãos vazias. Se não tinham nenhum Katus com eles, estava tudo bem, ele pensava. 

 — Isso tudo seria muito mais legal se vocês tivessem mais... altura. – ele disse.

Ao ouvir a voz do homem, Thomas e Minho permaneceram quietos no duto acima de suas cabeças. Abrir a pequena portinha que lhes daria mira para a sala apenas chamaria uma atenção que dispensavam no momento.

 — Entregue Gally e Perenelle. – Dina soou mais firme do que esperava.

 — E o Inibidor também? – Garent zombou.

 — E Sonya... Harriet, Aris... – Florence não conseguia encontrar a mesma força que a amiga para pronunciar os nomes.

 — Claro... – ele sorriu com falsa compreensão, olhando ao redor. — Assim que me disserem o que fizeram com os meus homens.

 — Não é assim que vai funcionar. – Dina adiantou três passos com a arma em prontidão. Garent exclamou um aviso e sacou a sua. — Atire e vai ser a última coisa que vai fazer na vida.

 — Vamos cortar os jogos, garotos. Isso aqui não é brincadeira de criança e eu tenho o pavio muito curto. Vou fazer questão de que pelo menos um de vocês vá embora embalsamado. – ele moveu os ombros e engatilhou sua arma, apontando-a para Caçarola. O Ensebado conseguiu sentir o fraquejar da mão do Cozinheiro em si.

O silêncio imperou, até Garent dizer:

— Meus homens... AGORA!

Florence e Dina se assustaram com o berro poderoso e a mais nova apertou seu gatilho sem querer. O disparo passou ao lado de Garent, e a arma dele estourou. Florence gritou ao ver Caçarola cair, baleado. O Ensebado avançou na direção dela, mas Dina se interpôs e encostou a boca de sua arma na testa dele.

 — Engraçado... Se eu levar um susto bobo eu o mato. – ela disse. Tremia tanto que a risada forçada saiu perfeita.


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