Save My Heart. escrita por RaySmoak, Natty Lightwood


Capítulo 4
03 - Find Me.


Notas iniciais do capítulo

Hello babes, boa noite... aqui estou como mais uma atualização de SMH! Espero que gostem do capitulo pois está ótimo, desculpe minha demora, mais hoje foi um dia puxado tanto para mim como para Ray! Sem mais delongas aproveitem o capitulo. Boa leitura!

Musica: FIND ME. -- BOYCE AVENUE.



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Felicity Smoak

 

Saio da loja de Thea em direção a minha casa, percebo que está muito tarde. Vejo que a escuridão já tem engolido a cidade de Star se tornando uma cidade sombria por causa das nuvens escuras que se formaram no céu. Sei que está muito tarde para ir caminhando, Thea e Roy disseram que não se preocupariam em me deixar em casa, porém neguei. Eu disse que não teria problema em ir sozinha, minha casa era a três quadras da loja, então estava tranquilo para se fazer uma caminhada e pôr as ideais em ordem. Tommy havia ligado para mim preocupado, perguntando onde eu estava e com quem, eu disse que saí para dar uma volta e que em poucos minutos eu estaria em casa; sã e salva. Ora bolas, eu não sou uma donzela em defesa! Ele por sua vez fez um pequeno discurso, como irmão mais velho protetor, eu não o culpo se estivesse em seu lugar eu faria e diria o mesmo, por tudo que passamos.

Olho á minha frente e vejo grandes prédios, muitos ao meu redor, poucos carros indo e vindo. Eu sei que não era para eu sair tão tarde assim, mas o que posso fazer? Não queria perturbar Thea e Roy, então preferi vir sozinha. E Tommy já estava cansado por seu dia, e eu não queria ser esse peso para ele.

Sinto um calafrio passar por minha coluna e meus sentidos começaram a me alertar de que algo está errado, eu não saberia dizer o que estava acontecendo. Minha mente dizia para eu correr como se os cães do inferno estivessem nos meus calcanhares, mas para onde? Olhei para trás e vi que não havia ninguém me seguindo, olhei para os lados e não tinha ninguém também. O que sou agora? Sensitiva?! Então por que meu corpo está tenso? Pensei em voltar para a loja, mas a Thea com certeza já havia fechado pela hora. Agarrei mais a minha bolsa quando passava por um beco completamente escuro e o pavor atingiu-me em cheio, fazendo com que meu coração acelerasse rapidamente. Senti vários pingos cair em minha roupa. Chuva! Ótimo! Iria cair o maior temporal e já não havia mais ninguém na rua.  E como previsto, começou a chover forte demais embaçando minha vista e logo molhando toda minha roupa.

Caminhei o mais rápido possível quando ouvi pegadas atrás de mim, olhei por cima do ombro, mas não havia ninguém. Ninguém! Pelo o amor de Deus! Por mais que eu caminhava parecia que nunca chegava ao meu destino final, parecia que estava andando numa rua sem fim e isso me deixou mais nervosa do que já estou. Escutei novamente passos atrás de mim, foi quando olhei novamente e vi um homem me seguindo não consegui vê-lo direito por causa da chuva que estava muito forte e embaçava minha vista. Engoli em seco, com todo meu corpo arrepiado. Eu não sabia o que fazer então eu corri o mais rápido que pude até não conseguir mais, já não sabia mais para onde estava indo, completamente perdida. Então parei para tomar folego.

Pensei que estava distante o bastante para fazer isso, foi quando escutei sua gargalhada próxima demais. Então continuei a correr, e entrei em outro beco vazio. Mas que droga! Passei a mão em meus cabelos frustrada e sentindo as lágrimas queimar minha pele misturada com as gotas de chuva. Eu não podia morrer assim. Não tem saída para onde fugir.  Maldito beco sem saída. Eu não acredito. Pensei em voltar, mais eu o vi parado na saída da droga do beco. Ele estava com algo em mãos, uma arma. Ele vai me matar e sabe lá o que vai fazer comigo antes de cometer o ato. Eu sinto que o conhecia, mas de onde eu o conhecia? Ele é familiar. Olhei para os lados procurando uma saída, eu deveria gritar, mas da minha boca não saia nada, nenhuma palavra. E agora? Morrerei por causa da minha tolice, por não ter aceitado a droga de uma carona. Mas que inferno! O que era mais perturbador era que ele estava me observando, esperando eu dar um passo em falso, para seu enfim ataque mortal.

Eu não conseguia me mover ou fazer algo, estava como uma estatua, eu não tinha reação, tinha certeza que iria morrer. Tentei passar por ele correndo, uma tolice minha, pois ele segurou em meu braço com brutalidade dizendo: “Onde pensa que vai doce Felicity”? Meu corpo paralisou com a voz familiar. Um som cortante, como se uma faca estivesse atingindo algo no ar. Não, não, eu não acredito que seja ele, não ele. Olhei para o mesmo e pude ver seus olhos. Eu não acredito. Estava em choque para acreditar nisso. Senti meu corpo ser jogado completamente contra a parede batendo minha cabeça na mesma, fazendo com que o sangue escorresse sobre meu rosto.

 A pancada foi forte demais o que me deixou desnorteada por alguns minutos, tentei me levantar mais foi em vão. Gritei com a dor que se alastrou por todo meu corpo. Ele me suspendeu colocando-me contra a parede e passando a mão em meu rosto. Eu senti nojo de seu toque áspero, ele passou a ponta do nariz em meus cabelos sentindo meu cheiro, tentei me soltar do seu aperto, mas ele me empurrou com mais força. Era sufocante. Eu sentia que iria morrer, só não sabia de que forma. Foi quando ele falou.

 – Pensou que fugiria de mim até quando Felicity? – Perguntou com seu olhar gélido. – Acha mesmo que pode me fazer de tolo? Que sairia dessa como uma vencedora de merda? Ah minha querida, engano seu. Acreditou que você e seu irmão tinham se livrado de mim tão facilmente, não é? Pensou errado amor, seu fim chegou, e vou saborear com prazer antes de caçar seu adorado irmão e faze-lo sentir na pele o dobro da sua dor. – Finalizou passando a ponta da faca em meu rosto. Porém, não me machucou.

— Me solte! – Exigi tentando sair de seu aperto. – Me deixe ir, por favor. – Supliquei assustada com lágrimas em meus olhos.

— Oh minha querida... – Ele sorriu sombriamente, fazendo meu corpo congelar. – Eu não posso fazer isso, sabe por quê? – Perguntou desafiadoramente jogando-me ao chão onde bati com minhas costas numa pedra afiada. Gritei por causa da dor intensa que causou.

As minhas forças já tinham se esgotado, meu corpo doía, minha cabeça latejava e para acabar de completar, minhas costas estavam doendo, no mínimo algum ferimento profundo com costelas quebradas. Eu queria lutar ou levantar. Foi quando ele se ajoelhou em minha frente e me puxou para si, virei meu rosto para não olhar dentro daqueles olhos que me causava tanto medo e pavor.

— Sabe por que eu não vou te deixar ir Felicity? – Perguntou mais uma vez puxando meu rosto com certa brusquidão. Olhei em seus olhos mais uma vez, sentindo toda a perversidade me tirar o ar. – Porque eu vou te matar querida, lentamente e com muita dor. E no dia do seu enterro vou ter o prazer em ir, só para ver a cara do seu irmãozinho. Com certeza ele vai está destruído e fraco, e eu o matarei. – Disse por fim, com seu olhar de psicopata. Ele vai me matar, está escrito em seus olhos e minhas lágrimas continuam a embaçar minha vista junto com o sangue que escorria da minha testa.

— Não encoste um dedo no meu irmão seu cretino desprezível, nojento. – Cuspi em seu rosto. O que aumentou seu ódio por mim. – Seu assunto é comigo e não com ele. Deixe o em paz! – Exclamei com o único resquício de coragem que restava em mim.

— Ah doce Felicity, está dificultando as coisas para você, querida. – O senti passar a lamina em minha perna. Soltei um grito que acordaria toda a cidade, se não fosse pela chuva que caia incessantemente. – Eu te disse que iria te matar lentamente... Você vai vir comigo de qualquer jeito. Não adianta fugir. – Disse com o olhar doentio. – Não tem mais como escapar baby, vou da um fim nisso eu mesmo. – Concluiu pegando sua arma e apontado para mim.

— Não faça isso... – Supliquei com temor. – Mas se vai me livrar dessa dor, se vai me livrar de você... – Gritei. – Então faça. Mate-me logo. Eu não me importo com mais nada. Só te peço que deixe meu irmão em paz ele só estava me protegendo. – Peço em meio a lágrimas e já cansada.

Já não aguentava mais. O ferimento em minha perna estava muito profundo e minha cabeça estava girando, senti um gosto amargo em minha boca, o sangue escorrendo pela mesma. Meus olhos queimam para se fechar, eu sabia que estava morrendo, sentia isso. Uma lágrima escorreu por meu rosto ao imaginar que não poderia ter filhos, casar com um homem que me amasse profundamente, amigos que compartilhariam muitas alegrias, meu irmão... Oh Tommy! Tudo passava pela a minha mente como um filme.

— Então baby... Desejo realizado. – Fecho os olhos, com os lábios trêmulos e o coração falhando a cada batida. Sinto-o colocar a ponta da arma em minha testa, o metal frio sinalizando meus últimos minutos. – Adeus querida. – Escuto-o destravar a mesma e com um clique...

De olhos fechados esperando que acabasse logo com isso. Lágrimas escorriam por minha face. Esse seria meu fim? Foi quando escutei um grito vindo dele, e abri meus olhos rapidamente, a tempo de vê-lo ser arremessado contra a parede, como um boneco de pano. Alguém o socava com bastante força e agilidade. Repetidas vezes. Eu não conseguia ver a outra pessoa, só sei que era um homem por seu porte físico. Ele deu um soco de direita na cara do meu assassino que caiu ao chão com um grito. E então meu salvador veio correndo até a mim e se abaixou perto de mim puxando-me para si e apoiando minha cabeça em seu colo. Foi quando o conheci e vi seus olhos azuis, era ele. Era Oliver.

— Felicity? Olhe para mim, pequena. – Pediu preocupado segurando meu rosto com mãos quentes. – Vai ficar tudo bem eu vou te ajudar. – Disse agoniado analisando meus ferimentos. Vi medo em seus olhos. Será medo de me perder? – Por favor, só fica comigo. Não me deixe. – Suplicou depositando um beijo em minha testa. Ele passava tanto carinho que me senti no paraíso, eu poderia morrer ali e seria feliz com isso.

— Oliver... Eu estou cansada... – Eu disse fraca. – Você é lindo, sabia? Parece um anjo. Meu anjo... – Soltei delirando. Ele riu. Um sorriso de menino travesso. Tudo a nossa volta parecia sumir. – Por que eu não te conheci antes? – Perguntei passando a mão em seu rosto, meus dedos tocando seu queixo, sua barba rala por fazer pinicando aponta dos meus dedos, ele fechou os olhos apreciando meu toque.

— Vai ficar tudo bem pequena. Eu vou cuidar de você, eu prometo. Apenas não desista, es uma mulher forte. – Disse tocando nossas testas. – E depois de hoje... Eu não vou te deixar partir. Nunca mais. – Falou convicto. Sorri para ele que retribuiu com a mesma intensidade.

Ele deitou minha cabeça com cuidado no chão enquanto tateava o bolso em busca de algo, foi quando ouvi um tiro e olhei para frente vendo meu assassino com a arma em mãos apontando para Oliver. Não, não ele...  O tiro pegou em seu peito fazendo-o cair ao meu lado, sem vida. Não! Eu gritei para Oliver levantar, gritei para ele não me deixar, gritei, gritei e gritei até não ter mais forças....

 

 

 

Thomas Smoak

 

Acordei um pouco atordoado pelos gritos angustiados. Olhei no relógio que estava em uma mesinha ao lado da minha cama que marcava 03h00min da manhã. Pisquei os olhos com mais forças para ter uma visão melhor do quarto e os gritos não cessavam. Felicity? Pensei de imediato. É ela, os gritos vêm do seu quarto. Passei a mão em meus cabelos bagunçados, levantei apressadamente batendo na cadeira que estava perto da porta. Xinguei com a dor em minha perna. Droga! Abri a porta do meu quarto que é de frente para o dela e pude ouvir Felicity gritar mais alto e... Parece que ela chorava? Felicity sempre teve esses tipos de sonhos depois que papai e mamãe nos deixaram. Mas ela não chorava, eram apenas gritos, e isso me chamou mais atenção. Com o tempo, ela foi se acostumando e esses sonhos passaram a ser esquecidos por ela.

Mas depois do que quase aconteceu com ela... Se eu não tivesse aparecido na hora, ela estaria morta também. E desde o fatídico dia em que quase morreu...  Ela passou por tantas coisas dolorosas e não conseguiu deixa-las para trás. Dói vê-la dessa forma, ouvir seus gritos parte meu coração. Pobre irmãzinha, quando sua dor se dissiparia? Quando ela teria paz e seria feliz novamente? Entro em seu quarto e posso vê-la se contorcer-se na cama e falar algumas palavras sem nexo. Mas pude entender uma “Não me deixe” ela dizia aos prantos. Seu rosto estava suado com lagrimas banhando os travesseiros, suas mãos agarravam o lençol com certa força, é horrível vê-la assim. Aproximo-me de sua cama e a puxo com calma para os meus braços dizendo a ela que vai ficar “Tudo bem” e que eu estava aqui. Sempre fazia isso com ela quando tinha esses sonhos e ela se acalmava como agora, pude sentir seu pequeno corpo relaxando aos poucos em meus braços.

 – Felicity? Eu estou aqui maninha. Acorde! – Eu disse passando a mão em seus cabelos com carinho os tirando do seu rosto. – Não vou deixar que nada e nem ninguém á machuque. Você é minha responsabilidade, eu prometi que iria cuidar de você e vou. – Sussurro convicto beijando sua testa suada. Seus gemidos se calam.

— Tommy... – Sussurrou com dor em sua voz. – Ele veio de novo Tommy... Ele disse que iria me matar e depois matar a você. – Disse aflita me abraçando com força. – Eu quero esquecer isso Tommy. Quero deixar meu passado para trás e sempre que tento, ele aparece para me atormentar, para provar que jamais serei feliz, é tanta dor que não consigo respirar. – Gritou em meio a lagrimas.

— Shhii... Felicity minha irmã, ele não pode fazer mal a mim ou a você querida. – Eu disse suavemente. – Ele está morto. Lembra? Eu sei que você passou por uma situação horrível... – Suspiro fechando os olhos. Se eu não tivesse aparecido... Nem sei o que teria acontecido com minha irmã. – Mas ele não está mais aqui irmã, ele se foi há muito tempo. Você mesma me disse que iria recomeçar de novo. Então faça isso Felicity, conheça pessoas se apaixone novamente, abra seu coração, para que a dor desapareça, todos nós temos uma chance... – Parei abruptamente lembrando-me que em seu sonho ela gritava por alguém. Ela jamais fez isso, nem mesmo por mim. Suas lágrimas eram prova disso, além do assassino repugnante tinha mais alguém em seu pesadelo. – Afinal, quem era a pessoa por quem estava gritando? – Perguntei curioso. Ela se desvencilhou dos meus braços sentando na cama, limpando o rosto com o lençol.

— Não era ninguém, Tommy. – Fungou passando a mão em seus cabelos um pouco nervosa. – Eu estou cansada. Quero dormir um pouco para ir trabalhar. Como eu te falei, começo a trabalhar hoje pela manhã. – Concluiu encerrando o assunto deitando novamente. – Obrigada por está comigo sempre maninho. Eu te amo. – Disse passando a mão de leve em meu braço, com sorriso torto.

— Sempre estarei com você tutti-frut. – Eu disse passando a mão em seus cabelos e a mesma revirou os olhos por causa do apelido. – À noite quando você chegar, nós conversaremos. – Ela concordou com a cabeça já sonolenta. – Estarei indo para o trabalho logo cedo. – Murmuro animado. – Como você sabe, fui aceito. Boa noite, amo você. – Conclui beijando sua testa, sentindo meu coração acalmar um pouco.

— Boa noite Tommy. Bons sonhos. – Sussurrou em meio o travesseiro. – E Tommy? – Chamou-me. Virei-me para olha-la. – Obrigada por sempre esta comigo, por ter vindo até aqui. Você é minha única família e eu não sei o que seria de mim sem você. – Disse com a voz triste. Fui até ela e lhe abracei dizendo que sempre a protegeria e que nunca a abandonaria. Ela deu um mínimo sorriso e deitou novamente sonolenta, á cobri com sua coberta e apaguei a luz deixando-a aconchegada. Olhei para ela uma última vez sentindo meu coração começar a apertar, eu faria qualquer coisa para que ela voltasse a ser aquela menina feliz que sorria com os esquilos jogando cascas em nós.

Saio do seu quarto preocupado com ela. É a primeira vez que Felicity não conta detalhes do seu sonho, quando perguntei por quem ela gritava tanto, ela não quis dizer, muito estranho isso. Mas não vou pressiona-la. Felicity é frágil, tão frágil que se torna fácil de ser quebrada, mas mesmo assim, mesmo quebrada, ela luta por um dia melhor. Por que é a Felicity, ela é assim. Forte por fora, porém, quebrada por dentro. Só espero que um dia ela melhore ou conheça alguém que atire dessa escuridão que a sola seus pensamentos e sonhos.

                                                           [...]

Oliver Queen

Acordo sentindo a claridade invadir meu quarto pisco meus olhos algumas vezes para me acostumar com a claridade ofuscante, viro-me para o lado encontrando Bea que dorme tranquilamente, sua respiração está calma e leve. Bea é tão linda, com seus cabelos loirinhos e bochechas gordinhas e fofinhas que dá vontade de apertá-las. Ela cresceu tanto. Hoje em dia eu tenho que correr atrás dela, porque Bea não para. Desde que começou a andar se tornou um furacão dentro de casa, ela já quebrou varias coisas minhas, inclusive o meu relógio de ouro que ganhei de Thea em meu aniversário. Por isso que ela tem que está longe de coisas quebráveis. Quer dizer, TUDO! Isso é divertido para mim, não a parte em que ela quebra minhas coisas.

Mas a parte de ver Bea; contente, feliz. Isso me faz feliz. Ela é minha preciosidade. Eu fui a primeira pessoa que á presenciou a dá o primeiro passo, e nesse dia tamanha alegria foi. Olho para ela que estava com seu pijama da joaninha, vermelho com bolinhas pretas. Para mim ela é o bebê mais lindo desse mundo, olhando-a assim tão de perto, penso em como ela me fez ver o mundo de uma forma diferente, ela me mostrou o verdadeiro amor de um pai para uma filha.  Passo a mão em seus cabelos e cheiro-os sentindo o perfume floral que eles emanam. Chego mais perto, aconchegando-a em cima do meu peito, para mim, ela é minha pequena mesmo com sua idade. Sempre vai ser minha pequena. Fico ali falando coisas bobas para ela e passando a mão em suas costas com carinho.

E pensando o quanto ela mudou minha perspectiva de vida desde que nasceu. Sinto ela se mexer em meus braços e abaixo um pouco a minha cabeça para vê-la melhor, ela ainda está um pouco sonolenta, passa a palma das mãos nos olhos esfregando-os para ter uma visão melhor e quando ela me vê seu sorriso é enorme e se anima toda se mexendo sobre mim e dizendo ‘papa’. Bea está começando a falar muitas coisas, mas ainda se enrola nas palavras. Thea diz que ela é uma criança muito esperta para sua idade. O que eu posso fazer? Ela é minha filha. Puxou ao pai. Fico ali brincando com ela ouvindo sua risada gostosa corta o silêncio do quarto, minha barba rala passa por suas bochechas e meu sorriso se intensifica quando ela passa seus pequenos bracinhos ao redor do meu pescoço abraçando-me e a abraço com a mesma intensidade.

Mesmo a Bea ainda sendo pequena é uma criança carinhosa e amorosa. Diferente da mulher que a colocou no mundo. Sinto-me o pai mais feliz do mundo em tê-la na minha vida. Quando estou com ela, parece que tudo some tristeza, solidão, tudo.

— Bom dia meu amor... – Sussurro com aquela voz de bobão. Por ela, eu sou! – Quem foi que dormiu com o papai hoje? Quem? – Perguntei dando beijos em sua barriga e ouvindo sua risada gostosa. – Isso mesmo meu amor, foi você pequena. – Eu disse levantando-me com ela em meus braços e olhando para o relógio que marcava 06h30min da manhã. – É senhorita Beatrice... – Estalo a língua colocando-a sentada sobre a cama onde ela começa a querer descer. –... Fique quietinha menina bonita, enquanto papai vai ao banheiro. – Eu ordenei suavemente entregando o urso do peixonauta para ela, porém deixando a porta do banheiro aberta para observa-la.

Ela brincava com seu urso e falava coisas sem nexo para ele. Faço minha higiene matinal, visto uma camisa branca de mangas longas e desço com Bea para a cozinha para saber o que Ana tem preparado para o café da manhã. Enquanto desço as escadas do apartamento, vou conversando com Bea que olha para mim e só faz rir, mostrando seus dentinhos fofos. Tão linda do papai. Estava falando para ela que sua mais nova babá chegaria hoje, aquela encrenqueira. Eu me referia a Felicity dessa forma, por que gosto de vê-la irritada, se torna tão linda que... Pensamentos...  Saio dos meus pensamentos, quando sinto Bea puxar a corrente que está em meu pescoço para olha-la, ela está com essa mania de ser o centro das atenções, não posso deixar um minuto de ficar sem olha-la que ela tenta chamar minha atenção de qualquer jeito. E minha atenção é toda dela. Dou um beijo em sua testa e comprimento Ana com um ‘Bom dia’ que está colocando nosso café da manhã na mesa, sento na cadeira e coloco Bea em uma cadeira que está ao meu lado. Assim que ela vê uma bandeja cheia de biscoito, avança em cima puxando-os.  Seguro suas mãos ágeis entregando alguns para ela. A mesa já está uma verdadeira bagunça.

— Senhor Queen, eu já preparei a comida da Bea... – Ana diz chamando minha atenção. – Só um instante que vou buscar. Hoje essa senhorita irá comer frutas e não biscoitos. – Diz indo pegar o prato com frutas bem cortadinhas para essa comilona. Bea resmunga, jogando o resto do biscoito como se ele fosse o seu arqui-inimigo, solto uma risada.

— Pode deixar que eu mesmo dou a comida para ela Ana... – Eu disse quando ela iria pegar a Bea para alimenta-la. – Eu me esqueci de lhe avisar que a nova babá chegará hoje. Na verdade, já era para ela ter aparecido. – Resmungo o obvio.

— Ela é de confiança senhor? – Perguntou preocupada. – Digo, ela é responsável?

— Não se preocupe Ana, a Thea a conhece e foi ela quem me indicou. – Eu disse colocando uns pedacinhos de fruta na boca de Bea. E limpando os resíduos de biscoitos de suas mãos. – E além do mais, eu a conheci ontem, sei que ela se sairá bem. Só é um pouco encrenqueira. – Finalizo olhando para ela que me olha estranho.

— Hum, sei. – Disse com seu indicador  em seus lábios. – É impressão minha ou o senhor gostou dela? – Interrogou. O que? Ana está louca só pode. Deve ser a velhice.

— De onde você tirou isso? – Perguntei estreitando os olhos para ela, que não está nem aí para minha reação irritada. – Ela vai ser a babá da minha filha, só isso e nada mais. – Afirmo.

— Se o senhor diz... Quem sou eu para duvidar da sua palavra, não é? – Disse entregando a fronha da Bea para limpar sua boca. – Não está mais aqui quem falou. – Levanta os braços em rendição. Mas posso ver um brilho em seus olhos.

— Às vezes você e Thea se parecem tanto Ana. – Sorrio com certa ironia. Ela apenas rir, erguendo uma sobrancelha grisalha. – Veja meu amor...? – Olho para Bea que está alheia a nossa conversa. – Ana está ficando doida, eu acho que é a velhice. Ela não sabe que a única em meu coração é você... É sim minha pequena. – Ela toca minha barba com seus dedinhos pequenos e resmunga um “mais papa”. Comida. Coloco um pouco de suco de maracujá em seu copo e dou para ela tomar.

— O senhor é um ótimo pai Senhor Queen. – Afirma Ana com doçura o que aquece meu coração. – E a Bea te ama você sabe disso e creio que ela também sinta esse amor que o senhor tem por ela. - Finaliza Ana um pouco emocionada e Bea desce da sua cadeira e vem sentar-se em meu colo ainda com o suco em mãos, cheiro seus cabelinhos e a abraço transmitindo o máximo de amor que posso oferecer.  – Mas... – aponta com o indicador em minha direção. Fazendo-me recuar um pouco. – Um dia o senhor terá que abrir o seu coração... Quem sabe um amor puro e verdadeiro o espera? – Deixou a pergunta no ar e foi para a cozinha. Será que um dia eu abrirei meu coração novamente? Acho que não. Helena me fez perder as esperanças.

Olho para os meus braços e minha pequena está sonolenta provavelmente por que acordou cedo demais. Canto uma musica de ninar para ela que fecha os olhinhos devagar com o sono já chegando. Subo as escadas e vou para o seu quarto a colando em sua cama com cuidado para não acorda-la.  Balanço ela um pouco que se assustou quando a tirei dos meus braços. Fico a observando dormir. Admirando essa coisinha que é tudo para mim. Dou um beijo em sua bochecha fofa e saio de seu quarto em silêncio. Quando já estou na porta de seu quarto escuto a campainha soar, já sabendo de quem se trata.

Desço as escadas em dois e dois, com cara de poucos amigos e não gostando nada do seu atraso. Vejo que Ana já ia abrir a porta, mas digo para ela que não precisa. Apenas aviso que é a mais nova babá. Assim que abro, sinto algo dentro de mim se ascender como fogo. Ela está mais bonita do que quando a conheci. Merda! Usando um vestido branco que ia até suas coxas, e com uma jaqueta de couro preta por cima. Seus cabelos longos negros estavam soltos para um lado, seus lábios avermelhados e com um mínimo sorriso em seu rosto. Céus! Quem era ela? Mas os seus olhos... Seus olhos estavam perturbados, tristes, negros. O que aconteceu com você Felicity? Eu quero descobrir e isso é o que mais me perturba. Eu mal a conheço e já me preocupo com ela. Mas não posso fazer isso, não sou uma boa pessoa para cuidar do seu coração e por mais que eu tenha sido um babaca, vou continuar agindo como um. Porque eu tenho sentimentos por ela e eu ajo como se não me importasse, como se não sentisse isso...

Mas ela não precisa saber, porque eu nunca vou contar. Eu jamais me abrirei novamente, aquele Oliver que se apaixonaria por uma garota assim, se foi há muito tempo...

— Está atrasada senhorita Smoak! – Afirmei sem paciência... Ela me lançou um sorriso zombeteiro passando por mim. Deixando um lastro de perfume infernal de excitante, que faria qualquer homem cair aos seus pés em questão de segundos. Maldita cara de anjo. Controle! Eu preciso de controle.

— Então? Onde está a menina bonita dos seus olhos?


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Notas finais do capítulo

Então? Deixem seus comentários, é de grande importância sabermos de cada opinião sobre a historia, muitas beijocas para todos, ótimo final de semana e até próxima quinta. Não quero nem lembrar que teremos que aguarda cinco meses para o retorno de Arrow, e que final foi aquele minha gente? Oh god piedade de nós meros mortais....

P.S: Felicity não é gótica aqui pessoal, ela só possui o cabelo preto até o momento, seu estilo é normal, sem marcações... mas em breve haverá mudança!



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