Save My Heart. escrita por RaySmoak, Natty Lightwood


Capítulo 12
11 - Give me love


Notas iniciais do capítulo

Oláááá Povo!!! Aqui é a Ray mais uma vez com um capitulo maravilhoso para vcs. A Natty e eu queremos agradecer, os comentários e favoritos. Eu me sinto muito feliz com cada um deles. E quem faz essa história acontecer é vcs. O amor e carinho de vcs, faz com que eu continue. Amamos vcs guys. Sem mais... Aproveitem a leitura. Estarei esperando nos comentários.



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Acalme-se comigo

E eu vou ser a sua segurança

Você vai ser minha garota

—Ed Sheeran: Kiss me-

FELICITY SMOAK

— Tommy, eu estou indo para o trabalho. – Gritei do lado de fora do banheiro, onde ele estava tomando banho.

— Felicity! Espera. Eu preciso falar com você. – Sua voz saiu abafada.

— Está bem. Troque de roupa, que eu vou te esperar na sala. Não quero ver meu irmão só de toalha. – Eu disse sorrindo. Encaminhei-me até a sala e fiquei o esperando.

Enquanto eu o esperava. Uma parte de mim dizia-me o que Tommy queria conversar. Apesar de ele ter me visto com Oliver ontem, já que o mesmo me trouxe em casa. Por incrível que pareça, eles não tentaram se matar como da última vez. E eu agradeci a Deus por isso. Tommy pediu que Oliver ficasse conosco para jantar. Conversamos sobre tantas besteiras que nem sei, foi divertido e aconchegante. Mas isso, toda essa harmonia, não quer dizer que eles dois não tentaram jogar farpas um para o outro. Pareciam dois adolescentes disputando a mesma garota. Que feio. Por outro lado, eu podia ver que eles dois iriam se dá bem um dia. É o que dizem “Questão de tempo”.

— Eu queria que você fizesse um favor para mim. – Exalou Tommy tirando-me de meus pensamentos. Levantei meu olhar e ele estava secando os cabelos com a toalha. Hoje ele disse que iria um pouco tarde para a empresa, porque hoje só teria uma reunião com o Oliver a respeito da escolta do presidente.

— Sim, é algo muito importante? – Perguntei franzindo o cenho e levantando-me.

— Não. Não nada de muito importante. – Disse fazendo pouco caso e se jogando no sofá. – Preciso que você vá até a loja de ternos e compre um para mim. – Deu um sorriso amarelo.

— E por que você não vai? Você mesmo disse que não iria para a empresa essa manhã. – Argumentei aborrecida por Tommy me pedir uma coisa que ele poderia fazer.

— Felicity, eu não tenho bom gosto, você sabe disso. – Fez uma careta deitando no sofá. – E além do mais, você sabe o meu número. Então por favor, irmãzinha faz isso por mim? – Pediu juntando as mãos com aqueles olhos pidões do gato de botas.

— Mas você é muito folgado mesmo Tommy. – Rosno para ele. E sim, Tommy não sabia escolher roupas. Quando ele ia às compras, nós dois sempre íamos juntos porque ele não sabia escolher nada que preste. Homens.  – Eu vou fazer isso, mas com uma condição. – Lanço um olhar astuto e sorrindo para ele.

— Qual é a condição Smoak? – Exigiu revirando os olhos.

 – A condição, é que você pare de implicar com o Oliver. – Digo piscando para ele.

— De jeito nenhum. Eu adoro irritar o Queen, é um dos meus passatempos favoritos. – Negou com divertimento em sua voz.

— Isso é ridículo Tommy. Às vezes eu queria que você fosse uma mulher, só assim não teria esse tipo de coisa. – Jogo uma almofada nele, que dessa vez o certa na cara.

— Pare com isso. – Ele me repreende passando a mão onde eu joguei a almofada. Eu caio na gargalhada.

— Dessa vez eu te peguei maninho. – Continuo ainda a rir da sua cara de bestão. – Então Tommy... Vai aceitar ou não? Se não, eu não compro sua roupa. – Digo com aquele ar de persuasão.

— Tudo bem, você venceu. – Ele disse suspirando. – Eu vou fazer o que está me pedindo, tá legal? – Ele se levantou e estendeu a mão para que eu apertasse selando nosso acordo.

— Concordou rápido demais. – Eu disse estreitando os olhos pare ele desconfiada. Tommy era do tipo de irmão que não deixaria ceder tão fácil assim.

— Ah, qual é Felicity? – Ele riu indo em direção à porta e abrindo-a. – Você não vai trabalhar? – Mudou de assunto gesticulando com a mão para a saída.

— Sim, eu vou. Mas eu preciso do cartão para comprar o terno. – Eu pedi estendendo a mão para ele.

— Eu já coloquei na sua bolsa querida. – Respondeu despreocupado.

— Mas como diabos você sabia que eu aceitaria? – Pergunto surpresa.

— Porque você me ama demais. – Respondeu. Deu um beijo na minha testa e me empurrou para fora do apartamento.

— Tommy seu bundão. – Eu disse quando ele bateu a porta na minha cara. Idiota.

Saio do apartamento indo em direção para casa do Oliver. No caminho eu ligo para Thea perguntando onde fica uma loja de ternos. Ela se ofereceu para ir comigo dizendo que precisava comprar algumas coisas para ela. Thea me disse que viria me buscar por volta das 17h00min. Seria até bom esse horário, porque assim, depois das compras, já iria pra casa. E Bea ficaria com a Ana até o Oliver chegar. Oliver.

Estar com ele, pensar nele era algo tão inesperado. Principalmente depois de tudo que conversamos. Oliver para mim era sempre algo impossível, que não iria acontecer ou dar certo. Mas ele me surpreendeu, lutou por nós e não desistiu de mim. São coisas que eu jamais esquecerei.

[...]

— Olá Ana. – A cumprimento com um sorriso. Ana estava na varanda da casa retirando algumas flores que estavam em um jarro e trocando por outras. – Onde está a Bea? Eu subi até o quarto dela e não a encontrei.  – Perguntei cheirando uma rosa vermelha. Que cheiro maravilhoso.

— Olá querida. Beatrice foi à casa de Sophia sua amiga que mora no andar de baixo. Parece-me que ela está doente e Bea quis ir visita-la. – Disse pegando mais flores. Bea é uma criança tão pequena, mas já tem o dom de se preocupar com as pessoas.

— Ela foi com quem? – Perguntei um pouco nervosa. Oliver também não está em casa, com certeza já estava na empresa.

— Foi com o Oliver. – Disse ela calmamente. Você é burra Felicity. É claro que o Oliver estaria em casa, porque o Tommy só vai à empresa pela tarde, então o Oliver também só iria à tarde.

— Ah sim. – Dei de ombros. – Por que tantas flores, Ana?

— Eu não sei se você se lembra, mas no primeiro dia em que veio conhecer a casa, o Oliver te levou até o terraço onde tem um jardim. Preciso levar essas flores e troca-las. As outras já estavam sem vida. – Disse ela pegando mais um jarro e colocando areia nele com uma pequena pá de jardinagem.

— Sim, eu me lembro do terraço. Lá é um lugar lindo. – Comento sorridente.

Era bem decorado com bastantes rosas coloridas. Parecia um jardim, era um jardim na verdade. Eu não sei o porquê e nem como o Oliver construiu aquilo. Mas que ficou lindo, eu admito que sim. Parecia mais como uma pracinha toda decorada. Desde o dia em que ele mostrou-me, eu nunca mais fui lá. Tinha me esquecido.

— Sim, é. – Concordou ela. – Thea que teve a ideia de construir aquele lugar. Ela disse que dava um ar mais de lar. – Disse Ana suspirando. Eu sorri, porque só aquela Queen poderia pensar em uma coisa dessas.

­– Eu posso ajudar? – Ofereci-me deixando a bolsa em uma mesa. Ela concordou com a cabeça.

— Cuidado para não se sujar querida. – Disse ela olhando para minha roupa com um sorriso. Eu fiz que sim com a cabeça.

Eu estava com um vestido rosa bebê de alcinhas que definia a minha cintura, era rodado e ia até minhas coxas. Tirei a sapatilha bege e a coloquei em um canto perto de onde estava a bolsa. Meus longos cabelos negros estavam presos em uma trança; escama de peixe, com alguns cabelos caindo sobre o meu rosto em forma ondulada que dava um ar de romântica.

— Sempre achei um mistério essa sua tatuagem Felicity. – Disse Ana depois de um bom tempo.

— E por trás dela a uma longa história. – Digo um pouco distante. Balanço a cabeça para espantar pensamentos não cabíveis para esse momento.

 – Felicity querida, tem como você ir lá à sala e trazer um jarro vermelho que estar lá, por favor? – Ana pediu mudando de assunto. E eu agradeci mentalmente por isso.

— Posso sim. – Eu disse deixando uma rosa branca na bancada e indo até a sala.

Assim que chego vejo a porta se abrir e Bea entrar correndo, ela me ver e se joga em meus braços. Sorrindo apego e lhe dou um monte de beijos.

— Eu acho que eu mereço alguns beijos e abraços também. – Oliver disse entrando no meu campo de visão e aproximando-se de nós duas.

— Por que acha isso Mr. Queen? – Perguntei divertida olhando para ele.

— Por que você é minha senhorita Smoak. – Devolveu com o mesmo ar de divertimento. Beijou minha testa e se afastou para olhar-me.

— Eu posso fazer isso... – Eu respondi sua pergunta. Vi seus olhos brilharem. ­– Mas, eu não posso fazer isso na frente de Bea. – Ele riu e limpou algo em minha bochecha.

— O que estava fazendo? – Perguntou mostrando o polegar com mancha preta.

— Eu estava ajudando a Ana com as flores. – Respondi colocando Bea no chão e indo pegar o jarro que ela pediu. – Vou levar esse jarro para ela e volto logo. Ela já deve estar se perguntando o motivo da minha demora.  – Saio indo em direção onde ela estava, entrego o que ela me pediu e digo que Oliver já chegou com Bea. Ela sorri para mim e volta a fazer o que estava fazendo.

— Então... Como vão as coisas na empresa? – Pergunto sentando-me ao seu lado no sofá.

— Estão bem. – Disse ele me puxando para mais perto. ­– Então... Senhorita Smoak, como você está? – Disse olhando para mim com um sorriso.

— Eu estou bem Mr. Queen. E você? – Isso parecia àquela conversa do Whatsapp. E eu ri com isso.

— Muito bem. Estando com você, eu estou sempre bem. – Disse ele deixando um beijo em meus lábios. – Amanhã estaremos indo fazer a escolta, hoje será só uma reunião para examinar o local do comício. – Falou mexendo com uma mexa do meu cabelo.

— Você sabe mesmo como destruir um clima Oliver. – Digo encostando minha cabeça em seu ombro. E sinto-o sorrir.

— Deseja jantar comigo hoje à noite... Senhorita Smoak? – Pediu ele entrelaçando sua mão na minha, seu olhar confiante, realmente Oliver era um homem bonito por dentro e por fora.

— Por mais que eu queira ir... Eu não posso. Combinei de sair com sua irmã para fazermos algumas compras. Incluindo nessas compras um terno novo para o Tommy. – Justifico. Levanto a cabeça e encontro seu olhar. Não de decepção, mas de compreensão.

— Temos uma vida inteira ainda pela frente pequena. – Ele falou quando lhe pedi desculpas.

— Eu sei que sim. – Coloco minha mão na sua nuca e o puxo para selar meus lábios nos seus.

— Isso não é justo Felicity. – Disse ele rindo um pouco ofegante contornando meu lábio inferior com o polegar.

— É o meu pedido de desculpas. – Sussurro deixando um selinho em seus lábios.

— Eu gosto do jeito que você se desculpa. – Disse ele. Quebrando o nosso clima, seu celular toca e ele atende. Enquanto ele fala com quem quer que seja, dou uma olhada para ver onde Bea está. Ela estava bagunçando e pintando alguns livros que estavam numa estante. Livros coloridos que continham muitos desenhos neles. Fui até ela para ver como estava pintando.

— Eu preciso ir para empresa. – Avisou Oliver. Aproximou-se de mim e de Bea dizendo que era urgente. – Desculpe, queria almoçar com vocês duas, mas não vai dá.

— Tudo bem. Não tem problema. Marcaremos qualquer coisa para esse final de semana. – Eu disse sugestiva e ele concordou. Aproximei-me dele e entrelacei meus braços ao seu redor. – Estarei esperando por você quando chegar.

— Claro que vai. – Juntou suas mãos em meu rosto e olhou com tanta ternura para mim. – Você é preciosa demais para mim. – E com isso ele me beijou novamente, sorrimos um para outro após o beijo.

— Agora você precisa ir. – Eu o empurrei sorrindo. – Bom trabalho Oliver. – Eu disse com um aceno de mão. Ele me deu um beijo na bochecha e depois foi até a filha beijando seus cabelos, piscou para mim e depois saiu.

A tarde passou rápido.  A vizinha de baixo que se chamava Mary, pediu para que Bea ficasse brincando um pouco com Sophia. Acabei conhecendo filha e mãe. Mary era uma mulher gentil e bastante bonita, ela me disse que Sophia estava com infecção urinaria, mas que estava melhorando. Conversamos um pouco ao longo da tarde. Mary me disse que Bea e Sophia sempre foram muito juntas desde que nasceram apesar dela ter conhecido a família do Oliver no mesmo hospital em que Bea nasceu. As duas meninas, nasceram no mesmo dia com uma hora de diferença e desde então passam algum tempo juntas. Mary me disse também, que seu marido trabalhava de segurança para o Oliver também. A conversa entre nós duas estava muito boa, mas eu tinha um compromisso com a Thea. Então Mary, pediu para que Bea ficasse mais um pouco com sua filha, que é claro, eu deixei. Sophia precisava de Bea nesse momento. Pedi a Mary antes de sair que deixasse Bea em casa, com a Ana que ela estaria esperando.

[...]

— Thea você poderia baixar um pouco esse volume? – Exigi entre dentes a Thea tampando meus ouvidos. Estávamos no carro dela indo às compras e esse som estava causando-me dor de cabeça.

— Você precisa se divertir mais Felicity. – Disse ela baixando um pouco o volume.

— E eu me divirto. O problema é que essa música tem mais batidas do que letra. – Defendi-me ajeitando o sinto de segurança.

— Por favor! Deixe de reclamar e se divirta querida.  – Me ignorou revirando os olhos. – Agora vamos para as três coisas que são importantes... – Citou Thea contando nos dedos. – Como Está a minha sobrinha e o Oliver? – Perguntou tirando o olhar um pouco da estrada e olhando para mim.

­– Os dois estão completamente bem. – Respondi estranhando o rumo da conversa.

— Hum, Ótimo. – Balançou a cabeça voltando o olhar para o caminho. – E você e o meu irmão, como estão? – Disse assim que parou num semáforo.

— Qual era a terceira pergunta? – Ignorei sua pergunta levantando as sobrancelhas. E Thea bufou.

— Vai ficar de segredinhos comigo agora? – Perguntou irritada. Gesticulei com a mão para que ela prosseguisse, pois, o sinal já estava aberto.

— Você é muito curiosa. Pior que a Ana. – Reclamei desligando o rádio.

— Ah, qual é Felicity. Não esconde as coisas de mim não. Você sabe que sou curiosa.

— Eu sei que é... – Confirmei sorrindo para ela. – Mas como você sabe que eu não consigo esconder nada de você, então...

— Então você e o meu irmão estão juntos. – Ela concluiu animada. – Eu sabia que isso aconteceria. Foi só você chegar que o Oliver ficou todo bobo. Eu até apostei com o Dig naquele dia no parque. – Balbuciou sorrindo.

— Espera... – Pedi com um aceno de mão. – Você apostou com o Diggle sobre mim e Oliver? – Perguntei assim que ela estacionou o carro na garagem da loja.

— Claro que sim! E ah, o Dig perdeu. Ele me deve cinquentinha. – Meu queixo caiu. Olhei para Thea horrorizada. – Não me olha assim Smoak, estava obvio demais. – Disse ela desligando o carro e pegando sua bolsa.

— Você e o Diggle merecem terapia, ou umas tapas no traseiro. – Digo ainda em choque por saber que eles apostaram em nós dois.

— Menos querida. Também não é para tanto. – Falou me empurrando de dentro do carro. – O bom é que você e o meu irmão estão juntos. E isso é o que importa. Saber que o Oliver estar feliz e que Bea tem você... Deixa-me tranquila. ­­– Disse ela com sinceridade sorrindo para mim.

— Você é boa com as palavras malévola. – Eu disse passando um braço por seu ombro assim que pegamos o elevador para sair da garagem.

— E pare de me chamar assim. – Avisou sorrindo e eu gargalhei para ela.

— Obrigada por nos apoiar Thea. – Agradeço de coração aberto. – Você foi uma das pessoas com quem eu me dei bem rapidamente. Só é um pouco louca às vezes. Mas pelo menos, é verdadeira. – Falo abraçando-a e ela retribui o abraço.

— Nós nos entendemos Smoak, por que somos loucas. E as loucas se entendem. – Disse ela rindo.

­– Ok. Agora qual era a terceira pergunta? – Pergunto assim que entramos na loja de ternos. O lugar era bem aconchegante.

­– Qual é a razão da tatuagem? – Disse ela olhando alguns ternos. Não queria comentar esse assunto, não aqui. E vejo que Thea percebeu isso. – Desculpe-me Felicity, se não quiser falar não precisa. – Falou rapidamente mordendo o lábio.

— Não, tudo bem. Quando sairmos daqui, conversaremos. – Digo a ela dando um sorriso para que ficasse tranquila. Ela balançou a cabeça concordando.

— Você já escolheu que terno vai levar? – Perguntou ela mudando de assunto. Amava Thea por isso. Porque ela não insistia ou te pressionava.

— Não. Mas quando o Tommy vai fazer a segurança de outras pessoas, ele sempre opta por um terno preto. – Digo fazendo uma careta, ainda pensando o porquê dele não ter vindo.

— Ele é um homem e tanto. – Diz Thea piscando para mim.

— Você quer parar de flertar com o meu irmão? – Peço pegando alguns ternos.

— Eu não estou flertando com ele. – Defendeu-se. Pegou uma gravata rosa e passou por sua cabeça. – Não posso mais dizer que ele é bonito?

— Você pode. Mas lembre-se que você tem um namorado, bonitinha. – Lembro-a entregando um terno azul marinho para que ela segurasse.

— Eu posso dizer que seu irmão é bonito. Mas isso não quer dizer que estou dando em cima dele ou que vou deixar o meu Roy. – Frisou bem no nome do namorado. Podia ver que Thea era louca pelo Roy.

— Está bem. Vamos mudar de assunto, então? – Sugeri dando um sorriso amarelo para ela.

— Ok. Eu gostei desse. – Ela mostrou o terno de cor preta. O preferido do Tommy. – Acho que ele vai gostar. – Disse ela sorrindo e me entregando-o. De fato, era um terno muito bonito.

— Olá, você é a Felicity Smoak? – A vendedora da loja nos interrompeu. Olhei para ela e fiz que sim com a cabeça. – Porque deixaram isso aqui para você. – Entregou uma flor orquídea roxa para mim.

O sorriso que estava em meu rosto desapareceu completamente. Parece que de repente o chão começou a se mover e as paredes foram ficando menores, o pânico me atingiu em cheio. Ele estava aqui? Por Deus. Como ele estava aqui? Olhei ao redor da loja e para fora dela em busca de algo suspeito. Mas estava tudo normal, minha mão começou a tremer.

— Felicity. – Thea chamou-me preocupada. – Você está bem? Está pálida Felicity. – Disse olhando para mim buscando respostas, mas eu não sabia o que dizer.

— Quem foi que trouxe isto? – Perguntei encontrando minha voz. Mas ela saiu falha. A vendedora olhou para mim assustada por minha reação e negou com a cabeça.

— Realmente eu não sei senhorita. Um homem apareceu e chamou-me e disse-me para entregar para Felicity Smoak. Ele disse à roupa que você estava usando. Então eu deduzi ser você e vim em sua direção. – Falou ela de uma vez.

— Um homem... – Eu sussurrei deixando a flor cair como se uma cobra tivesse me picado. – Ele está aqui. – Conclui amedrontada. ­– Não pode ser. Mas como...? – Balancei a cabeça negando-me daquilo. Ele não estaria aqui? Estaria? Ele estava morto. Isso não pode estar acontecendo. Não de novo. Não pode ser.

— Felicity, por favor, se acalma. Pode ter sido engano. – Disse Thea ficando ao meu lado. Coloquei as duas mãos uma de cada lado dos meus ouvidos tampando-os. Eu estava surtando. Não queria ouvir ou acreditar em suas palavras.

­– Tira-me daqui Thea. Por favor! - Grito assustando-a, assim como todos. – Por favor, por favor. – Implorei entre prantos. Eu queria fugir, me esconder em um lugar onde ele não pudesse me alcançar.

— Eu vou chamar o gerente. Você está passando mal, querida. – Disse a vendedora olhando para mim.

— Eu não quero ninguém! – Gritei mais uma vez fazendo-a recuar. Thea olhou para mim com os olhos arregalados. – Leva-me embora Thea. Eu te peço. Por favor, tire-me daqui. Eu quero sair daqui agora, o mais rápido que você possa fazer. – Eu já estava tremendo de tanto pavor, meu rosto começou a ficar frio devido as lagrimas que corriam livremente. Ela balançou a cabeça e falou alguma coisa para vendedora, eu não ouvi o que era. Só vi quando dois seguranças nos acompanharam até a garagem.

Os seguranças nos deixaram na garagem. Um deles colocou-me no assento da frente, porque eu não tinha controle das minhas pernas, pareciam mais como gelatinas. Thea colocou o sinto de segurança em mim e agradeceu aos dois. Ela não disse nada no caminho. Nem uma palavra sequer. Ainda a ouvi conversando no telefone e eu tenho certeza que era o Oliver. Mas a única coisa que vinha em minha mente era que ele estava entre nós. Eu sentia isso. Por que o único que me deu aquela flor, foi ele.

[...]

OLIVER QUEER

Estávamos na sala de reuniões informando como daríamos cada passo. Tommy sugeriu alguns pontos muito importantes; de como levar o Sebastian, de fazer com que alguns seguranças se passassem por pessoas normais, como se estivessem assistindo o comício para ver algo suspeito entre a multidão. De deixar alguns fazendo a minha escolta e a dele. Cada ponto seu foi analisado e todos nós concordávamos. Sebastian seria uma boa opção. Aquele cara se escondia nas sombras e ninguém o encontrava. A única coisa que víamos, eram os caras sendo morto por ele. Às vezes ele até me assustava. 

Foi quando senti algo em meu bolso vibrar. Pedi licença e fui atender ao telefonema da minha irmã. Thea estava praticamente desesperada. Ela dizia que Felicity não estava bem e que tinha sofrido um tipo de surto. Ela disse-me que Felicity não falava com ninguém, nem mesmo com Ana. Falou também que Felicity estava distante e que nem parecia ela. Disse mais, que o olhar dela estava perdido e fixado em algo e que tinha paralisado. Eu disse a ela que estaria em casa em poucos minutos. Só iria avisar ao Tommy o que tinha acontecido. Thea não me contou o que realmente aconteceu, ela estava muito agoniada por Felicity. E em só querer saber o que aconteceu isso já me deixou preocupado. Sinto o meu peito apertar e a doer passo a mão alisando-o como se aquele gesto me ajudasse a fazer com que aquele medo fosse embora. Tommy não veio em meu carro, disse que iria com o dele. Olho pelo retrovisor e vejo seu carro logo atrás do meu. Quando eu disse o que aconteceu com sua irmã, ele não pensou duas vezes em encontra-la. Saímos juntos e agora estamos aqui na droga de um transito. Em toda a minha vida nunca senti tanto pavor como estou sentindo nesse momento. Balanço minha cabeça para afastar essas sensações e focar minha mente nela. Em Felicity. Ela deve estar se sentindo horrível neste momento. Olho para frente e vejo que os carros começaram a andar e logo em seguida o congestionamento ficar mais rápido.  

Chegamos ao meu apartamento, deixamos os carros na garagem e partimos para o meu andar. Nós dois, ambos sem dizer nenhuma palavra. Estávamos preocupados demais. Abro a porta e vejo logo de cara Thea que segurava Bea em seus braços balançando-a e Ana ao seu lado roendo as unhas.

— Oh meu Deus, Oliver! Que bom que chegou. – Disse Thea vindo em minha direção. – Não se preocupe a Bea está dormindo. – Falou ela assim que apontei para Bea. Dei um beijo nos cabelos da minha filha.

— Oi Thea... Ana. – Tommy cumprimentou as duas. – Onde está minha irmã? – Perguntou olhando para elas. Ele estava preocupado tanto quanto eu.

— Está lá em cima segunda porta a direita. – Falou Thea. Ele pediu permissão para subir e subiu. Felicity precisava do irmão. Foi ele quem esteve à vida inteira com ela.

— Alguém pode me dizer o que aconteceu? – Perguntei sentando no sofá e passando os dedos entre os cabelos.

— Ana, por favor, leve a Bea para o quarto do Oliver e fique com ela lá, está bem? – Pediu Thea gentilmente e Ana assentiu levando-a para cima. Assim que ela saiu Thea sentou ao meu lado com o olhar preocupado.

— Thea, o que aconteceu? - Eu disse mais uma vez. Dessa vez sem paciência.

— Eu... Eu não sei muito bem o que aconteceu Ollie. – Começou nervosa. – Estávamos bem. Tínhamos ido à loja dos ternos, Felicity estava comprando um para o seu irmão. E de repente... – Ela parou fechando os olhos.

— E de repente o que? – Pela primeira vez Thea estava enrolada nas palavras.

— Ela recebeu uma flor... Uma orquídea e surtou Oliver. Felicity praticamente surtou. Nunca tinha visto alguém daquela forma. Ela gritava, chorava, tremia e eu não sabia o que fazer. Ela pediu para mim traze-la para cá e eu o fiz. – Disse de uma vez assustada.

— Calma Thea. – Aproximei-me dela segurando em seu ombro. – Felicity mencionou se ela tinha alguma alergia dessa flor? – Perguntei. Thea negou com a cabeça e levantou-se.

— Não, Oliver. Aquilo que eu vi, não era alergia nenhuma. Era como se ela conhecesse a pessoa que mandou a orquídea para ela. – Disse ela cruzando os braços.

— Ela mencionou mais alguma coisa? – Levantei-me. Eu estava impaciente demais, queria vê-la. Saber como estar. Só ficaria bem quando a assentisse em meus braços.

— Ela mencionou sim. Ela falava “ele”. Eu não entendia quem era esse ele. Ela não falava nomes. – Disse por fim. – Eu estou preocupada Ollie. Não quero que nada aconteça com ela. Eu amo a Felicity e vê-la daquela forma não foi legal.

— Não se preocupe. Eu vou cuidar dela Thea, eu prometo. Ela vai ficar bem. – Fui até minha irmã e a abracei. Queria tranquiliza-la mais do que a mim. Por que eu realmente não estava nada bem. Escuto alguém descer as escadas e vejo Tommy.

— E então... Como ela está? – Perguntei temeroso.

— Ela está mais tranquila agora. Mas ela quer ver você. – Disse para mim. Eu fiz que sim com a cabeça passando como um raio por ele. Eu queria vê-la logo e não aguentava mais nenhum minuto longe dela.

Entrei no quarto de Bea e a vi deitada na cama toda encolhida. Uma coberta cobria seu pequeno corpo, sua cabeça estava apoiada em travesseiro e ela estava virada de costa para a porta. Aproximei-me com calma dela fazendo com que ela virasse. E o seu olhar destruiu-me completamente. Ele estava; Triste, desamparado e com medo.

— Felicity. – Eu disse desesperado. Deitei-me na cama ao seu lado e a puxei para mim. Ela me abraçou forte e senti minha camisa ficar molhada. Ela estava chorando e não sei quantas vezes o meu coração se partiria com isso.

— Oliver. – Murmurou com a voz embargada. – Eu estou com muito medo Oliver. Por favor, faça isso parar. - Suplicou apertando minha camisa com sua mão.

­– Amor, eu estou aqui. Eu não vou deixar que nada aconteça com você Felicity. Eu prometo. – Afago suas costas com minha mão tentando acalma-la. – Respire, confie em mim, nada fará mal a você enquanto eu respirar.

— Eu não aguento mais viver assim Oliver. Quando penso que tudo está bem, não estar. – Falou entre soluços. Apertei os olhos frustrado por não saber o que fazer. Essa pessoa que fez com ela a destruiu. E eu vou mata-lo, pode ter certeza disso.

— Ei, não pense assim. Nós estamos bem. Você está aqui comigo, em meus braços. E eu destruiria o mundo por você Felicity. Faria de tudo para tirar essa dor do seu peito. – Eu disse beijando seus cabelos. – Se lembra de quando nos conhecemos? – Ela balançou a cabeça devagar. ­– Quando eu vi você pela primeira vez, senti algo magico. Verdadeiro e puro. Eu perguntava-me se você era real e quem era você que tão rápido apareceu e roubou meu coração. – Eu disse para ela que se acalmava devagar. – Você apareceu para iluminar a minha vida e trazer paz ao meu coração. – Falei em completa convicção. Ela levantou a cabeça devagar e olhou para mim. Seus olhos estavam vermelhos e inchados e algumas lágrimas escorriam por suas bochechas. Eu as sequei beijando cada uma delas.

— Você me quer mesmo assim, cheia de problemas? - Sussurrou próximo ao meu rosto.

— Eu quero você completa. Todos nós temos defeitos amor. Amar não é isso? Amar até os defeitos? – Disse a ela segurando seu rosto em minhas mãos.

— Sim... – Concordou com os olhos fechados. Estávamos em nossa própria bolha. Eu sempre estaria aqui para ela e eu sabia que ela estaria aqui para mim. – Isto aqui... – Ela pegou minha mão e levou até o lugar onde estava o seu coração. – Sempre será seu Oliver. Sempre foi. Eu esperei esse tempo todo por alguém e esse alguém era você. Sempre será. – Ela dizia com lágrimas nos olhos. – Você é o único que me trás a paz... A paz que eu tanto esperei em minha vida e pode ter certeza, que você será o meu único amor. – Disse beijando meus lábios suavemente. Viro fazendo com que ela fique por baixo de mim. Seu corpo pequeno se encaixa perfeitamente ao meu.

— Espera um pouco... – Peço suave interrompendo o beijo.

— E seu eu não quiser esperar? – Perguntou ela com a voz rouca deixando beijos em meus lábios. – Eu não quero mais ser assim, preciso me libertar, só você pode me dá o que eu preciso.

— Eu não posso fazer isso com você estando nesse estado. Seria uma tolice da minha parte. – Disse eu tirando uma mexa de cabelo do seu rosto. – Sou seu protetor, jamais usaria sua dor para meu prazer no momento mais difícil em que está passando.

— Você não me quer? – Perguntou baixando a vista. – Eu preciso que isso desapareça, eu preciso de você. – Levantei seu queixo fazendo com que ela me encarece. Ela olhou para mim e levou sua mão até meu peito.

— Se eu não quero? Eu quero você. Eu quero demais... Mas não assim, não no momento como esse. – Eu Sussurrei paciente próximo de sua boca. – Você está frágil e eu não quero me aproveitar da sua fragilidade, nosso momento será especial, e você estará feliz como nunca esteve antes, mas antes expulsaremos os demônios que insistem em nos assombrar.

— Você é muito mais do que eu pensei. – Disse ela dando um pequeno sorriso. – Você é valioso.

— Seu sorriso acalma minha alma. Mesmo que ele seja pequeno como agora. – Digo passando o polegar por seus lábios. – Você precisa descansar. – Conclui deitando ao seu lado. E eu precisava de controle.

— Eu disse para o Tommy que eu ia com você para casa. – Contou ela apoiando a cabeça abaixo do meu queixo. Ela estava cansada.

— Fique aqui. Durma comigo, me deixa cuidar de você e amanhã eu te deixarei em casa. – Eu pedi com carinho alisando seus cabelos negros que tinham cheiro de flores.

— Eu vou ficar e dormir com você. – Confirmou com a voz baixa e sonolenta. Passei a coberta enrolando a nós dois.

— Felicity, sempre que tiver seus medos pense que eu estou aqui, para afastar cada um deles. – Falei beijando seus cabelos. Alguns minutos se passaram, até que pensei que ela já estava dormindo. Sua respiração estava regulada e as batidas do seu coração estavam calmas.

— Eu acho que estou amando você Oliver. – Murmurou baixo no seu próprio mundo o que balançou o meu de uma forma inexplicável. E o meu coração deu um salto com sua confissão. Ela me amava?


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Notas finais do capítulo

Bom, meninas... É isso. Mas espera. Felicity dizendo que ama o Oliver... Quem será esse cara que amedronta Felicity? Só Deus sabe, pq eu não sei kkkk (MENTIRA) Mas não se preocupem, vcs vão saber quem é. E ah, para quem quiser me seguir vou deixar meu Twitter; @jessicaray9609. E o da Natty; @NattySmoak. Seguimos todas! Bjuss e bom final de semana.



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