Save My Heart. escrita por RaySmoak, Natty Lightwood


Capítulo 13
12-Don't let me go


Notas iniciais do capítulo

Oláááá pessoas lindas. A Ray está aqui para mais um capitulo para vocês!! Desculpem o atraso gente. Aproveitem!! Eu espero vcs nos comentários. Boa Leitura.



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Não me deixe ir
Segure-me em seu coração pulsante
Eu não vou deixar você ir
Para sempre não é suficiente
Deixe-me colocar minha cabeça para baixo na sombra ao seu lado
Não me deixe ir
Segure-me em seu coração pulsante

—Don't let me go; Raign-

 

OLIVER QUEEN

Desde o momento em que Felicity dormiu, eu não consegui tirar os olhos dela. Preferi ficar acordado velando o seu sono, só assim eu me tranquilizaria. Thea apareceu no quarto alguns minutos depois que ela dormiu, avisando que iria para casa e que Tommy já tinha partido. Pedi a ela que levasse Bea consigo, precisava conversar com Felicity sobre o que está se passando, e isso teria que ser somente eu e ela. Eu nunca a vi dessa maneira; quebrada e com tanto medo. Continuei a olhar para ela e pensar o que tanto a fez sofrer. As poucas coisas que Thea tinha me dito não eram boas, e ainda disse que ele, esse cara que eu não faço a mínima ideia de quem seja, fez alguma coisa com Felicity. E só em pensar do que ele foi capaz de fazer para vê-la com tanto medo, me faz querer mata-lo de todas as piores formas possíveis. Como é que alguém machucaria um ser tão delicado como ela? Felicity não merecia ter passado por algo tão horrível assim. O estado em que ela estava quando a encontrei deixou-me em pedaços. Eu nunca havia presenciado tamanha coisa.

Porém, por tudo que ela tem passado, ela foi capaz de deixar-me entrar em seu coração, abrir espaço para mim e até mesmo querer entregar o que é mais valioso, seu corpo sua alma. Antes de dormir ela disse que me amava, ela poderia estar sonhando. Mas por mais que fosse um sonho, ela disse, ela confessou o que eu já queria ouvir a muito tempo. Só agora, com ela em meus braços, penso o quanto eu fui estupido com Felicity quando a conheci. Isso mostra uma realidade que poucos querem enxergar; cada pessoa carrega seus demônios, então não haja como se fosse o único a tê-los, sempre tem alguém com problemas maiores que o seu. Por isso que no momento em que nós nos esbarramos, um instinto protetor cresceu dentro de mim e agora eu sei o porquê disto. Ela precisa de mim mais do que eu preciso dela, o destino trouxe-a para mim. Trouxe um ser tão frágil e lindo. Uma pequena mulher que foi capaz de ter meu coração e de retirar todas as incertezas dele. Ela foi capaz de fazer-me sentir vivo outra vez.

Olho pela grande janela de vidro e vejo que um novo dia amanhece. Não me sinto nenhum pouco cansado, mas deveria ter descansado. Mas como se dorme quando você vê sua garota com tantos problemas e não consegue ajuda-la? Isto me deixa muito irritado. Sinto-a mexer-se em meu lado aconchegando-se mais a mim pelo frio que se fazia. Vejo que ela está descoberta, passo o cobertor pelo o seu pequeno corpo sentindo sua pele macia um pouco gelada. Seu sono estava profundo e sua respiração estava calma, o que me deixava melhor. Afasto algumas mechas de seu cabelo negro que caiu sobre o seu ombro e vejo sua tatuagem de um preto bem vivo destacar-se em sua pele pálida. Contorno a mesma com o polegar e sinto algo estranho, observo mais de perto e vejo uma cicatriz. Olhando de longe não dá para ver tanto, porque a tatuagem cobre um pouco. Mas de perto da para ver fragmentos. Parece que algo perfurou e ela tentou esconder com isso. Felicity, o que aconteceu com você pequena? Pergunto fazendo um carinho em sua bochecha.

Saio dos meus pensamentos tendo uma grande ideia. Olho para o relógio e vejo que ele marca 06h00min em ponto. Levanto-me com cuidado para não acorda-la. Antes de elaborar meu plano, vou ao banheiro tomo um banho e faço minha higiene matinal. Feito isso, desço as escadas em busca da cozinha. Ana ainda não chegou. Ótimo. O meu plano será preparar um café para Felicity e servi-lo para ela lá no terraço. Com certeza lá estaria perfeito. Como eu disse antes, Felicity me faz agir dessa forma. Sinto-me diferente quando estou com ela. Aquele típico cara que levaria o café da manhã em sua cama, porém, este café será no terraço. Com tudo pronto e organizado, só falta uma coisa... Acordar a dorminhoca.

— Felicity... – Chamo-a me ajoelhando de frente para ela. – Ei, sua dorminhoca está na hora de acordar. – Digo passando a mão nos seus cabelos. Aos poucos ela abre os olhos ainda meios sonolentos, mas quando me vê um sorriso tímido passa por seus lábios.

 – Oi... – Ela murmurou tirando algumas mechas de cabelo do seu rosto. – Bom dia, senhor coruja. – Brinca escondendo o rosto vermelho com o cobertor. – Estava observando-me enquanto eu dormia Mr. Queen? – Perguntou com divertimento na voz.

— Bom dia, meu anjo. – Falei tirando o cobertor de seu rosto. – Só estava cuidando de você e vendo o quanto é linda enquanto dormia. – Ela sorrir e sentasse na cama cruzando as pernas.

— Não é justo Oliver... Eu estou com a cara toda amassada, enquanto você está completamente lindo.  – Disse dramática.

— Não é para tanto.  – Levanto-me e sento na cama. – Você poderia se descobrir? – Peço gentil quando ela se joga na cama novamente se cobrindo.

— Não! Eu estou horrível. Meus olhos estão inchados e o meu rosto está com certeza amassado. Nenhuma mulher deveria ser vista neste estado. – Negou-se prontamente, sua voz saindo abafada.

— Você é linda de qualquer jeito... Com o rosto estando amassado ou não. – Discordo passando a mão em sua coxa puxando a coberta de leve.

— Pare com isso! Mr. Queen. – Avisa tirando a coberta. Seus cabelos estavam bagunçados de um jeito que a deixava adorável. – Do que está rindo? – Perguntou estreitando os olhos para mim.

— Só estou admirando o quanto você é bonita pela manhã. – Ela revira os olhos e depois sorrir. Ela encosta-se a cabeceira da cama e passa alguns segundos encarando-me. – O que foi? De repente ficou quieta e agora está me olhando tão séria. – Questiono na defensiva.

— Oliver... Sobre ontem... Eu queria dizer que... – Começou um pouco nervosa olhando para as mãos.

— Amor, não precisa me dizer isso. Não agora. – Tranquilizo-a acariciando sua bochecha. – Hoje vai ser uma manhã diferente, ok? – Felicity balança a cabeça e sorrir. ­– Ótimo. Agora por favor, senhorita Smoak levante seu traseiro preguiçoso dessa cama e me acompanhe em um café da manhã. – Convido-a estendendo a mão para que ela segure.

— Mas uma hora ou outra eu tenho que te dizer Oliver. Não posso esconder isso de você para sempre. – Disse olhando com plena sinceridade.

— Olha... – Começo sentando ao seu lado. ­– Eu não sei o que houve com você Felicity, e creio que não foi nada bom... Por Deus! Você me deixou assustado. Nunca tinha te visto daquela forma... Com tanto medo e tão indefesa. Mas se for preciso... Se for preciso Felicity, eu faço de tudo para te fazer esquecer-se disso. – Digo olhando o brilho dos seus olhos se intensificar.

— Eu não queria que você passasse por isso ou tivesse presenciado aquilo de ontem à noite. – Disse ela desviando os olhos do meu olhar.

— Ei, eu não me importo. Sabe por quê? Por que, agora você está em minha vida. E a sua dor é a minha dor. – Ela balança a cabeça e me abraça. ­– Agora podemos ir para o nosso café da manhã? ­– Pergunto mudando de assunto. Ela vai me dizer o que houve, mas eu sinto que ela não está preparada para contar e eu não vou pressiona-la. 

— A sua dor é a minha dor...  – Repete ela olhando em meus olhos, juntando suas mãos em meu rosto. ­– Obrigada por estar comigo Oliver. – Diz e beija meus lábios com ternura.

­– Não precisa agradecer Smoak. Agora vamos ver o que eu aprontei? – Questiono animadamente.

— O que você aprontou dessa vez? ­– Questionou ela apreensiva. – Mas, antes de ir ver o que você aprontou eu preciso ir ao banheiro. ­– Levantou-se. Segurei sua mão e ela virou para mim estranhando a minha reação.

— Eu quero que você diga para mim de novo. Eu preciso ouvir de novo, quero saber se você não estava sonhando.  – Eu pedi a ela. Eu precisava ouvir em alto e bom som. Ela franziu o cenho olhando para mim. Segundos se passaram até seus olhos clarearem em um azul cintilante. Ela sabia o que eu queria tanto ouvir. Meu coração necessitava disso.

— Eu amo você Oliver. – Disse abaixando-se e beijando meus lábios novamente. Em seguida ela saiu deixando um sorriso completamente bobo em meus lábios. Ela realmente me amava. Eu não poderia estar mais do que eu estou agora... Em êxtase completo.

Saio dos meus pensamentos e vou direto para o terraço espera-la. Alguns minutos se passaram até eu ouvir seus passos atrás de mim, viro-me e vejo a sua expressão facial refletir de varias formas; admirada e sorridente ao mesmo tempo. Ela olhava tudo atentamente e eu a seguia com o meu olhar. Encosto-me a cadeira, colocando as mãos na parte superior dela enquanto Felicity se aproximava de mim.

— Você fez tudo isso para mim? – Perguntou admirada, olhando-me animada.

— Sim, eu fiz. Você gostou? – Perguntei gesticulando com as mãos para o local.

— Eu amei Oliver, você é incrível sabia? – Disse ela vindo até a mim e me beijando. Enlaço sua cintura e retribuo o beijo.  – Como você teve tempo para tudo isso? ­– Questionou separando-se aos poucos.

— Vamos dizer que eu tive uma ajudinha. Ana ajudou-me arrumando tudo isso ontem, agradeça a ela depois.

— Então você já tinha planejado isso e não me disse nada? – Falou fingindo-se de ofendida.

— Se eu falasse não seria surpresa, seria? – Ela negou com a cabeça fazendo um bico adorável e eu sorri. – Ok. Agora vamos tomar café? ­– Perdi. Ela concordou e sentou-se a minha frente. Fiz o mesmo.

— Onde está a Bea, Oliver? ­Cheguei tão absorta de tudo, que não tinha me lembrado dela. – Disse preocupada.

— Não se preocupe, ela foi dormir na casa de Thea. Eu pedi isso a ela ontem, já que você não estava bem e eu queria ficar sozinho com você, e se Bea estivesse por perto, seria capaz de ficar assustada. – Eu disse colocando um pouco de suco de uva em seu copo.

— Eu entendo. Você fez bem em não permitir que ela presenciasse aquilo, seria muito embaraçoso para ela. – Disse compreensiva.

— Você a ama, não é isso? – Ela concordou com a cabeça e deu um sorriso de canto.

— Com toda a minha vida. Ela é a coisinha mais especial para mim. – Disse ela contente. Fico feliz por Felicity se dar tão bem com minha filha.  Vejo que Bea a ama também e quando Felicity não está por perto, ela pergunta pela encrenqueira.

Nosso café da manhã foi supertranquilo, conversamos sobre assuntos aleatórios de nossas vidas antes de nos conhecermos. Não sobre a parte sombria, mas sim, quando ela estava em sua faculdade, coisas embaraçosas que só Felicity Smoak passaria. Contei a ela algumas coisas que eu fazia antes de Bea ter vindo ao mundo, sem querer querendo, mencionei que tinha ficado com algumas mulheres, Felicity não gostou em saber disso. Sua reação foi jogar vários biscoitos em mim, dizendo que eu tinha sido um cafajeste.

Eu não discordei dela, o que fez com que ficasse com mais raiva ainda, eu poderia dizer ciúmes. Como eu sei disso? Por que ela admitiu. Tirei sua frustração com vários e vários beijos até fazê-la sorrir. Eu disse a ela, que aquele tempo havia passado e que agora só existia ela, Bea e Thea em minha vida. Elas são as únicas mulheres com quem eu me preocupo realmente.

Antes de sair do apartamento encontro-me com Thea, Bea e Ana. Thea disse que iria ficar a tarde com Felicity e que não iria para a “Book&Coffee” hoje. As quatro ficaram de assistir o comício juntas pela TV. Tommy passou por minha casa para ver como estava a irmã, conversou um pouco com ela, se despediu e saímos juntos. E agora estamos aqui, ele e eu dentro do seu carro aguardando o sinal fechar. Eu estava encostado com a cabeça na janela enquanto seus dedos batiam no volante do carro apressados demais.

— Pode falar Tommy. – Eu disse impaciente olhando para ele.

— Eu não disse nada. ­– Defendeu-se arrancando com o carro.

— Não disse, mas eu sei que quer perguntar. Só não sabe por onde começar. ­– Digo o obvio.

— Não sabia que você lia mentes, Oliver.

 ­– Não precisa ter dom de telepatia para ler a sua, Tommy. – Bufei de volta. – Então... O que você quer saber? – Questionei assim que ele parou numa faixa de pedestre.

— Você dormiu com a minha irmã? – Perguntou virando a cabeça tão rápido quanto aqueles demônios dos filmes de terror.

— Não desse jeito que você está pensando. – Eu disse negando com a cabeça. Não porque eu tinha medo, mas porque não é da conta de ninguém minha vida intima, foi apenas em respeito à mulher da minha vida. – Sim, eu estive com ela e dormi com ela, só dormi. – Deixei claro para ele. – Não seria capaz de fazer nada com ela no estado em que se encontrava.  ­

— Mas está pensando... – Falou estacionando o carro na garagem da empresa.

— Você quer parar de falar sobre isso? – Pedi imediatamente abrindo a porta do carro.

— Só estou fazendo o papel de irmão, meu caro Oliver. – Disse com desdém. Desceu do carro e travou o alarme.

— Você é tão irritante assim? – Indaguei jogando meu paletó em um lado do ombro.  Entramos no elevador da garagem e ele apertou o botão do andar superior.

— Eu tento não ser. Mas eu gosto de te tirar de tempo. – Disse na maior tranquilidade encostando-se a parede do elevador. Fiz uma careta para ele, pois o bastardo não tem medo do chefe, que no caso sou eu.

— Você não tem medo de perder o seu emprego não? ­– Pergunto travando o maxilar.

— Você não permitiria isso. Sabe que eu sou um dos melhores... Então... – Deu de ombros colocando as mãos no seu bolso da calça social preta. – E minha irmã ficaria chateada com você.

— Você é um idiota completo Tommy. – Eu disse e ele sorriu. Não consegui evitar dá um sorriso de canto. Ele sabia que eu nunca o demitiria, por que ele é um dos melhores aqui. – Um idiota convencido. – Rosno saindo do elevador com ele em meu encalço.

— É tão linda a forma como você me chama de amigo Oliver. – Falou abrindo aquele típico sorriso arrancador de calcinhas.

— Oras, cale a boca Tommy.  – Ordenei tentando evitar sorrir para ele. Se não, ele não pararia de me importunar. – Bom dia Clary, você sabe me dizer se Diggle já chegou? – Perguntei a ela que estava conversando com seu marido Sebastian. – Sebastian... – O cumprimentei com um aperto de mão formal.

Sebastian era um homem alto e forte, com olhos azuis e cabelo loiro areia raspado dos lados e longo em cima, onde ele alisava para trás, sempre de preto. Um dos meus soldados mais fiéis.

— Bom dia Mr. Queen. Sim, ele está na sala de reuniões a sua espera. Ele pediu para mim, assim que o senhor chegasse, avisasse a ele. – Informou ela ficando ao lado de Sebastian.

— Não precisa. Já estamos indo para lá nesse momento. – Neguei olhando para os rapazes que a sentiram.

­– Até mais tarde querida. – Despediu-se Sebastian dando um beijo na testa de Clary.

— Tenha cuidado. – Ela pede ansiosa. Ele acena e se afasta. O que me fez lembrar-se de Felicity. Antes de vir para o comício, eu queria ter algo especial com ela. Algo que pudesse me tranquilizar. Passamos a manhã bem e juntos. Entre sorrisos e promessas e essa lembrança vou guardar em meu coração. – Boa sorte garotos! – Gritou Clary para nós. Víramo-nos e acenamos para ela em cortesia.

Assim que chegamos à sala de reuniões concluímos o que faltava e partimos para o hotel em que o presidente estava hospedado. Alguns seguranças foram para o comício vestidos de pessoas normais para ficar em meio à multidão e outros ficaram fazendo a guarda fora do hotel, enquanto Sebastian, Tommy e eu subíamos para buscar o presidente.  O cumprimentamos e logo em seguida estávamos dentro de uma land rover preta aprova de balas, toda equipada para a nossa proteção. Eu dirigia, enquanto Tommy estava ao meu lado no banco da frente, Sebastian e o presidente estavam no banco traseiro. Tinha duas linhas de policias com suas motos uma de cada lado do carro e outros policiais mais a nossa e outros na traseira do carro nos escoltando até o centro da cidade onde seria o comício.

— Mr. Queen? Agora eu peço toda a atenção de vocês em qualquer algo suspeito. Não quero que ninguém saia ferido, muito menos os cidadãos. ­– Advertiu o presidente enquanto eu estacionava o carro na garagem do edifício onde aconteceria o evento.

— Estamos preparados para isso senhor. – Digo com a voz firme olhando pelo retrovisor. Ele balança a cabeça e concorda.

Outro cara abre a porta para que ele possa sair. Sebastian sai logo acompanhado de Tommy. Assim que desço do carro abotoou meu paletó preto, coloco os óculos escuros e por ultimo coloco minha Glock atrás das costas cobrindo-a com o paletó.  Vejo que Tommy e Sebastian fazem o mesmo. Colocamos nossos comunicadores e estamos prontos.  Tommy e Sebastian ficam um de cada lado do presidente, enquanto eu vou à frente os guiando até o pátio onde estava montado o palco. Estávamos atrás do palco quando eu ouvi Sebastian dizendo que o local estava lotado, mas que vários dos nossos seguranças estavam lá.

— Senhoras e senhores, agora vocês vão ter a honra em receber o nosso presidente, Slade Wilson. Uma salva de palmas para ele. – Dizia quem quer que seja animando a multidão. As palmas cobriram aquele salão, com assobios e gritarias.

Tommy e eu subimos junto com ele e ficamos um de cada lado. Ele acenava para a multidão enquanto se aproximava do púlpito. Tendo uma visão bem ampla da multidão, pude ver que estava bastante cheio. Retirei os óculos para ter uma visão melhor, coloquei-os no bolso da minha calça. De repente meu coração começou a acelerar e o meu sexto sentindo, avisa-me que algo não estava bem.  Mas eu não entendo.  O que poderia dar errado? Planejamos tudo certo, estava saindo tudo nos conforme. Meus homens estavam comigo, os atiradores de elite a longa distância, tudo parecia no seu devido lugar, mas é como se não estivesse. Então por que essas sensações me atingiam desde a semana passada? Saio dos meus pensamentos quando ouço a voz do Tommy soar em meu ouvido.

— Algum problema Oliver? ­­– Perguntou Tommy olhando naturalmente para o público.

— Não. – Afirmo negando lentamente com a cabeça só para ele perceber. Seus olhos se estreitaram em mim por um segundo.

— Não é o que parece ser. – Ouvi seu suspiro pelo comunicador.

— Volte ao trabalho Tommy. – Ordenei. Ele não disse mais nada.

Foquei minha visão na multidão e o que eu via eram pessoas bem animadas em um discurso que eu não fazia a mínima ideia do que Slade dizia. Parecia que tudo estava girando em câmera lenta. Meus pensamentos me diziam para sair dali. Mas que merda é essa? Virei marica agora? De jeito nenhum que eu abandonaria meu posto. Sou o chefe aqui e não um estagiário.

— Mr. Queen há um suspeito atrás da multidão.  Um cara de boné azul, de camisa preta e óculos pretos. Ele está com uma jaqueta de cor marrom. Os seguranças da porta pediram para ficar de olho nele. – Informou Sebastian. Procurei com o olhar o tal sujeito, ele estava logo atrás de uma mulher. Ele parecia bastante inquieto para esse tipo de coisa.

— Não tire os olhos dele Sebastian. – Respondo com calma.

— Estou prestes a tornar Star City em uma cidade mais renomada do que já é.  Com a ajuda e a força de cada um vocês, de quererem viver em um país e em uma cidade melhor... – O discurso de Slade foi interrompido assim que a mulher a quem eu tinha visto há segundos atrás caída no chão.

Os seguranças que estavam mais próximos falavam pelo comunicador, avisando que uma espuma branca saia de sua boca. A multidão foi à loucura e o tumulto começou. Foi quando ouvimos som de tiros, e as pessoas saírem desesperadas tombando umas nas outras. Tommy e eu corremos para afastar Slade dali o mais rápido possível. De repente aquele lugar encheu-se de seguranças armados até os dentes tirando as pessoas dali.

Foi quando escutei a voz de Sebastian pelo comunicador.

— Mr. Queen? Cuidado! – Gritou Sebastian fazendo com que eu me virasse para a multidão.

Senti algo como lamina atravessar a minha carne atingindo-me no peito. Afasto-me alguns centímetros por causa do impacto com a mão sob meu peito. Caindo de joelhos olho para o meu atirador, ele estava com arma direcionada para mim. O mesmo cara que Sebastian descreveu. Vi que Sebastian atirou nele sem hesitar, acertando-o na cabeça, matando-o instantaneamente.

Sinto meu mundo girar e minha vista começar a escurecer, pisco os olhos algumas vezes para não deixar que a escuridão me leve. Sinto meus batimentos cardíacos desacelerando e o meu corpo ficar mole. Vejo Tommy e Sebastian a minha frente, dizendo-me que os paramédicos estavam chegando. Mas as suas vozes pareciam tão distante quanto.

Será que esse seria o meu fim? Será que eu partiria dessa forma? Por que esse homem atirou em mim? Será que viveria para descobrir? Disto eu não tinha certeza. Só tinha certeza de uma coisa, se fosse para eu morrer agora... Eu apenas queria ver o rosto das três mulheres que eu mais amava nesse mundo. Imagens passaram em minha cabeça como um; Thea e eu tomando sorvete no parque junto com minha filha, estávamos rindo e felizes. E por último, ela... Minha encrenqueira menina mulher. A única que foi capaz de mudar meus pensamentos e coração, a sua imagem de hoje mais cedo, estão agora vagando em minha mente. Seu sorriso doce e o seu jeito frágil. Será que o destino me deixou ser feliz por alguns minutos e depois disto me arrastara para a escuridão?

— Oliver? Olha para mim, cara. Você tem que lutar, entendeu? – Disse Tommy colocando suas mãos onde a bala tinha perfurado. – Mas que droga! Onde está a merda dos paramédicos? – Rosnou Tommy autoritário.

— Eu já não consigo mais segurar Tommy. – Murmuro com dificuldade sentindo um gosto de ferro escorrer por minha boca.

— Não diga isso. Cadê aquele Oliver marrento que vejo todos os dias? – Perguntou com um sorriso nervoso. – Lute Oliver. Lute por sua filha. Por sua irmã... E por... Por Felicity. – Disse ele.

Eu já não suportava mais, era mais forte do que eu. Se morrer for assim, tão doloridamente calmo... Pelo menos saberei que a amei. Depois disso, tudo não passou de escuridão.

NARRADOR

— Você ficou louco? - Helena cuspiu as palavras furiosa, enquanto falava com o homem por telefone.

— Gostou da minha entrada triunfal, querida? – Disse o homem tranquilamente. – Eu avisei Helena, Felicity é minha. Só há um único amor em sua vida e esse amor sou eu.

— Você é um doente. Eu te disse para não machucar o Oliver. – Vociferou travando os dentes. – Eu não me importo com sua amada Felicity, eu só quero que ela fique distante do que é meu.

— Calma querida tudo tem seu tempo. Você sabe que isso só foi apenas um aviso da mesma forma como a orquídea foi. – Disse ele sorrindo. – Felicity pode ainda não saber da minha existência. Mas ela tem certeza que eu estou por perto.

— Por que você me pediu para comprar uma orquídea? – Perguntou desconfiada.

— Foi à primeira flor que eu dei a ela na época da faculdade. – Falou distante. – Felicity estava feliz comigo e eu a quero de volta. ­– Sibilou pausadamente.

— Mas ela não ama você. Ela ama o Oliver. – Disse Helena revirando os olhos.

— Por isso mesmo que vou dá um fim neste conto de fadas. Se ela não for feliz comigo, não será Feliz com mais ninguém. – Contou em tom baixo com sua voz fria.

— Quando eu estava em Londres com você, você disse que estava em busca de alguém... Só não sabia que esse alguém era a baba da minha filha, a mulher por quem Oliver está apaixonado, e eu nunca o tinha visto assim. Nem mesmo comigo. – Disse ela com a voz triste.

— Oh minha querida, pensei que esse tempo que você passou comigo em Londres, tinha feito você esquecer-se dele. Mas vejo que não. Que pena. – Disse fazendo pouco caso das palavras dela. – O seu querido Oliver tem o que é meu, e Felicity tem o que é seu... Então vamos fazer isso mudar.

— O que você planeja fazer? – Questionou estremecendo pelo tom de ameaça que ele usou.

— Tudo tem seu tempo querida... Tudo ao seu tempo... – Cantarolou sorrindo. ­– Eu estou a caminho de Star City Helena. Se prepare para a minha chegada. Por que ela será triunfal. Continue observando-os Helena, quero saber de tudo e seja cautelosa. Finja que se importa com sua filha, vá fazer uma visita a ela. – Jogou as palavras com escarnio.

— Eu quero tanto machucar sua querida Felicity, do mesmo que você fez com o Oliver hoje mais cedo. – Disse ela com tom psicótico.

— Não ouse tocar um dedo nela. – Gritou do outro lado da linha assustando-a. – Você não sabe do que sou capaz Helena, então não me testa. Hoje você viu só detalhes. Não toque em Felicity.  Se você tocar nela, eu não vou hesitar em matar você de todas as formas dolorosas possíveis. – Disse em tom cortante.

E com isso ele desligou o telefone. Helena se afastou de perto do prédio onde tinha acontecido o comício e partiu para o hotel, para esperar a chegada do seu amante, vamos dizer assim.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo anjos!! Boa semana para vocês. Bye!!



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