Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 7
Capítulo VII.


Notas iniciais do capítulo

Eu me pergunto: Porque diabos eu exclui essa história? Meu Deus, que amor por esse casal. Hahaha.
Espero que ainda estejam acompanhando, porque eu particularmente, amei esse capítulo. Vou responder todos os comentários e espero ver novos agora! E amanhã tem mais, sim, porque estou inspirada e só não posto hoje porque a faculdade me espera. Hahahaha.
Beijocas, lindas!!!



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|Capítulo 7.|

Surpreendentemente naquela manhã de sábado fazia uma coisa que eu ainda não tinha visto em Forks: Sol de verdade. Uma claridade amarela que entrava pela janela e me fazia suspirar.

Bella também estava surpresa, eu a vi apoiada sobre a janela como se fosse inacreditável demais estar fazendo sol em Forks. E na verdade, era quase isso. Infelizmente, era um sol bem vagabundo, não iria esquentar muito, claramente. Mas seria o suficiente. 

Procurei em minhas gavetas por uma peça de roupa leve e pela primeira vez desde que cheguei a Forks, coloquei uma camisa regata e um casaco leve por cima. 

— Você vai a praia? — Bella questionou parecendo ansiosa e eu neguei com a cabeça, ocupada demais colocando os tênis nos pés. 

— Vou dar um pulo em Seattle. — Peguei a bolsa em cima da mesa enfiando algum dinheiro dentro dela. — Mas espero que você se divirta.

— Cassie. — Ela me repreendeu, soando como minha mãe. — Você não acha perigoso ir até lá sozinha? Você estava no hospital ainda essa semana. Além do mais não conhece nada em Seattle.

— Claro que não, Bella. — Revirei meus olhos pegando o celular e me abaixando para beijar sua bochecha. — Se divirta com os colegiais, querida irmã.

— Deus, você é tão estranha. — Ela suspirou, levantando-se e seguindo para o banheiro.

Quando cheguei ao andar de baixo havia um bilhete de Charlie na geladeira dizendo que havia saído cedo para pescar e quando Bella desceu, disse que provavelmente ele só voltaria ao domingo a tarde, então estaríamos sozinha. Eu me animei de imediado.

Era como ser uma adolescente emancipada na Califórnia. Mas em Forks.

— Podemos sair pra beber. — Eu me apoiei no batente da porta e Bella me olhou com uma expressão que dizia que eu era louca.  — Ah, Bella! Você nunca saiu com amigos na Flórida?

— Claro que sim. Mas não pra beber. — Resmungou com as bochechas coradas como se fosse um assunto proibido. — Você nem tem idade para isso. — Pontuou responsável. 

— Isso é tão estranho. — Pensei comigo mesma. Quero dizer, todo mundo, pelo menos uma vez na vida já teve um porre daqueles ou um quase daqueles. Mas Bella parecia exatamente o tipo que nunca teve. — E muito fofo. — Completei finalmente, para ela não ficar ofendida. — Você é um exemplo, Bella! Não preciso nem recomendar que tenha juízo, mas de qualquer forma, não me espere para jantar.

— Cassie, tenha juizo. 

Pisquei sorrindo. — É meu sobrenome, prometo.

Eu dirigi em direção ao centro de Seattle bastante concentrada na música e na estrada. Tocava uma música legal de uma banda que eu não conhecia muito bem, mas que já havia me decidido parar e comprar um CD. Aproveitei para ir até a biblioteca pública e em Seattle o dia estava ainda mais quente, minha pele se aquecia aproveitando cada segundo de vitamina D que pudesse alcançar. Tirei algumas fotos da estrutura elegante e sorri com algumas crianças que brincavam no parque ali. Um pouco ao lado havia uma quadra e um dos caras chutou a bola forte demais fazendo-a cair em minha direção, tropecei e quase caí mas acabei recuperando o equilíbrio com muita sorte. 

Peguei a bola sentindo muita, muita saudade de jogar e fiz algumas embaixadinhas sob os olhares embasbacados deles e então a chutei para eles outra vez me sentindo — eu confesso — bastante orgulhosa e vaidosa por vê-los me olharem todos meio chocados. 

Felizmente, para o mundo, eu era muito boa. 

Minha trilha sonora era ótima nos meus fones de ouvidos e eu observei toda aquela cidade maravilhada, como uma turista também. Passei pela avenida central aproveitando o cartão que Jason havia me dado e comprando algumas peças de roupas de frio, além de um presente para Bella na livraria mais grande que eu já vi! Aposto que Bella iria adorar, eu já a vi lendo muitos livros e admirava essa capacidade, infelizmente, eu era uma dessas pessoas que só funcionavam ouvindo, por isso tinha o costume de ter áudio-livros. Ler simplesmente me cansava, escrever por outro lado, era meu segundo esporte preferido. Eu podia escrever um livro inteiro, se não acabasse enjoando dele na metade do caminho. 

De onde eu estava podia ver perfeitamente o Space Needle e eu quase vibrei, sentindo-me uma personagem de Grey's Anatomy. Tirei fotos engraçadas e enviei para Ellie — mesmo que ela ainda não estivesse falando comigo — e outras para mamãe que me respondia com carinhas engraçadas e pontos de exclamações. Eu odiava a forma como mamãe nunca me respondia com palavras e só com emoctions. Eram sempre "!!!!!" para quando ela estava feliz e joias para quando ela concordava. Ou então, às vezes, um negativo para quando a resposta era não. 

Era meio irritante.

O dia passou voando e eu enfiei todas as compras no carro, estava pronta para ir em direção a uma lanchonete  quando meu celular piscou incessantemente com a chamada de um número desconhecido e eu atendi meio distraída, só para ouvir a voz charmosa e meio estressada do outro lado da linha.

— Onde você está?!

Jasper parecia bastante bravo e eu quase tropecei em uma mulher, pedindo desculpas para ela enquanto me enfiava no carro.

— O que?

— Onde você está, Cassie?

— Em Seattle. Porque?

Ouvi um suspiro do outro lado da linha. — Estou indo até você.

— Mas Jasper... — E a ligação já havia se encerrado. Eu fiquei encarando a tela do celular embasbacada. O que diabos foi isso? Por fim, resolvi esperar no carro, quero dizer, eu não sabia se os poderes esquisitões de Jasper seriam suficientes para me localizar se eu ficasse me movendo por aí. Cerca de vinte minutos depois Jasper bateu na minha janela, fazendo um sinal para que eu me afastasse para o banco do carona e me dando um baita de um susto.

— Hale, você está me sequestrando? — Questionei entregando as chaves em sua mão. — Porque saiba que eu sei lutar três tipos diferentes de luta.

Jasper riu suavemente. — Já ouvi algo sobre isso. E sim, estou te sequestrando.

— Porque?

Ele deu de ombros. — Porque eu sabia que você ia fazer algo muito idiota.

— Você sabia?

— É, Cassie. — Resmungou me lançando um olhar atravessado. — Um bar? Sério?

Dei de ombros, imitando-o com o mesmo olhar atravessado. — Até onde eu sei, sou solteira, meu pai não está aqui e sou perfeitamente capaz das minhas faculdades mentais. — Ou quase, pensei ironicamente. 

Ele me lançou outro olhar irritado. — Diga isso ao idiota que tentaria estrupra-la.

— O que? Você não pode saber se isso ia acontecer. E eu sei me cuidar sozinha, Jasper. Três tipos de luta. — Gesticulei com os dedos, balançando-os em frente ao rosto.

— Eu posso sim, Cassie! — Ele apertou os dedos no volante de forma tensa e eu fiquei um pouco preocupada com meu carro. A forma como ele me olhou, tão preocupado e receoso deu a entender que de fato ele poderia saber, a questão era...

— Como?

Jasper suspirou. — Vamos em um lugar reservado. Eu vou te contar sobre tudo.

Eu assenti, cruzando os braços. — Eu não sou uma garota indefesa, você precisa começar sabendo disso. 

— Eu só fiquei preocupado. — Resmungou apertando ainda mais os dedos no volante. — Quero cuidar de você. — A intensidade com que ele disse as palavras, fez toda minha força de vontade esmorecer.

— Olhe para estrada. — Ordenei voltando meu olhar para a janela, sentindo-me constrangida com a forma como ele agia. — E eu ainda quero ir a um bar. 

— Para que?

Arqueei a sobrancelha, olhando-o cética. — Acha mesmo que vou ouvir o que tem pra dizer totalmente sóbria? 

Jasper riu, por incrível que pareça. Fez uma curva repentina e então estávamos em um lugar que parecia sofisticado demais para um bar. 

— Tem bebidas. — Ele pontuou com ironia e eu assenti, descendo do carro e vendo-o fazer o mesmo. Ele estava na metade do caminho e me esticou a mão, um convite silencioso. Nós entramos dentro do pub, parecia com um desses lugares que encheria de universitários, nós escolhemos uma mesa ao lado das janelas e Jasper não pediu absolutamente nada enquanto eu pedi um drink chamado Orgasmo. 

Não consegui não rir quando disse "Um orgasmo, por favor", mas a bebida parecia de fato, saborosa. Quando o meu drink chegou, fiz um gesto de mãos para Jasper, indicando-o para falar.

— O que você quer saber?

Suspirei. — Me conta a sua história, Jasper.

E Jasper contou. Nascido em 1844 no Texas, filho de um casal rico para a época, Jasper tinha quase 200 anos. E a essa altura, nós já tínhamos saído do bar, estávamos caminhando pela baía de Elliot, eu acompanhada de uma garrafinha de cerveja e Jasper falando sem parar sobre a época do seu nascimento. Eu estava fascinada por cada detalhe, inclusive por sua antiga noiva, a mulher que Jasper disse que mudou toda sua perspectiva de vida. Então Jasper chegou no ponto principal, contou-me sobre uma mulher bonita e sobre-humana que se chamava Maria, uma mulher que o seduziu e o matou. 

Transformou-o em um vampiro. E foi ai que as coisas deram errado para mim. Eu ouvi todo o relato de Jasper o achando absurdamente louco e fantasioso, mas se até eu era louca, que mal havia afinal? Não o interrompi e me permiti imaginar toda aquela situação como se fosse verdade. Mas então Jasper disse a coisa mais absurda que já ouvi: Que ele era um vampiro.

Eu parei, no meio do calçadão encarando-o com os olhos quase saltando do rosto — provavelmente.

— Cassie?

— Está me zoando? — Pisquei, dando um passo para trás. Passei a mãos pelos meus fios desgrenhados. — Certo, tudo bem. Vamos com calma okay? — Ergui as mãos em rendição, eu havia lido na internet como lidar com  pessoas transtornadas uma vez (eu tinha um vago medo de ser uma delas). — Pode me emprestar seu telefone?

— Cassie, eu sinto seu receio. Não irei machuca-la. — Ele parecia verdadeiramente ofendido.

— Olha Jasper, acontece com todos, acredite, eu entendo você. — Me aproximei lentamente. — Mas vamos ligar para o doutor Cullen e ele vai te ajudar. Você sabe que pode confiar em seu pai não é?

— Do que você está falando, Cassie? — Ele agora parecia confuso.

Estreitei meus olhos. — Você não se drogou, não é? — Toquei o seu rosto tentando descobrir se havia alguma coisa diferente nele. — Porque é sério, confie em mim, com os remédios certos os delírios irão parar.

— Delírios? 

— Jasper. — Suspirei. — Você. Não. É. Um. Vampiro. — Eu disse tudo pausadamente. 

Dessa vez foi Jasper quem suspirou e então ele riu, puxando-me pela cintura. Eu dei um gritinho surpreso e em seguida quase gemi, seu rosto se afundou em meu pescoço, depositando um beijo em minha pele. Eu estremeci pela sensação, meu coração disparando e as mãos tremendo.

— Achei que estava com medo de mim. — Sussurrou tão baixo que eu mal ouvi.

— Eu na verdade, ficarei se você não falar com seu pai. Esquizofrênica tem...

Gritei quando Jasper jogou-me como um saco de batatas em suas costas e então um borrou passou por mim, era como se eu estivesse vendo a paisagem da janela de um carro, mas das costas de Jasper. Agarrei-me a ele como um carrapato, completamente assustada. E ele continuou correndo como se eu pesasse menos que uma pluma e não quase 60 quilos, e correndo rápido. Eu treinei anos para ter fôlego, mas isso era incomum. 

E por fim, para meu total desespero. Jasper saltou. Fechei meus olhos, agarrando-me em seu pescoço tão forte que poderia sufocá-lo. 

Era agora, iriamos morrer porque Jasper pensava que era um vampiro. 

— Abra os olhos, Cassie. — Pediu a voz suave.

Eu os apertei ainda mais. — Não consigo.

Com delicadeza Jasper desprendeu-me dele e colocou-me no chão, senti quando os lábios frios dele tocaram as pálpebras dos meus olhos e quando eu os abri, me maravilhei. Estávamos no alto de um pico de montanha, era absolutamente alto e lindo. O céu estava aberto como nunca, muitas estrelas começavam a surgir pelo cair da noite e a lua e o sol dividiam algum espaço no meio do horizonte.

— Como chegamos aqui? — Questionei como boba.

— Velocidade de vampiro. — Respondeu com um sorriso, mas eu podia sentir a tensão emanando dele.

— Jasper... — Meus olhos correram pelo seu rosto, chocada com a verdade. — Então você é...?

— Sim.

— Oh! Isso é chocante. 

— Cassie?

— Você vai beber o meu sangue? — Questionei como uma retardada. Apesar de algo dentro de mim gritar confiança.

— Não! — Ele pareceu ultrajado.

— Você está meio morto, então?

Confuso, Jasper assentiu. — Tecnicamente.

— Não entendo.

— O que?

Sorri. — Você faz sexo?

Jasper gargalhou, soltando um riso quase malicioso. — Sim, Cass. Eu faço sexo.

— Isso é ótimo, eu odiaria ter um namorado que é sexualmente inútil. — Dei uma risadinha.

— Não brinque comigo, Cassie. — Praticamente ordenou.

— Só quero descontrair. — Ergui as mãos em rendição. — Então você é mesmo um vampiro. — Declarei chocada, olhando ao redor. Devia estar a sei lá, uns 50 metros de altura do chão. Era impossível ir para lá tão rapidamente e sem no mínimo, alguns equipamentos. 

— Não está com medo? — Questionou aproximando-se e eu o acompanhei, ficando assim de frente para ele. Eu neguei com a cabeça e senti um alívio invadir meu corpo, era como se fosse uma fumaça densa do sentimento. 

— Você pode fazer isso? — Indiquei a mim mesma, como se fosse óbvio e visível essa tal fumaça. — Esses sentimentos que eu sinto mas que sei que não são meus? Pode me deixar sentir você?

— Você me sente? — Questionou chocado. E eu fechei os olhos, tocando seu peito com as duas mãos, como se fosse possível aumentar a ligação, pude sentir uma admiração grande e um fascínio, curiosidade e carinho, algo forte e superficial ao mesmo tempo. 

— Sinto. Você faz isso? — Abri meus olhos e Jasper parecia de fato, maravilhado.

— Meu dom é influenciar as emoções. — Começou. — E sentir a dos outros.

— Então porque eu sinto as suas?

— Não sei. 

Algo dentro de mim alertou da mentira. — Conte-me quando estiver pronto. 

Jasper assentiu, puxando-me para ele e eu me aconcheguei contra seu peito duro e frio. Foi estranho, porque estava quente também, mas eu sabia que esse calor vinha de dentro de Jasper e não de fora.

E foi ainda mais estranho, porque eu me sentia familiarizada com ele. 


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