Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 8
Capítulo VIII.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, como vocês estão? Prontas para mais um cap? ♥



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| Capítulo 08|

— Então, como é ser um vampiro? — Questionei curiosa. O sol já havia se posto e por incrível que pareça, um céu bem estrelado enfeitava o horizonte. Aparentemente a chuva havia ido embora por hoje. 

Jasper me encarou, receoso e eu suspirei. — Pode falar, eu aguento um alto nível de bizarrices. 

Ele riu, pegando uma das minhas mãos e acariciando-a. O simples gesto fez meu coração palpitar meio nervoso e Jasper deu um sorriso convencido. — Eu tenho super audição.

— Isso é constrangedor. — Cantarolei com um sorriso.

Ele deu de ombros. — Se fosse possível, você também faria meu coração disparar Cassie.

Eu quase parei de respirar, aquelas palavras e aqueles olhos me encarando eram demais pra minha pouca e sofrida sanidade. Mas a frase também despertou uma curiosidade em minha mente e foi nela que eu me agarrei.

— Seu coração não... Bate?

Jasper assentiu, abrindo os braços e fazendo-me um convite mudo. Eu me aproximei, procurando atenta por batidas ritmadas mas não havia nada além do frio e silêncio. 

— Isso é... Diferente. — Ele me lançou um olhar condescendente. E eu ri. — Certo, é estranho. Mas estranho não é ruim, eu também sou estranha.

— Você não é estranha, Cassie. — Jasper balançou a cabeça e um dos cachos caiu em seus olhos, automaticamente eu joguei os frios para o lado com a ponta dos dedos. O gesto era tão familiar para mim que fiquei em choque, a a mão estendida tocando a lateral da testa de Jasper. Era o mesmo gesto que a garota dos meus sonhos fazia tão frequentemente. Apertei meus olhos, notando as semelhanças entre Jasper e o jovem do meu sonho. 

Mas era loucura, não é? Sim, era totalmente loucura. Os olhos de Jasper me sondavam curiosos e eu pude sentir a dúvida tomando proporções gigantescas dentro de mim.

— Porque está tão curioso? — Questionei em voz alta. 

— Desculpe. — Murmurou constrangido. — Estou sentindo sua dúvida e fiquei em dúvida, devo ter projetado ela de volta para você ou...

Eu sorri. — Isso vai ser engraçado, não vai? 

— Com certeza. — Concordou com um meneio de cabeça. — Acabaram as perguntas? 

— Absolutamente que não, cara! — Eu fiz uma voz diferente e dei risada, apoiando-me novamente no gramado e cruzando as pernas em forma de índio. Eu estava mantendo uma distância segura de Jasper porque por mais que estivesse lidando com tudo muito bem, em alguns momentos eu tinha a sensação que estava em um carrinho desgovernado em uma linha de trem abandonada. 

Eu tava meio assustada, para resumir.

— Como é esse lance de vampiros? Você tipo, queima no sol e dorme em caixões? Ou você é como Damon Salvatore e tem um anel? Ah, isso seria muito legal! Existem bruxas também? Mas espero que não tenha um Klaus psicopata andando por aí ou estaríamos muito fritos. Ou vocês são tipo, Drácula de Bram Stoker? Ou são como Lestat¹? — Eu dei uma olhada para ele, observando-o segurar o riso. — Ok, tudo bem, eu falei demais. Vá em frente, sir Jasper.

— Major. 

— O que?

— Eu era um Major. — Pontuou com um sorriso. 

— Ah é. — Exclamei como se fosse esquecida, mas é que eu havia me esquecido realmente. — Major Jasper Whitlock.

Uma onda de desejo percorreu meu corpo e eu arregalei os olhos, estremecendo com a vontade súbita de agarrar Jasper. — Ual. O que foi isso?

Jasper bufou, colocando a ponta dos dedos sobre os olhos e ignorando-me por completo. Pude sentir sua vergonha atingir altos níveis e ri, aproximando-me dele e puxando suas mãos para mim. 

— Vamos lá, Major. — Murmurei gostando da sensação de saber que Jasper sentia tudo aquilo com um único pronome. — Responda as perguntas. 

Ele relaxou visivelmente, ainda sem soltar minhas mãos.

— Bem, não somos como Lestat e certamente não somos como The Vampire Diaries. — Ele deu um sorriso. — Nós não dormimos...

— Serio?

— Não.

— Ual. Isso é legal.

Ele riu. — Sim. E nós não comemos comida humana.

— Isso não é bom. — Pontuei séria e rapidamente. 

— Nós não queimamos no sol, mas acontece algo diferente que nos impede de sair durante os dias quentes.

Franzi as sobrancelhas. — Por isso vocês foram para as montanhas hoje?

— Na verdade, eu estava em casa. — Jasper estava culpado pela mentira e eu só pensei que estava tudo bem, quero dizer, ele não me conhece, porque deveria se sentir culpado por mentir para mim? — Carlisle nos chama de vegetarianos. 

— Porquê?

— Nós nos alimentamos de sangue animal, não matamos humanos.

— Isso não é... Sei lá, tipo ruim?

Ele deu de ombros. — Na verdade é. O sangue animal não satisfaz por completo e não tem o mesmo aroma ou sabor.

Certo, alto nível de bizarrice. 

— Porém é o que me permite estar perto de humanos, entende? Se não fosse assim, eu não poderia estar tão bem perto de você agora.

— Então você não quer me morder?

Jasper me deu um sorriso que eu considerei realmente perigoso. Era uma mistura sucinta de quente e... Perigoso. — Eu não quero te matar, Cassie.

— Oh! — Eu corei, sentindo minhas bochechas e orelhas esquentarem. Uma imagem rápida de Jasper me mordendo passou pela minha mente. E eu o ouvi gemer baixinho como um resmungo. 

— Cassie. — A voz de Jasper soou grossa demais em meus ouvidos, rouca e não sei, dura demais. Como se ele estivesse tentando brigar comigo, talvez? Mas só me pareceu duas vezes mais sexy. Eu realmente queria pular em seu colo e talvez... — Cassandra. — Ele disse outra vez em tom de alerta, os olhos enegreceram rapidamente e eu pisquei assustada, afastando-me repentinamente. 

— Eu... Desculpe. — Murmurei ao sentir a chateação e o temor de Jasper. Ele esfriou para mim, afastando-se e cruzando os braços no canto oposto daquela pedra. — Jasper, é só... Desculpe, é muita coisa.

— Cassie. — Ele suspirou, aproximando-se outra vez. — Tudo bem.

— Sinto sua chateação, Jasper. 

Ele assentiu, esticando a mão em um convite silencioso e eu me aproximei, um pouco envergonhada, sentando-me em seu colo outra vez. — Escute bem, isso vai ser complicado. Quando você sente desejo, eu sinto você e projeto automaticamente isso de você pra você e então você projeta para mim...

— Como um circulo vicioso.

— Exato. — Ele sorriu um pouco. — É exatamente o que aconteceu agora. Todos os sentimentos são assim, mas irei conversar com Carlisle e tentar descobrir uma forma de me controlar melhor. Assim não te deixo tão louca com minhas emoções.

Eu ri um pouco. — Tudo bem, eu não me importo. É legal quando uma pessoa não pode mentir pra você. — Pisquei tentando quebrar o clima e funcionou, porque senti ele relaxar embaixo de mim e a sensação de paz e alegria invadir meu corpo rapidamente. — Isso é realmente bom. — Murmurei sentindo-me mais leve.

Jasper concordou com um aceno e nós ficamos em silêncio por um momento.

— Como ela era, a sua noiva? — Eu perguntei baixinho e ao contrário do que eu esperava, ele não ficou tenso, mas senti a saudade que ele sentia, com uma mistura de amor e ternura. Era um sentimento maravilhoso e não me achei digna de ter algum ciúmes disso, apesar de ter sentido um certo ciumes de Alice Cullen quando nem mesmo o conhecia.

— Ela era doce. — Ele começou, os olhos pregados no horizonte a nossa frente. — E era teimosa. Ela era realmente teimosa, era uma dessas mulheres a frente do próprio tempo, ela queria ser alguém, fazer alguma coisa. Não queria ser como as outras. — Ele sorriu. — Foi difícil convencê-la a se casar e mais difícil ainda foi resistir a ela.  

— Você parece amá-la muito. 

Ele me olhou finalmente, os olhos novamente dourados pareciam me entender perfeitamente e eu não duvidava disso. Jasper me olhava como minha mãe, talvez, ou meu pai, como uma pessoa que me conhecia a vida toda. O tipo de pessoa que sabe cada uma das suas coisas. Mas isso é possível? 

— Eu amei. — Ele respondeu suave. — Mas é passado. 

Eu assenti em silêncio, sem saber ao certo o que dizer e apertei-me mais contra seu corpo frio. Jasper passou os braços ao redor do meu corpo e eu me aconcheguei contra ele. Nós continuamos a conversar e ele quis saber sobre minha vida antes de Forks. Eu contei tudo a ele, exceto as alucinações, contei sobre como eu era uma típica garota Califórnia e como eu amava fazer compras e combinar peças, contei a ele sobre meu desejo de cursar moda em Paris — porque eu me apaixonei pela cultura quando conheci a Madame Lourvrié, que era uma mulher espetacular que parecia ainda viver nos anos '80 sem se importar com o que os outros pensavam. Contei a ele sobre meus bichinhos de estimação e sobre meu pai Jason, sobre como mamãe era doce e gentil mas louca além do comum. Descrevi a ele minha relação com Ellie e desabafei sobre o fato dela não estar falando comigo desde que vim para Forks, e contei sobre namorados.

Jasper parecia ter uma sincope a cada um que eu descrevi e era meio vergonhoso admitir que eu fui muito, muito namoradeira e tinha uma lista meio extensa de paixonites lá na Califórnia. Por fim nós conversamos sobre nossos gostos e Jasper me contou sobre as coisas que já viu, as épocas que já passou e tudo foi absolutamente fascinante. 

Ao que parece, ele tinha uma super visão e memória também, por isso lembrava de todos os fatos com detalhes e perfeições. Por isso ele me descreveu com perfeição a construção da Torre Eiffel ou como ele sobreviveu na segunda guerra, tentando ajudar pessoas sem poder se alistar porque descobririam seu segredo.

No fim das contas, conversamos sobre tantas as coisas que eu me sentia sonolenta quando Jasper sugeriu que fossemos embora. Uma espiada em meu celular me mostrou que haviam nove chamadas perdidas de Bella, além de vinte e cinco mensagens de texto.

— Ligue para ela. Vou ligar para Edward. — Sugeriu Jasper quando sentiu minha preocupação. Bella não atendeu nenhuma das minhas ligações e eu o encarei preocupada, ele falava de forma rápida e baixa no telefone, estava irritado e desconfiado. Quando me olhou, no entanto, uma ternura surgiu e mesclou-se aos sentimentos. — Vamos, Cass. Vou levar você para casa. 

Assenti, subindo em suas costas novamente e fechando os olhos, escondendo-os em seu pescoço. Talvez alguns minutos depois Jasper me ajudou a descer outra vez e eu bufei, envergonhada. 

Ele assumiu o volante e dirigiu para casa em silêncio, assim como eu. Mas mesmo em silêncio eu podia sentir ondas de fumaça me envolvendo. Sentimentos bons demais para conversar a respeito. Eu adormeci no banco, sentindo o amor de Jasper me envolver como um cobertor quente. Não quis questioná-lo sobre isso, porque por mais que eu quisesse respostas, sabia que ainda não estava pronta para tê-las. 

— Bella sabe? — Perguntei a ele baixinho quando estacionamos em frente a casa de Charlie.

— Acho que Edward ainda não contou. — Jasper tocou meu rosto com a ponta dos dedos e eu aquiesci entendendo o que ele queria dizer.

— Não quero mentir pra ela, Jas. — Sussurrei baixinho. — Ela é minha irmã.

Ele fechou os olhos, suspirando. — Eu sei, querida. Mas espere só um pouco, certo? Dê a eles um tempo. Edward precisa disso e Bella também. Posso sentir a confusão dela daqui. 

— Ela está lá em cima?

Ele assentiu e eu lancei uma olhada para a janela escura. 

— Certo, então eu vou subir também. — Murmurei encarando-o. — Vou te ver amanhã? — Questionei ansiosa por uma confirmação. Eu sentia uma sensação estranha vendo-o partir, mas tentei reprimir esse sentimento. Tudo ao seu tempo, disse a mim mesma. 

— Claro que sim. Eu te ligo. — Piscou.

— Ah! Como tem meu número? — Franzi as sobrancelhas, realmente confusa e lembrando-me de nunca ter passado meu contato a ele.

Jasper teve a decência de se envergonhar. — Talvez eu tenha dado uma olhada no telefone de Bella.

— No meu quarto?

Ele assentiu ainda mais envergonhado e eu ri.

— Jasper Whitlock, isso não são modos de tratar uma dama. 

Jasper gargalhou e aproximou-se de mim, perto demais do meu rosto. Seu perfume me envolveu e minha boca salivou como se eu estivesse vendo o pedaço mais suculento de frango. 

Certo, Cassie, sem comparações com comida.

— Cass? 

— Hum? — Pisquei atordoada encarando-o.

— Bella está na janela. 

— Oi?

— Bella está na janela nos olhando. — Ele sorriu um pouco.

— Oh sim, bem, eu irei entrar. — Suspirei me aproximando e beijando sua bochecha fria. — Boa noite Major. Traga meu carro seguro amanhã. 

Jasper assentiu para mim e eu sai do carro, correndo para dentro de casa. Antes que eu pudesse espiar pelas cortinas, Bella estava lá na minha frente. Ela parecia atordoada e confusa, os olhos estavam vermelhos como quem tinha chorado e ela parecia meio estranha.

Tipo assombração de filme de terror.

— Cassie, eu sei o que eles são. — Ela disse aquilo como uma sentença de morte.

E eu quis gemer porque agora definitivamente não sabia o que dizer a ela. 

 


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