Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 3
Capítulo III.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, eu amei todos os comentários, me incentivaram demais! Vou respondê-los agora. Espero que apreciem esse capítulo. ♥



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       |Capítulo 3.|

Depois de ir a secretaria e conhecer a gentil senhora Cope, a minha primeira aula foi de trigonometria, eu passei por ela sem prestar atenção alguma. Meus pensamentos vagavam entre a confusão pelo que aconteceu no estacionamento e o nervosismo por ter sido flagrada pela garota baixinha que provavelmente era a namorada dele.

Quando saí para o intervalo, depois de três longas aulas, um rapaz loiro com cara de bebê se aproximou, ele parecia vibrar somente por estar se apresentando e eu não pude deixar de sorrir, jogando para fora da minha mente o ocorrido da manhã.

— Sou Mike Newton. — Ele esticou a mão para mim e eu a apertei, notando o quanto era macia. Eu tinha o costume de notar coisas estranhas sobre as pessoas, como por exemplo, alguns pelinhos pretos no pescoço de Mike, apesar dele ser loiro. — Você é Cassandra Swan?

Swan. Era estranho como o Kepner não existia aqui.

— Pode me chamar de Cassie.

— Nome diferente. — Pontuou começando a andar em direção ao refeitório. Eu podia ver lá na frente Bella e uma garota loira pegando o almoço.

Eu olhei para Mike rapidamente, varrendo meus olhos pelo refeitório em busca dos cachinhos loiros, mas aparentemente ele não havia voltado. — Minha mãe gostava de mitologia grega, na época.

— Ah! — Mike exclamou, parecia curioso demais. — Então você é uma deusa?

Eu o olhei, claramente esta havia sido uma cantada barata. Mike tinha as bochechas vermelhas e um sorriso meio insinuativo e envergonhado. Ignorei fingindo não notar nada.

— Não, Cassandra tinha o dom da profecia. Previu a queda de Tróia. — Meu tom deve ter soado mórbido, porque Mike arregalou um pouco os olhos. Quando enfim alcançamos Bella, ela me olhou com um pouco de pena, tomando lugar entre Mike e eu. A garota chamada Jessica me apresentou todos que estavam na mesa, Tyler, Lauren, Angela (uma garota asiática que parecia simpática) e Eric. 

Todos conversavam animadamente e pareciam um grupo legal de pessoas. Vê-los me deu um aperto no coração e eu peguei meu celular, só para ver que ainda não havia resposta alguma de Ellie. No entanto, eu era covarde demais para ligar pra ela. Certo, eu era a pior melhor amiga do universo, mas eu realmente tentei o quanto pude. Um suspiro escapou de mim e eu voltei a guardar o celular no bolso da jaqueta. 

— O que está olhando, Bella? — A garota loira questionou, Jessica, acho e pude ver as bochechas de Bella corarem, eu sorri, seguindo seu olhar e encontrando olhos dourados encarando-a com evidente interesse. Quase sorri, entendendo porque Bella ficou tão preocupada quando perguntei pelo cara loiro no estacionamento, provavelmente ela estava interessada no ruivo. Eu observei a mesa com interesse e curiosidade. Havia, além do garoto ruivo, um cara que não parecia estar no ensino médio, muito alto e forte com cabelos pretos, estava ao lado da garota loira.

Linda, sem dúvidas. Acabaria com a auto-estima de qualquer uma só de estar no mesmo cômodo. Os cabelos eram como ouro caindo ao redor do rosto dela, cachos perfeitos e invejáveis. Não que eu tivesse inveja, mas era um pouco irritante ter um cabelo tão indomável como o meu. A outra era ainda mais linda e isso por algum motivo, foi uma pontada direta de decepção em mim. Ela parecia angelical, como uma fada, os cabelos eram negros e pareciam cair ao redor do rosto para todos os lados. Era como uma mistura de selvageria com gentileza, com certeza ele tinha uma namorada linda.

Quis bater em mim mesma por estar pensando tanto sobre isso, eu tinha a sorte de ter a pele tão bronzeada que seria difícil notar algum rubor em mim, seria péssimo corar como Bella.

— Edward Cullen está olhando para você. — Jessica comentou com uma risadinha e ouvi Bella suspirar.

— Ele parece com raiva? — A pergunta foi dirigida a mim e eu olhei por cima de sua cabeça, arqueando a sobrancelha para o ruivo que ainda encarava nossa mesa. Analisando bem, ele só parecia covarde.

Ah cara, venha falar com ela. Tentei mandar algumas ondas de indiretas para ele, quem sabe meu olhar não fosse claro e ele seguisse meu conselho? Edward Cullen ergueu a ponta dos lábios em um sorriso bonito e eu voltei a olhar para Bella, que ainda se escondia atrás do cabelo.

— Não. Porque ele estaria com raiva?

Deu de ombros. — Acho que ele não gosta muito de mim.

Acho que ele só está com medo, quis dizer a ela, mas parecia estranho falar isso em voz alta, porque não éramos tão intimas assim.

— Os Cullens não notam ninguém para gostar. — Disse Jéssica, como se isso fosse um consolo.

— Talvez ele só tivesse tido algum problema. — Dei de ombros casualmente. — Você deveria ir até ele e perguntar.

— O que?! 

Bella corou ainda mais e eu ri um pouquinho.

— Ah Bella. Chega nele e pergunta qual o problema dele com você. Ai vocês podem resolver nos socos ou nos beijos. — Respondi baixinho evitando que o pessoal da mesa ouvisse.

— Ah Cassie! Você é uma doida e parecia tão normal... — Lamentou rindo baixinho.

— Estou brincando. — Sorri para ela. — Acho que ele realmente só estava com problemas Bella. Mas bem, preciso ir para minha outra aula agora.

Nos despedimos rapidamente eu caminhei para minha próxima aula, que para minha alegria seria educação física. Foi incrível e libertador estar mais uma vez praticando algum esporte, em meu segundo dia aqui, eu ainda não havia tido tempo de separar minhas chuteiras e equipamentos de proteção para treinar um pouco. O treinador Clapp me entregou um uniforme novinho, questionou-me sobre minhas habilidades e ficou surpreso quando eu disse a ele que era capitã do time de futebol de Santa Mônica, no fim, ele lamentou Forks não ter um time, mas me aconselhou a procurar algo em Port Angeles ou Seattle.

Quando saí da aula senti meu celular vibrar no bolso da mochila e a foto da mamãe apareceu na tela inicial. Eu sorri, caminhando pelo estacionamento a procura de Bella. Meus olhos inevitavelmente procuraram por ele enquanto minha mãe falava sem parar sobre Nova Iorque e sua nova peça na Broadway, fiquei desapontada quando de fato não o encontrei e logo em seguida, quis bater em mim mesma por isso. Era patético estar me sentindo tão curiosa sobre uma pessoa que eu não sei absolutamente nada. Encerrei a ligação com mamãe depois de garantir cem vezes que estava realmente bem e logo em seguida encontrei Bella. 

Nós fomos para casa juntas e eu aproveitei para estudar, já que a chuva caia em baldes do lado de fora da casa, a matéria de inglês era tão entediante, que acabei empurrando os livros para o lado para poder tirar um cochilo.

Meus sonhos foram povoados com lindos olhos verdes e sol, havia muito sol e folhas secas. Era uma paisagem linda. No sonho, eu trajava um vestido antigo e meus cabelos eram maiores, quase na cintura. Eu os penteava lentamente com os dedos, esperando o momento que alguém viesse trança-los. Foi quando eu ouvi o assobio e as pedrinhas pipocando em minha janela. Eu já sabia quem estava ali e ficava feliz só com a ideia de vê-lo. No entanto, antes que pudesse abrir a janela... Eu acordei. 

Já estava a noite e pude notar Bella roncando bem baixinho, como um bebe. Uma olhada ao relógio me mostrou que já se passavam das onze horas. Levantei-me espiando a janela vendo que a chuva havia parado, apesar do frio congelante e em um ato impensado, enfiei-me em roupas quentes e tênis, meus olhos focalizaram o gorro e eu o puxei enfiando-o na cabeça junto com dois pares de luvas que estavam na cabeceira da cama de Bella. 

Peguei os fones de ouvido, e desci as escadas silenciosamente. A rua estava absolutamente deserta e a copa das arvores se mexiam suavemente com o vento. Puxei o ar, sentindo-o entrar frio pelo meu nariz, clareando a minha mente.

Eu estava enlouquecendo, era a única explicação. 

Meus pés começaram a correr pelo asfalto escorregadio e enquanto o vento chicoteava meu rosto, eu tentava encontrar uma solução lógica para os olhos dourados que me perseguiam desde aquela manhã.

A verdade é que a loucura não era novidade alguma para mim. Era comum sonhar com os olhos verdes, com os lábios bem desenhados, com quase-casamentos e épocas passadas. Foi por isso que saí da Califórnia, minha mente estava me traindo, me enlouquecendo. Eleonor queria que eu contasse a minha mãe que estava tendo visões malucas sobre um passado inexistente de quase dois séculos atrás, ela não queria que eu continuasse a agir como se isso não me distraísse das aulas ou me fizesse tropeçar em meio a um jogo importante. Como se não fizesse com que eu quase batesse o carro.

Eu não queria contar para minha mãe, porque à partir do momento que eu contasse para Helena, ela iria me levar aos mais caros psicólogos e eu seria de fato, o que eu acho que sou.

Uma pessoa com problemas psicológicos. Uma louca. E a ideia de ter algo tão errado comigo... Eu não conseguia suportar.

Eu dei a volta ao quarteirão para não correr o risco de me perder e por fim parei, encostando-me em uma arvore que estava perto o bastante da pista.

Eu tinha um medo profundo de não poder controlar a mim mesma e de estar me perdendo dentro da minha loucura. As vozes, as visões, os sonhos. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo e tinha medo de descobrir que no final das contas, eu sou só... Problemática de verdade. 

Eu abaixei, apoiando-me sobre os meus joelhos, soltando o ar com calma para meus pulmões trabalharem calmamente e quando eu ergui meus olhos, me assustei com a aparição repentina, ele estava lá. Olhos dourados encarando-me profundos e raivosos. Eu abri a boca surpresa, mas tão rápido quanto um pensamento, os dedos finos e gelados estavam em volta do meu pescoço. 


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me avisem, dei uma revisada mas talvez tenha deixado algo passar. Beijos! ♥



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