Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 4
Capítulo IV.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como vocês estão hein?
Eu adorei os comentários do capítulo passado. Vocês são todos e todas incríveis! Haha.
Quero agradecer a Lírio, porque ela está sempre lendo as coisas que eu escrevo, não importa o quão louco seja.
Espero que vocês gostem. É isso, beijos.

Ps: As imagens iniciais do capítulo, são todas relacionadas a Cassie.
Ps²: Caso queiram ver a playlist da história, o link é este [https://goo.gl/aqvYn1], ainda está em construção, já que eu vou adicionando as músicas que me inspiram para o capítulo.



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|Capítulo 4.|

 

Eu ofeguei, o grito preso em algum lugar dentro de mim. 'Onde ela está?' a face irada de Jasper Hale gritou em meu rosto e minhas mãos foram até meu pescoço, tentando tirar as dele dali, surpresa encontrei somente minha própria pele e ofeguei outra vez, ainda mais assustada. Meus joelhos cederam como se não aguentassem o peso do meu corpo e eu fechei meus olhos com força, não acreditando que isso havia acabado de acontecer comigo.

Parecia tão real... Nunca havia sido assim.

Eu não queria parecer uma completa louca mas não conseguia deixar de soluçar repetidamente no meio daquela estrada escura.

Eu estava mesmo louca. Havia sido muito inocente em achar que estando em Forks as alucinações iriam me abandonar. Essa cidade era ainda mais deprimente que Santa Mônica, era de se esperar. Apoiei meus braços sobre os joelhos outra vez, buscando puxar o ar com calma, meus olhos ardiam com lágrimas e eu podia sentir meu coração batendo forte contra as minhas costelas.

 E agora minha mente psicopata resolvera ter alucinações horrendas com alguém que eu nem mesmo conheço. Passei meus dedos pelos cabelos e suspirei, estavam molhados pelo orvalho, senti as luvas de Bella ficarem úmidas. Quando estava preparando para caminhar outra vez, ouvi o farfalhar de passos muito perto de mim, eu me virei, um pouco assustada dando de encontro com um rapaz moreno. 

Engoli em seco, questionando-me se deveria começar a correr e dei um passo involuntário para trás. 

— Calma, moça. — Ele ergueu as mãos em rendição. Estava vestindo uma regata e uma bermuda e fiquei horrorizada ao vê-lo com tão poucas roupas, ele deveria estar congelando! — Você é a filha do chefe Swan? Cassie, né?

— Sim. — Franzi as sobrancelhas, desconfiada. — Quem é você? O que quer?

Ele suspirou.

— Meu nome é Jared Cameron, pode confiar. — Ele tentou sorrir e eu fiquei mais desconfiada com a estranheza do momento. 

— Você devia estar com frio. — Constatei confusa e me xinguei mentalmente por essa ser a coisa mais idiota a se dizer, o moreno pareceu revirar os olhos, era difícil dizer na escuridão da noite.

— E você não devia estar aqui fora. — Foi sua resposta, ele se aproximou indicando a direção da casa de Charlie. — Vou te acompanhar até em casa, isso não é hora para garotinhas estarem na rua.

— Não sou uma garotinha. — Resmunguei um pouco irritada. Jared Caromeron me encarou com a sobrancelha arqueada em zombaria e eu suspirei, ainda mais irritada. Tudo contribuía para minha evidente irritação. Ele era muito mais alto e forte do que eu, obviamente e de fato eu me sentia uma garotinha ao lado dele, mesmo que nunca tivesse me sentido tão baixa antes. Os braços morenos estavam de fora e balançavam como se o frio fosse só uma brisa e ele caminhava com segurança, provavelmente conhecia todo o lugar melhor que eu. — E eu não vou com você. — Gritei para suas costas um passo a frente.

— Porquê não? — Uniu as sobrancelhas parecendo genuinamente confuso.

Eu bufei, indo na direção contrária a sua, mesmo que talvez precisasse rodar o quarteirão até estar em casa. — E se você for um assassino? 

— Mas eu não sou. — Revirou os olhos como se fosse óbvio. — Dá pra deixar de idiotice e me deixar te acompanhar? Você nem devia estar na rua tão tarde! Pode aparecer um ladrão ou coisa pior

Ele disse coisa pior de uma forma estranha e eu estremeci. — Escute, quem garante que você não é coisa pior? Apareceu aqui no meio da madrugada e agora quer me levar em casa? E se for um perseguidor?

Jared suspirou pesadamente. — Cassie, eu tenho cara de perseguidor para você? — E abriu os braços, dando um passo mais embaixo do poste da luz. Eu o analisei lentamente, meus braços cruzados prontos para esmurrar a cara perfeita dele. Mas não, Jared não tinha cara de algo ruim, na verdade, toda a beleza dele era bem aconchegante. Se é que isso faz sentido. 

— Não. — Respondi meio a contra gosto.

Ele riu, aproximando-se de novo. — Claro que não, Cassie. Agora vamos. — Indicou o lado da casa de Charlie e eu assenti, seguindo-o.

— Se você tentar me agarrar, saiba que eu sou mestre em três tipos diferentes de luta.

Jared riu. — Não esquenta baixinha.

Revirei meus olhos. — E eu vou chutar suas bolas.  — Dessa vez pude ver ele estremecer e eu sorri. — Ótimo, então vamos.

Jared revirou os olhos, provavelmente achando que eu era meio louca. O que sem dúvida, eu era.

— Então garota Califórnia, o que está achando de Forks?

— Como você sabe que eu...?

Ele deu de ombros. — O chefe fica bastante na reserva. 

— Estou gostando de Forks. 

— Bem diferente da Califórnia, hã? — Ele sorriu um pouquinho e eu não pude deixar de sorrir de volta, o sorriso de Jared Cameron bastante contagiante.

— Com certeza. Então você mora em uma reserva? — Tentei puxar assunto para não parecer tão grosseira e funcionou. Jared Cameron falava tanto quanto eu, o que era engraçado porque eu costumava falar bastante antes dos surtos de loucura. Depois da minha doença, eu comecei a achar que qualquer pessoa podia ser uma alucinação e eu só conseguia acreditar que não era depois de tocá-la, então eu geralmente não conversava muito com pessoas desconhecidas e ao pouco deixei de ser a típica garota califórnia para ser a esquisitona da escola. Mas aparentemente, não tinha mais a segurança do toque.

Depois de Jared me deixar em casa, parecendo muito sério quando disse que Forks é perigosa durante a noite — o que eu achei um completo absurdo, já que a cidade era composta em sua maioria de velhos —, eu retirei toda aquela roupa gelada e me enfiei silenciosamente no banho quente. Nem Charlie ou Bella deram por minha falta, mas quando cheguei no quarto notei com estranhamento que a janela estava aberta, quando eu tinha quase certeza de tê-la fechado. Eu me repreendi baixinho, esperando que Bella não acordasse com nenhum resfriado por minha culpa.

Eu analisei a mim mesma no espelho do banheiro, meus dedos passeando distraidamente pela pele bronzeada do meu pescoço. Lisa e sem hematomas. Eu podia jurar que o havia visto. Os olhos, a boca, era tudo tão real... E ainda assim, era só minha imaginação. 

Por fim, resolvi esquecer minha própria loucura e procurei dentro da bolsa o frasco de comprimidos que consegui com um dos alunos na minha antiga escola. Eu não teria mais dele em Forks e a unica opção que teria seria passar com um médico ou aguentar minha própria mente.

Nenhuma das duas me deixava feliz, com certeza.

Na manhã seguinte, Bella me acordou parecendo impaciente e eu quis jogar o travesseiro na cara dela. 

— Cassie, você praticamente dormiu umas doze horas, porque está tão cansada? — Os olhos desconfiados de Bella estavam em mim quando eu me sentei sobre a mesa, pegando uma xícara de café preto para o qual ela fez uma careta.

— Pesadelos. — Resmunguei somente, pensando que seria ótimo se eu pudesse me esconder dentro da xícara quente. Meus olhos analisaram o café por minutos inteiros até Bella chamar minha atenção novamente, ela estava com as mãos na cintura e havia um homem uniformizado atrás dela, eu pulei do banco reconhecendo o nome da transportadora. Sorri animada diante da imagem do meu reluzente e tão arrasador Chevy vermelho.

— Não é lindo?! — Perguntei retoricamente pra Bella, alisando com carinho o capô. — Bebezinho, que saudade! 

— Você é meio estranha, Cassie. — Bella falou pausadamente como se estivesse procurando outra palavra para não me ofender. — E o que é isso?

— Um Chevy Camaro 1969. É uma relíquia! — Cantarolei com orgulho.

Bella riu, provavelmente da minha animação. — É tão velho quanto a picape. 

Eu ri, apertando as bochechas rosadas de Bella. — Bebella. Você precisa aprender o que é ter um carro bom.

Bella revirou os olhos para mim e fez uma careta para o apelido, e eu dei um pulinho de animação. — Nós podemos ir nele hoje? — Bella me encarou parecendo desconfiada em andar comigo. — Ah, qual é, vamos! Bella! — Fiz a minha melhor cara pidona e Bella soltou o ar, concordando com um aceno. — Ótimo, Bella. Você é incrível, a melhor!

Fomos as duas para dentro pegar nossas mochilas e eu entrei no carro, suspirando de alegria ao sentir volante sobre meus dedos.

— É só um carro, Cassie. 

Bem, podia ser só um carro. Mas meu lindo chevy foi um carro que eu comprei com meu dinheiro recebido de uma campanha para tênis esportivos que eu fui convidada a fazer. A foto ficou horrorosa e eu fui colocada em uns quinze outdoors diferentes, o que na época me fez ainda mais popular entre os estranhos e zoada entre os amigos. Mas não importava, porque com o dinheiro da campanha, eu consegui comprar o carro e as peças para que reformassem com outras pequenas campanhas. 

— Bem, vamos lá Bebella. — Eu manobrei o carro para a saída e liguei o rádio. Pokerful of Sunshine tocava na rádio e eu quase dei um pulinho sentindo a música invadir minha mente, cantei a plenos pulmões e Bella ria me acompanhando em alguns trechos. Foi divertido vê-la se soltando aos poucos com meus cutucões. Bella era tão retraída que estava me deprimindo, mais do que eu já estava deprimida. Mas estar no carro ouvindo essa música me lembrou do sol da Califórnia e de Ellie e das nossas tardes só dirigindo sem direção e cantando como loucas. Eram as tardes mais divertidas, até eu começar a surtar.

Quando chegamos ao estacionamento da Forks High eu percebi que Bella tinha um sorriso simples mas animado no rosto, os olhos estavam brilhando e ela parecia tão mais adolescente do que pela manhã!

Uni meu braço ao dela como fazia com Ellie, ignorando seu olhar para mim como se eu fosse uma alienígena. Mas antes que nós duas pudéssemos dar um passo para a entrada, as coisas aconteceram simultaneamente. O olhar de Jasper Hale do outro lado do estacionamento trouxe a lembrança agoniante da alucinação a minha mente, meu espírito animado se dissolveu, mais ainda quando seu olhar se arregalou, tornando-se de puro pavor. Seu irmão, ao seu lado, tinha o mesmo olhar para nós duas e quando eu olhei para Bella, ela estava branca e o sorriso já havia morrido. Foi quando eu ouvi os freios queimando o asfalto e meus olhos focalizaram a vã preta derrapando pelo asfalto em direção a mim e Bella.

Eu iria morrer.

É agora, pronto. Já era. 

Fechei meus olhos instintivamente esperando pela batida que provavelmente quebraria todos os meus ossos ou me faria virar polenta. Bella apertou minha mão e eu apertei a dela de volta, meu olhar se encontrou com o dela mais uma vez e então com o dele, do outro lado do estacionamento. 

Esperei, quase ansiosa pela batida, mas tudo que senti foi a mão de Bella sendo puxada da minha e outras duas surgindo em minha cintura. A lateral do meu corpo bateu contra o chão e eu senti minha cabeça acompanhar o movimento. Meus olhos lacrimejaram pela ardência que surgiu e eu puxei o ar, vendo os pneus do meu chevy ao lado da minha cabeça. Minha mente registrou finalmente o perfume cítrico e delicioso que estava ao meu lado e os cabelos loiros de Jasper que quase entravam em minha boca. Seu rosto na curvatura do meu pescoço fazia um arrepio estranho subir pela minha pele e as mãos firmes em minha cintura pareciam tão reais. Mas eu ainda estava com medo, meu coração ainda batia descompassadamente e eu podia jurar que minhas mãos estavam tremendo. Jasper puxou-me em direção ao seu corpo e minha reação foi me encolher contra ele.

— Você está bem? — Questionou em meu ouvido como um ronronar. Eu procurei a minha voz, mas não conseguia articular as palavras. — Cassandra. — As duas mãos vieram ao meu rosto, pegando-os e o frio fez com minha mente se clareasse. — Pelo amor de Deus, fala comigo... — Ele parecia quase desesperado e eu realmente quis tocar seu rosto e dizer que estava bem. Como tudo aconteceu eu não sabia, mas sabia que era graças a Jasper. — Cass, por favor. — Abri os lábios tentando empurrar as palavras para fora, mas meu cansaço parecia gigantesco e eu cedi, deixando que a penumbra me consumisse. 

Então, acho que eu desmaiei. 


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Notas finais do capítulo

E ai gente?