Poder e Controle [revisão] escrita por Anne


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

E aí, belezaa?
Parece que estamos chegando na reta final da PRIMEIRA PARTE de Poder e Controle, o que quer dizer que sim, vamos ter sequência!

Maaaaaaas, isso só vai acontecer se vocês PELO AMOR DE DEUS comentarem nesses últimos capítulos, pq sério gente, até bate um desânimo!! Eu não pretendo ser o tipo de autora que se alimenta de comentários, mas quero muito ter uma interação com vocês!

É uma troca legal, entende? Os comentários me inspiram!!

Agora, bora pro capítulo!



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Durante o feriado de Páscoa, Annelise se matou de estudar.
Só deixava a Biblioteca para se alimentar e dormir poucas horas agitadas, e logo retornava. Quando finalmente o ambiente começara a deixá-la irritada, pegou todos os livros que precisava e decidiu estudar na beira do lago, sentada na grama. Ela não era a única nesse ritmo: absolutamente todos os alunos dos quintos e sétimos anos estavam fazendo o mesmo. Era difícil ver algum deles sem ser acompanhado de, pelo menos, três livros.
Perto do jantar, decidiu ir para o dormitório tomar um banho antes de comer. Quando se levantou do gramado, sentia seu cérebro ferver de tantas informações sobre Transfiguração e bufando guardou os livros na mochila. Ao chegar nas masmorras, percebeu um novo aviso pregado no mural de informações e já estava revirando os olhos quando se aproximou para ler. Para sua surpresa, no entanto, não era mais uma nova regra de Umbridge.

ORIENTAÇÃO VOCACIONAL
Todos os quintanistas deverão ter uma breve reunião com o diretor de sua Casa durante a primeira semana do trimestre de verão para discutir suas futuras carreiras. Os horários das consultas individuais estão listados abaixo.

Annelise encontrou seu horário e fez uma anotação mental de que felizmente seria no mesmo horário da aula de Defesa Contra As Artes das Trevas, na segunda-feira de manhã.
Para sua angústia, não houve visita à Hogsmeade naquele fim de semana e só o que pôde fazer foi se trancar na Biblioteca durante o fim de semana, estudando inclusive com Potter, mas sem conseguir informação nenhuma. Ele só parecia muito distante e chateado, mas cortava inclusive Hermione cada vez que ela tentava tocar no assunto.
Por fim, na segunda-feira, Annelise se encaminhou relaxada para a sala de Snape e o encontrou, sozinho, debruçado em sua mesa. As tochas que iluminavam a masmorra estavam acesas, mas pela falta de alunos parecia um pouco mais bizarra do que de costume, ainda que estivesse acostumada com aquela parte do castelo.
— Com licença. — Ela bateu com os nós dos dedos na porta, tentando atrair a atenção do professor, que reagiu como se ela nem mesmo estivesse ali. Continuou escrevendo, as pontas dos cabelos negros oleosos encostando timidamente no pergaminho.
— Entre. — A voz do professor respondeu, no costumeiro tom entediado, embora ela não tivesse visto seus lábios se mexerem.
Annelise caminhou para dentro da sala e se sentou em silêncio na cadeira em frente à mesa do professor. Ele demorou pelo menos uns três minutos e então finalmente ergueu o pescoço para encará-la.
— Como deve ser de seu conhecimento, senhorita Morgerstern, essa reunião serve para discutirmos suas perspectivas de futuro em relação ao mercado de trabalho, para que assim possamos definir suas aulas do ano que vem.
Annelise passou a língua nos lábios rapidamente.
— E eu realmente preciso escolher agora? Não sei se me sinto pronta para isso.
Snape continuou imóvel e inexpressivo, analisando o rosto da aluna com seus olhos negros e profundos.
— Precisa sim, senhorita Morgestern. — Ele se recostou na cadeira com um movimento leve. Ela olhou para o teto, tentando chutar alguma coisa. O pai de Krystal Villewick havia lhe oferecido um emprego no Congresso Mágico dos Estados Unidos mas não havia específicado a área. — Com seu perfil de estudante, posso lhe dizer que suas opções são inúmeras. Suas notas se encaixam em ''Excede Expectativas'' e ''Ótimo''.
— Bem, eu pensei mesmo em trabalhar no Ministério. — Annelise se surpreendeu um pouco com o discreto elogio do professor. — Há algumas áreas que me interessam.
— Quem sabe uma Inominável? — Continuou Snape, seu tom de voz vagando entre o tédio e o deboche. — Afinal, você reage bem à situações precárias e de pressão. Talvez essa arrogância em ser a melhor que existe em você te torne uma profissional capacitada para o cargo de Inominável, no Departamento de Mistérios. Esse pequeno detalhe em sua personalidade é o que te faz insistir em uma situação... perdida.
Annelise ficou em absoluto silêncio, tentando controlar qualquer mínima reação do seu corpo. Ouvira boatos sobre Snape mas se perguntava o motivo de Dumbledore deixar que alguém com suspeita de ser um Comensal da Morte continuasse trabalhando em sua escola. Não sabia como reagir. Talvez devesse fingir que aquelas palavras não faziam sentido em sua cabeça ou talvez assumir que sabia muito bem do que ele estava falando. Mas aquela decisão em seus pensamentos perdera a chance de se concretizar no momento em que Snape tornou a falar.
— Com seu histórico de notas, sugiro que se inscreva nas aulas avançadas de Poções, Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços e Transfiguração, que são matérias importantes para a maioria das profissões dentro do Ministério.

Annelise saiu da sala de Snape se sentindo ainda mais angustiada, mas pelo menos orgulhosa de seu desempenho escolar. Caminhou sem pressa até a sala do professor Flitwick e aguardou a chegada de sua sala, que apareceu quinze minutos mais tarde. Aprenderam um pouco sobre o Bombarda e Bombarda Máxima, mas o pequenino professor pediu para que ainda não tentassem lançá-lo.
Quando a sineta tocou, liberando os alunos, Annelise apressou o passo sentindo a barriga roncar, e Draco veio logo atrás dela.
— E aí, você já teve sua orientação?
— Foi hoje de manhã. — Respondeu, sentindo um cheiro engraçado assim que começou a descer para o segundo andar.
— Ah, por isso não estava na aula. — Comentou Draco. — A minha é hoje a tarde. O que fez lá?
— Ele faz umas perguntas. — Annelise deu de ombros, atolando o pé no que parecia ser um lamaçal. Imediatamente outros alunos fizeram o mesmo, todos soltando exclamações de nojo. O segundo andar havia virado o que parecia ser um pântano, com lama e água por todo o chão, incluindo uma vegetação densa que parecia começar a subir as paredes. Ela ergueu um pé, notando uma plantinha enroscada em torno de seu tornozelo.
— Que é isso? — Perguntou Blásio, logo atrás. — Quem foi o imbecil?
Annelise lutou contra a lama ensopada e caminhou na direção onde uma pequena confusão estava armada. Uma roda havia se formado ao redor de Fred e Jorge Weasley, alguns alunos estavam cobertos de terra, plantas e água, Umbridge os olhava com os olhos completamente arregalados de raiva e sua boca se tornara uma única linha.
— Então! — Exclamou ela, cheia de raiva e triunfo na mesma medida. Parecia imensamente satisfeita. — Vocês acham divertido transformar o corredor da escola em um pântano?
— Bastante. — Retrucou Fred Weasley, como quem não queria nada.
Annelise sufocou uma risada.
— Apanhei o documento, diretora. — Apareceu Filch, um pergaminho velho preso nas mãos e lama até as coxas. — Tenho o documento e as chibatas estão prontas!
— Muito bom, Argo. Vocês — Umbridge apontou para os gêmeos. — vão aprender o que acontece com malfeitores na minha escola.
— Ela perdeu a cabeça de vez. — Annelise cruzou os braços, falando baixinho para que Blásio e Draco ouvissem.
— A senhora sabe de uma coisa? Acho que não vamos não. — Jorge Weasley cruzou os braços desafiadoramente.
— Jorge, acho que já passamos da idade de receber educação em tempo integral. — Respondeu o irmão.
— É, tenho sentido isso também.
Os dois ergueram as varinhas antes que Umbridge pudesse se movimentar e gritaram em alto e bom som:
— Accio vassouras!
Um estrondo pôde ser ouvido ao longe. Todos os pescoços se viraram a tempo se verem duas vassouras virem voando ao encontro deles, uma delas com uma corrente pendendo nas cerdas. Annelise arregalou os olhos.
— Eles estão fugindo!
— Não a veremos mais. — Declarou Fred, subindo em sua vassoura.
— É, e não precisa mandar notícias. — disse Jorge.
— Se alguém tiver vontade de comprar um pântano portátil, conforme demonstramos, podem nos procurar no Beco Diagonal, número noventa e três: Gemialidades Weasley, nossas novas instalações.
— Desconto especial para alunos de Hogwarts que jurarem que vão usar nossos produtos para se livrar dessa morcega velha. — Naquela altura, as risadas já estavam se tornando gradativamente altas, e Umbridge estava cada vez mais vermelha.
— IMPEÇA-OS! — Gritou, mas foi tarde demais. A Brigada Inquisitorial se aproximou, cada um de um ponto do corredor, mas os gêmeos deram impulso e subiram quase cinco metros no ar.
— Infernize ela por nós, Pirraça.
E o poltergeist fez uma exagerada reverência ao mesmo tempo que os alunos batiam palmas e os gêmeos voavam para fora da escola.


Passada uma semana em que a Grifinória espantosamente venceu a Corvinal no quadribol com belíssimas defesas de Rony Weasley, Annelise começou a se preocupar. Não haviam datas de passeios à Hogsmeade nos murais de aviso na sala comunal e começara a sentir a carta que continuava carregando pesar em seu bolso. Decidiu se esgueirar para o corujal tarde da noite, depois do jantar, escrevendo uma observação para que aquela carta não fosse respondida e que o plano de encontrá-la no vilarejo continuasse. Conseguiu enviar sua carta e observou, com mais tranquilidade, a coruja sobrevoar o céu escuro em direção ao horizonte.
No dia seguinte, começou a estudar com afinco para os exames de N.O.Ms que estavam quase chegando. Obrigara Draco e Blásio a ajudarem nos estudos para ter certeza que se sairia bem, mas se sentia um pouco perdida. Não via sentido em continuar estudando, mas aquele era seu escape. Quando só restava ela na sala comunal, tarde da noite de terça-feira, se recostou no sofá, observando os montes de pergaminho e livros espalhados pela mesa de centro. A lareira crepitava ao longe, apenas por estética, já que haviam acabado de entrar em junho e o verão estava muito próximo. Ouviu passos se arrastando escada abaixo e olhou para a entrada dos dormitórios.
Draco vinha descendo com os cabelos bagunçados, diferente do habitual, e um rosto amassado de quem estivera dormindo profundamente. Botou os olhos nela, de longe, e pareceu confuso por um instante.
— O que está fazendo? — Ele caminhou até onde ela estava e se jogou no sofá, ficando preguiçosamente esparramado.
— Estudando transfiguração. — Apontou.
Ele não disse nada por alguns segundos.
— Não precisa de tanta preocupação. É uma das melhores alunas do nosso ano. Não há dúvidas que você vai passar.
— É, eu sei. — Annelise esticou os braços e deslizou um pouco para baixo, cruzando as pernas e ficando com o corpo meio largado. — Por que acordou?
— Goyle estava roncando demais. — Draco observava a lareira, mas virou o pescoço e a encarou com os olhos sonolentos. Ele estava absolutamente adorável, e Annelise queria se levantar e cruzar o pouco espaço entre eles para beijá-lo. Seus lábios formigavam e ela se envergonhou de seus pensamentos, desviando o olhar.
Os dois ficaram num silêncio confortável, ninguém se sentindo na obrigação de dizer nada. Cada um em um sofá, a mesa de centro entre eles, ora se olhando e ora observando o fundo do lago negro batendo nas enormes janelas. Os minutos se arrastaram e o silêncio parecia fazer com que o mundo estivesse congelado, como se o tempo não passasse. Como se só houvesse aquele momento. Então, num momento súbito de uma quase insanidade, Annelise se levantou do sofá e deu pequenos passos, sob o olhar atento de Draco. Se ajoelhou e inclinou-se sob o sofá, no corpo deitado dele, segurou seu rosto com a mão esquerda e selou seus lábios. Era um selinho demorado, em que ela se afastava um pouco e tornava a beijá-lo outra vez, quase acariciando os lábios dele com os seus. Então, Draco segurou a nuca dela e a aproximou o suficiente para começar um beijo de verdade. Faziam carinho um no outro enquanto o beijo ficava cada vez mais intenso, mas ainda assim, lento. Paravam para tomar fôlego, mas rapidamente retornavam à se beijar. Os dedos de Draco subiram lentamente para os cabelos em sua nuca e ele começou a acariciar gostosamente, o que fez com que Annelise se inclinasse ainda mais sobre ele em retribuição. Os joelhos dela, no entanto, começaram a reclamar, e ela teve o breve pensamento de subir no sofá, mas freiou a ideia no mesmo instante. Sabia que as coisas podiam sair do controle se eles se aproximassem demais.
— Draco... — Sussurrou com a voz rouca. — Acho melhor eu ir pro dormitório.
— Hmm. — Draco murmurou em tom de reclamação, enquanto roçava os lábios na boca dela. Ele a beijou novamente, se erguendo um pouco do sofá. Dessa vez, estavam um pouco mais acelerados do que antes, provocando uma formigação no estômago de Annelise. O garoto passou um braço por sua cintura e a puxou para mais perto, segurando-a com firmeza.
— Draco. — Annelise se afastou, ainda sendo segurada por ele. — Vamos parar por aqui. — Ainda que tivesse pedido, ela se aproximou e lhe deu um selinho, antes de levantar-se e começar a juntar suas coisas. — Boa noite.
— Boa noite. — Respondeu ele, voltando a deitar no sofá com o sorrisinho sarcástico de sempre.


— Como foi?
Um Blásio preocupado praticamente pulou na frente de Annelise assim que ela pisou no jardim depois de terminar seu exame teórico do N.O.M de Feitiços. Ela arregalou os olhos teatralmente para o amigo e riu em seguida.
— Ah, bem, no geral achei tranquilo. Travei em umas duas questões por nervosismo, mas acho que depois consegui me lembrar de tudo corretamente. E você?
— Um fracasso. — Declarou, sentando-se na grama. — Mal posso esperar para o exame prático. — Blásio sorriu amarelo, parecendo na verdade desesperado.
— Ah, pare com isso! Você consegue!
Poucas horas mais tarde, os alunos foram almoçar no Salão Principal. Draco sentou-se ao lado de Annelise e sorriu, mas não disse nada. Comeu em silêncio, ouvindo as instruções de feitiços práticos que ela ensinava à Blásio.
Cruzando o salão com suas vestes negras que pareciam rodopiar atrás dele, vinha Snape com os olhos pregados em Annelise. Avançava rapidamente entre o espaço que havia entre eles, até parar bem atrás dela.
— Senhorita Morgestern, seu cronograma de exame foi alterado. Você continuará com o horário normal com exceção daqueles que foram marcados à noite ou no fim da tarde, que foram encaixados entre ontem e hoje. — Snape entregou um pergaminho com os novos horários para ela, que o olhava sem entender. — O resto de vocês continua com o mesmo horário.
— Por que essa mudança? — Indagou, as sobrancelhas arqueadas. Snape demorou alguns segundos para responder, mas quando o fez, ela desejou não ter ouvido.
— Sua mãe está com sérios problemas de saúde. Seu pai virá buscá-la amanhã por volta das 18:00 horas para que você.... possa se despedir.


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Notas finais do capítulo

Hmm, o que vocês acham que possa ser? Para que Umbridge tenha convencido os aplicadores dos N.O.M.s a mudar o horário de Annelise, deve ter sido sério né?

Vejo vocês no Capítulo 15!! Xx



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