Poder e Controle [revisão] escrita por Anne


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, esqueci de avisar vocês que os links de roupas não funcionam mais. Alguém teve a brilhante ideia de acabar com o Polyvore :(

Pelas minhas contas, maio teve três atualizações depois do hiatus. Essa é a penúltima antes do capítulo 16, que marca o fim de Poder e Controle. MAS CALMA, que temos continuação! Uhullll! Ainda não decidi uma data para o capítulo final, mas não pretendo demorar!
Enfim!!

Espero que gostem desse capítulo pois foi particularmente difícil de fazer. Tem links pra dreamcast e fotos da mansão Morgerstern também :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/730739/chapter/15

As pernas de Annelise tremiam enquanto ela caminhava na companhia de Filch até os enormes portões do castelo. Milhares de coisas se passaram pela sua mente, mas não conseguiu manter nenhuma ideia fixa em sua mente sobre o que teria acontecido com sua mãe.
Filch abriu os portões e ela conseguiu ver, um pouco distante, a figura alta de Joseph Morgestern a aguardando em vestes negras. Seu pai era muito bonito e esta era uma característica da família dele. Era louro, com olhos azuis escuros e um nariz perfeitamente esculpido e em harmonia com seus lábios e bochechas. Seu rosto era bem marcado e uma barba loura por fazer emoldurava seu queixo quadrado. Quando ela se aproximou, em passos vacilantes, uma frieza estava estampada nele juntamente com o que parecia ser pesar.
Sem chance de perguntar nada, o pai lhe segurou pelo braço e aparataram. Aquela sensação de um gancho puxando pelo umbigo e o frio na barriga lhe deixava ainda mais nervosa, mas quando fincaram os pés na grama, foi ainda pior.
Não estavam na Mansão Morgestern e sim na Mansão Malfoy.
Com o que parecia ter sido segundos de coragem insana ou até mesmo reflexo de sobrevivência, Annelise se desvencilhou da mão grande do pai e deu meia volta, começando a correr. Joseph, no entanto, parecia ter adivinhado os movimentos de sua herdeira e conseguiu segurá-la outra vez, apertando seu braço com uma força fora do normal.
— Quieta!
Praticamente lhe arrastando, os dois atravessaram o portão da mansão e cada vez que adentravam mais no jardim Annelise se sentia mais perto da morte. Olhou os pavões correndo alegremente e sentiu seu lábio inferior tremer, um bolo crescendo em sua garganta. Quando atingiram o primeiro degrau de entrada, ela engoliu em seco.
Narcisa Malfoy abriu a porta no mesmo instante, olhando com pena para Annelise. Ela deu espaço e pai e filha passaram.
Mais uma vez ela entrava na sala onde uma longa mesa estava disposta e, sem surpresa, Voldemort esperava sentado na ponta. Deu um sorriso rasgado para os Morgerstern e para horror de Annelise, Madeleine estava pendurada por cordas no teto, a boca amarrada com um pano. Os cabelos negros e cumpridos da mãe estavam para baixo. Ela não parecia fazer esforço algum para tentar sair dali, ainda que a menina pudesse ver lágrimas rolando de seus olhos.
Annelise não conseguia se mexer.
Viu seu pai deixá-la parada ali e sentar-se do lado esquerdo de Voldemort, parecendo incapaz de olhar para sua esposa.
— Sente-se, Annelise. — Convidou o Lorde das Trevas, num tom de voz agradável. Ele apontou para a outra ponta da mesa, com uma cadeira livre. A única.
A menina correu os olhos pela sala. Narcisa estava petrificada em sua cadeira, encarando seus dedos entrelaçados em cima da mesa. Lúcio olhava ao redor nervosamente. Seu coração doeu, pensando em Draco.
— Eu lhe disse para sentar. — Voldemort apontou sua varinha para ela. Uma dor descomunal atingiu todo seu corpo e parecendo não obedecer seus próprios comandos, suas pernas se arrastaram até a cadeira e ela caiu sentada com um baque. — Excelente, obrigado. — Ele fez uma pausa. — Estamos aqui hoje para atestar a ineficiência da senhorita Annelise Rosier Morgerstern. Uma pena que uma garota com tanto potencial vinda de duas famílias puras, sonserinas e tradicionais não valha carregar sobrenomes de tanta importância. Eu lhe dei uma tarefa simples, menina. Muito simples.
Ele parou seu discurso. Parecia esperar que ela falasse alguma coisa, então, com as mãos tremendo, ela ergueu os olhos até ele.
— O senhor não entende. Potter não confia na própria sombra. Me deu uma tarefa impossível! Ele nem mesmo sabe o que vo— o senhor quer. — Ela abriu a boca e fechou algumas vezes seguidas, sem dizer nada. Voldemort parecia interessado em ouvir mais dela. — Talvez se essa tarefa me fosse passada mais cedo, eu teria conseguido. Estava quase lá, já éramos amigos!
— De fato, me deu informações valiosas e eu mesmo pude desenvolver sua tarefa, sozinho. Se não fossem por elas, eu não teria conseguido êxito em meu plano. No entanto, senhorita Morgerstern, sinto que você falhou de diversas maneiras. Eu esperava mais de uma Sonserina. Talvez esteja na casa errada. — Ele sorriu assustadoramente outra vez, sem desviar os olhos dela. — Como consideração final, decidi poupar uma vida hoje.
Um suspiro coletivo ecoou pela sala, todos erguendo as cabeças e os olhos para ver o Lorde das Trevas. Parecia mentira.
— Senhor? — Perguntou Joseph, a voz baixa.
— Não será a de Madeleine, é claro. Infelizmente terei de matar uma bruxa excepcional por culpa de seu descuido e preguiça de seguir ordens simples. — Finalmente, os olhos dele se desviaram para o patriarca. — Sua filha precisa aprender uma lição, Joseph.
— Não na frente dela, por favor.... — Pediu sua mãe, a voz fraca vinda de cima de suas cabeças.
Avada Kedavra!
O corpo de Madeleine Rosier Morgerstern se soltou das cordas que a mantinham presa e seu corpo caiu. Annelise, congelada em seu lugar, assistiu sua mãe despencar quase em câmera lenta. Os cabelos negros como a noite cobriram seu rosto, os braços esticados para cima e a ponta dos dedos deslizando pela corda até cair com um baque em cima da mesa, fazendo com que os Comensais da Morte ali presentes se sobressaltassem levemente. Com os olhos arregalados, a menina fez menção de se levantar, mas parou o movimento do corpo no minuto em que viu o braço de Voldemort se erguer novamente, a varinha nas mãos. Ele apontou para ela, mas no último segundo, mudou de alvo.
Avada Kedavra! — A luz verde que saiu de sua varinha atingiu Joseph no peito. O peso de seu corpo fez a cadeira reclinar e ambos caíram no chão.
O silêncio era mortal. Todos, e isso incluía Annelise, tinham absoluta certeza que ela era a pessoa a ser morta naquela noite. Os homens e mulheres sentados ao redor da mesa não conseguiam olhar uns para os outros, muito menos para os corpos do casal Morgerstern.
— Há tempos eu vinha querendo me livrar de Joseph. — O Lorde das Trevas declarou, com uma calma na voz que parecia ser extremamente inadequada para o momento. Ele se levantou, o que fez com que todos se levantassem com exceção de Annelise, que estava em absoluto estado de choque. Ela mal se mexia ou respirava, continuava sentada com as mãos agarrando os braços da cadeira com toda a força que tinha. — Um covarde. — Completou, dando uma olhada geral na sala. — Limpem essa sujeira e tirem essa menina daqui. Não quero voltar a vê-la até segunda ordem, Lúcio.
E dito isso, desapareceu como um estalar de dedos.


— Temos que mantê-la aqui.
— Isso é absurdo!
— Você ouviu o Lorde das Trevas. Ele ainda vai querer usá-la. Como vamos vigiá-la se ela não estiver aqui?
— Como vamos mantê-la aqui, Lúcio? Isso é inimaginável.
— Querida, podemos colocá-la no porão. Ela-
— Você está se ouvindo?
Annelise fora retirada da sala para que sumissem com os corpos dos seus pais. É claro que ela protestou por Madeleine, gritando insultos para todos ali presentes, que pareciam ignorá-la completamente. Ela ficou do lado de fora, chorando e tremendo de raiva e medo. Os Comensais foram embora, restando apenas o casal Malfoy, que discutiam o fim que Annelise teria agora que ela era, aparentemente, responsabilidade deles.
— Não sei se ele está se ouvindo mas eu definitivamente estou. — Annelise declarou, os olhos estreitos com a raiva que formigava cada parte de seu corpo. — Você é imbecil, Lúcio? Eu não pretendo ficar aqui, seu idiota!
— Você vai me respeitar, menina! — Ele puxou sua varinha e apontou para ela.
— Por favor! — Ela riu, alucinadamente. — Você é patético!
— Patético? — Rosnou ele, se aproximando. Segurou o braço de Annelise com força, olhando no fundo dos seus olhos. Vagamente, ela se lembrou de Draco. Havia herdado o azul cinzento do pai, mas Draco era como um dia chuvoso e Lúcio, uma tempestade. — Vamos ver quem será o patético.
Com violência, ele rasgou a manga de sua blusa enquanto ela começava a se desvencilhar dele. Era mais forte do que parecia e, ainda que ela estivesse se jogando para trás, ele conseguiu manter seu braço esquerdo esticado e firme. Enfiou a ponta da varinha na pele de seu antebraço, murmurando palavras incompreensíveis. A medida que aquela marca começava a subir lentamente em sua pele, Annelise sentia queimar. Começou a gritar e a chorar, completamente furiosa com tudo o que estava lhe acontecendo. Puxou o braço com força para trás, conseguindo apenas estalar seu pulso, voltando a gritar de dor. Segundos depois, Lúcio a soltou.
— Agora vá para onde quiser, senhorita Morgerstern. Não há como se esconder por muito tempo. Eu serei capaz de encontrá-la.
— Vai para o inferno! — Gritou, indo até a porta de entrada e a abrindo com violência. Annelise saiu para o jardim, caminhando com pressa. Atravessou os portões e continuou a andar, sem saber exatamente para onde ir. Começou a tatear a própria roupa, procurando por sua varinha, até achá-la. Segurou firme, olhando para os lados em pânico. Aos poucos, a realidade voltava a atingi-la, e as lágrimas grossas e quentes tornaram a correr por seu rosto. Precisava ir para o mais longe possível dali, mas seria impossível ir andando. Hogwarts era fora de questão, já que ficava na Escócia, e ela morreria andando antes de chegar lá. A Mansão Malfoy ficava no condado de Wiltshire e a dela em Surrey, longe demais para ir caminhando. Annelise esfregou as mãos no rosto, tentando encontrar uma solução. Não iria se humilhar para os Malfoy pedindo abrigo ou ajuda para ir para casa. Ficou parada por quase uma hora, até que uma ideia veio em sua mente. Ela se levantou e esticou a varinha em direção da estrada de terra e, no que pareceu segundos, um enorme ônibus roxo de três andares quase a atropelou. Ela pulou para trás, a respiração ofegante com o susto. Um rapaz baixo, negro de pele escura e dreadlocks se aproximou, parecendo entediado. Tinha algumas espinhas espalhadas pelo rosto e puxou um pedaço de pergaminho, começando a ler.
— Bem vindo ao Nôitibus — Ele fez uma pausa, em que tirou os olhos do papel e olhou Annelise. — Bem vinda ao Nôitibus, o transporte para bruxos e bruxas perdidas. Meu nome é Ethan Clavis e serei seu condutor essa noite. Por treze sicles, você ganha chocolate quente. Quinze sicles e você ganha uma garrafa de água quente e uma escova de dente, da cor de sua preferência. — O rapaz a olhou novamente, as sobrancelhas franzidas. — Bem, só temos vermelhas.
— Posso pagar na chegada? — Perguntou ela, revirando os bolsos. — Não tenho dinheiro e preciso mesmo ir pra casa. Estou perdida. — Mentiu, dando um sorriso largo em seguida.
— Hum. — Murmurou Ethan, pensando. — Ernesto! — Ele voltou para dentro do ônibus por alguns segundos e então retornou. — Pode subir, senhorita.
Annelise subiu, passando pelo condutor e entrando no primeiro andar. No lugar de bancos, haviam camas dispostas por toda a extensão do veículo, que arrancou subitamente, fazendo-a se desequilibrar e cair sentada em uma das camas vazias. Ela sentou-se corretamente, segurando nas beiradas da cama para maior segurança.
— Que horas são? — Perguntou, vendo o céu escuro passar como um borrão lá fora.
— Quase meia noite. — Ethan se virou para ela. — Onde em Surrey?
— Elmbridge.
— Elmbridge, Surrey, Ernesto. — O motorista sacudiu a cabeça positivamente, virando o volante de uma maneira que Annelise considerou perigosa. — Vamos deixar Devon em Hampshire e depois partimos para Surrey.
Ela não sabia quem era Devon e não se importava o suficiente para perguntar. A Marca Negra em seu antebraço estava visível e aquela visão lhe deixava atordoada. Virou o braço, escondendo o desenho para que Ethan não percebesse. Precisava, o mais rápido possível, encontrar uma maneira de se livrar daquilo. Sabia que o Lorde das Trevas não havia ordenado que fosse marcada, ou ele mesmo teria feito. Lúcio fez de propósito, para desgraçá-la ainda mais. Cada vez que pensava nele, seu coração se acelerava de raiva. Daria tudo para poder arrancar aquele sorrisinho sarcástico com uma faca cega.
Quase uma hora depois, o Nôitibus Andante estacionou derrapando na rua isolada onde se encontrava a Mansão Morgerstern. A visão de sua casa fez um novo nó crescente em sua garganta e ela pediu para que esperassem. Correu do ônibus, correndo pela estrada lateral no jardim da mansão e subindo os dois degraus da frente com rapidez. Ela abriu a porta, vendo Loki descer as escadas, os enormes olhos amarelos a olhando com atenção. Annelise correu até o escritório de Joseph e revirou as gavetas, encontrando dinheiro em algumas delas. Pegou quinze sicles e voltou para o ônibus.
— Aqui está. — Estendeu a mão com as moedas. Ethan pegou, olhando para a casa.
— Bela casa. — Elogiu, abaixando os olhos para contar as moedas.
— Obrigada.
Annelise virou as costas e voltou para a mansão sem esperar pela escova de dente que havia ganhado. Ouviu o Nôitibus arrancar atrás dela, mas não se virou. Observava a casa a cada passo que dava, imaginando que seriam seus últimos momentos nela. Entrou e fechou a porta, já começando a fazer planos para retornar aos Estados Unidos e se matricular novamente em Ilvermorny. Talvez o pai de Krystal tivesse que se declarar seu guardião, mas ela não tinha certeza.
— O banho da senhora Madeleine está pronto. — A voz fina de Loki invadiu seus ouvidos. Annelise parou no meio da escada e olhou para o elfo, no térreo. Ele enrolava os dedos na barra do trapo sujo que usava enquanto olhava para ela, esperando uma resposta.
— A senhora Madeleine não vai voltar, Loki. Ela está morta. E o senhor Joseph também.
Ela se virou e continuou a subir, sem ver a reação do elfo. Sabia do quanto ele gostava de sua mãe, ainda que o pai desaprovasse o tratamento respeitoso que sua esposa dava a ele. Annelise foi diretamente para seu quarto e se jogou em sua cama, encarando o teto. Vários pensamentos cruzaram sua mente, incluindo a relação distante que tinha com seus pais. Madeleine era mais próxima, no entanto.
Annelise odiava o que estava acontecendo. Odiava ter sido vítima de uma guerra pela qual ela jamais quis envolveu. Odiava ter perdido seus pais, por mais atípica que fosse a relação deles. Odiava Lúcio Malfoy por tê-la marcado com algo que a afetaria negativamente pelo resto da vida. Odiava Lúcio Malfoy por ser pai de Draco. Odiava Voldemort por tê-la usado afim de testar seu pai, dando-lhe uma missão impossível apenas para se livrar dele sem ficar mal com seus outros seguidores. Odiava Joseph por obedecer as ordens e tirá-la de Ilvermorny. Odiava Potter por dificultar sua vida.
Foi só quando se levantou, movida por um impulso de raiva, que percebeu o quanto estava chorando. Seu rosto estava completamente molhado, os olhos inchados e a garganta doía pelos urros que havia dado. Annelise andou pelo quarto procurando por um malão vazio, ainda chorando e o jogou em cima da cama, lançando todas as roupas em seu alcance para dentro. Começou a vasculhar seu quarto em busca do uniforme de sua escola americana, mas tomou um susto.
Uma fênix azul-prateada atravessou a janela do quarto, suas asas longas batendo até parar na frente dela. Não era um animal comum, era um patrono. Annelise deu alguns passos para trás, um suéter verde-escuro pendurado em sua mão.
A fênix abriu o bico e uma voz familiar saiu de dentro dela.
Fique onde está.
Tremendo, ela percebeu que era a voz de Alvo Dumbledore.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pobre Annelise!

O que vai ser dela agora?

Posso garantir que ela vai ficar bem revoltada com os últimos acontecimentos e vai sair um pouco da linha, como vocês puderam ver no diálogo com Lúcio! Hahaha! Confesso que lavei minha alma escrevendo isso.

COMENTEM, por favor! Reta final e logo logo a parte 2 tá aí! Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Poder e Controle [revisão]" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.