Pessoas Mudam Pessoas escrita por Ayumi


Capítulo 4
Não deixe a fome toma conta de você.


Notas iniciais do capítulo

Olá. Espero que gostem do novo capítulo.



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Eu sinto uma dor de cabeça insuportável, mas mesmo assim abro lentamente meus olhos. Percebo que estou deitada na cama da enfermaria, vejo minhas amigas na minha frente, mas minha vista está meio embaçada. 

— Fofa! — diz as duas em uníssono e pulam em mim. 

— Meu corpo está dolorido e minha cabeça latejando! — gemo de dor. 

— Eu chorei muito! Está de noite já! Você parecia ter morrido! — diz Parker segurando o choro. 

— Calma! Eu só estou com dor em todas as partes do corpo... Só isso! — ironizo.

As minhas melhores amigas insistiram para eu voltar para o meu quarto, mas a médica não queria. Mesmo assim depois de suplicarem muito, muito mesmo, ela deixou. As duas falaram juntas: “Será mais fácil cuida dela lá. Já tem comida e uma cama quente preparada”.

Cama quente? Só se alguém já estiver deitado lá, e com certeza não deve ter. 

 Elas me carregam pelos meus ombros. E a médica passou um remédio para aliviar a minha dor de cabeça e para aliviar as dores no meu corpo. 

Quando chegamos ao meu quarto, vejo que minha cama não está preparada e muito menos quentinha. Mona arruma o travesseiro e as duas me ajudam a deitar. Tremo-me pelo tecido frio da cama, Eve me cobre.

— Que foi amorzinho? — diz Eve docemente vendo minha cara fechada.

— A cama está fria! Suas mentirosas! — faço bico e ela ri, ignorando meu comentário.

— Meu amorzinho! Este rostinho! Como amo! — diz Eve com a voz mais melosa do que o normal.  

— Eu não morri! Não quero que me mime! — reviro os olhos.

— O que vai comer hoje é: Profiteroles com creme de baunilha! — ela coloca a bandeja sobre mim.

Olho atentamente o doce e minha barriga ronca. Não acredito que elas trouxeram um doce para eu comer.

— Vocês querem me deixar matar de fome? Hoje não comi comida de verdade só sanduíche e agora este doce!  — resmungo e elas riem. 

— É verdade! Todas nós vivemos comendo besteiras. Amanhã vamos entrar na dieta light! Nada de comida doce ou gordurosa. Agora nossa melhor amiga vai ser a salada! — diz Parker ao meu lado confiante e sem mais nem menos,  pega o bolinho da minha mão, sem  eu ter forças Eve rouba de mim na maior cara de pau e joga no lixo sorridente. 

— Parabéns! Eu estou morrendo de fome e agora vou ter que aguentar até amanhã. Agora estou de bem com a vida. Fome, dor em tudo que é lugar e tontura. — levanto brava da cama sem me importar em pisa no chão frio. — Quer saber? Eu vou tomar banho! — entro irritada no banheiro e bato a porta com tudo.

 Quando saio do banheiro as meninas já estão dormindo para variar. Quando tempo passei dentro do banheiro?

Para dormir eu pego um conjunto de roupa: uma blusa rosa com bolinhas pretas que contém um laço e um short preto que também contém um laço. Apago o abajur e me deito pressionando meus os olhos fortemente, tentando esquecer a fome, mas minha barriga começa a roncar de um modo que não aguento mais.

Pois é, a fome tomou conta de mim, sendo assim saio do meu quarto de fininho e desço as escadas como se tivesse pisando em algodões, vou até a cantina, percebo que só tem a luz de emergência acessa fracamente, o clima está sombrio demais. Eu ignoro a situação e vejo um sanduíche light abaixo do balcão, coloco o dinheiro em cima e devoro o sanduíche em pé mesmo.

Repentinamente ouço um som de vento forte, olho para os lados e tenho a sensação de estar sendo observada. Minhas pernas começam a tremer fracamente, vou até a janela aberta e a fecho.

— Janela maluca... — resmungo baixo. — Que sono! — digo bocejando com os olhos fechados enquanto eu estalo meus ossos.

Fico assim por um tempo, relaxando meus olhos e subitamente, mesmo com os olhos cerrados, sinto uma sombra a minha frente. Eu tento ignorar pensando: "É só o meu cansaço que está me fazendo ficar louca. Você não é mais criança Lisa. Então não fique com medo".

— Quer que eu te esquente? — abro meus olhos assustada com a voz, pelo susto eu me desequilíbrio, mas antes que eu caísse à pessoa me segura pelo punho.

Meu coração acelerar e quase deixo um grito escapar, forço minha vista e percebo que é Scott. 

— Não acredito que é você seu idiota... — me separo dele bruscamente. — Você tem problema. — sussurro enquanto empurro seu peitoral. 

— Calma. Nem pense em grita. Eu gostaria de saber o que faz aqui uma jovem solitária faz aqui na cantina nessa hora da noite, e ainda vestida assim? — Reymond mira seu olhar em mim, me analisando minuciosamente. 

Tento me cobri usando minhas mãos, mas a tentativa foi falha, então eu puxo meu short para baixo, com o propósito de tentar deixa menos curto, mas acaba piorando a situação. Vermelha eu, procuro manter a calma na hora da fala.

— Para de me olhar. Vai procurar o que fazer, na verdade nessa hora da noite, o melhor é dormir. — reviro os olhos. — Não importa o que vim fazer aqui.

— Se eu soubesse que você estaria aqui na cantina e vestida assim, viria mais cedo. Gatinha da próxima vez me avisa. Tá? —ele pisca sorrindo.

— E se eu soubesse que de noite aparecia assombração eu nem viria para a cantina. Sinceramente preferida mil vezes ter morrido de fome. — replico.

O idiota ri do meu comentário, como se o que acabei de dizer fosse uma piada. Na verdade foi muitíssimo sério. Ele respira fundo e passa a mão atrás da cabeça tentando formular alguma pergunta na cabeça. Aposto.

— Você está bem agora? — Scott segura minhas mãos de um jeito que não consigo escapar. — Black Rose... Quando eu te vi caída no chão, eu imediatamente larguei tudo, mesmo sabendo o pessoal do basquete ficaria bravo. — seus olhos ficam tristes, claramente é um bom ator para fingir tão bem.

Basquete? Então é assim que se chama hoje em dia? De vez falar: "Eu beijei tal pessoa". Eu posso falar: “Eu fui jogar basquete com tal pessoa". Que interessante. 

— Me larga. Não me importo se estava preocupado ou não. Tudo que diz são mentiras. Mentiras que talvez engane as outras, mas não a mim. 

— Agora está brava? — sorri maldosamente. — Rose, Rose... Quando suas amigas foram jantar, sabe o que eu fiz? Eu entrei na enfermaria para te visitar. Até fingi ser seu namorado, mas a enfermeira não acreditou, pois falou que várias meninas já foram a ela pedi conselhos ao meu respeito, todas chorosas. Continuando... Ela pediu para eu ficar tomando conta de você enquanto ela comprava um cappuccino, eu me sentei ao seu lado e sinceramente Black Rose, não parecia de modo algum ser você. Você estava tão quieta e fofa, então eu comecei acariciar seu cabelo, depois de um tempo para me despedi de você eu beije sua bochecha, mas quando iria dar o beijo final. Adivinha quem aparece? A enfermeira me expulsa pela orelha.

Coloco a mão na boca incrédula por suas palavras. Meu coração acelera, só pode ser de ódio.

— Beijar uma pessoa sem consentimento pode ser considerado assédio sexual. Você quer que eu te denuncie? — uso um tom amedrontador. — Pior que eu iria pegar boqueira se me beijasse. Credo. — brinco, tremendo.

— Não faria isto Lisa e o beijo nem aconteceu. Eu tenho sentimentos. Agora estou magoado. Porque tem tanto nojo de mim? — seu olhar cai sobre o meu.

— Vai fingir de inocente agora? Quer mesmo saber? Você beija mil e uma meninas todos os dias. Agora me responde, isso é certo? Não, por isso que tenho nojo de você. — empurro-o. —  Agora vai embora.

— Sonhe comigo gata. — Scott me manda um beijo e eu mostro língua. 

— Nem nos meus piores pesadelos! — resmungo.

Tenho que confessar uma coisa que ninguém sabe, nem mesmo Eve. É vergonhoso para mim. Eu nunca beijei ninguém. 

Minha mãe me obrigou a namorar Carter, um garoto rico metido a besta. O motivo foi: basicamente o pai do Carter tinha uma empresa de várias ações. Eu comecei a namorar obrigatoriamente para ajudar o capacho do meu pai a virar amigo dele. Óbvio que explique para Marik que entre nós não iria ter nenhum tipo de contato físico. Acho que por esse motivo ele me traiu. 

Eu sei que nosso namoro era por contrato, mas achei errado, ele tentava me beijar várias vezes e depois na maior cara de pau me trai com uma menina que não sabia do nosso contrato. Por respeito a garota, ele deveria ter terminado comigo e começado a namorar ela. O que custa termina com a atual e começa um novo relacionamento?

Para mim o primeiro beijo é uma coisa especial demais para ser desperdiçada com a pessoa errada. Eu vou esperar encontrar a minha pessoa especial.

Já se passaram três que dias que estou nesse "hospício". E nada mudou, continuo brigando com Reymond, Eve continua querendo ser popular, Mona falando de meninos, Becker por sua vez agora me olha feiamente quando me pega conversando com seu “ficante” idiota. E eu? Eu continuo querendo ir embora desse lugar.

— Ei! Lisa! Olá? Terra chamando Lisa. —diz Eve me chacoalhando fortemente, tanto que me desperta de meus pensamentos.  

— Hã? O que foi?

 Ela sorri animadamente fazendo uma dança maluca antes de falar: 

— Adivinha? Hoje os clubes vão estar abertos. E é obrigatório entrar em um clube. Já Porque o diretor não quer os alunos rodando a escola sem fazer nada de útil.

— Senti a indireta! — mostro língua.

— Não foi indireta, foi mais direta mesmo. — ela me imita mostrando língua. — depois que ela vê eu me jogando na cama, Eve se aproxima de mim. —  Lisa,  você não era líder de torcida na sua antiga escola?

— E daí? Eu estou enferrujada... — me descabelo. 

— É por isto que vamos nós alonga! Pega a roupa de educação física. 

Lembro-me da minha vida de mentiras vividas na antiga escola. Amélia me fez ser líder de torcida para eu virar uma pessoa popular. Ela dizia: “Eu inscrevi você para ser popular, mas também porque é uma pessoa elástica”. 

Eu não tinha o que fazer, eu concordei. Torcer nunca foi meu sonho, na verdade nem sei o que é sonho significa, já que nunca tive.

— Vamos até o jardim! Ainda falta um tempo até o teste! No quarto não é arejado e muito menos agradável para se alongar! 

Visto minha roupa desanimada e vamos até o jardim, sem ao menos comermos algo antes. Quando chegamos, não há nenhuma alguma penada por ali.

— Vamos fazer trinta polichinelos, dez flexões, cinquenta abdominais, vinte agachamentos e correr dois quilômetros pela escola inteiros pela escola, voltando e indo. — arregalo os olhos pelo seu comentário desastroso. 

— Ficou maluca de vez? Já não bastava ser maluca, agora endoidou de vez. — bufo, depois pesquiso na internet dicas da internet de como correr corretamente para distraí-la e Parker começa a ler atentamente.

— Não corra com dores, não corra com fome, respira corretamente, procure manter sua postura, tenha tempo para o descanso e o alongamento é indispensável!

— Viu? Eu estou com fome! — eu passo a mão na barriga e instantaneamente Parker tira uma barra de cereal colocada do lado da sua cintura e coloca em minha mão.

— Não acredito... Você planejou dias antes? — arregalo os olhos e ela ri vitoriosa.

— Coma e estaremos preparadas. Lembre-se: Coluna reta e barriga para dentro. Vamos começar com cinquenta abdominais e se resmungar mais cinquenta! — o jeito que ela acabou de dizer parece a professora de educação física, caio na gargalhada. 

Mal terminamos todos os alongamentos já estamos mortas, e eu vi que Eve começou a fazer flexão toda desleixada. Que professora mal exemplo. 

— Agora... — Eve tenta falar, mas está com dificuldade para respirar, depois de ficar em silêncio só se concentrando na respiração, continua: — Falta correr pela escola. Conseguiremos e mostraremos ao mundo que somos fortes! 

— Vamos nesta! — sua determinação me contagia.

  Corremos a escola pelo menos por uma hora. Eu sei que não deu 2000 metros, mas nós forçamos o máximo do máximo. 

— Estamos... Estamos... Preparada para o teste — diz euforicamente, mas cansada — Boa sorte para nós! — batemos nossas mãos.

Andamos feitas múmias até nosso quarto em silêncio, assim que abrimos a porta, só nos deitamos na cama sem nos importarmos com nossos corpos suados, Eve ligou com o controle o ar condicionado. Ela deveria saber que isso dá um choque térmico.   

Ao reparamos melhor vimos Mona sentada na cama, pensando em mil coisas. 

— Mona onde você estava? — indaga Parker revoltada.

— Ah! Oi? Eu fui ver os meninos jogarem basquete. Estavam lindos. — diz ela quase babando.

— Mas o teste?! — digo confusa. 

— Eu vou consegui! — completa ela.  

— Faltam alguns minutos para o teste começar... — Parker se levanta rapidamente ao ver a hora. — Vamos ficar maravilhosas. Eu e meu amorzinho estamos todas suadas e desarrumadas.

Depois de todas nós tomamos banho, elas escolheram uma roupa para mim. Eu só olhei para as duas que estavam sorrindo e cruzei os braços:

— Gente, o que está acontecendo?  Não sou uma criancinha! — sem me dar atenção elas me fazem sentar na cadeira, as duas começam a fazer meu cabelo e minha maquiagem. E eu só fico remexendo meus pés.

Depois de toda produção, Parker inventa de treinamos no quarto antes de ir.

— Vamos dar uma cambalhota só para certificamos que estamos aptas a passar no teste. Ano passado eu fui rejeitada junto com a Mona, mas nesse ano nós vamos conseguir! — conclui esboçando um sorriso.  

Contamos até três para fazer a cambalhota. Primeiro eu fiz, depois Eve, mas na hora da Mona fazer, ela quase torce o pé. Se eu não tivesse a segurando com toda certeza se machucaria feio.

— Você está bem?  

— Sim Lisa... Só estou nervosa! Vamos! 

Quando chegamos ao ginásio, nos sentamos como todas as outras candidatas. Parecem ter no mínimo umas trinta meninas. Eu mal chego e já vejo algumas pulando de alegria, outras chorando.

Becker está avaliando a participante de um jeito nada incentivador, está mais querendo acabar com autoestima da pessoa.

 — Um horror! Eu sou a capitã do time... E eu tenho certeza que você não é digna de entrar sua gorducha — Becker bate uma palma, Reymond mostra para a menina a saída. E Ele teve a audácia de me manda um beijo, já eu mostro língua. 

— Eu quero meninas bonitas, confiantes, animadas, flexíveis e tenha boa postura. Está sim será digna de entrar no time. — ela olha na prancheta o nome de uma candidata. — Mona Miller venha à frente!

— Ce-Certo!  — Miller treme enquanto se levanta e vai.

— Mostre o que sabe rejeitada do ano passado! — zomba Becker piorando toda situação.

— Um, dois, três. A escola Saltzman é de arrasar! — ela dá um salto e depois um espacate perfeito. — Uma escola assim... — Miller na hora da cambalhota erra, dando um passo em falso, acaba caindo de tanta dor, mas esconde pressionando os lábios. — Me deixa tentar de novo... Foi sem querer. — ela tenta se levantar, mas grita de dor.

Na mesma hora eu me levanto por ver seu desespero, eu levanto e corro até ela, sem me importar se não fui chamada. Ela é minha amiga, pouco importa se eu for expulsa.

— Não vão ajudar seus bandos de... — me ajoelho para ver seu pé.

— Quem te chamou Black Rose? Vá para seu lugar! — ela grita. — Amor leva essa menina até à enfermaria e volta. — depois Becker bate uma palma bem forte, ainda se abaixa ao meu lado, só para eu voltar no seu pescoço de tanta raiva.

 


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Notas finais do capítulo

Será que Lisa continuará aguentando as provocações de Samanta? Ela tem sangue de barata. Não é possível! Se fosse eu já teria dado um soco na sua cara de plástica.



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