Pessoas Mudam Pessoas escrita por Ayumi


Capítulo 16
A verdadeira face de Scott aparece.




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Eu ainda estou brava com o idiota por ter me chamado no meio da noite para flertar comigo, pelo menos foi o que pareceu. Eu não vou me deixar cair em seus encantos visto que já vi meninas com corações partidos após seguirem o ritmo da música. Estou falando poucas palavras com ele (somente o necessário), nada de conversinhas fúteis para não dar espaço de aproximação.

Meu ex continua tentando me ligar, mas agora eu não atendo nenhum número anônimo e bloqueio qualquer número desconhecido. Esse babaca vive do passado, ele tem que seguir em frente. Marik, nas horas vagas do seu dia, gasta me mandando mensagens e ligando, por que Carter não faz algo produtivo ao invés de me encher a paciência?

A única coisa boa é que nesse momento já acabou todas as minhas aulas de hoje, sendo assim vou ao corredor do meu armário e guardo todos meus pertences. Olho meu rosto pelo espelho enquanto respiro profundamente, me sinto feliz por não me ver tão cansada como de costume. Hoje percebi que se eu evitar falar com o idiota, eu Lisa fico mais serena.

Ouço resmungos que estão vagando pelo ar, visto que a escola está barulhenta, fecho o meu armário, procurando por todos os lados o que está havendo, então a minha esquerda, vejo Reymond com um olhar que nunca tinha visto antes, é raivoso, destemido e persuasivo direcionado para um garoto de estatura média que utiliza óculos de grau enquanto segura a gola da camisa dele fortemente. Fiquei incrédula por ver essa cena. Um ódio percorre meu corpo, mas tento controlar, enquanto me aproximo dos dois, em silêncio á medida que dou passos leves. Porém, não é tão necessário visto que o corredor está cheio e todos ignoram a cena. Parece que os dois estão invisíveis. Ninguém se importar que Scott esteja querendo agredir o garoto. 

— Imprestável.  — Reymond utiliza um tom que exala superioridade. — Eu quero que faça as minhas lições de matemática, química e literatura. Tudo isto para amanhã... Dá tempo sim. — um sorriso frio preenche o clima. — Caso contrário eu e meu grupo faremos a mesma coisa que houve com amiguinho nerd. Ele sofreu muito... Velhos tempos. Você lembra-se magrelinho? Deixamos trancado por horas dentro do armário, colocamos sua cabeça dentro da privada repetida vezes e até deixei muitos hematomas em seu rosto e corpo. Entre muitas outras coisas divertidas, mas não vou citar todas... Vai ser surpresa o resto. — o garoto treme com suas últimas palavras. Sua voz pareceu um sopro.

Quem é esse menino narcisista que está humilhando uma pessoa? Eu não posso acreditar que a verdadeira face do idiota seja essa. Além de ser um esnobe, egocêntrico, interesseiro, conquistador barato é ainda um praticante de bullying... Só pode ser brincadeira. Meu coração parece que levou um choque, tremeu de verdade. Vejo o garoto concorda com a cabeça rapidamente, depois Reymond o coloca no chão e ouço um: “Bom mesmo”. Então quando Scott pega debaixo do braço seus cadernos e estende-os. Sem hesitar e pensar direito eu entro na cena, quando soltou o menino, ele ficou de costa para mim, mas mantive uma certa distância, assim entro no meio deles com um sorriso de lado.

— O que está fazendo? — Scott arregala os olhos por me ver, eu coloco a mão na cintura para mostrar confiança. — Temos um caso de bullying nesse recinto? Caso houver eu vou chamar os responsáveis pela escola. — ele franze a testa.

— Não... Não... — resmunga feita uma criança. — Fique fora disto Black Rose...! — bufa. — Estamos conversando sobre as lições da escola e como ele é gentil, se ofereceu para me ajudar. — Reymond me tira da sua frente e passa um de seus braços em volta do ombro do garoto enquanto bate levemente, sorrindo.

— Vai tentar enganar o raio que o parta, mas não a mim. Eu prestei atenção no que vi. E nada vai me convencer do contrário. — reviro os olhos.

— Eu sou um doce! — sussurra o idiota.

— Qual seu nome? — ignoro o comentário de Scott e direciono meu olhar ao garoto. — Você pode falar? Ou você é mudo. Claro sem querer ofender.

— M-meu — gagueja o garoto desconhecido. — Nome... Q-quer dizer, me c-chamo Tyler Evans...  

Houve um silêncio misturado com uma fixação de olhar da minha parte e constrangimento da parte desse tal de Tyler, pois olhava um segundo meu rosto, rapidamente mirava seu olhar para seus sapatos. Eu não tenho culpa de querer tentar investigar sua personalidade através da minha análise.

Reymond arranha a garganta, me fazendo acordar, assim ele coça a cabeça com um sorriso travesso.

— Agora que já se conhecem. Acabou o papo. — ele me dá um aceno. — Seu estranhinho, faça todas as lições.... Por favor. — meus olhos arregalam por seu tom frio e pela palavra rude. — Após ver uma garota.... Comecei nesse momento a refletir. Você é tão estranho que nunca deve ter beijado ninguém... Coitadinho.  — Scott faz bico com uma voz debochada à medida que ri alto visto que as pessoas dos corredores foram todas embora.

Suas frases mal formuladas e rudes mexeram até comigo, pois senti o impacto de todas as palavras recebidas junto com Evans. Principalmente a do beijo... Quem ele pensa que é para debochar sobre esse assunto tão pessoal para alguns? O sangue subiu pela cabeça, sinto que eu acabei de sair de uma sauna.

— Oi?! — berro. — Você entendeu o que acabou de dizer? Cala a boca seu idiota! — aponto meu dedo na sua cara enquanto seus olhos esbulham e sua boca está entreaberta. — Você é o típico aluno riquinho burro. O papaizinho tem que pagar as suas notas, então você não tem mérito algum, pois suas notas altas são mera ilusão. Seu pai conversa com o diretor, na verdade, amostra uma boa qualidade de grana e assim surge uma “notona”. Só A+ se bobear um ou outro A para disfarçar.

—  Ei! Eu sou... Inteligente. — sua voz é fraca. Onde está o Scott confiante agora?

— Parabéns. Vamos comparar a sua mente e do Evans? — bufo. — Não adianta, pois já sabemos quem vencerá. Eu queria muito que Mason estivesse aqui para ver você praticando bullying com os outros.... Eu sei que ele se decepcionaria muito com você, iria te odiar.

Usando toda a força das minhas mãos, jogo o caderno que Evans está segurando para o chão, olho com nojo o idiota como nunca antes.

— Agora.... Eu não permitirei que você provoque nenhuma pessoa, pois você não é melhor do que ninguém, só porque malha, tem meninas a sua volta, é riquinho metido. — piso nos cadernos usando à medida que minha raiva aumenta mais, nesse momento meu rosto deve estar vermelho. — Você é um menino inseguro que tenta esconder isso através de seus atos de violentos, a única maneira de você se ser sentir superior é agredir alguém, pois assim acha que terá poder, mas é uma ilusão. Você é monstro! — começo a pula em cima dos cadernos.  

O idiota tenta falar algo, mas não tem forças suficientes, pois não tem mais argumentos sensatos para discutir comigo, assim ele me ignora e começa a andar como se nada estivesse acontecido.

Então eu sinto meu coração rápido de tanto ódio que agora estou dele, assim sem pensar muito, faço Evans segura minha cintura com as duas mãos e eu passo meus braços em volta do pescoço, estamos bem próximos. Ele fica confuso ao mesmo tempo envergonhado, porém eu sussurro: “Calma”.

— Eu tenho um plano para calar sua boca para sempre... —  digo baixinho enquanto sorrio. — Ele não vai mais te irritar. 

Evans sorri com meu comentário, mas ainda desconfortável, pensando no que iria fazer. Mal sabe ele que eu peguei a loucura das minhas amigas.

— Reymond! — eu berro e o idiota para de andar e se vira para me olhar incrédulo pela cena. — Ele é tão lindo! Nossa! — seus punhos cerram. — Apenas não se valoriza por conta dos óculos fundo de garrafa, mas Evans tem uma carinha de bebê. Acho que estou caidinha. — dou um sorriso amargo. — Será que Tyler beija bem...? Só tem uma maneira de descobrir.

 Reymond não está tão perto de nós, porém seu olhar é fixo totalmente a mim. Eu me aproximo do rosto do garoto o máximo que eu posso e dou uma piscadinha. Eu jogo meu cabelo todo para lado com a finalidade de Scott não me ver colocando minha mão na boca de Evans. Assim encosto meu nariz com o dele e beijo minha mão enquanto mexo a cabeça para dá mais efeito ao beijo falso. Na visão do idiota parece que estamos nos beijando perfeitamente.

Paro com o fingimento e depois encaro vitoriosamente Reymond, então eu tento dá meu melhor sorriso.

— Idiota você está errado! Sério, ele beija muito... Muito bem! — suspiro e sucessivamente começo a ri enquanto limpo os cantos da minha boca.

O garoto está todo vermelho e tentar dizer algo, mas não sai nada. Reymond chuta com toda sua força um armário que está ao seu lado, passa a mão no cabelo e me olha furiosamente pela última vez, vai embora dando passos largos. Sua cabeça parece que está pegando fogo. Posso afirmar que nunca o vi tão nervoso. Porém, o plano deu certo, assim começo a pular de alegria.

— Pronto agora esse imbecil não brigará mais contigo. — dou um positivo com o dedão. — E não ligue sobre o que ele falou, pois você não é estranho. Em relação que você nunca beijou ninguém, nem se importe, pois o primeiro beijo é algo especial. Por favor não desperdice com quem não merece. Faça isso com uma pessoa única e especial para ti. — junto os cadernos que estão no chão com toda a grosseira.

— B-Black Rose... —  um silêncio instaura, sinto que o garoto procura as melhores palavras possíveis para dizer algo. — Muito obrigada! Eu sou tão e-estranho mesmo assim me defendeu... — sua um tom chateado. — Uma pessoa como eu, não merecia sua ajuda... — Tyler abaixa sua cabeça.

— Ei! Nunca mais diga: “uma pessoa como eu”... Você não é estranho, cada pessoa é única da sua maneira. Talvez não se valorize por conta dos seus óculos, parece que ele também não te agrada. Eu sei que por baixo desses óculos fundo de garrafa tem um menino bonitão. — começo a rir. — Porém não mude por ninguém, mude apenas para você se sentir bem consigo mesmo. Se quiser compre um par de óculos mais moderno, pois percebi que essa armação atrapalha bastante você.

— É-É verdade toda hora ele fica caindo. — um sorriso tímido se instaura em seu rosto.  — Um... Um momento... Reymond é seu namorado! Então ele vai me matar por achar que beijei sua namorada. — Evans treme.

— Calma... — reviro os olhos. — É um relacionamento em aberto. Ele fica com quem quiser e eu também. — pisco.

— Ufa! — respira bem aliviado.

Ficamos conversando por longos minutos, acabei conhecendo ele um pouco, agora também percebi que Evans está em algumas aulas do meu cronograma, porém não se lembrava dele por simplesmente ser bem silencioso. As aulas que nós ficamos juntos são as de exatas.

Tyler se despede de mim, pois agora vai ter que ir ao clube de xadrez. Ele até me convidou, mas nunca aprendi a jogar isso direito e eu quero descansar depois desse dia tão horrível, várias descobertas ruins. Antes de ir ao meu quarto, guardo os cadernos do idiota no seu armário que ficou aberto.

A primeira coisa que ouvi antes de entrar foi resmungos das meninas, nem abri a porta e já estou sentindo uma energia ruim no ar. Lentamente, entro com uma cara preocupada por notar que minhas amigas estão na mesma cama, sentadas segurando uma à mão da outra enquanto tremem. Seus olhos estão arregalados.

— O que foi desta vez? — reclamo.

 — Foi algo sério... — responde Parker me encarando.

— Algo que nunca ninguém viu nessa escola! — berra Miller.

— Nossa! Não estão exagerando garotas doidas?

— Não! Pois seu namorado, quer dizer, Reymond... Endoidou! — Eve se contorce. — Eu e a Mona estávamos andando normalmente pelo corredor, mais especificamente, onde ficam nossos armários, a gente parou e começamos a conversar, mesmo com poucas pessoas, vimos Reymond, o tal de “idiota” avistou algumas meninas e ele empurrou uma delas até a parede e a beijou sem dizer nada, depois com outra... — minha boca se abriu. — Cada garota beijada retribuía então Scott nos olhou furioso com os lábios sujos de batom, então começou a andar na nossa direção, porém corremos dele. E assim viemos parar aqui dentro do quarto. — ela suspira. — Conseguimos escapar...! Eu acho que Reymond está tentando bater seu recorde de meninas que beijou em um único dia... Cuidado! — dramatiza como se estivesse acabado de contar uma história de terror.

— Dramática! — gargalho.

— Sabia que iria dizer isso, então filmamos enquanto estávamos lá. Antes de sermos atacadas claro.

Sento-me ao lado delas e todas nós começamos a ver o vídeo grotesco. É pior do que ela contou. Meu coração está doendo tanto, estou segurando o celular com toda força, mas estou tremendo, não dá para disfarçar. Scott simplesmente segura os ombros de toda garota e a beija, mas mesmo assim todas retribuem com um sorriso travesso instalado nos lábios.

— Está vendo! Não é exagero... Seus olhos parecem que estão pegando fogo, seu olhar frio dá medo. Sua postura é assustadora! — Parker me abraçar por notar meu choque. Meus lábios tremem.

— Com minha experiência com homens eu posso afirmar que ele está doido por sua causa. Eu não iria falar, mas como decidimos esconder nada uma da outra.... Eu vou dizer... Eu e Parker vimos você junto com Evans... É... Sei seu nome p-porque temos algumas aulas com ele.

— E porque Mona fica toda hora o olhando. Se perguntando: “Por trás daqueles óculos, tem um maravilhoso rapaz”. — Eve começa a ri e Miller bate nela.

— Não é verdade! Continuando.... Nós vimos que você o beijou, na verdade fingiu. Na visão de Scott dava para ver perfeitamente um beijo, pois você foi esperta em joga o cabelo para o lado.  Ele ficou com muito ciúme! Assim para descontar sua raiva, saiu beijando qualquer garota que via pela frente. Misterioso resolvido. — as duas dão um toque de mão, agora temos duas Sherlocks Homes. 

— Eu pensei que não havia mais ninguém naquele corredor! — grito. — E o idiota não ficou com ciúmes, mas irritado por não ser o primeiro menino dessa escola que me beijou. Visto que tinha um hobby: “Qualquer garota que entrar nesse colégio, eu vou tentar conquistá-la, beijá-la e amassar seu coração”. Vocês me contaram que ele adora beija as novatas para dizer que é a nova propriedade dele. Ou melhor, o novo brinquedinho. — reviro os olhos.

— Reymond nunca agiu dessa maneira tão brutal! — falam ao mesmo tempo.

— Tudo tem uma primeira vez. Talvez estivesse fazendo uma aposta... Sei lá. Usem a sua criatividade para imaginar. — bufo. — Eu o odeio. Hoje descobrir que ele anda praticando bullying pelo motivo de ser burro. Porém, ninguém tem culpa da sua burrice. O idiota não estudou porque não quis, teve muito bem recursos. Mas isso irá mudar, pois se eu sonhar que ele está agredindo alguma pessoa. Eu mesma vou quebrar sua carinha desmiolada! — berro.

— Realmente você tem razão Lisa, ele é arrogante... —  Mona suspira imaginando alguma coisa naquela mente louca. — Além de ser uma beldade, líder dos populares, confiante, fisicamente forte e independe....

— Vários pontos estão errados. Ele não é confiante, apenas fingi, não é uma beldade, além do mais nem é independe, pois depende totalmente do papai. — sorri amargamente. — Vocês passaram um ano com esse cara e nem o conhecem direito. É pura atuação, pura falsidade, rodeada de status.  

— É... Além do mais ele esconde seus sentimentos.... Eu tenho certeza... —  Parker murmura com a mão no queixo e Miller apenas balança a cabeça positivamente.

— Esse idiota.... Deve esconde muita coisa.... — murmuro. — Quem será ele de verdade?

Pov. Scott Reymond (ponto de vista)

Até agora eu não estou entendendo o do porquê de pirar tanto ao ver a loirinha beijar o nerd. Eu não sei ao certo o que me deu. Eu só sei que deu um nó na garganta e um ódio percorreu todo meu corpo e a única maneira que eu pensei para me livrar desse sentimento, era beija qualquer garota que cruzasse meu caminho. Estava pouco me importando se talvez ela tivesse namorado ou não. No momento que eu ferozmente beijava as meninas com os olhos fechados fortemente, eu apenas conseguia enxerga a cena dos beijos deles, aquilo fazia quase querer arrancar o lábio de cada uma.

Neste instante estou aqui na frente de mais uma vítima. Ela passa seus braços em volta de meu pescoço. Isso me lembra... Lisa...

— Hoje você está perigoso gatinho.... Eu gostei... — um sorriso compõe seu rosto e eu também retribuo.

— Perigoso? Não sabe de nada senhorita, nem imagina. — seguro seu queixo usando meu olhar mal.

— Quero um beijo seu... — sua voz clama.

Fechamos os nossos olhos então, quando vou beijá-la, alguém me puxa pelo braço furiosamente, assim eu vejo Becker.

— Scott! — berra. — Para! — sua voz me irrita, ela só azucrina meus ouvidos. — Disseram-me que você já beijou mais de trintas meninas, na verdade, atacou. — Samanta puxa a gola da minha camiseta, assim ficamos cara a cara. — Sai daqui garota irritante! — a menina vai embora enquanto revira os olhos.

— Francamente foi um número bem maior já.... — gargalho maldosamente ao passo que vejo Becker arregala os olhos.

— Então me beija também! — ela vai para cima de mim, para me defender a empurro, eu controlei a força, porém de tão fraca, acaba caindo de bunda no chão.

— Eu não ligo se for arrogante comigo. Eu te amarei, não importa o que faça. Eu sempre... Sempre vou te amar! — suas lágrimas escorrem, reviro os olhos, para não morrer de tédio.

Não adianta eu discutir com ela. Samanta já entendeu que eu a usei, mas mesmo assim não quer me largar. Isso sim é uma pessoa idiota. Porém, não muda nada se eu falar, pois se digo rude algo é a mesma coisa de falar para uma parede. Não surge nenhum efeito. Todo meu desprezo que tenho a Becker na sua concepção se converter para “amor” que tem por mim.

De tantas garotas no meu pé... Estou me sentindo cansado, por esse motivo é melhor eu ir ao meu dormitório espairecer, porém sei que meus amigos vão ficar me azucrinando sobre esse assunto de beijar qualquer menina. Esse vexame espalhou mais rápido do que eu imaginava. Eu só sei que vou ficar um bom tempo se beijar, pois desgastou meus lábios.  

Ao abrir a porta do quarto, como eu imaginava, meus amigos batem palmas, enquanto mostram um sorrirão. Noah na verdade, não está animado como os outros, ele apenas balança a cabeça negativamente. Obviamente não gostou de nada disso.

— Parabéns garanhão! —parabenizam todos, menos Bennet.

—  Soubemos que você — gargalha Bryan. — Está tentando bater seu recorde!

— Você beijou Lisa Black Rose? — indaga Noah chateado.

— Não estava nos meus planos. — ironizo, após meu comentário, todos suspiram, menos Liam Adams que ri da cena.

— Sabe o número exato — Adams levanta-se — De garotas que beijou?

Estou vendo que se eu não cortar esse assunto, eles vão ficar fazendo perguntas até o amanhecer. Eu vim aqui para descansar minha mente, não para ouvir questionamentos ou sermões ocultos.

— Calem as bocas caras! — jogo-me na cama à medida que passo a mão no cabelo. — Eu quero refletir um pouco, estou nervoso. — bufo.

Todos franzem a testa enquanto cochicham por me ver tão bravo. Em minha opinião como nunca antes. Nem quando as namoradas de alguns garotos se apaixonaram por mim e eles vieram tirar satisfação, eu não fiquei tão enlouquecido, apenas bati em cada um.

— Parem de fofocar iguais menininhas! — grito e há um silêncio.

— Scott o que houve contigo... Eu nunca te vi tão depressivo! — Jonathan sua um tom preocupado. — Eu sei que não está assim por causa do nerd. Pode ser que não o encontro.... Porém... — interrompo com resmungo.

— Sobre a questão dos nerds... Quer dizer.... Inteligentes — reviro os olhos, acho que estou pegando essa mania da Rose. — Não os perturbem mais. Vão estudos seus burros. — uso meu olhar frio enquanto direciono a todos. — Eu quero descobrir que alguns de vocês importunaram um nerd, vão se arrepender.

— O que deu em você? — berra todos.

— Galera ele está mudando para melhor. — Noah dá um sorriso vitorioso. — Eu concordo em não importunar mais os inteligentes. Eu sempre fui contra isso vocês sabem.

Bryan começa a conversar com Liam sobre nosso clube enquanto Jonathan voltar para suas redes sociais e Noah retornar a ler seu livro de ficção científica.

E eu inconscientemente pesquiso em meu aparelho telefônico o nome da Lisa, assim aparecem fotos suas e uma série que ela foi a protagonista. O seriado chama-se: “O amor ás vezes não vence”. Leio a sinopse e vejo que Rose é uma pessoa má, ela ama tanto o namorado sua irmã que começa a odiá-lo. Na série ela se chama Chistie, seu amor foi transformado em raiva, assim que descobri por um anônimo que o cara que mais ama, traiu sua irmã querida, ela o mata friamente em nome da sua irmãzinha e também por está enlouquecendo. Esse seriado demonstrar que o amor excessivo pode se transformar em algo doentio.

Acrescento no nome da Lisa, beijos, então percebo que ela não beijou ninguém na série. Eu sinto-me aliviado de alguma maneira, mas só de lembrar-se dessa palavra, recorde-me dela e Evans.

— Hum... — olho para trás e percebo que Bryan me observa de perto. — Vendo fotos da gatinha mais gata da escola. — ele pisca. — Será que você está caidinho por ela senhor garanhão, arrasador de corações?

— Q-que? — bloqueio meu celular. —Eu? Gosta apenas de uma menina? É ruim! Prefiro usá-las.

—Então vou tentar conquistá-la. — brota um sorriso em White. — Já que não tem problema para você! —suas palavras me fizeram ficam com os olhos arregalados.

— Desculpe, mas isto não vai acontecer. — levanto-me. — Já que todas as garotas dessa escola são minhas. — olho para Liam. — Claro que menos a namorada de Adams e algumas que estão namorando.

— Não seja tão egoísta. —resmunga ele. — Quem vai decidir quem ela vai dar uns beijos vai ser ela mesma. — Bryan me provoca dando uma piscadinha. — Além do mais somos um grupo, temos nossas diferenças, mas particularmente não quero brigar com você, porém se não me permitir tentar eu não vou hesitar! — o clima fica estranho.

— Cara eu estou brincando. Não fique tão sério. — minha garganta parece que deu um nó. — Obviamente pode tentar algo com ela, mas como você mesmo disse no primeiro dia de aula: “Ela é uma gatinha difícil”.  — meu coração aperta.

Essas palavras foram as mais dolorosas que já falei. Eu não entendo o motivo. Eu penso demais nela, porém ela não me quer. E eu não quero só uma, já que tem tantas garotas a minha volta. Acho que meu cerébro está dizendo: “Não vai atrás”. Está certo não tem sentido lógico.

— Não é só nós que estamos interessados nela, há vários, tanto na escola, quanto fora. — King uma um tom sério — Ela é uma pessoa interessante, sinto que ela é a primeira que não me cansa visto que a maioria é mimada nessa escola.

— D-desculpa rapazes... Mas eu não quero beijá-la.. Quero algo mais concentro. — entra Noah na conversa.

— Pelo visto só eu e Scott que não estamos interessados nela. Isso vai ser divertido, porém deixa-a escolher, sem nenhuma briga. — Adams sorri maldosamente. — Em minha opinião ela vai dar um fora em todos.

— Veremos. — Noah fecha o livro. — Além de ter uma bela aparência, ela tem um coração bondoso, um sorriso que é de dar inveja, ainda tem um brilho e é inteligente... — suspira.

— Ei! Repete isso para eu gravar, assim falarei para ela. — ironiza Bryan. — Brincadeira! Eu a observo bastante, mesmo não sendo da mesma sala, sei que ela odeia a maioria dos meninos, mostra muita a língua, valoriza muita a amizade, é gentil com quem merece atrapalhada, odeia pessoas superficiais. — todos ficam de boca aberta, pela primeira vimos White falar dessa maneira “romântica”. — No primeiro dia de aula lembro-me de cada detalhe, seu cabelo estava com cachos, usava um vestido rosa bebê, um salto rosa choque, uma maquiagem rosa clara e brilho labial. E eu ela falou comigo: “Com licença onde fica a sala do diretor?”. Como a vi primeiro e falei com ela antes de vocês, já tenho um ponto a mais.

  — Vocês enlouqueceram! Nunca te vi romântico White. — reclamo, levanto-me e saio do quarto, olho com desprezo pela última vez para eles e fecho a porta para me encostar-se a ela.

Como Lisa consegue mexer com todos? E sem o mínimo esforço, sem saber. Eles vão tem uma disputa amigável? Não sei, mas vou deixar rolar. Eu estou me sentindo triste, na verdade meu coração, porém sei que vai passar logo, logo.  


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