Pessoas Mudam Pessoas escrita por Ayumi


Capítulo 14
Pessoas decepcionam pessoas.


Notas iniciais do capítulo

Estou postando um novo capítulo agora mais rápido. Era para ter saído ontem, visto que arrumei uns erros que tinham, mas na hora não sei o que houve e minha conta saiu e eu perdi todo capítulo, então tive que arrumar novamente os erros. Fiquei irritada, mas arrumei pela segunda vez. Espero que gostem.



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Pov. Lisa Black Rose (ponto de vista)

O sol bate em meu rosto, abro os olhos com muita dificuldade, até faço careta, pois minha cabeça lateja fortemente misturada com uma sensação de peso. Eu me coloco de pé, mas sinto uma tontura, vou até o banheiro cambaleando e sinto uma vontade de vomitar. Assim, seguro fortemente a pia com as duas mãos e olho para o espelho. Eu estou acabada.

Na minha mente vêm pequenos flashes da noite anterior, recordo-me das minhas amigas que me trocaram por garotos, eu dançando com um menino desconhecido, o idiota me levando nas suas costas, fora isso, não me lembro de mais nada.

— Que sensação horrível! — falo em frente ao espelho enquanto faço caretas. — É oficial eu nunca mais vou a festas!

Parker vem até mim, com um olhar triste e a cabeça baixa, porém quando se aproxima, muda totalmente seu humor.

— Como pode beber álcool ontem? — ela grita em meus ouvidos e minha cabeça no mesmo momento parece que explodiu.

— Cala a boca! — tapo minhas orelhas. — Eu não bebi nada. — dou de ombros. — Eu só me esqueci da noite passada por algum motivo indescritível ou porque ela foi tão chata que foi apagada da minha memória.

— Você bebeu bebida alcoólica sim! — ela berra novamente. — Reymond trouxe você até nós e seu estado estava deplorável, pois estava chorando de felicidade e dançando feito uma maluca, além de estar muito sentimental. E assim o popular... É nada... — ela tosse.

— Me conta! E.…? — indago curiosa.

— E nada. Não mude de assunto Lisa. As mulheres têm mais chances à amnésia alcoólica por conta das diferenças hormonais e — ela estufa o peito, se achando só por saber uma informação que nunca estudei. — Também pela forma como o organismo absorvem mais rapidamente o álcool.

Reviro os olhos com as suas palavras. — Quem é a nerd agora? — sorri. — E eu não acredito nisso. Agora boa noite. — vou até minha cama e quando vou deitar, Parker me segura pelo vestido.

— Olha o sol amorzinho. —  ela aponta para a janela. — Daqui a pouco a aula vai começar. Ninguém mandou você beber descontroladamente!

— Para... — faço bico. — Me explica como fiquei bêbada se a Becker só meu deu uma caixa de bombons? — sorri desafiadoramente.

— Bombons? — indaga retoricamente, enquanto passa a mão no queixo, pensando no que responder.

— Eles tinham um cheiro forte e um gosto de azedo estranho. — me forço para lembrar e ambas ficamos em silêncio por vários longos minutos.

...

Parker, sorri, parecendo que achou uma resposta satisfatória. — Eram bombons, certo? E eles tinham um gosto azedo anormal e um cheiro forte, então esses chocolates continham licor e você não percebeu, ou porque você é boba ou porque licor é uma bebida alcoólica doce, ou os dois juntos! — ela cruza os braços vitoriosamente, se sentindo a agente.

Bato uma palma, debochando. — Senhora Sherlock Romes, ainda há mais misteriosos envolvidos, pois eu também consumi suco de limão e água com muito gosto ruim! — tremo só de lembrar.

— Como é? Na festa não tinha água e muito menos suco. Só tinha bebida alcoólica e muita pizza. — balança a cabeça. — E o que tinha de limão era a caipirinha, pois o barman era brasileiro e essa água que você falou, era... Vodca querida. — ela se aproxima de mim com um olhar de pena. — Me desculpa meu amorzinho, foi tudo minha culpa, eu deixei você sozinha a festa inteira.

— Realmente vocês pisaram na bola, pois eu nunca faria isso com vocês. — cruzo os braços a encarando. — O que mais odeio em vocês é que não podem ver um macho que já vão em cima. Nem todos obviamente, mas os considerados gatos nas suas concepções.

— Tem total razão. Eu e Miller vamos melhorar... — suspira com as mãos nas bochechas.

Eu e Parker levamos um susto, pois, do nada a Mona aparece no quarto, toda sorridente e animada, eu a vejo segurar uma bandeja enquanto vem em minha direção.

Meus olhos já brilham com o doce que ela trouxe. — Uma xícara de café para curar a ressaca e um profiteroles para matar a fome! — sua um tom animador. — Aproveite.

— Obrigada! Eu realmente estou com uma fome gigantesca. — na mesma hora meu estômago ronca assim as duas caem na gargalhada e eu mostro língua para as duas engraçadinhas.

Após comer, eu tomo uma ducha morna e no final jogo uma água gelada na minha cabeça para deixar os pensamentos claros. Ficou tão claro que quase congelou meu cérebro. Admito péssima ideia. Um choque térmico poderia eu ter tomado.

 Hoje decidi ir ao modo: “Não me importo, estou nem aí para ninguém”. E o melhor modo de demonstrar isso é utilizando uma roupa bem estilo gótico, assim coloco um vestido xadrez vinho com um casaco de couro preto e uma bota, para chamar mais a atenção faço um delineador bem marcado e um batom vermelho. Estou até bem comparando meu rosto quando acordei. O que a maquiagem não faz com você.

Miller está mexendo no celular e nem percebeu que estou me produzindo para ir à aula, mas em compensação Parker que estava tomando banho, sai do banheiro com um olhar de espanto à medida que vai até mim.

— Uau! — grita. — Meu amorzinho se produzindo toda sozinha? — franze o cenho. — Está sambando nas inimigas! — ela tenta sambar, mas obviamente só tenta, pois foi uma tentativa falha. Parece tudo menos uma dança.

— Estava com uma cara horrível. —  bufo. — O mínimo que poderia fazer era me arrumar hoje. — sorri e através do espelho vejo Parker massagear seu maxilar.

— Lisa... Lisa... —  ela faz uma pausa. — É impressão minha ou... Você está mudando por causa do Reymond? —  eu engasgo com suas palavras. — Está até bebendo bebida alcoólica e se produzindo arrasadoramente. — meus olhos se arregalar pela sinceridade. Mesmo conhecendo ela há vários anos ainda me impressiona. — E sua mãe te fazia estudar feito uma condenada, então sempre que um professor passava uma matéria nova, você já sabia todo o conteúdo. Assim você cabulava algumas aulas visto que não tem sentindo aprender algo que já sabe. Então, você ficava na biblioteca durante horas, apenas lendo, mas esse ano, você não saiu da sala nenhuma vez, ou melhor, não cabulou nenhuma aula. E sobre a questão dos meninos... Na outra escola eles tinham medo de você, até tremiam quando ouviam seu nome, pois você era muito grossa, porém nessa escola, você está muito mais amável comparado ao ano passado. O que eu quero dizer é que:  “O amor muda as pessoas”. — meu coração parece que vai sai pela boca.

Eu odeio ouvir a palavra amor. Eu sinceramente não gosto de escutar nada relacionado a esse assunto, para mim é tudo babaquice.

— Cala a boca Eve! —  grito enquanto cubro sua boca. — Minha cabeça está doendo! — reviro os olhos. — Por que esse assunto de repente? Eu não mudei por ninguém. Eu só estudei feito condenada porque como já estava presa no meu quarto, não adiantaria ficar lá parada, sem fazer absolutamente nada. Porém, esse ano eu não vou ficar estudando feito maluca, pois Amélia não está aqui para pegar no meu pé. — paro um instante, com uma cara feia. — Um momento...  Como você sabe de tudo isso?! — berro.

—  Meu amorzinho eu tenho meus contatos. —  ela me manda um beijo com as mãos e eu mostro minha bela língua.

Hoje o dia está sendo horrível, pois no caminho da sala de aula, simplesmente todas as pessoas ficam olhando para mim enquanto rirem ou até gritam: “Noite maravilhosa”, enquanto fazem uma dança ridícula. Eu sinceramente não estou entendendo nada, assim até perguntei para minhas amigas, o que estava acontecendo, porém elas acharam melhor deixar quieto visto que eu não sou uma pessoa calma e vou querer bater em todo mundo. 

Entro na sala e eu sinto que sou uma palhaça dentro de um circo, visto que as pessoas parecem à plateia que ri de mim. Suspiro nervoso, segurando meu vestido bem forte. E em contrapartida Becker é a primeira vim em minha direção com um sorriso cravado em seus lábios, um sorriso maligno misturado com a vitória no olhar.

— Bom dia minha queridinha! Dormiu bem depois da noite de ontem? Aposto que não, pois sei que bebeu feito uma bezerra. Eu nem sei como foi embora da festa. Você estava tão bêbada e louca. — ela ri e eu só a encaro calada com fogo nos olhos. — Não fica com raiva. —  usa seu tom brincalhão. — Lisinha.

—  Lisa não ligue para o comentário dela. Vamos nos sentar. —  Parker segura meu braço, mas eu dou de ombros.

—  Não Eve. Deixei-me aqui e vá você. Eu preciso discutir um pouco com essa cobra. —  dou um sorriso confiante.

—  Lisa... —  Eve sussurra meu nome e Miller a arrasta até a mesa delas.

—  Você me embebedou! Foi tudo sua culpa, vaca! —  grito e algumas pessoas que já estão  na sala olham para nós, assustados, mas eu continuo firme e forte. Vejo que Mona segura Eve que quer levantar da cadeira.

— Parker as deixe conversarem. — reclama Mona com um tom triste.

—  Fui eu sim! Pelo menos é inteligente! Mas ontem comeu bombons de licor e bebeu caipirinha com alguns ingredientes adicionais que te coloquei na bebida e tomou sem reclamar.  Você tomou bebida alcoólica porque quis, assuma suas responsabilidades. — ela usa seu tom debochador.

Becker continua estampando um sorriso travesso e por um instante para de me encarar, desbloqueia o celular e mostra a tela do celular para mim, após ver o que realmente é, fico incrédula, parece tudo um sonho, ou melhor, pesadelo.

— Olha você dançando com um garoto e passando mais adiante dançando em cima da mesa! — vejo metade do vídeo e tenho ânsia de vômito.

Essa menina se esbaldando de dançar não se parece comigo. Ela parece confusa, mas ao mesmo tempo alegre e se danando para vida. Meu sangue soube, minhas mãos começam a tremer de tanta raiva que explode em meu peito. Sinto-me até mais quente.

— Sua desgraçada! — berro, assim em um pisca de olhos roubo o celular de sua mão e jogo ao chão, piso nele repetidas vezes, enquanto Becker gargalha alto.

— Não adianta quebrar. Eu tenho mais de cincos celulares — ela se esbalda em risadinhas. — E eu tenho diversa copias das suas fotos e vídeos. Inclusive já mandei para a maioria dos estudantes.  As pessoas que mais gostaram, particularmente foram garotos, eles adoraram.

— Becker... — respiro fundo. — Pode mandar para quem você quiser. Eu estou muito bonita nas fotos se reparar bem. — digo animadamente enquanto vejo as fotos que Samanta amostra no outro celular, essas fotografias são humilhantes, eu pareço uma das amigas da Becker. — E muito obrigada por mostrar que eu sou linda, maravilhosa e radiante até bêbada. — sorri amargamente. — Mais uma coisinha...  Você ainda não entendeu com quem está brincando? Se eu quiser colocar Reymond na palma da minha mão, eu consigo. Então melhor você parar antes que se queime no fogo. — contraio meus lábios pelas palavras, eu reflito sobre elas, foi automático como uma defesa. Elas são todas mentiras, mas foi a única forma de atingir Becker e esse modo foi colocando Scott no meio.

Sei que estou mentindo diante algumas pessoas que estão na sala, mas eu realmente não me importo se as pessoas acharem que eu sou muito vaidosa, egocêntrica, pois eu conheço a mim mesma e sei que não sou nada disso, apenas uso as armas que tenho para me defender. O importante são meus verdadeiros valores.

— Cala... — ela fica vermelha e dá um passo à frente de mim. — Está... Boca! — sinto que mesmo diante de todos Becker está pronta para me dar uma  mãozada em meu rosto, assim me preparo para me esquivar e claro, contra-atacar.

Antes que eu pudesse agir primeiro, eu fico mais alta instantaneamente, olho para baixo e vejo que o idiota do Reymond me segura pela cintura.

— Ei! — grito me debatendo.

— Vamos parar minhas gatinhas? Isso está tão feio, duas damas brigando no meio da sala. — ele pisca.

— Cala essa boca! Eu não sou sua gatinha. E me coloca no chão idiota! — grito.

Após eu colocar meus pés ao chão, sinto minha cabeça latejar, a minha dor de cabeça voltou, mesmo depois de ter tomando remédio, o pior que eu fiz foi ter ficado gritando e ouvindo os gritos de Samanta. Sinceramente fui tonta, mas eu não consegui ficar calada diante de suas provações e ações. 

— Vocês que estão nos olhando e você Becker —  a encaro furiosa. —  Todos vão cuida das suas vidas, já basta eu cuidar da minha própria vida. Obrigada pela atenção! — uso meu melhor sorriso falso que aprendi no teatro.

— Concordo. E Black Rose, eu não sei se cabo na mão da sua mão, mas podemos tentar. — ele gargalha alto e eu sinto meu coração acelerando por saber que o idiota ouviu tudo aquilo.

— É... — tento pronunciar algo, porém o professor chega na sala e as pessoas instantaneamente que estão em pé se sentam, para meu azar Scott, como na maioria das vezes senta-se ao meu lado para não atrapalhar a aula, pois ele não fecha a boca quando senta-se ao lado do seu amigo.

Passei vários minutos me remexendo na cadeira, tentando tirar as palavras que estavam cravadas na minha garganta. Eu sei que o idiota usou um tom de brincadeira para falar sobre minhas palavras: “se eu quiser tenho Reymond na palma da minha mão”, mas sinto que de alguma maneira está chateado.

— Idiota... — o cutuco. — Eu não quis dizer aquilo. Eu apenas falei para provocar Becker, as palavras apenas saíram e usei todos meus artifícios para detoná-la, pois como a patricinha me humilhou, nada mais justo do que eu fazer o mesmo. — ele olha para mim sorridente, dá de ombro junto o dedão para cima.

— Você se lembra de que me abraçou bem forte? — muda totalmente de assunto com olhar provocador e sorriso travesso.

— Mentira... — me controlo para não gritar visto que não posso, pois, o professor está explicando algo. — Eu só me lembro de que beijei — uso um tom provocador enquanto mostro língua. — Vários meninos e obviamente um mais lindo que o outro.

— Eu também beijei diversas meninas lindas. — ele me imita.

— Ei... Só eu posso mostrar língua. — bato de leve na sua cabeça. — Agora que me lembro... Você disse que só pode beber aos 21 anos, mas você também estava bebendo, não é? Que contraditório. — sorrio.

— Você me pegou... — o idiota fica envergonhado. — Mas espera.... Eu soube beber e você não.

— Porém não muda nada, você bebeu bebidas alcoólicas, ponto final.

— Você venceu.  — ele cobre o rosto e eu abaixo minha cabeça para ri baixinho da sua feição.

Já se passaram vários dias e para meu azar hoje fomos convocadas a ir para aula de animadoras de torcida. Eu estava tão feliz até ser chamada, pois sei que Becker vai ficar me enchendo o ouvido de baboseira e gritaria.

Agora estou aqui no ginásio a encarando com mau humor, enquanto ela simplesmente sorri ou por ver minha cara de repulsão ou por estar usando esse uniforme curto, ridículo de animadora de torcida.

— Vamos alongar meninas! Eu não quero moleza! — praticamente berra. — Eu sou a líder de vocês, então me obedeçam. —  ela bate uma palma. —  Bom... Primeiramente vou fazer meus melhores passos, todos bem desenvolvidos e vocês tentam fazer igual, ou melhor, “reproduzir”, pois obviamente vocês não conseguiram fazer igual a mim. A elástica e esbelta Becker. — ela joga seus cabelos para o lado se achando a rainha, as novatas estão assustadas por sua atitude de narcisista ao julgar pelos seus olhos arregalados.

Ela faz os seus passos de dança rapidamente para ninguém a copiar à medida que Becker faz, eu tento com todas as minhas forças segurar minha gargalhada, pois seu nível de dança é básico. Seus passos são de segunda categoria. Agora tenho minhas dúvidas se ela virou a líder por ser a filha do diretor, não pelo seu próprio esforço, ela criticou tantas garotas e no fim é pior do que elas. Que engraçado... Porém uma coisa é certa: não duvido que ela tenha manipulado seu pai, pois seu egoísmo ultrapassa o limite de um arranha céu.

Todas as meninas tentaram, mas falharam miseravelmente, até Parker falhou, pois, erros alguns passos, mas em contrapartida eu consegui fazer todos, modéstia parte, de olhos fechados praticamente de tão fáceis.  Assim todas batem palmas, porém Becker se enfureceu de uma maneira fantástica.

— Parem! —  ecoa sua voz pelo ginásio. —  Não foi digno de aplausos. Seus passos Black Rose foram horríveis. —  ela se aproxima de mim e ficamos rosto a rosto.  — Como profissional que sou achei ridículo. — sinto que Becker cuspiu levemente no meu rosto, então respiro profundamente como se ali na minha frente estivesse falando a parede.

Eu tenho vontade de soltar várias palavras inadequadas, mas este não é o momento. Não vou falar nada, em respeito as minhas colegas de clube, pois elas não merecem ouvir tais palavras.

Fica um silêncio incômodo no ar, todas as garotas que são “iniciantes” cruzam os braços e abaixam a cabeça.

— Black Rose dançou melhor que você... — sussurra umas das garotas, mas instantaneamente Becker arregala os olhos claramente ouviu as palavras. A patricinha egoísta vai até a menina, dá para perceber que a aprendiz está tremendo.

— Eu ouvi errado, florzinha? —  berra Samanta. — Primeiro, eu quero que peça perdão, em segundo, eu quero que você beije meus pés e em terceiro, você vai dar vinte voltas na quadra seguidas, sem parar. É agora ou nunca, caso não quiser vai se tornar uma ex-integrante.

— Como é queridinha? —  entro no meio. — Você não pode fazer isso! Ela tem opinião própria, agora o problema é seu, se não aceitar. Mas ela não te obedecer, pois não é um de seus capachos que aceita suas ordens sem contestar.

— Não se intrometa querida. —  Samanta me olha friamente. —  Caso contrário também virará uma ex-integrante. — usa seu sorriso travesso que sempre me deixa vermelha de raiva.

— Ei! Não precisa me defender... Obrigada, mas eu vou fazer isso. —  a garota segura minhas mãos e me afasta, Parker apoia minha cabeça em seu ombro para me consolar visto que eu me sinto um lixo por não poder ajudar de maneira devida.

Assim a garota pede desculpas a Becker, realmente beija os pés dela claramente com nojo. Porém, ao olhar a hora no celular, a patricinha permitiu que a menina não corresse na quadra vinte vezes. Então a Samanta continua mostrando alguns passos de dança, depois junta seu grupo “experiente” e mostra algumas coreografias. E nós ensaiamos bastante.

Depois de longas horas, chegou a hora do almoço, sento-me ao lado da garota que eu havia defendido, pois Parker sumiu.

 — Tome cuidado na próxima vez! — digo usando um tom travesso.

— Eu falo as coisas sem pensar às vezes. —  ela coça a cabeça com as bochechas rosadas. — Eu não tenho culpa de ser boca aberta! — gargalhamos alto. — Ei! Por que você não entrou no clube de teatro? Não estou dizendo que você é ruim como animadora de torcida, na verdade é muito boa, mas eu li em uma revista que você ama teatro por poder se tornar outra pessoa e assim fugir do cotidiano.  —  fico paralisa ao ouvir suas palavras, tanto minhas mãos tremem.

— O-oi? Mas aqui não tem clube de teatro! — uso meu tom afirmador, porém confusa.

Minha melhor amiga sabe que eu amo teatro de paixão. Eu tenho certeza que ela não seria capaz de não me contar, pois não é possível que a pessoa que mais confio na minha concepção tenha tido a coragem de me trair.

— Tem sim amiga... — seu tom é confiante. — Se eu não me engano ainda estão fazendo inscrições. Você tem talento tanto para ser líder de torcida, como para atuar. Na minha concepção você parece infeliz nesse clube. Eu te aconselho a seguir seu sonho, pois você ficará feliz. — ela sorri docemente, tão doce que faz minha mente girar, assim me ponho de pé rapidamente para encontrar Parker, aquela que eu considerava e dizia ser minha melhor amiga.

— É... Obrigada! Eu vou pensar no assunto! — sinto minha voz falhar, pois estou em estado de choque.

Pergunto para cada pessoa se por um acaso viu a Parker, então finalmente a encontro no jardim, fazendo alongamento. Assim, me coloco a sua frente, porém ela não me percebe, pois está de cabeça baixa.

— Eve Parker, você tem muito que me explicar! — grito à medida que ofego.

Ela leva um susto, assim dá um gritinho e se levanta à medida que limpa a sua roupa com as mãos, Eve me encara atentamente e bufa por notar meu temperamento.

— Lisa o que foi? Lá vem problema. Quando chama meu nome junto com o sobrenome é coisa séria, mas antes de falar, acalma-se o mundo não vai acabar! — Eve tenta me abraça, porém eu não retribuo, continuo com mal humor. — Que bom que estamos juntas este ano... Eu senti tanto sua falta... Você não tem noção. — ela se afasta após dá um empurrão nela.

— Eu... Vou dizer algo seriamente. —  emburro. —  E não tente mudar de assunto. — respiro fundo. — Eu estava almoçando junto com uma amiga e ela me disse que tem um clube de teatro instalado nessa escola. Então... —  cerro os punhos. — Por que diabos você não me avisou? — berro à medida que me afasto dela, vejo a boca de Eve abrir, claramente surpresa e ainda eu direciono meu olhar aos pés que tremem.

— A-amorzinho... Deixe-me explicar. —  sua voz falha.

— Então é verdade! Você me enganou! — a interrompo com olhos marejados.

— Nós ficamos tanto tempo afastadas uma da outra, sendo assim eu pensei que nesse ano poderíamos recuperar o tempo perdido ficando mais tempo juntas, assim tive a ideia de ficarmos no mesmo clube.  Eu não achei que teria problema, pois você também adora dança! — Eve emite uma voz de choro enquanto suas lágrimas caem.

— Você... Disse certo eu adoro, mas eu amo de paixão teatro. O que você fez não tem uma razão sensata. Foi puro egoísmo da sua parte! —  grito enquanto a encaro furiosamente. — Já estamos juntas na mesma sala, no mesmo dormitório, ficamos praticamente coladas uma na outra no intervalo e até mesmo agora nos vemos agora todos os dias e todo final de semana. Nesse ano estamos vivendo grudadas, então não me venha com esse motivo tolo. Parker eu preciso de um tempo, na verdade muito tempo para processar toda essa informação de que minha melhor amiga é egoísta e que me decepcionou muito, na verdade me traiu. Minha mãe tinha razão pessoas decepcionam pessoas. Até aquelas que você mais confia. — coloco minhas mãos sobre o rosto e corro sem deixar ela se defende, pois não tem mesmo o que debater.

Eu entendo que Eve queria passar mais tempo comigo, mas não deveria ter pensado no que eu queria? Isso foi tão errado. Essa atitude não foi de melhor amiga, pois pelo que eu saiba a melhor amiga pensa no seu bem-estar e no que é melhor para você.

Vou imediatamente mudar de clube, pois tenho que fazer coisas que proporcionam alegria a mim. Torna-me animadora de torcida não é o que eu quero e nunca será. 

Assim no mesmo dia me inscrevo no clube e desde então eu e Parker não nos falamos mais. Miller acha que é uma briga tola, mas eu queria ver ela no meu lugar. Como ela se sentiria se a pessoa que você mais confia tivesse te traído? Pelo menos no clube de teatro, eu estou me divertido e há várias pessoas legais com o sonho parecido com o meu.

Porém nem tudo são flores, visto que meu professor de literatura ordenou as duplas sorteadas por ele mesmo através de papeis com os nomes de todos os membros da sala fizessem uma pequena peça de teatro representando o “amor”. E como sempre eu sou sem sorte, a minha dupla será o idiota. Assim eu e ele decidimos fazer alguns trechos marcantes de Romeu e Julieta. E obviamente Becker contradisse a sua dupla, ela mandou o professor trocar de dupla, mas como ele é cabeça dura não muda de decisão nem se for demitido. Ele tem opinião própria e não se deixa abater, por isso o admiro.


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