Forget About Me escrita por Lia Mayhew


Capítulo 5
Capítulo 4 - Feeling You


Notas iniciais do capítulo

Está sendo bem engraçado reescrever as tramas que eu defini tantos anos atrás. Espero que vocês gostem também. Boa leitura!



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I’m feeling you

Every single way

 

— Layla! -  Clementine acenava e chamava a amiga. – Que saudades, garota.

Os seus amigos estavam reunidos em um campo a céu aberto. O terreno, na parte alta de Berwick-upon-Tweed, fazia parte das propriedades da família de Julian Bevan. O clima era inadequado para um reunião ao ar livre, fazia uma noite fria e nevava. Os adolescentes não se importavam. Uma cobertura improvisada servia de proteção contra a neve e vários cobertores espalhados pela grama baixa, em cima de uma lona, ofereciam todo o conforto que precisavam. Um fogueira estava acessa, rodeada por uma barreira de neve. Com certeza, não tinha sido Julian que tinha preparado. No fundo, havia cinco barracas montadas.

— Oi, gente. – Cumprimentou Layla sendo seguida por Brendon.

Os irmãos tinham recém chegado de Edimburgo quando foram convidados para acampar. Não era um acampamento tradicional, tendo em vista as barracas sofisticadas e a falta de esforço deles. Mais que tudo, era uma desculpa para passarem a noite sozinhos. Peter não tinha mostrado resistência a saída dos filhos, da mesma maneira como nunca costumava fazer. Aquele era o último sábado antes das aulas deles voltarem.

— Está muito frio! – Ela tremia mesmo usando duas calças e uma jaqueta de couro peluciada por dentro. Olhou para seus tênis de plataforma alta e se arrependeu por não ter calçado botas.

— Já damos um jeito nisso.

Ed Zumach se levantou de onde estava e colocou uma coberta envolta dos ombros de Layla. Ele deu o seu melhor sorriso de bom-moço. As mãos dele já procuravam a sua cintura, a puxando para perto, retomando a provocação que tinha ela tinha, de propósito, começado antes do natal. Percebeu a maldade de ter dado esperança para o garoto e, agora, ter mudado  totalmente de opinião.  C'est la vie. Layla agradeceu, se afastando para sentar-se do lado das garotas. Percebeu Brendon tentar conter uma expressão presunçosa, se aninhando do lado de Elsie. A visão da amiga deixou ela em estado de alerta, tinha um milhão de coisas que precisava contar para Elsie. A vontade teria que esperar, dado que não tinha a menor condição de trocar confidências no meio de tantas pessoas.

O grupo esquentava marshmallows no fogo e bebiam vodka de cantis que que iam passando por eles. Longe, abaixo deles, era possível ver as luzes da cidade e o rio que a dividia, iluminado pela luz da lua. Tudo naquele momento fazia Layla se sentir em casa, em especial o cheiro das árvores. Era um sensação boa, depois de tanta incerteza que experimentara nos últimos dias. Mesmo com a baixa temperatura, eles ficaram ali até as primeiras horas da madrugada. Na hora de ir dormir, Ed foi atrás dela, os dois parados na área das barracas.

— Como foi a viagem? Se divertiu?

— Sim, foi ótimo. – Mentiu descaradamente.

— Que bom. Fiquei com saudade. – Ed se aproximou, encostando o rosto no pescoço dela. Layla respirou alto, soltando vapor pela boca. – Quer dividir a barraca comigo?

Ela o afastou no momento que os lábios deles estavam quase se tocando. 

— Acho que essa não é uma boa ideia.

— Porra, Layla. Você sempre faz isso. Se decide.

 Ed revirou os olhos e saiu andando para a direção onde os outros estavam dormindo. Ela, por sua vez, procurou a barraca de Clementine, afinal, sabia que Elsie e Brendon dormiriam juntos. Dentro da barraca, aumentada com feitiço extensor e devidamente equipada, a amiga parecia avaliar a qualidade dos colchões. Ela se endireitou ao som dela entrando.

— Ah. É você.

— Sim, sou eu. Estava esperando quem? Thomas?

— Deus me livre. Estou fugindo do Thomas. Ele fica testando a minha paciência, você sabe. - Clementine fechou a abertura da barraca e começou a se trocar, vestindo um pijama de seda justo, com um roupão felpudo por cima. Layla aproveitou para pegar o conjunto de flanela que tinha na bolsa. – A novidade aqui é você rejeitando o Eddie. Você estava dando em cima dele até a semana passada.

— Mudei de ideia. Não quero mais o Ed.

Agir desse jeito não era do feitio de Layla. Não precisava ter negado nada a Eddie. O que aconteceu entre ela e Fred foi algo casual, sem amarras. Ela não costumava se apegar aos garotos com quem ficava. Talvez, parecia diferente, porque Fred tinha sido a primeira vez dela. Ou, quem sabe, tinha a ver com ele ser tão diferente dos meninos de Berwick-upon-Tweed.  De qualquer forma, Layla não conseguia parar de pensar nele. Afinal, se não ocupasse a sua cabeça com Fred Weasley, tudo o que sobrava para ela pensar era na mãe morta e nas memórias terríveis.

Clementine olhou para amiga, debochada. Balançava as pantufas rosas peludas no ar.

— A troco de quê?

— Como assim?

— Você não dá ponto sem nó, Layla. Tenho certeza que você está com algum esquema engatilhado. 

 Ela não estava gostando do rumo daquela conversa. Virou de costas para Clementine e passou a desenrolar os cobertores que estavam ali.

  - Não faço ideia do que você está falando, Mimi.

  - Claro que não. Qual é o nome dele?

Maldita Clementine! Layla parou de mexer nas cobertas. A primeira pessoa para quem ela deveria contar era Elsie. Mas era impossível esconder algo de Clementine.

  - Fred.

  O nome dele foi suficiente para ela se sentir envergonhada. A amiga pareceu surpresa e, em um pulo, fez as duas ficarem frente a frente, sentadas em um colchão. Eram exatamente duas garotinhas em um acampamento, conversando sobre meninos. Layla contou o que achou relevante, não compartilhando as partes que diziam respeito apenas a sua família.

   - Você é rápida.

   - Cala a boca.

  - Combina com você. Consigo te ver em uma aventura romântica com um estranho.

  - Foi bom.

 Isso era o máximo que ela poderia dizer sem se comprometer completamente em frente da amiga. Layla ainda tinha uma reputação.

  – Sabe o que é engraçado? - Clementine assumiu um ar travesso na voz. -  Esse é o segundo garoto de Hogwarts com quem você fica.

 Ela sabia do que a amiga estava falando. Era sobre a vez em que Acheflour tinha levado as duas em um encontro de negócios. A ocasião era informal e elegante. Elas passaram um final de semana na casa de campo de algum grande empresário. Layla e Clementine tinham apenas quinze anos e ficaram muito entediadas. Até elas encontrarem gente da idade delas. Poderia não ter sido a conquista da qual ela mais se orgulhava, porém Layla não era do tipo que cuspia no prato em que comeu.

— Nossa, isso faz tempo. É bem provável que eles se conheçam. – A ideia não a agradou muito. – Está certo. Obrigado por me fazer pensar nisso. Vamos dormir. Conhecendo sua mãe como conheço, ela vai te querer arrumada em casa, cedo.

 

 

 

Layla andava até em casa ao lado de Ravenna. Clementine, junto de Blake e Chris, já tinha apartado para casa. Os três moravam mais perto do mar e longe demais de onde eles estavam para andar. Elsie e Thomas viviam em Highfields, mais acima da casa dos Harrison. Brendon acompanhou eles e só depois iria para casa. Julian e Eddie não fizeram menção de ir para lugar algum, restando Layla e Ravenna. As duas moravam na mesma rua, uma via calma e arborizada com casas grandes. Jardins amplos e longos abriam espaço para construções baixas de tijolos. Layla se despediu da amiga e entrou pelo portão de ferro da sua casa. O caminho de pedra passava pelo jardim florido, chegando até a residência. Era uma casa de dois andares estilo tradicional e espaçosa. Não era como o casarão de tia Candy, porém era apropriado para os três. Olhando de fora, se destacava o grande jardim de inverno, maior e mais moderno do que o de Edimburgo, feito a pedido de seu pai.

Entrou em casa, abandonando a mochila na porta. Peter estava em uma poltrona na sala de estar, analisando alguns papéis. Na mesa ao lado, havia a pilha de correspondência.

— Oi, querida. Aproveitou o acampamento? - Ela assentiu, indo em direção da cozinha para procurar algo para comer. - Layla, chegou uma carta para você.

Ela deu meia volta. Foi correndo pegar a carta.

— Obrigada! - Layla subiu para o seu quarto sem dar maiores explicações.

6 de janeiro de 1996.

Querida Layla,

Estou enviando esta carta para testar se você me deu o endereço certo. Não sei qual seria o motivo para você dar informações erradas para um cavalheiro charmoso como eu, porém nunca se sabe quando as pessoas têm um lapso de julgamento.  

Voltei para Hogwarts dois dias atrás. Foi a primeira vez que vi a minha família desde o incidente com George. Não percebi o quanto sentia falta deles até vê-los todos na estação. Lee é ótimo e seus pais foram muito gentis comigo, mas você estava certa. Família é importante.  

Ainda não estou falando normalmente com George, contudo, não estou mais com raiva. Acho que ele está apaixonado pela Angelina, a minha ex. Isso coloca as coisas em perspectiva. Como posso ficar chateado se ele gosta dela, de verdade? Especialmente, visto que eu não sei se eu gostava dela desse jeito. 

Não faço ideia de qual é o motivo para eu estar te escrevendo tudo isso. Também não paro de pensar em você.

Como você está? As coisas estão melhores com o seu pai? Precisa que vá aí te animar? É só pedir com jeitinho que eu vou. Brincadeira. Eu vou de qualquer forma.

Com afeto,

Fred Weasley

O rosto de Layla se contorceu em uma expressão dramática. A garota examinou bem o papel, a tinta, as letras, como para garantir que era mesmo real. Queria absorver tudo que Fred tinha mandado. Ela segurou o pergaminho rente ao coração, de olhos fechados, não notando o irmão abrir a porta.

— Layla... Layla?

A sua primeira reação foi esconder a carta atrás do corpo. Sempre se gabava por ser uma ótima mentirosa e, agora, estava sem reação.

— O que foi, Brendon?

O garoto segurava a sua mochila nas mãos. Não deveria ter aguentado ver as suas coisas jogadas pela casa.

— O que é isso?

— Não é da sua conta. - Brendon era mais alto do que ela. Agarrou o papel sem dificuldade. – Larga, Brendon! Para de ser enxerido. Me devolve!

As mãos grandes do seu irmão pegavam na carta de qualquer jeito, amassando o que Fred tinha escrito com tanto carinho.

— Quem é Fred Weasley?

Layla empurrou ele com força no estômago. Conseguiu o derrubar e recuperar a carta.  

— Ninguém.

— Entendi. Esse é o motivo para você ter dado um fora no Eddie. Deveria saber que você não ia criar juízo da noite para o dia.

— Você é insuportável. Como a Elsie te aguenta?

— Eu sou uma ótima companhia.

Layla empurrou o irmão outra vez, desta vez para fora do seu quarto. Bateu a porta.

— Me esquece!

A garota se endireitou e voltou a se concentrar. Se posicionou na escrivaninha, pegando o seu conjunto elegante de penas. Escolheu a melhor tinta e começou a escrever.

6 de janeiro de 1996.

Caro Fred,

O meu julgamento é famoso. Não te digo porquê.

 Imagino que a sua família seja muito extraordinária, considerando que você é da maneira que é.  Você precisa pensar se vale a pena ficar brigado com eles. Acho que falar com George vai fazer você se sentir melhor. Se quiser, pode ficar com o meu irmão. Ele vai te fazer querer voltar correndo para George. 

Minhas aulas voltam amanhã. O lugar onde eu estudo é bem diferente de Hogwarts. Pelo menos, é o que eu imagino pelo o que eu já ouvi a respeito.

Já, comigo e com meu pai ainda está complicado. Não estamos brigando nem nado do tipo, apenas não falamos mais sobre o assunto. Estamos agindo como se nada tivesse acontecido. Sinceramente, acho que eu prefiro dessa maneira.

Independente disso, eu ia adorar te ver de novo. Também não parei de pensar em você.

Com carinho,

Layla Harrison  

Ela lacrou a carta, usando cera. Layla se deu trabalho de derreter uma vela para ter cera quente. Esse era um hábito que ela costumava ter na época em que começou a escrever cartas. Um ritual completo que tinha se tornado obsoleto e desnecessário anos atrás. Pegou uma flor mais seca que estava no vaso perto e colocou na cera quente antes de pressionar com um carimbo especial que tinha guardado. A vergonha de ter feito esse processo era pequena perto da satisfação em ver a carta pronta.

 Foi até o jardim, procurando pela coruja da família. Lourenço estava tranquilo em um poleiro, na parte de trás da casa. A coruja era experiente e tinha pelugem cinzenta. Não costumava ter muito trabalho.

— Aqui. Fred Weasley, Escola de Bruxaria de Hogwarts. Entregue direitinho.

A coruja pegou a carta e se lançou aos céus.

 

 

 

Na segunda-feira de manhã, Layla colocou o paletó e a camisa branca junto da saia azul com a meia calça azul-marinho, o tradicional uniforme de Saint August. Estava impecável. Amaldiçoou os sapatos pretos horríveis que era obrigada a usar.

Na Saint August, tudo parecia normal e, dessa maneira, seguiu. O colégio era rígido e demostrava o valor da cara mensalidade. Todas as aulas eram avançadas e a grade curricular incluía a maioria das matérias tidas como optativas em outros lugares. Layla precisava de certo esforço para manter as notas mínimas.  Como dividiam a maioria das aulas, foi fácil colocar as coisas em dia com Elsie. Nem tentou acompanhar Clementine ou o irmão, os dois com as suas rotinas escolares igualmente malucas. Eddie continuou a ignorando de forma consistente.

Seu universo envolto na escola, reuniões sociais e relações familiares complicadas seguia em ordem. A única mudança parecia ser as cartas de Fred, que viraram quase diárias. Por meio delas, Layla descobriu que Fred tinha seis irmãos, participava de um grupo secreto que praticava magia contra as artes das trevas e era muito engraçado. Ela continuava a esperar o momento em que se cansaria daquilo, o instante no qual se daria por satisfeita e parasse de responder as cartas. Layla era empolgada e se deixava levar fácil, logo perdendo o interesse. Isso não parecia sequer próximo de acontecer.

Ninguém voltou a comentar o assunto das memórias. Contudo, ela não esqueceu e, regularmente, se via pensando nisso. Em sua mente, reconstituía conversas e imagens que tinha da mãe. Layla revivia o passado, se sentindo uma criança de novo. Logo, começou a bloquear o que era mais doloroso.  

— Eu sei que você não quer ouvir isso, mas eu vou falar. – Começou Elsie entrando no quarto da amiga e indo em direção a cama quando Layla estava arrumando seu guarda roupa - O seu irmão é incrível.

— Acho que você se confundiu, Elsie. O único irmão que eu tenho é o Brendon.

— Hilário, Layla. – A loira ignorou a brincadeira -  Ele me convidou para ir com ele no baile Baddeby. Ele armou a maior situação, foi muito romântico.

—  Fico feliz que vocês estejam bem. Mesmo não sendo surpresa nenhuma, considerando que vocês foram juntos nos últimos três anos.

— Dessa vez, vai ser diferente.

— Com certeza. Ao invés de vocês ficarem se encarando com vergonha, vocês vão se beijar loucamente. - A loira deu um tapa estalado no braço da amiga – O que? É verdade. Eu amo vocês dois, apoio todo esse lance, reconheço que vocês são um casal bonitinho, mas é verdade.

O rosto de Elsie se abriu e elas pareciam perto de um acordo. A amiga ia falar alguma coisa, quando uma coruja invadiu o quarto. Layla dobrava uma de suas capas preferidas de marca, deixando a peça cair no chão para correr em direção do animal.

— Calma, Layla. A carta não vai fugir.

Layla não deu ouvidos e já foi abrindo o envelope. Sentou-se na cama, do lado de Elsie, e as duas leram a carta juntas.

11 de fevereiro de 1996.

Layla,

Gostaria de te convidar para vir para Hogsmeade, aquela vila próxima de Hogwarts, no próximo final de semana. Podemos tomar cerveja amanteigada ou um chá, se preferir. Ou podemos fazer qualquer outra coisa que quiser. Você que manda.

Esperando sua resposta,

Fred

 

— Você tem um encontro! – Exclamou Elsie animada – Merlim, olha a sua cara. Nem parece a mesma pessoa que me infernizou por ter uma queda no seu irmão.

Layla não tentou se justificar, não tinha como. Ela costumava ser como uma  malabarista, equilibrando garotos diferentes com apenas com suas duas mãos, e, aqui estava, marcando encontros com alguém parecido com o tipo que costumava esnobar.

— Nada a ver. Fica quieta e me deixa responder.

Elsie riu.

— Onde você vai?

Era sábado e Layla estava pronta para se encontrar com Fred. Ela usava um conjunto laranja com pequenas e sutis listras bordô, que tinha comprado para ocasião. A blusa curta era compensada pela saia de cintura alta que ia quase até o joelho, a barra terminando em um babado pequeno. A maior inspiração tinha sido o cabelo dele.

— Não te interessa.

Brendon, sentado no sofá maior, lançou um olhar para o pai, na poltrona. O adolescente arqueou uma sobrancelha como se fosse uma figura de autoridade pedindo apoio. Você viu como a sua filha falou comigo? Era o que Brendon parecia querer dizer com os seus olhos azuis miúdos.

— Onde você vai, Layla?

— Sair.

Layla tinha tentado evitar essa situação, entretanto a casa tinha um feitiço que não permitia apartação de dentro.  Deveria ter tirado os saltos e pulado pela janela.

— Você precisa de alguma coisa?

— Não.

— É perigoso?

— Não.

— Volte para casa antes de escurecer.

— Certo. Obrigada, pai. Vai se ferrar, Brendon.

Saiu e aparatou até o vilarejo desconhecido. O lugar de encontro era uma loja chamada Dedos de Mel. Layla ajeitou a sua roupa e olhou ao redor. O ambiente era bem charmoso. A maioria das pessoas pareciam colegiais. Ela tentou controlar a sua respiração. Ponderou se destoava entre aquela multidão e considerou quais poderiam ser os piores cenários daquele encontro.

Layla sorriu ao ver uma figura conhecida. Ela estava encostada em uma parede mais a frente da entrada da loja e pode ver ele passando. Ansiosa, seguiu por trás dele. Assim que o garoto parou perto da porta, ela colocou as mãos nos seus olhos. Os dedos com as unhas pintadas se acomodaram por cima das sardas do seu rosto. Tinha se esquecido de como ele era alto.

— Advinha quem é.

Não houve nenhuma resposta. Ela aproveitou para se colocar na frente de Fred e dar um beijo no canto da sua boca. Só que não era Fred. Layla ficou orgulhosa por perceber isso antes da interferência de uma garota enfurecida.

— George Weasley! O que é isso? – Ela falou entre cortado, atraído gente para envolta deles.

— Eu... não sei. – Ele foi fuzilado pelo olhar da garota – Angie, eu juro que eu nunca vi essa mulher em toda a minha vida.

Os dois se voltaram para ela, pedindo alguma explicação. Angelina parecia incrédula.

— Ele está certo. Eu não o conheço.

A namorada ia falar algo, porém George foi mais rápido.

— Então, por que você me agarrou no meio da rua?

Layla estava procurando uma rota de fuga. Era impensável tentar explicar o que tinha acontecido ali. Ia parecer que estava apenas procurando o Weasley mais perto para atracar. Não deu tempo de ela correr.

— Layla! – Chamou Fred, afastando as pessoas para passar – O que vocês dois estão fazendo aqui?

A postura de George e Angelina mudou. O tom acusatório se tornou brando, os dois pareciam até envergonhados. Claro, a vergonha deles nem se comparava a dela.

— Você conhece essa garota, Fred? – Perguntou George.

Fred ignorou o irmão, se voltando para ela. As mãos grandes envolveram as suas.

— O que aconteceu, Layla?

Ela fixou o olhar no chão de pedras, mordendo o lábio.

— Eu achei que ele era você.

Fred riu uma gargalhada inteira. Ele levantou o queixo dela e sorriu. Não foi da forma como você deve sorrir para a maluca que tentou beijar o seu irmão. O rosto de Fred se iluminava, sem se importar se Layla tinha sido adequada ou não. Pelo que conhecia dele, talvez até preferisse que ela não fosse. Os dois se esqueceram do outro casal envolvido.

Ali estava o que ela não tinha conseguido explicar para as suas amigas na sua cidade natal.  Fred olhava e via alguém melhor do que ela era. Não tinha artimanhas. Não era um jogo. Era puro afeto.


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Notas finais do capítulo

Toda vez que escrevo sobre a Clementine eu tenho que me segurar. Eu a adoro!
Estou me sentindo bem tiazona voltando a postar. Tenham paciência!
Fiquem seguros



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