A Vingança de um Herói escrita por Pedro Haas


Capítulo 7
06.Thomas


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pouco, um pouquinho! Mas cá estamos com a reta final da VINGANÇA!



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A cidade era completamente diferente de tudo que Lucas e Amanda sonharam. A cidade grande, grande metrópole brasileira. São Paulo. Carros, motos, ônibus e caminhões dividindo espaço na grande marginal Tietê, mesmo sendo 4 da manhã, parecia que a cidade não parava. Gente indo e voltando e correndo e andando devagar, tudo ao mesmo tempo, em todo lugar, por todo lado. Os dois adolescentes pararam para admirar o que lhes aguardavam, uma selva de concreto bastante fria no pico do inverno de Agosto de 2010.

Octávio entrou por uma infinidade de ruas, indo sem pressa por todo o centro da cidade, passando por lugares bastante iluminados até lugares sem tanta iluminação. Antes de Lucas entender por onde estavam passando, voltaram para a marginal, agora com outro nome: "Pinheiros".

— Onde mesmo você quer que eu te deixe? – Octávio perguntou, como um motorista particular falaria.

— Morumbi... – Lucas disse receoso de que não fosse essa a palavra – Era isso que aquele correspondente tinha escrito.

— Sim, era! – Amanda confirmou com convicção – Eu nunca vou esquecer disso.

— Bem, estamos quase lá.

Lucas suspirou alto.

— Nunca estive em São Paulo, aqui é tão frio...

— Aparentemente, a partir desse ponto do país todo lugar fica mais frio – disse Octávio, enquanto virava por outras ruas, saindo da marginal – Deve ser por conta do Rio de Janeiro, lá é muito quente, roubou todo o calor dos outros estados.

Lucas riu, Amanda também já parecia mais descontraída. As coisas estavam mais próximas do que nunca de acabar, todo o pesadelo das últimas horas finalmente cessando, era como se Lucas tivesse acordado de um longo sono. Iriam para o Lar, os ajudariam como pudessem, até conseguirem independência. Arrumariam uma pequena casa, iriam para a igreja, viveriam como um casal adolescente independente até que as coisas esfriassem e eles pudessem voltar. Ou não voltar, viver sozinhos aqui, até se casar e ter filhos.

Lucas começou a pensar em tantas possibilidades, tantos desdobramentos. Olhou para Amanda e os olhos dela brilhavam. Ele a abraçou subitamente e os dois riram, há tempos não tinham um momento tão especial assim.

Octávio parou o carro no meio de uma avenida que estava completamente vazia.

— Olha, vocês dois – ele olhou para trás, direto para Lucas – Principalmente você, cabeção. Nada de usar poderes. Nada mesmo, nem por acidente.

Lucas concordou com a cabeça.

— Se eu tiver que ver vocês de novo, saiba que a situação não vai ser boa.

Um carro apareceu no fim da rua, aproximando-se lentamente.

— Por favor, se cuidem. – a porta da SUV se abriu para que eles saíssem – Lucas, toma – Octávio lhe dera um envelope – Deve ter uns 10 mil aí dentro, se cuida, viu?

O garoto pegou o envelope um pouco confuso e saiu do carro, não negou o dinheiro, mas estranhou tal quantia nas mãos de Octávio daquela forma. Eles estavam finalmente no lugar certo, a vida nova dele finalmente iria começar. Amanda saiu do carro também, segurando na mão de Lucas, eles estavam radiantes. Octávio ligou novamente o carro e avançou um pouco, Lucas apenas abraçou Amanda esperando que o SUV seguisse seu caminho.

Octávio deu meia volta até poder encará-los nos olhos de dentro do carro de novo. Seu olhar agora era outro, totalmente diferente, de um jeito que Lucas nunca vira antes

— Me perdoe, garoto Thomas.

— Como é... – Lucas se afastou um pouco de Amanda e se apoiou na porta do motorista, ele não tinha ouvido direito a frase dele.

Nenhum dos dois estavam esperando isso, mesmo que Amanda tivesse visto isso nos olhos de Octávio anteriormente. A traição. Zip, um barulho seco de perfuração, Lucas caindo e convulsionando, tudo ao mesmo tempo. Estava levando choques contínuos. Octávio com uma arma levantada. Ela seria a próxima.

O lobo branco uivou e pulou da SUV, correndo para longe da vista da garota, que ainda não tinha processado tudo o que acontecera. Octávio olhou em seus olhos e Amanda foi tentar acudir o garoto.

— Lucas! – ela chorava, catatônica, vendo o garoto babando e convulsionando.

Com seus poderes, ela captava a confusão extrema que se passava na mente do garoto, o que a deixava ainda mais desesperada.

Outro uivo, e agora rosnados. O corpo de Lucas ficou mole e parou, como se tivesse morrido, mas estava apenas inconsciente. Um tiro, agora de uma arma de verdade, Amanda olhou para a direção do lobo branco, uivando e rosnando, latindo para algo na frente dele.

— Octávio! Seu traidor de merda – uma voz masculina bradou ao fundo – Seu filho da puta – um tiro ricocheteou e quebrou a janela do carro de Octávio, a bala zunindo próxima de Amanda.

A garota tentou espiar de novo, o lobo branco rosnando para algo em sua frente, latindo furiosamente. O outro carro, que vinha na rua anteriormente, com uma porta aberta um homem apontando uma pistola com silenciador para frente. Era o Louco!

Octávio saiu rapidamente do carro, deixando Amanda puxar o corpo do garoto para trás, tentando levar Lucas consigo. O desespero voltou com tudo, enquanto o lobo branco rosnava e Octávio e o Louco gritavam e atiravam um no outro. Ela começou a chorar.

O carro do Louco balançou e algo começou a correr pela rua, ninguém via, mas Amanda sabia o que era. Um lobo gigante e totalmente negro fora revelado pela luz do poste, e ele estava correndo pra cima dela enquanto os dois homens atiravam um no outro.

Era o fim.

— Não... Amanda... – Lucas gaguejou, e quando o lobo pulou ferozmente para atingí-la, eles já não estavam mais lá para serem atingidos.

De dez metros atrás, Amanda assistiu um rinoceronte atingir o lobo negro.

— Mas o que...

***

Lucas não quis dizer muito sobre a memória, então a garota respeitou, mesmo que lá no fundo ela ainda a sentisse. A partir daquele dia as coisas começaram a ficar estranhas, mas não de um jeito ruim, ambos nunca haviam passado por isso. Os adolescentes eram namorados de primeira viagem, e não só isso, também eram o casal mais queridinho da igreja e, basicamente, da cidade. Muita pressão para Lucas e Amanda. Não que isso os atrapalhasse de verdade.

Seus encontros particulares eram românticos, e eles se encontravam bastante. Lucas ficara envergonhado em visitar a casa da garota com a mesma frequência, mesmo que não houvesse problema de verdade, então apenas se encontravam para caminhar juntos e conversar. O garoto amava o perfume dela, a maciez de sua pele, e sempre que a tocava concentrava seu poder para que ela se sentisse tão bem quanto ele. A conexão — a química — entre os dois se tornou natural, ambos se conheciam bastante, mesmo que uma história já fosse de conhecimento do outro, ela não deixava de se tornar motivos de sorriso.

Para todos, eles eram um casal perfeito. Particularmente, Lucas concordava com essa ideia.

Porém, tudo que é bom dura pouco.

Estavam na praça da cidade, que cobria várias quadras de distância e, à noite, era muito bem iluminada e as pessoas se reuniam para se divertir ou para fazer eventos. Os dois estavam deitados na grama, encarando a Lua e jogando conversa fora. Parecia um sonho que nenhum dos dois queria acordar, se fosse noite de Super Lua seria ainda mais perfeito. Lucas segurou na mão dela.

— Obrigado, Amanda.

— Por que isso tão de repente? – ela olhou para ele, enquanto brincava com seus dedos.

— Você sabe porque.

— Não sei mesmo, bobão. 

— Bem, nunca agradeci por... Por várias coisas – ele suspirou – Por você nunca ter desistido de mim, quando eu era um idiota sarcástico. Sei lá.

— Besta, eu entendo você, não precisa agradecer por nada disso.

— E também – ele se sentou e abraçou os joelhos – Eu deveria agradecer a Deus por ter me proporcionado tudo isso, uma nova vida, uma nova chance.

Amanda ficou em silêncio, apenas o observando.

— Você com certeza já sabe... Meu nome verdadeiro não é Lucas – a garota confirmou com a cabeça – Meu nome é Thomas, Thomas Russell. Meu pai era o diretor Edward Russell, da unidade maranhense do Hospital. Eu seria um diretor como ele um dia, provavelmente.

Amanda se sentou também e envolveu o garoto em seus braços, ainda em silêncio.

— Lucas era meu melhor amigo, o cara mais corajoso que eu conheci, ele também podia se teleportar, sabe? Por pequenas distâncias, mas podia. – ele olhou para cima, pro céu – Ele sempre quis fugir, e eu sempre o convenci a ficar, se ele fugisse meu melhor amigo passaria pelo tapete vermelho — era como nós chamávamos quando alguém era expulso. Fulano passou pelo tapete vermelho.

Lucas tossiu, e agora percebeu que as lágrimas estavam lutando para sair, mas não havia mais volta, ele nunca havia dito isso e agora precisava dizer. Agora era a hora.

— Aquele desgraçado... Acabou fugindo – a voz dele ficou um pouco mais pesada – Nós sabíamos que dessa vez foi diferente, muitos outros já fugiram, mas nunca tiveram tanta comoção quanto nesse caso. Todos os agentes, absolutamente todos, foram mobilizados, e as atividades foram cessadas. Eu dormi preocupado por duas semanas, era a primeira vez que eu não queria que o fugitivo fosse pego. Eu estava com um péssimo pressentimento.

Amanda beijou o pescoço dele de leve.

— Mas ele foi pego... Eu corri pra vê-lo, mas o levaram e meu pai não quis dizer pra onde – Lucas sentiu uma lágrima escorrendo – Eu o segui, escondido, e descobri onde o Lucas estava. Me arrependi na hora. Eu nunca tinha ido lá, era longe do campus do Hospital, vi meu pai entrando em um pequeno edifício e o segui... Lá dentro...

A voz dele falhou um momento. Ele olhou para o rosto acolhedor de sua namorada e não pensou em outra coisa a não ser abraçá-la.

— Não precisa dizer se não quiser, bobo. – Amanda tentou o acalmar. Ele realmente não precisava dizer, Amanda agora conseguia ver tudo sobre ele com uma clareza incrível, como se ela mesma estivesse lá, vivenciando o momento.

Foi horrível.

***

Thomas se aproximou lentamente do edifício, pequeno e esquecido, nos confins do campus do Hospital; se quisesse um lugar para ter privacidade, o garoto não conseguira pensar em outro melhor que aquele.

Ninguém ouviria os gritos. Esse pensamento afundou no estômago dele, o deixando enjoado.

Mas, ao se aproximar, ele de fato ouviu um grito. Apertou o passo e entrou sem pensar em ser visto ou não, passando por corredores mal iluminados, sendo acompanhado por um murmúrio, gemidos de dor, que apenas aumentavam a ansiedade do garoto. Estranhamente, não havia ninguém nos corredores, ele não ouvia a voz de ninguém além dos gemidos de Lucas, e nada além de sua própria respiração ofegante, como se apenas os dois estivessem ali.

Thomas passou por corredores de aparência abandonada, mofados e manchados com a chuva e o descuido. Ninguém realmente ia muito alí, ou não estavam nem um pouco interessados em limpeza.

Ele seguiu a voz de Lucas e o encontrou sentado em uma cadeira de ferro, que estava acoplada na parede, presa com ligas de aço. O menino estava amarrado, vestido apenas com uma bermuda de corredor, muito suado, muito sujo. Thomas correu para ajudá-lo, a sala que ele estava era como uma sala de aula, grande, mas sem nenhuma cadeira, apenas a dele. Lucas mal percebeu a presença de seu amigo, apenas gemia baixo.

— Lucas! – Thomas se aproximou lentamente – Ah meu Deus...

Lucas olhou para ele, mas não o viu. Era como se ele olhasse para alguém atrás de Thomas, que virou instintivamente, mas não havia ninguém.

— Sou eu, Thomas! Lucas, fala comigo... – O garoto estava com os olhos lacrimejando, era como se ele tivesse virado uma criança novamente. Lucas era seu melhor amigo, o que o ajudava incondicionalmente, Thomas o admirava por suas atitudes, pela pessoa que ele era.

Lucas era como um irmão mais velho, e agora lá estava ele, amarrado e sofrendo, com marcas físicas de violência e sabe-se lá quantos machucados mentais. Quais torturas os telepatas o proporcionaram? E se eles estivessem o torturando nesse exato momento?

Thomas encostou a mão no cabelo do garoto, que finalmente reagiu.

Lucas gritou a plenos pulmões, parecendo até abalar as estruturas do edifício, fazendo Thomas recuar alguns passos e cair sentado no chão.

— Thomas! – Lucas falou, quase sem voz, como se tivesse passado um dia inteiro gritando – Thomas...

Ele o encarou, finalmente o enxergando.

— Thomas – ele sussurrou novamente, e caiu na gargalhada – Eu estava certo, afinal.

Thomas se levantou do chão de jeito atrapalhado. Lá estava o porquê de toda a admiração, a razão dele gostar tanto de Lucas.

A habilidade de rir mesmo quando se perdeu a esperança. Claro que, nesse caso, a esperança perdida era a da vida como ele conhecia. Mesmo assim, lá estava ele rindo. Isso quase fez o garoto chorar, quase.

— Do que você tá falando, imbecil? – perguntou Thomas sarcasticamente – Você tava certo sobre o quê?

— Ora, meu amigo, eles estão lá fora! Os amigos, os mocinhos – ele disse – O Lar Arsalein.

Uma onda de choque percorreu a espinha de Thomas, O Lar Arsalein era uma lenda, alguma coisa inventada para perturbar a paz forçada no Hospital. Um lugar onde todos os mutantes usariam seus poderes livremente e aprenderia como viver em sociedade apesar de suas habilidades. Era como a antítese do Hospital, uma história criada há alguns anos por rebeldes afim de desestabilizar os estudantes. A promessa de uma vida melhor.

O pai de Thomas garantiu a ele que isso era idiotice, que os mutantes foram quase todos criados no Hospital, não havia espaço para algo assim existir. Não na mente de Thomas.

— Eu chegaria lá, Thomas, eles me levariam pra lá e a vida seria diferente, mas... – ele olha em volta, da outra risada – Cá estou eu, desculpe não ter conseguido te levar, caro amigo.

— Seu idiota...

— Você precisa fugir, Thomas, todo mundo precisa sair daqui, entende?

— Por quê? Olha, eu sempre respeitei você ao máximo, mas somos felizes aqui, Lucas – Thomas disse com convicção – Que garantia a gente tem que esse tal Lar não-sei-o-que não quer explorar nossos poderes de jeito egoísta?

— Não é exatamente isso que o Hospital faz, Thomas? – o garoto tossiu, estava mais sério do que nunca naquele momento – Eles nos exploram, nos fazem trabalhar para eles e se não aceitamos, nós morremos!

Thomas fechou os punhos, mesmo que fizesse certo sentido, não queria aceitar.

— Eu vou morrer, assim que eles souberem o que querem...

— Você será exilado, como os outros que passaram no tapete vermelho.

— EU SEREI MORTO! – Lucas gritou, sua voz estava fraca, mas o grito abalou a postura de Thomas. Ele nunca havia visto Lucas daquela forma, era horrível ver. – Todos os outros, Thomas... Todos, até mesmo os que não passam nas provas semanais, todos eles estão mortos.

Thomas balançou a cabeça, tentando negar aquilo, tentando argumentar contra aquilo, mas não havia como. Lucas estava ali em sua frente, e mesmo que fosse um prisioneiro com informações, ele estava sendo torturado claramente. Ele não era ingênuo, sabia que o Hospital era militar e que com certeza realizava coisas como essa com frequência. Ele nunca duvidou disso, mas... Ver isso tão de perto... Com um amigo...

— Você sempre fechou os olhos pra todas as injustiças, toda essa violência contra nós – Lucas olhou nos olhos dele, bem no fundo, Thomas resistiu a vontade de desviar o olhar – Você tá protegido, mas os outros... – ele cuspiu – Vão todos morrer por causa disso.

Thomas engoliu seco e prendeu o fôlego, iria responder, mas não conseguiu. Lucas fechou os olhos e gritou, se debatendo como se tivesse sendo agredido por múltiplas direções.

— Thomas... – não era a voz de Lucas, ela veio de trás – Você veio...

O garoto se virou, era seu pai.

— Pai... – Lucas deu outro grito, uma voz gutural quase selvagem, Thomas não podia imaginar o que o amigo estava passando – Faça isso parar, por favor.

O homem apenas negou.

— Eu não... Não posso, me perdoe.

— Você é a porra do diretor! – Thomas rebateu com um ódio que nunca sentira antes – Faz isso parar, agora!

— Eu entendo você... Mas por favor, me entenda também... – a voz do homem estava tão passiva, complacente, isso apenas aumentou o ódio de Thomas –  Há algo que você pode fazer, meu filho.

Thomas olhou para ele com um ódio incrível, que bombardeava seu peito e o fazia ofegar. Já estava ajoelhado na cadeira, tentando livrar Lucas.

— Use seus poderes, Thomas!

— Use seus poderes, Thomas!

— Use...

***

Lucas se afastou de Amanda, de seus braços, rever aquela cena era demais para ele, mesmo estando ali, com sua namorada, um ano depois de tudo aquilo.

— Eu deveria ter usado... Se tivesse usado meus poderes, talvez ele não teria sofrido tanto... Talvez... – Amanda ficou de frente para ele, segurando seu rosto o calando.

— Você fez o que podia, tá? – ela o fitou intensamente nos olhos – Se fosse por você, sei que isso nunca teria acontecido. Você não podia mudar nada, não se culpe por isso...

Lucas desviou o olhar.

— Por eu não ter usado meus poderes, Lucas morreu ali sofrendo toda aquela dor, entende?

Ela ficou em silêncio.

— Se eu tivesse tido mais coragem... – ele olhou para o céu – Queria ter conhecido A Palavra naquela época... Ironicamente, uma semana depois que ele morreu, eu comecei a apresentar seus poderes de teleporte. Tudo aconteceu muito rápido, no outro dia, meu pai preparou o plano de fuga, e no próximo, eu fugi.

Amanda tornou a sentar-se do lado dele.

— Meu pai morreu na minha frente... Ele traiu todos os seus superiores para que eu conseguisse fugir e acabou morto por isso... Sempre soube que ele não permitiria aquilo se pudesse... Então eu jurei que iria destruir todo aquele sistema, jurei que iria matar cada mandante do Hospital, e para isso eu precisava achar o Lar. – ele olhou para Amanda – A partir desse dia meu nome se tornou Lucas. Uma homenagem. Thomas era o garoto ingênuo que gostava da vida fácil que tinha no Hospital, Lucas é o guerreiro da justiça.

— Você é mais Thomas do que Lucas, mesmo que esse não seja seu objetivo – Amanda deu um leve beijo nele – Eu amo você, tentando ou não ser corajoso como seu amigo. Thomas ou Lucas, sempre amarei você.

O garoto sorriu, retribuindo o beijo dela. Se sentia tão leve, como se tivesse acabado de tirar toneladas de suas costas. Era como se tivesse sido perdoado, como se Deus tivesse aberto seus braços a ele e ele pôde ter a paz que nunca teve.

Mesmo que a memória ainda estivesse viva em sua mente, não tinha mais a mesma intensidade.

— Lucas – disse Amanda, entre os beijos e carinhos – Eu não contei isso antes, mas acho que consigo te ajudar ainda mais com isso.

O garoto apenas a olhou, confuso.

— Se você pedir, se me permitir, acho que posso... Fazer você esquecer disso, esquecer-se dessa memória, de toda essa tragédia – os olhos dela brilhavam.

Lucas segurou a mão dela, entrelaçando os dedos.

— Se você tivesse me pedido isso uma semana atrás, eu não teria dúvidas, iria querer com certeza. Agora, eu me sinto melhor com tudo isso – ele deu uma risadinha – Suas intenções são boas mas...

O celular da garota tocou, interrompendo os dois, era um número desconhecido. Foi quase cômico.

— Alô – atendeu Amanda, esperando que fosse seu pai, já era quase 8 horas da noite, mesmo que fosse cedo, ela não costumava ficar fora do radar por tanto tempo – Pai?

— Não mesmo, garota – Era uma voz envelhecida, fraca e rouca, mas que inspirava autoridade.

Era Oséias, que arfava como se tivesse corrido uma maratona.


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Notas finais do capítulo

Oq estão achando??? QUERIA DIZER QUE​ TO MUITO FELIZ Q MINHS FIC TENHA RECEBIDO NOTA MAXIMA NA CRITICA DA BATATA E MEUUUU



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