Forbidden Game escrita por Periwinkle


Capítulo 10
"Acho melhor separarmos"




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Kami ® POV

A pergunta do Mylon ficou ecoando na minha cabeça o tempo todo, não sabia o que responder, esperava que Tay tivesse pensando em alguma desculpa nesse meio tempo da cama até o chão. Mas ele parecia mais perdido do que eu. Mylon continuou a repetir aquela pergunta, aquele maldito não dava um tempo. Tay se levantou passando sua mão no pescoço, aparentemente havia caído de mau jeito. O garoto jogou o edredom na cara do Mylon. Ele estava furioso, por ter sido acordado com susto.

— Vai se fuder Mylon, acha que eu estava fazendo o que na cama do Kami, comendo ele que não era. — Tay pegou de novo o edredom depois de jogar na cara do Mylon e colocou em meus pés. — Estávamos vendo filme no celular dele, mas acabamos pegando no sono. — completou o menino

— Eu não acredito muito nisso não, vocês sabem que isso foi bem estranho, não sabem? — O menino ajeitou os óculos no rosto e sorriu de lado.

— Não tem nada de estranho nisso, até você já dormiu no mesmo sofá que eu. — Tentei colocar Mylon praticamente na mesma situação qual ele pegou eu e o Tay.

— Ta zoando né? Tá querendo comparar cama com sofá? Estavam até de conchinha. E quando eu dormi com você, estava no seu pé. — Mylon deu de ombro e pegou uma blusa de frio na cama dele.

Talvez meu exemplo tenha sido idiota, mais foi à primeira coisa que veio a minha cabeça. E aparentemente ele não caiu e muito menos acreditou na desculpa do Tay.

— Quer saber a verdade? — Ele deu uma pausa longa e ficou encarando Mylon. — Dormi mesmo com o Kami e estamos mesmo ficando juntos, namorando ficando, seja lá o que você quiser chamar isso. Agora não perturba mais, era isso que queria escutar? — O menino bateu de ombro com o Mylon e foi para o banheiro deixando aquele clima estranho entre nós dois.

Mylon ficou olhando para mim com uma cara de espantado assim como eu fiquei. Não tive como conter um sorriso que saiu dos meus lábios. Ele admitiu em alto e bom som, assim do nada, sem precisar que eu fizesse pressão ou algo do tipo. Mylon chegou até mim e com o dedão apontado para o banheiro.

—I-is-isso é serio? — gaguejou o menino que ainda estava abobado com o que acabou de escutar.

— Kami!! Pega papel higiênico para mim. — Gritou Tay do banheiro.

— Eu acho que é serio. — Baixei a cabeça e sorri mais uma vez.

— Que demora. Deixa que eu mesmo pego. — Disse Tay abrindo a porta do banheiro enrolado em uma toalha, foi até o guarda roupas e abriu a porta direita onde ficavam os pacotes de papel higiênico. O menino estava sem camisa só de toalha branca. — Qual problema Mylon? Quer que eu fale mais o que? Já deu esse papo, segue seu rumo... — Tay segurando o objeto com dois dedos fez um sinal de circulo para o Mylon, o mandando ir andando.

O menino não satisfeito com o que Tay havia falado, corre para a porta do banheiro e a fecha ficando na frente interditando a entrada dele. — Antes eu quero saber se isso é verdade ou você está só zoando! — Mylon dava um sorriso de lado, pois sabia que aquela pressão que estava fazendo iria acabar acarretando a verdade.

— É a verdade, agora saia da frente.  — Mylon balançou a cabeça um pouco e saiu da porta. — Mas antes... Não saia espalhando, o único curioso que sabe também é o Loop. Cedo ou mais tarde você iria acabar sabendo mesmo. Já que dorme no mesmo quarto que nós. — O garoto entrou de novo no banheiro

Era surpreendente a maneira tão direta que ele falou, e tão sem nenhum tipo de vergonha ou constrangimento. Mudou da água para o vinho? Duvido muito! Expliquei tudo para o Mylon, aparentemente ele foi ficando mais a vontade com essa “bomba” que soltamos na mão dele. Loop e Mylon durante o restante daquela semana inteira começaram a ficar muito próximos um do outro, e toda vez que eu e o Tay falávamos alguma coisa os dois garotos olhavam um para a cara do outro com olhar malicioso e riam. Eu tinha vontade de mata-los em certos momentos. Às vezes ficava evidente demais que tinha alguma coisa no ar, mas que eles não queriam conta e o principal que tinha a ver com nós.

Ficava tão na cara que Thúlio, MiT e até o Rakin chegaram a nós pergunta se estávamos escondendo algo deles, se era algo grave ou coisa do tipo. Malditos, me arrependi de ter contado? Não, porque na verdade não contei nada, quem fez isso foi o Tay e o outro caso o Loop não teve uma opção a não ser falar a verdade. Mas são esses pequenos deslizes que me faz repensar muito sobre como deveria ser nossa relação dentro de casa.

Finalmente o dia da viagem chegou, já havia deixo minha mala arrumada, estava ansioso, assim como restante dos meninos. Mas creio que eu e o Tay estávamos bem mais do que os outros.  Seria o primeiro namorado que eu apresentaria para minha mãe. Ela sabia apenas que eu estava namorando das outras vezes, mas ela nunca chegou a conhecer pessoalmente. E isso me veio alguns questionamentos, será que Tay iria me apresentar aos pais dele como namorado?

— Eu estou ansioso demais! — Falei empolgado enquanto entrava no quarto pulando.

— Estou vendo, isso tudo é saudade de sua mãe? — Disse Mylon enquanto colocava o mangá que lia sobre seu peitoral.

— Sim, quero muito vê-la. — Fui até o lado da minha cama e peguei minha mala. Olhei para Tay que estava terminando de arrumar as coisas dele. — Precisa de ajuda ai. A-MOR-ZI-NHO! — Falei soletrando para provocar o Mylon, já que o garoto não gostava que ficássemos de melação na frente dele.

— Quanta viadagem! — Disse o menino revirando seus olhos e colocando novamente o mangá em seu rosto.

— Não precisa, já terminei. — Rimos. Tay logo fechava a mala e saia junto a mim do quarto.

Thúlio veio de encontro conosco na porta da sala, ele parecia bem animado. Bom, Thúlio sempre foi um dos mais animados da casa, ele é o que eu mais tenho contato desde o inicio. Em certos momentos eu não saberia o que fazer sem ele, mas ultimamente me afastei um pouco, não por que eu quis ou estivesse deitando ele de lado por causa do “namoro”, simplesmente nossos horários não estão mais batendo como antes. Agora que ele está focado em perder peso, passa mais tempo na academia do que em casa. #projetomaromba. Eu apenas dou forças para ele, sei que não é fácil isso. Eu que faço um pouco de academia, faço não acompanho para ser mais exato. Pois faço um pouco e já quero ir embora, principalmente quando não tem muito movimento de... Pessoas interessantes.

— Uber já está esperando. — O garoto veio todo empolgado pegando a mala das minhas mãos e levando para o carro.

Thúlio se sentou na frente e tanto eu, como Tay e Rakin sentamos atrás. Porém Rakin estava no meio, quando olhei para o Tay do outro lado e o Rakin percebeu a olhada, ele revirou os olhos.

— A não! Vão fazer me levantar só para sentar um do lado do outro, sendo que o aeroporto não fica nem 40 minutos daqui? É serio? — Queixou-se Rakin se levantando para que Tay passasse por debaixo dele.

— Obrigado — Disse Tay sorrindo enquanto passava por de baixo dele e dando uma apertada na bunda do mesmo.

— Heeey! Isso daí é privado. — Disse Rakin ralhando enquanto todos no carro, inclusive o motorista ria.

Quando estávamos chegando eu peguei meu passaporte para verificar qual eram as posições das poltronas.

— Estou na F21— Guardei novamente aqueles papeis.

— Estou na E21 também, vou sentar do seu ladinho. Que delicia! —  Falou Rakin dando um sorriso.

— Eu na C15 — Disse Thúlio virando para trás

— Eu estou na A5 — Falou Tay me olhando com um olhar entristecido.

Não iria ficar junto a ele durante a viagem, nós dois por instinto olhamos para o Rakin. O garoto que estava nos olhando com um sorriso de lado virou o rosto para a janela bufando quando percebeu a nossa intenção.

— Não adianta, não vou trocar de lugar nem fudendo. Vocês estão de sacanagem, daria mo trabalhão para fazer essa troca. E não temos tempo, podem muito bem ficar um pouco um longe do outro. — Assim que ele terminou de falar, o motorista estacionou o carro.

— Você é chato em Rakin, e olha que você para mim era o melhor mid br, mas agora caiu no meu conceito. — Olhei no mesmo momento para o Tay e arqueei minha sobrancelha. Ele fingiu que nem viu, mas logo olhou para mim rindo e me abraçou disfarçadamente.

— Se nem meu na... Colega de quarto pensa que sou o melhor mid, quem pensara isso. Está feia minha situação. — Falei brincando

Pegamos o avião, eu e Rakin passamos a maior parte do tempo dormindo, a outra conversando e comendo. Vire e mexe eu dava uma levantada para ir até o Tay, dizendo que eu ia ao banheiro. Mas estava evidente que eu não ia, já que o banheiro ficava atrás de nós e não na frente. Não me lembrava do quão rápido era para chegar lá, ou talvez eu tenha passado tanto tempo descansando que nem notei as horas.

Descemos do avião, estava bastante frio e eu por sinal estava sem blusa, todos os meninos estavam bem agasalhados. Eu tinha avisado a eles que provavelmente estaria frio, e eles me escutaram, mas aparentemente me esqueci do que eu havia falado. Quando chegamos ao desembarque, lá estava minha mãe e minha prima que eu não a via há anos. Tinha até esquecido da existência dela, já que minha mãe não era próxima da irmã dela.

Elas abanavam a mão de longe, como se não estivéssemos vendo elas ali. — Olha ali sua mãe Kami— Falou Thúlio apontando com uma mão enquanto a outra ele arrastava a mala dele.

— Estou vendo. — Apressei meus passos para chegar até ela.

Quando cheguei próximo suficiente, larguei minha mala e a abracei forte e a enchi de beijos, assim como ela fez comigo. O restante dos meninos cumprimentou minha prima, principalmente o Rakin. Pude olhar por relances o quão ela estava se engraçando. Depois de matar um pouco da saudade de minha mãe, os meninos a cumprimentou.

—Vamos para minha casa agora meninos. — Falou minha mãe pegando minha mala.

— Magina dona Sandra, vamos te incomodar, vamos para o Hotel mesmo. Você e o Kami têm muitos assuntos para tratar.  — Falou Thúlio da maneira mais gentil que podia.

— Que nada, para de frescura. Vamos para casa sim, vou fazer minha incrível lasanha para vocês experimentar. — Minha mãe puxava meu braço para frente.

— Vamos comer algo no hotel mesmo, em alguma lanchonete ou em um restaurante próximo. — Disse Tay

— Comem besteira o ano inteiro, quando é para comer algo que é saudável ficam de frescura. E não aceito um ‘não’ como resposta. E vocês vão comigo no carro. — Ela aponta para frente, mandando os meninos irem enquanto ela andava atrás.

— Mas nem vai caber todo mundo dentro do carro. — Lembrou Rakin que nos seguia.

— Vai um no colo do outro, não tem problema.  Se for para pagar multa que pague. Só não quero perder um minuto desse momento. —

Saímos do local e fomos até o carro que estava próximo. Minha prima foi na frente junto de minha mãe. Ficamos um olhando para a cara do outro, esperando para ver quem iria sentar um no colo do outro.

— Kami vai no colo do Tay — Falou Rakin com um sorriso irônico.

— Nem fudendo. — Retrucou Tay. Aquilo poderia ser arriscado demais...

— Não tem como o Thúlio ir no colo de alguém, e eu não vou e muito menos quero que alguém venha no meu. — Rakin entrou primeiro, e com a mão direita colocou o dedão para cima sobre sua coxa.

— Isso é um convite para o Kami sentar né? Não uma forma de impedir que ele sente — Zombou minha prima olhando para o Rakin que ria junto com ela.

— Dois babacas vocês. — Sentei ao lado do menino, Tay por fim sentou em meu colo e em seguida Thúlio entrou.

Essa foi a melhor forma que encontramos de ir todo mundo junto sem eventuais problemas durante o percurso. No meio do caminho minha mãe acabou por fim de convencer os meninos a dormirem em casa em colchões. Eles realmente trocariam uma cama no hotel por uns colchonetes na sala. Só minha mãe para conseguir fazer isso.

Ao chegar em casa me bateu uma tremenda nostalgia, aquela sensação era maravilhosa, nada mudou. Apenas a casa do vizinho que estava de cor diferente. Conforme fui entrando em casa, fui me lembrando das coisas que eu fazia. Pode não parecer, mas eu fazia algumas artes, como toda criança.

Após comer a comida, voltei para o carro para tirar as malas enquanto Rakin ligava para o hotel para avisar que não iriamos. Mesmo estando pago, isso poderia dar algum problema? Poderia mas nem pensamos nisso naquele momento. Tomamos sorvete logo depois e fomos ver filmes qual minha mãe escolheu na netflix.

Foi um filme até que legal por assim dizer, ela não tem um gosto para filmes muito bom. Mas aparentemente ela tentou me agradar dessa vez pegando alguma coisa com heróis. Eu não prestei muita atenção, já que Tay estava dividindo uma coberta comigo e acabamos passamos o tempo todo com as mãos bobas. Já os outros dois meninos chegaram até pegar no sono. Assim começou a passar os créditos finais, minha mãe ligou a luz e desligou a televisão.

— Bom meninos, vou arrumar aqui o chão para vocês dormirem, a Chris vai dormi no quarto do Kami. — Ela foi até o quarto dela.

— O que você tanto olha em Chris? Apaga esse fogo garota pervertida. — Falei indo até ela e dando um tapa no ombro da garota que estava mordiscando seu lábio inferior enquanto olhava totalmente distraída para o Rakin.

Rakin que não é bobo nem nada, notou logo de cara que ela estava dando em cima dele. Enquanto eu ia até o quarto da minha mãe para ver se ela precisava de ajuda escuto algumas provocações de minha prima.

— Se enxerga garoto. —  Gritou ela

Quando adentrei no quarto vi minha mãe pegando uma caixa em cima do guarda roupas e a descendo. — Comprei esses colchões infláveis para vocês dormirem melhor, pega para mim aquele negocio de encher. — Ela ia em direção à sala com a caixa.

— Está falando da bombinha? — Como ela consegue esquecer o nome disso?

Peguei o objeto e levei para a sala, ela já estava esticando os quatro colchoes por toda sala. Sorte que a bombinha era elétrica, e não iria demorar a encher. Foi cerca de 15 minutos e todos os quatro já estavam cheios. Minha mãe deu lenções, travesseiros e coberta para todos.  Eu estava um pouco afastado dos outros, mais encostado da porta para ser exato. Assim que apagou a luz, escuto algumas reclamações dos garotos e logo sinto um vento bater em meu rosto. Tay trouxe o colchão dele do meu lado.

— Nem para dormi? Ta zoando! — Sussurrou Thúlio dando uma risada logo após.

Tay não falou nada e eu muito menos. Virei de frente para o garoto que me encarava com os olhos brilhando, já que estava entrando um pouco de luz da lua pela janela. Era bem pouca mesma, quase que uma linha, mas vinha bem na direção que estávamos. Não tive como conter o sorriso, meu riso ficava tão frouxo quando estou com ele. As mãos dele estavam próximas as minhas, apenas entrelacei nossos dedos, ele sorriu assim como eu. Ficamos apenas um olhando para o outro. Vire e mexe quando estava quase dormindo, sentia as mãos dele passarem sobre minha testa, como se estivesse tirando os fios de cabelo. Os dedos dele deslizavam até minhas bochechas que eram acariciadas por ele.

— Caralho Tay, deixa eu dormi — Falei dando uma bronca nele e dando um tapa na mão do garoto que ria.

Era muito fofo isso, mas estava cansado. Ele virou de costas e me deixou dormir. Pena que o tempo que passei dormindo não foi longa. Acebei acordando durante aquela madrugada, estava com a boca seca. Não havia tomado água antes de dormir e muito menos tinha uma garrafa perto. Me levantei com total cuidado para ir a cozinha beber água, e quando passava pelos garotos notei que estava faltando um deles, mas especificamente Rakin. Achei que ele poderia estar na cozinha bebendo água ou no banheiro. Porém não estava na cozinha, fiz o que tinha que fazer, e quando estava voltando para cama, fiquei me questionando onde ele poderia estar. Acabei indo até o banheiro para verificar, mas ele não estava. Suspirei fundo, já sabia onde ele estava. Andei nas pontas dos pés até meu quarto e quando cheguei já escutei alguns cochichos. Abri a porta com força e liguei a luz, era o que eu tinha suspeitado. Minha prima estava nos amasso com o Rakin em cima da minha cama.

— AAAH!! Peguei no pulo. Parece que eu tenho o dom de chegar nas melhores horas. — Caçoei deles, que ficaram brancos. Por sorte estavam com roupas, e sem contar que eles tinham muita sorte do quarto da minha mãe ser longe do meu.

— Porra Kami que susto! — Rakin falou todo afobado pegando a camiseta dele.

— Menina safada! Em cima da minha cama não seus pervertidos. Que nojo... Mais que nojo! — Enquanto eu falava, balançava a cabeça negativamente. Me encostei na parede de braços cruzados.

— Vai se fuder Gabriel — Chris se sentou na cama cheia de marra.

— Olha como você fala comigo, projeto de rameira. — Rakin saiu do quarto batendo em meu ombro, o garoto estava todo envergonhado. Não é para menos!

Voltamos a dormir, e eu preferir acreditar que não voltariam a fazer aquilo. No dia seguinte acordei mais tarde do que todo mundo. Nenhum dos meninos estavam dormindo, escutei murmurinho vindo da cozinha. Já sabia onde estavam, nem me preocupei com isso. Peguei minha escova de dente e fui direto para o banheiro fazer minha higiene. Ao terminar andei até a cozinha, mas no local estava apenas minha mãe e o Tay, sentados conversando, praticamente sussurrando. Mas quando me viram pararam de conversar na hora, ficou um silêncio fúnebre de tão estranho.

— Cadê os meninos? — Perguntei tentando quebrar aquele silêncio.

— Foram com sua prima comprar algumas coisas para vocês comerem antes de ir para o evento. — Falou minha mãe se levantando da mesa e indo até a cafeteira.

Ela perguntou se o Tay queria mais, disse que não e agradeceu. Terminamos de tomar o café assim que os meninos chegaram com as coisas. O Rakin não sabia onde enfiar a cara, estava bastante engraçado essa cena.

Quando deu a hora, fomos para o evento, fizemos algumas entrevistas, conversamos com fãs, tiramos fotos, demos autógrafos, jogamos x1; foi muito divertido. Creio eu que um dos eventos mais legais que fomos durante esse ano. Assim que acabou encontrei minha mãe perdida na multidão. O evento era público, mas não esperava ela ali, já que iriamos nos ver logo mais em casa.

— O que está fazendo aqui? — Perguntei ao chegar perto dela.

— Eu falei que não ia perder um minuto sem você. — Ela sorriu e eu retribui, ela realmente falou serio. — Vamos embora? —

— Ta, tudo bem. Mas cadê os meninos? — Olhei para os lados, mas nada de ver algum deles.

— O Rakin e o Thúlio estão já nos esperando próximo da saída. — Puxou meu braço.

— E o Tay? — Perguntei preocupado, imagine só se o deixasse no evento sozinho, provavelmente ficaria perdido para sempre.

— Ah!... É ele saiu com sua prima. Tinha esquecido de falar, perdão. —

— Como assim saiu com a Chris? Foram para onde? — O que estava acontecendo? Como assim saiu com a Chris? Porra! Não tive como conter minha raiva naquele momento. Já não bastava se oferecer para o Rakin, e o principal, como ele simplesmente aceito sair com ela?

— Ela chamou ele para tomar um sorvete e ele foi, simples assim. Ah deixa sua prima Kami, porque fica pegando tanto assim no pé dela? Ele parece ser um ótimo rapaz. — Os meninos vieram de encontro conosco.

Eu nunca tentei me segurar tanto em minha vida para não matar um, como estava naquele momento. Meu sangue estava fervendo, e para piorar minha visão estava turva de tanta raiva que eu estava sentindo.

— E o Tay? — Perguntou Rakin olhando para trás de nós

— Aparentemente está em um encontro com minha prima. Não bastou para ela pegar você ontem à noite, vai querer pegar o Tay também, se cuide Thúlio você é o próximo. — Falei ironizando tudo. Rakin engoliu a seco e sorriu.

— O loco olha o Tayzão pegando todo mundo. — Brincou Thúlio envolvendo o braço no ombro do Rakin

Fomos para casa, eu apenas queria que ele chegasse logo para dar um olhar fuzilante nele. Já não tinha mais unhas para roer de tão impaciente que estava. A cada minuto parecia horas para mim. Tentei me distrair com vídeos ou até mesmo com a televisão, mas nada tirava aquele sentimento de raiva que estava sentindo naquele momento. Queria simplesmente mata-lo. Ta comigo mais sai com minha prima promíscua.  

— Ta tudo bem Kami? — Perguntou Rakin vendo minha perna balançando.

— Ta, só estou cansado, vou deitar no meu quarto. — Me levantei do sofá e fui direto para meu quarto. Ao chegar puxei um colchão que ficava de baixo de minha cama e coloquei no chão. Eu nunca mais iria dormir naquela cama, no máximo queimar. Imagina quantas coisas nojentas já não deve ter acontecido ali.

Coloquei o travesseiro sobre a cabeça, mas nada de conseguir pegar no sono ou simplesmente tentar parar de pensar no que poderia acontecer nessa sorveteria. Fiquei me revirando o tempo todo, até que finalmente escuto uma voz feminina que não era da minha mãe. Dou um pulo da cama e vou para sala disfarçadamente, como se nada tivesse acontecido, só queria ter o prazer de olhar na cara de pau do Tay.

Assim que pisei na sala os dois olham diretamente para mim, passo reto e vou até a cozinha. Me encosto o mais próximo que eu conseguia da porta para poder ouvir o que estavam falando na sala.

— Não sei como, mas o sorvete daqui é bem melhor. — Disse o Tay dando risadas.

— Talvez seja minha companhia que tenha tornado o sorvete mais gostoso. — Não estava me aguentando. Serrei minhas mãos.

— Kami, aproveita que você está ai na cozinha e pega água para mim. — Gritou o Tay da sala.

Aquele filha de uma puta, além de me fazer de trouxa, de sair com minha prima na cara dura, ainda tem a coragem de me pedir água? É serio? Mais que maldito. Respirei fundo, estiquei as minhas mãos, elas estavam tremulas de tanta raiva que eu estava. Fui até a sala, passei do lado dele e quando estava saindo da sala para ir pro quarto ele me provoca de novo.

— Cadê a água que eu pedi? — Disse Tay

— Da mesma maneira que você sabe onde é a sorveteria, você sabe onde é a cozinha! — Virei às costas e voltei a andar para o quarto.

Era uma confusão de sentimentos que eu estava naquele momento que nem eu conseguia entender. Me sentei no colchão de costas para a parede. Peguei o celular e fiquei conversando e respondendo algumas mensagens dos fãs na minha página. Precisava me distrair de alguma forma. Após alguns minutos, já estando mais calmo, escuto alguém bater na porta. Provavelmente era algum dos meninos, já que minha prima ou mãe nunca bateria.

— Tá aberta. — Respondi sem tirar os olhos do celular.

— Podemos conversar? — Era o Tay , nem vontade eu tinha de olhar na cara dele.

— Sobre? — Estava tentando ser o mais seco possível.

— O motivo de ter saído com sua prima. — Ele se agachou em minha frente para ficar na mesma altura que meus olhos. Não respondi nada, deixei com que ele continuasse a falar. — Eu e você não temos nada oficialmente. —  Aquilo foi como faca no meu peito. Não sabia que doía tanto assim.

— Não temos porque você não quer! Porra Tay eu ia te apresentar para minha mãe, pra você não é nada isso? — Sussurrei enquanto falava para que ninguém além de nós pudesse escutar.

— Foi sua mãe que pediu para sua prima sair comigo. — Ele tentou segurar minha mão.

— Na boa Tay, não quero falar com você. —

— Você não precisa falar nada, só me deixa terminar de falar então, pode ser? — Dei de ombros. — Ontem à noite quando olhei pra você dormindo e você foi grosso comigo, foi o momento que eu tive certeza de uma coisa. Eu amo você, porra! Como eu nunca amei ninguém, eu simplesmente quero ficar com você para sempre, pelo menos essa é minha vontade. Acho que não aguento simplesmente esconder esse sentimento, quero que todos saibam o quanto eu gosto de você, independente das consequências que vira. Quando os garotos falaram que o Akrinuss declarava publicamente que queria ficar com você, sem medo do que os outros iriam pensar, me fez refletir por muito tempo se você realmente merecia alguém como eu, que tem medo das reações dos próprios pais. — Ele suspirou, vi os olhos deles se encherem de lágrimas, mas nenhuma caiu. — Então eu cheguei na conclusão, que realmente você não merece alguém como eu, sou muito pouco e te dou pouco do meu amor. —

Conforme ele falava, meu coração batia mais rápido, tinha medo que aquelas palavras todas terminassem com “acho melhor separarmos” Mas não interferi, preferi que ele terminasse de dizer o que queria.

— Por isso, que eu vou mudar, não quero mais saber o que vão pensar ou dizer sobre mim ou sobre nós. Quero entrar de vez nesse relacionamento e tornar realmente oficial. Gabriel Bohm, você aceita namorar comigo? — O menino tirou do bolso uma caixinha com duas alianças.


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Notas finais do capítulo

(imaginem essa capa do cap sendo no quarto do kami, e observem bem o dedinho dele ♥ ) HAHAHA' Bom, eu espero que voces tenham gostado. Esse cap foi meu segundo preferido até agora, tanto que fiquei animada demais para escrever e acabei escrevendo demais. ME PERDOEEEM!
E obrigada Paula e Varrichio por sempre comentarem ♥ isso que me anima a continuar escrevendo. ♥
até a próxima sexta



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