Forbidden Game escrita por Periwinkle


Capítulo 11
Vocês já leram o contrato?




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Tay ® POV

 Acordei naquele dia mais cedo do que o Thúlio e o Kami. Estava envergonhado de me levantar e pra falar a verdade, nem queria me levantar tanto assim, eu poderia ficar deitado apenas olhando o Kami dormindo. Ele era mais amoroso daquela forma, quietinho. Não que ele não seja, mas fica mais angelical, pois acordado ele é um terror.

A mãe do menino passa do meu lado, bem na hora que eu ia selar a testa dele. Tentei disfarçar e me sentei no colchão, enquanto olhava para os lados.

— Vem, eu fiz o café. — Falou ela indo em direção a cozinha.

Me levantei e fui direto para o banheiro, mas estava ocupado, Rakin estava usando. Me sentei na porta a espera do garoto, enquanto mexia nas redes sociais. Assim que ele saiu fiz minha higiene e sai logo após. Esperava que os meninos estivessem na cozinha, mas não estavam, achei estranho, mas não falei nada. Me sentei a mesa e logo a mãe do Kami me veio com uma xícara.

— Os meninos foram comprar pão, se quiser indo já tomando café, acabei de fazer. Está super quentinho e modéstia parte está muito bom. —  Ela sorriu amigavelmente para mim, estava totalmente vergonhado. Não sabia como agir ou dizer.

— Obrigado, eu aceito o café. — Falei em um tom de voz baixa

— Posso fazer uma pergunta? — Disse ela enquanto colocava o café em minha xícara.

— Claro — Falei enquanto levava o café até a boca.

— Você e o Kami tem costume de dormirem tão perto um do outro? — Quando ela fez aquela pergunta, eu me assustei, acabei queimando a boca e derrubando um pouco do café sobre a mesa.

— Como... Co... Como assim? — Falei gaguejando com os olhos meio arregalados.

— Eu escutei os meninos ontem dizendo que vocês não se separam, e hoje eu acordei e vocês estavam dormindo juntos. Sei que isso não é problema meu, mas é apenas uma curiosidade. —  Ela pegava um pano úmido e passava na mesa onde eu havia derrubado café.

Fiquei em silêncio, não sabia o que dizer. Mas foi naquele momento que me veio à lembrança dos meninos falando sobre o Akrinuss. Coloquei o Café sobre a mesa e fiquei olhando para o mesmo e pensando se eu deveria falar alguma coisa.

— Na verdade, eu e o Kami somos bem mais do que amigos. — Suspirei fundo e levei meu olhar para o nada. Milhares de coisas preenchiam minha cabeça. Não sabia qual seria a reação dela.

— Você não pareceu feliz quando falou isso! — Ela agiu de maneira tão natural, como se já soubesse. Bom, mãe é mãe, sempre se fazem de boba, mas sabem de tudo que acontece sem precisar dizer.

— Não é verdade, é só que é meio complicado eu admitir isso. Você que é mãe dele, sabe agora, mas eu não sei se teria coragem de assumir isso para meus pais. E ele merece isso. — A mulher se sentou na cadeira do lado e me olhou.

—Já entendi o problema. — Ela ficou em silêncio por alguns segundos. — Pra você admitir isso pra mãe do seu namorado, por assim dizer, deve ter sido bem complicado. Eu imagino o quanto deve ser para admitir para seus pais e principalmente o quão difícil deve ter sido admitir pros meninos. — Ela nem terminou eu logo a interrompi.

— Na verdade os meninos não sabem, bom... Dois apenas, mas por que nos viu juntos... —

— Oh... Vocês fazem isso na GH? — Ela se espantou, provavelmente pensou besteira.

— Não, não, é isso que a senhora está pensando. Eles nos pegaram apenas se beijando. — Enquanto eu falava eu ia recuando para trás na cadeira.

— Ah!!! Tudo bem então. — Ela respirou e colocou a mão sobre o peito demonstrando estar aliviada. Não sabia onde colocar minha cara naquele momento, acho que ela não gostava muito de saber sobre a intimidade... Talvez fosse daquelas pessoas que aceitam apenas “Sexo depois do casamento” Mas isso não fazia o estilo da mãe dele. — O Kami sempre foi muito aberto comigo em muitos aspectos. Quando ele se assumiu, pra mim não foi uma noticia nova, na verdade ele nem precisava, eu já sabia. Mas ele sempre foi firme nas coisas que queria sem se importar com que os outros ou parentes iriam pensar. A principio todos aceitaram, não teve alguém que foi contra. Apenas queríamos a felicidade dele, e ele queria a dele. Todas as mães independentes se seus filhos são gays ou heteros, querem que eles sejam felizes, com qualquer escolha que façam. Eu por exemplo, sonhava em ter netos, muitos netos. Mas ainda não perdi as esperanças, estou torcendo pro Kami adotar muitas crianças. Viu... — Ela me olhou com um olhar sugestivo e sorriu. Já eu apenas sorri de forma forçada. — O que eu estou querendo dizer é que, independente da reação dos seus pais, se vão aceitar ou não. Saiba que o Kami sempre vai estar do seu lado e principalmente eu agora. Ele jamais faria alguém passar por tudo isso, sem realmente amar essa pessoa. E seus pais, podem não aceitar no começo, mas eles vão te amar do mesmo jeito, cedo ou mais tarde vão acabar aceitando. Você nunca vai deixar de ser filho deles. E bem, você continua sendo um jogador profissional, ganha seu próprio salario, é independente e maior de idade, eles não podem fazer nada.  E em relação aos seus amigos, eu tenho certeza que os meninos da casa pelo menos vão aceitar o relacionamento de vocês tranquilamente. Já os de fora, se não aceitarem é porque nunca foram seus amigos de verdade. Você tem que fazer o que é certo pra você, não é só porque sou a mãe dele que eu queira que você enfrente tudo isso sozinho só pra você e meu filho serem felizes. Porque sei que pra você será uma batalha grande, tem que aguentar coisas que você provavelmente não vai gostar de ouvir das pessoas que mais amamos. Acredite não é fácil. Nem todo mundo tem uma família como a nossa. Mas se você realmente quer e gosta de verdade do Kami, acho que está na hora de assumir esse namoro, fazer as coisas escondidas não é bom pra nenhum relacionamento e muito menos pra você.  E como eu disse, eu e o Kami vamos estar sempre com você. — Ela segurou minha mão e a acariciou de leve. Minha maior vontade naquele momento era de chorar. Aquelas palavras realmente tocaram meu coração, ela tinha razão eu precisava tomar uma atitude.

— Tem razão, não posso mais ficar nas sombras. Quando voltarmos para São Paulo, vou pedir ele em namoro. —  Estava confiante como nunca estive.

Ela me sugeriu a comprar aliança ali mesmo em um shopping perto. Mas eu não fazia ideia como ir, foi onde ela conversou com a Chris e a garota resolveu nos ajudar. Ela parecia estar mais feliz em saber sobre eu e o Kami do que com a chegada do Rakin.

Logo que acabou o evento, não pensei duas vezes em ir chama-la para ir comigo no shopping. Bom, não fomos apenas comprar as alianças, a levei para tomar um sorvete também. Aproveitar a gentileza que ela estava fazendo e a recompensar de alguma forma. Sugeri alguma coisa como roupa ou maquiagem ou até perfume, mas ela não quis. Falou que para ela um sorvete de recompensa já estava ótimo. Que ela na verdade estava fazendo aquilo por que queria ver o primo dela bem, mesmo os dois não se dando bem o tempo todo. Mas que no fundo se amavam.

Ao chegar a casa dele, notei que ele não estava presente na sala, já imaginei diversas coisas e uma delas foi que ele estava bravo comigo. Mas não podia falar, iria ser uma surpresa. E minhas suspeitas foram afirmadas pela forma que ele me respondeu sobre o copo de água. Só esperava que ele não jogasse a aliança na minha cara depois que eu revelar o motivo pelo qual eu sai.

Preferi ficar um tempo quietinho na minha, até a raiva dele passar. Fiquei olhando nas redes sociais ele online. Estava sentado no sofá brincando com os meninos com um jogo de tabuleiro. Assim que fui eliminado, me levantei e fui até o quarto. Estava completamente nervoso e ansioso, minhas mãos voltaram a gelar.

Ele não iria estar numa boa comigo, já que deve ter passado na cabeça dele milhares de coisas e traições prováveis. Por tanto tentei ir com calma e explicando o que eu sentia e pensava sobre nós dois. Até chegar ao tão esperado pedido. Já estava em uma situação que eu não tinha medo dele não aceitar.

— Aceito — Disse Kami todo empolgado e com um largo sorriso no rosto.

Colocamos as alianças ali mesmo, o beijei sem medo dessa vez. Entre nosso contato não havia mais medo envolvido, era apenas amor. Ser entregue totalmente á uma pessoa é algo que eu nunca imaginei.

Estava com tanta falação no quarto que os meninos por curiosidade, vieram até nós saber o que era.

— Mas o que está acontecendo aqui? — Perguntou Rakin vendo o Kami apontando para aliança.

— Eu e o Kami estamos namorando. — Me sentei no colchão próximo do Kami. Rakin e Thúlio ficaram pasmos.

— Isso é serio? Caralho que demais!! — Ele parecia feliz por nós, bem como Thúlio. Talvez eu estivesse errado em relação à reação dos meninos.

— Todo mundo já desconfiava disso. Vocês demoraram demais na real pra assumir esse namoro. — Disse Thúlio se encostando-se à porta.

— Porque todo mundo sempre diz isso? — Perguntou Kami olhando de lado para o garoto na porta.

Passamos mais uns dois dias na cidade, já que o evento era durante três dias direto. Nunca me senti tão feliz e livre como estava me sentindo. E pela primeira vez assumimos nosso namoro em público durante a entrevista. Meus pais não sabem mexer em redes sociais, então estava tranquilo. Pelo menos naquele momento eles não iriam saber. As pessoas foram extremamente carinhosas conosco, aceitaram e até apoiaram. Não esperava uma aceitação desse jeito. Durante o caminho todo de volta para São Paulo, eu e o Kami conversamos se deveríamos contar para os meninos ou apenas deixar com que eles descobrissem sozinhos. Depois de muitas discussões de pontos, entramos em um acordo em que, sim deveríamos contar para eles, iria ser a primeira coisa que faríamos quando chegássemos. Esse pelo menos era o plano, a nossa vida particular não dependia de ninguém, mas mesmo assim por respeito a todos deveríamos falar. Mas antes de qualquer coisa iriamos conversar com o Paada e o MiT.

Arrumamos nossas coisas no lugar e descemos para o escritório. Bati na porta e esperei com que respondessem. Entramos em seguida, estavam os dois conversando. Ainda bem, pelo menos não iriamos ter que repetir esse momento duas vezes.

— Ainda bem que vocês vieram até aqui, estávamos precisando falar com vocês — Disse Paada nos chamando com alguns movimentos de mão.

Sentamos-nos e ficamos olhando para ele. — O que queria falar com nós? — Perguntou o Kami olhando para o homem que estava em nossa frente.

— É algo delicado que ficamos sabendo e queríamos conversar com vocês antes de tomarmos qualquer decisão... — Ele pegou um contrato, não sabíamos de quem era, já que todos tinham a mesma folha inicial.  — O que vocês fazem da vida de vocês não nos interessa e muito menos com quem vocês se relacionam. Mas escutei um boato dentro de casa, e eu queria saber sobre isso. E quero a verdade! Vocês estão namorando? — Perguntou Paada no seco

Vieram várias coisas na cabeça, principalmente de como ele soube disso. — Era sobre isso que queríamos falar com vocês. Eu e o Tay realmente estamos namorando. Mas sempre respeitamos todos e principalmente o ambiente de trabalho. Nosso namoro não interferiu em nada, tanto que vocês foram descobrir sobre isso somente agora, quase quatro meses depois. Fomos tão discretos que vocês nem desconfiaram — Disse o Kami

— E só falamos agora porque eu pedi para o Kami guardar segredo eu não queria que soubessem por medo da reação de todos. — Provavelmente eles ficariam bravos por termos escondido.

— Kami, você lembra do contrato que assinou? Das cláusulas e tudo mais, e você Tay se lembra? — Paada abriu um contrato e apontou para uma cláusula.

— Eu lembro. — Falei sem entender onde ele queria chegar.

— 1.8 Esta escrito que não pode haver qualquer relação amorosa entre os membros do time. —


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