Capítulo 5 – A verdade de cada um

Em um dos intervalos da aula na academia, nas últimas semanas antes das provações que decidirão o futuro destes jovens aspirantes a shinobi. Eis que um dos alunos aproveita o período do intervalo para praticar seu taijutsu.

Muitos poderiam deduzir que “este garoto” não era o mais indicado à prática. Que seria desengonçado ou acabaria atrapalhando...

Isso é uma grande idiotice. Somente quem não o conhece ou ao clã do qual origina-se, diria um absurdo desses.

Quando ele começou seus movimentos em frente a um tronco de treino amarrado em cima de um suporte de madeira, uma espécie de poste, poderia surpreender a qualquer um que o difamava e a seu potencial e habilidades.

Com uma sequência de movimentos em zigue-zague, emendando com cambalhotas e mortais, eis que ele percorre a distância que o separava do tronco, uns dez metros, em poucos segundos.

Ao alcançar, ele começa com uma sequência de socos e treina várias esquivas, como se estivesse preparando-se para movimentos de contra-ataque do seu “oponente”.

Foi aumentando o ritmo, até que seu punho ganhou um surpreendente e estranho aumento de massa muscular, triplicando sua espessura.

Ao atingir o tronco, o mesmo se desprendeu e espatifou-se levando consigo tudo pelo caminho, seja terra ou outros objetos de treino, parando somente ao atingir uma árvore na redondeza do campo de treinamento da academia, após arrastar boa parte de terra pelo percurso.

Ao fazê-lo, sua mão volta ao tamanho e formato normal, aceitáveis para sua estrutura corporal “avantajada”. Depois disso, ele se senta no chão (melhor dizendo, ele caiu de bunda no chão, sem se importar).

Inclinou um pouco o corpo à frente, mudando o eixo de equilíbrio. Quase encostando o rosto nas pernas cruzadas no chão. Passando algum tempo assim...

Logo, um jovem garoto que o observava ao longe, se preocupa achando que o outro havia se machucado com o treino.

Quando ele anda em sua direção despreocupadamente, eis que ouve um sonoro som de barriga roncando.

RRRUUOOOOOOOONNK...

— Hu... – Foi o que o garoto no chão “manifestou” com o som produzido por seu estômago.

— Ah, ah... Isso de novo? Por acaso se esqueceu de trazer sua comida, Chouji? – Falou o garoto que se aproximou ao alcance de tocar sua costa, a fim de chamar-lhe a atenção à conversa.

— Não. Não é isso, Shikamaru. Eu já comi. Mas após usar tantas calorias no treino, eu acabo ficando com fome de novo...

— Só você mesmo. Toma. – Diz ele, se sentando no chão também, ao lado de Chouji e estendendo um embrulho caseiro.

— Hã? O que é?

— É o meu almoço. Eu o trouxe para a gente dividir. Já sabia que você iria se exceder, então pensei em fazer este grande favor ao meu amigão aqui.

— P-puxa, Shikamaru! Eu posso mesmo? – Shikamaru acena positivamente, mesmo que de um jeito muito preguiçoso, quase como não dando à mínima. – Valeu. Já estava sem forças até para me levantar. Há-há-há... – Disse ele já abrindo o tecido que embrulhava a marmita.

Lá Chouji encontrou uma caprichada porção de arroz. Algo que a mãe de Shikamaru previu que aconteceria (eles dividirem a marmita).

Sem cerimônias, Chouji logo “caiu de boca”. Devorando bem mais que a parte dele. Mas isso não irritou Shikamaru. Pelo contrário... Ficou feliz ao ver seu amigo melhor. Até ver uma lágrima escorrer de um dos olhos dele.

— Ei... Chouji? O que houve? Não está bom? O que foi?

— N-não. Está ótimo. É que... Foi hoje.

— Hã??? – Estava muito surpreso, até a ficha cair e ele se lembrar do motivo da tristeza de Chouji. – Oh. Sei. Desculpe. Faz quanto tempo, mesmo?

— Fez hoje seis anos.

— Entendo. Quer falar sobre? Eu sei que não gosta muito do assunto, mas pode ajudar...

— Não. Tudo bem. É que sinto sua falta. Foi minha culpa, sabe... – Shikamaru o olha feio, já discutiram essa ideia antes, então Chouji entendeu rapidamente o sentido daquilo. – Tá. Não foi realmente minha culpa. Só que eu era o único que poderia ter feito algo para evitar aquilo. Só tinha nós dois. Ela... Ela precisou de ajuda. Precisou de mim... E eu não fiz nada. Fui um inútil. Claro que eu era uma criança fraca e sem treino. Mas devia ter feito algo.

— Para com isso, Chouji. Mesmo os jounnin experientes disseram que você não podia fazer nada. Você não tem culpa. Ela nem te culparia se...

— Mas ela era minha amiga! E eu não fiz nada! Minha primeira amiga...

— Eu sei. Foi mal.

— Não se preocupe. Eu te entendo. Obrigad- Ah!!! Foi mal, Shikamaru. Enquanto conversava com você, acabei comendo tudo.

— Ei, ei, ei... Isso lá é desculpa! Isso foi de propósito, não?

— Não, não foi, não. Foi mal.

— Há-há-há. Tudo bem. Pode comer. Não tem problema. Nem com muita fome eu tava, mesmo.

— Ufa. Depois eu te pago um lanche, pra compensar.

— Ok. Mas já está na hora da gente ir. Já tocou duas vezes o início do período da tarde. Nós já estamos atrasados.

— Eita. Vamos levar bronca. Hua-hua-hua.

— É. Bom, que seja. As aulas são um saco, mesmo...

— Vamos? – Começa a sorrir ao amigo do lado.

— Sim. É o jeito. Não é? – Shikamaru sorri de volta.

Seu amigo está melhor. Só precisa conversar de vez em quando.

***

— Todos, de pé! Reverenciar! Sentar... – Disse o monitor de classe.

— Olá, alunos. Como todos sabem, faltam apenas três dias até as avaliações de graduação. Hoje teremos um dia muito diferente do habitual. Quando seus nomes forem chamados, me acompanhem até a sala ao lado. – Dito isso, o instrutor saiu e foi até a outra sala, ao lado dali.

— Lá na sala, ser-lhes-ão passadas as instruções de como transcorrerá a prova. Receberão o cartão de suas capacidades, com sua avaliação e condições do exame. De acordo com o desempenho acompanhado nas aulas, que vocês demonstraram aos instrutores. – Fazendo uma pequena pausa, até os alunos compreenderem tudo. Ele continua. - Também será feito um breve exame psicológico, para afirmamos que estão capacitados a realizar a prova. Quando forem liberados da sala, iremos assistir a uma palestra com importantes conselhos de um dos mestres da tríplice aliança, Fugaku-sama. Ele lhes passará valiosos conselhos para lidar com este fundamental momento de suas vidas.

— Após a palestra, todos nós, os instrutores, nos reunirmos em consenso e debateremos as melhores condições para daqui a três dias. – Mais uma breve pausa. - Um conselho meu a cada um: prestem muita atenção a este momento... Será sua última chance de obter conselhos, ajuda e dicas para graduarem-se na academia.

Depois de tanto falar, o jovem instrutor senta-se a mesa reservada próxima ao quadro negro. Arruma alguns papeis em cima da mesma e volta a falar com os precoces aspirantes a shinobi.

— A sessão da palestra terminará pontualmente as 13:00hs. Após a mesma, todos estarão dispensados da academia até a hora e o local marcado no cartão que receberão com o instrutor, Iruka-san, na sala ao lado.

Ele olha para baixo, mexendo nas folhas em sua mão e começa a chamar os alunos, pela ordem.

— Bem, iremos começar agora. Aos demais, aguardem até serem chamados. Aburame Shino... Em frente.

Após isso, Shino se levanta de sua carteira e dirige-se até a outra sala, sem desviar o olhar pelo trajeto.

— Levará, em torno, de cinco minutos com cada aluno. Leiam, descansem, façam um lanche... Mas fiquem atentos até seus nomes serem chamados.

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Rock Lee estava no dojo. Seu refúgio nas tristes horas em que era deixado “sozinho”. Sem ter como contornar sua situação, ele foi bem “acolhido” ali.

Lá, ele aprendeu conceitos básicos de luta, assim como pontos fortes e fracos em estratégias de combate. Pode-se dizer que lá foi a sua academia ninja.

Enquanto treina lá, ele recorda uma importante meta, sua única oportunidade de um futuro. Algo que lhe aconteceu faz poucos meses...

Conversa no dojo - Flashback

— Nós costumamos usar este “recurso” somente com crianças e alunos na pré-academia. Mesmo assim, por grande parte da insistência do veterano e brilhante jounnin, Maito Gai, estamos abrindo uma enorme exceção hoje. Algo quase sem precedentes no novo sistema de ensino shinobi.

— Rock Lee-kun.

— Hi! Hokage-sama!

No centro do espaçoso tatame de treinamento, a área reservada do dojo, estão alguns shinobi de grande renome na aldeia e mais um jovem, o principal foco desta reunião dos mesmos.

— Esta será a sua primeira e única chance de se graduar na academia. Está sendo-lhe concedido o “bônus de formação no dojo Hyuuga”. Caso você seja aprovado como um verdadeiro mestre na arte do combate limpo, lhe será concedida a conclusão na graduação da academia shinobi.

— Hi! Hizashi-sama!

— É claro... Caso se gradue, passará por um extensivo e exaustivo treinamento comigo, a fim de recuperar o tempo perdido e aprender a como ser um feroz e descolado ninja viril de Konoha. Com seus punhos e lágrimas, deverá trilhar e alcançar o verdadeiro caminho shinobi. Superando a sua inaptidão e aperfeiçoando tudo que for possível, até as provas anuais.

— Hi!!!

— Treine bastante tudo o que aprendeu e dominou. Mostre aos veteranos do dojo que você pode superar sua limitação.

— Hi! Farei o impossível para surpreendê-los!

— O que será testado não é somente o poder ou técnica que o Lee-kun possui, mas também sua honestidade, honra e caráter. Perante os que o julgam “indigno” de seu sobrenome. Provar que o garoto tem o direito e merece ser um shinobi, como qualquer outro, por seu talento e dignidade. Por possuir a ferramenta mais importante: a vontade do fogo. – Fala o Hokage para o representante do clã desse garoto.

Minato libera um ultimato para o clã Lee, fazendo com que eles não interfiram no que é por direito do garoto.

A condição imposta por eles é a do garoto melhorar, ou não o reconhecerão como membro do clã. E o “caçarão” como a desgraça que mancha a reputação do mesmo. E o pior disso é que isso consiste de um “direito” deles, por ser uma disputa interna... Desde que não resulte em consequências letais.

Sem muita opção, Minato concorda e acertam os “termos” da aprovação e disputa de Lee caso ele consiga passar na prova, contra um poderoso membro do clã, ao qual ele deverá superar em combate e estratégia como um devido shinobi.

— Quando ele fizer o seu treino básico. Há!!! – Debocha o líder do clã, Kohaku Lee. – Vamos! Faça o que quiser, até que prove ser um fracassado, como sabemos ser... – Diz ele, chamando os poucos mesbros do clã que o acompanharam até lá para regressarem até suas atividades.

— Lembre-se. Sua provação é mostrar que você é capaz de batalhar humildemente, com bravura e coragem. Seja o incrível shinobi que está destinado a ser. Não se reprima por dificuldades e impedimentos alheios a si mesmo.

— Hi! Hokage-sama. Mostrarei que serei digno de ser considerado um shinobi de Konoha!

— Dispensado! Será avisado de seu exame, daqui a duas semanas...

Flashback OFF

Lee prefere não guardar ressentimentos para com seus companheiros de clã. Acredita que, pelo fato de ser fraco, ele não deve envergonhar mais o clã... Decidiu agir. E como já frequentava o dojo desde antes de seus pais falecerem, ele se dedicou muito aos ensinamentos de lá.

Infelizmente, com seu domínio de habilidades shinobi atual, ele já aprendeu tudo que podia do dojo. Mesmo assim, respeita muito tal espaço de treino da doutrina do corpo e mente.

Seu grande objetivo é se esforçar mais. Ser o melhor que puder. Finalmente alcançar o nível do seu amigo Hyuuga e provar para seu clã e para si mesmo que é capaz disso.

Ele sonha em ser um esplêndido shinobi.

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Pensamentos de Minato...

O Hokage estava lembrando-se do jounnin Gai, de quando o mesmo estava tentando intervir novamente pelo garoto dos Lee. Até ter a aprovação de Minato... Nesta sua sala, mesmo. A pouco menos de três meses.

Conversa com Maito Gai - Flashback

— Não posso interferir assiduamente neste caso, pois me acusariam de abuso de poder. Este caso dos Lee, não influencia diretamente a estabilidade de Konoha. O que consigo fazer é supervisionar e, no máximo, oferecer “oportunidades”. As quais eles não possam reclamar ou recuar.

— É o destino de uma das preciosas “chamas” da nova era, a qual estamos lidando. Mas... Infelizmente, seria um caso entre favorecer um garoto e por em risco a dura estabilidade “barganhada” que temos. – Disse o jounnin que simpatizou com a causa do pobre rapaz.

O clã se posicionou como: não queremos um mero lixo nos representando como shinobi. Se esse garoto não é capaz de desempenhar a carreira de ninja, não o queremos relacionado ao nome e fama do nosso clã.

Por conta desta atitude, o jovem rapaz foi retirado da academia, ainda muito novo, sem terminar sequer os princípios básicos de treino shinobi. E está neste grande impasse em sua vida. Sem rumo, sem sonhos... E sem esperança.

— Você deve entender, não é, Gai-kun?

— Sim, Hokage-sama. Mas não aguento ficar de braços cruzados, vendo um garoto com tanta disposição, perseverança e fibra sendo desperdiçado assim! Quero me responsabilizar por torná-lo em um fervoroso shinobi, que sei que será. Não lhe deve ser negado esse caminho.

— Eu concordo. Verei o quanto poderei influenciá-los acerca desta decisão. Mas confio em você... Encarrego-lhe desta tarefa. Vou dar um jeito e você irá treiná-lo e incentivá-lo na nossa herança da vontade do fogo.

— Já que você entende muito bem a situação deste garoto, vou deixar que tome conta dos ensinamentos dele. Mas advirto: cuidado com o clã Lee... Temos muito a perder se batermos de frente. Lembre-se que eles possuem suas “certas” tradições e não é de nosso direito interferir nelas.

— Sim. Obrigado, Hokage-sama! Ah. Mudando um pouco a conversa. E seu filho? O quanto evoluiu com os treinos do meu eterno rival?

— Digamos que lhe falta aprender mais da “compostura” e dos bons modos. Ele é muito ativo e energético. Isso é muito bom em motivá-lo a superar as provações que Kakashi lhe impõe. Ele evoluiu muito como shinobi... Acredito que será um grande talento formado na academia este ano. Ouso até mesmo acreditar que será promovido a chunnin precocemente.

Flashback OFF

Minato suspira e fala.

— E já faz três meses. Como será que este caso vai acabar? Espero que o Lee-kun consiga superar esse horrível impedimento. Bom... O que dava para fazer, foi feito. Agora é somente esperar.

Esta havia sido mais uma conversa que Maito Gai teve com Minato. Seria a quinta, somente no mês... Um pouco antes da reunião de prestação de contas, ficou decidido que Rock Lee teria uma chance de se graduar como Gennin, após um conjunto específico de exames para sua “condição”.

Então ele ouve batidas na porta. Kakashi e seu relatório de atividade da divisão do Orochimaru, sobre um possível infiltrado em Konoha e a “punição” do mesmo.

— ÃHNNN... - Suspiro longo - Tudo bem. Os meus co-governantes já foram informados?

— Sim. Um relatório completo foi encaminhado a cada um, em suas respectivas localizações.

— Ótimo. Verei se o caso é tão “drático” a ponto de termos que recorrer a este método.

— Hi. Vou continuar com o outro caso, como ordenado, Hokage-sama.

— Certo. Mas, antes disso... Poderia dar uma rápida olhada e ver como meu filho está? Não estou tendo oportunidade e nem tempo de ir para casa esta semana e assim não sei de seu estado atual.

— Claro. Quer que eu transmita algum recado a Kushina-san?

— Não, não. Ela deve entender a confusão que estou no momento em organizar as avaliações dos alunos. E eu tenho maiores chances de escapar de seu temperamento (sem graves sequelas), caso ela não esteja de bom humor com a circunstância atual.

— Tudo bem. Como quiser, sensei. Agora me despeço. – Conclui Kakashi, desaparecendo da vista, em seu tradicional vulto de fumaça.

— Kakashi continua bem “frio”. Mas, aos poucos, vejo um brilho em seu olhar. Ele vai superar as marcas que esta vida shinobi lhe impôs e abrirá o coração... Agora devo parar de enrolar e seguir o cronograma dos acordos diplomáticos. E ainda tenho que ir a divisão de aprimoramento... Se pelo menos Hiashi-san ou Fugaku-san estivessem menos ocupados... Mas não posso. Cada um está até mesmo em pior situação que a minha atual. Há-há-há. – Risada sem um pingo de humor, pois está muito cansado do dia exaustivo que está tendo.

Um dia que, diga-se de passagem, não acabou desde o início da semana e está virando noites afinco até realizar todas as atividades necessárias neste momento de transição. As provas escolares, provas anuais, reuniões diplomáticas sobre diversos assuntos e pequenas crises que poderão afetar o futuro da vila.

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Konoha possui dezenas... Centenas de divisões. De combate à urbanização. Tudo implementado com os debates de prestação de contas e com reuniões entre os clãs e o daimyou.

Geralmente espiões e infiltrados em Konoha, tem um destino trágico... Eles caem nas mãos da divisão do Orochimaru. Muitos nunca mais são vistos.

Orochimaru tem permissão dada pelo daimyou do fogo a realizar experimentos nos presidiários de outras nações e acusados de traição da vila.

As novas leis e regras foram aprovadas após o antigo daymiou do Fogo sofrer um golpe de estado e ficar com a saúde debilitada. Então seu irmão assumiu o cargo e as novas “tendências” puderam ser homologadas.

Choyamura, este é o atual daymiou do país do fogo. Sua popularidade aumentou significativamente após assumir tal responsabilidade... Muitos recursos foram melhores aproveitados e muitos gastos com os shinobi foram intensificados. Ele revolucionou o universo ninja a um nível feudal invejável por outras nações.

Após isso, decidiu realmente apoiar Konoha para evoluir a outros patamares de nível bélico, sem poupar gastos supérfulos. Decidiu por se aliar ao daymiou de Suna, pois o mesmo compartilha do mesmo princípio.

Ele incentiva Konoha a se tornar uma superpotência dos shinobi, usando toda sua experiência no ramo político.

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Na divisão de interrogatório

— Por acaso você já ouviu falar do sannin, Orochimaru? Pois saiba que seu destino é ir parar nas mãos dele. – Falou um dos shinobi presentes na sala de apuração.

Um lugar escuro, fechado e que passava muito pavor, simplesmente por estar ali dentro. Principalmente se for o interrogado. Esta era a sala onde o suspeito estava aprisionado, junto a outros ninja que o vigiavam e agora lhes transmitiam a palavra.

— O q-? Não! Por, por favor... Eu... E-eu não tive escolha! O lorde de Kirigakure me obrigou a isso. Ameaçou minha família. Eu juro! Nunca quis estar nessa aldeia. Nem sou um shinobi tão capacitado. Até deve ser por isso que fui enviado para cá, passaria despercebido. Não me levem para ele. Sempre ouvi coisas terríveis desse sannin. Dizem que quem é capturado por ele, não volta... E se voltar, jamais será como um dia já foi! Não. Não. Não. Não. Não. Não...

— Pensasse nisso antes de nos espionar. Temos regras bem rígidas também, quanto a infiltrados. Por mais que eu acredite em suas palavras e julgue que não tivesse outra escolha... – Indagou Ibiki, o superior ali, no momento. - De nada adianta. Foi seu caminho seguir a vida de shinobi. Então, pelo menos, honre seu fim de cabeça erguida. Guarde sua família no coração e talvez obtenha um descanso para essa pobre alma...

— Está bem, está bem... Já chega deste sentimentalismo barato. Estamos lidando com um criminoso que poria a segurança desta aldeia, de princípios moles, em risco. Estou fazendo somente um “favor”, ao limpá-la de seres vis como esses. – Chega Orochimaru ao recinto, como a própria morte, para o condenado.

— Às vezes me pergunto quem é mais vil?

— Não esqueça que possuo autorização e incentivo para tal... Não seja petulante, meu caro Ibiki-kun. Hu-hu-hu-hu.

***

Através do interrogatório, a equipe de Ibiki constatou os fatos da traição e o “peso” dela...

O informante foi desmascarado e encaminhado à divisão do Orochimaru. Servirá como um “importante espécime”.

Minato não se conforma e não gosta desta nova atuação de Konoha, que emprega aos traidores tal julgamento. Mas esta é uma ordem expressa do Daimyou.

“Dependendo do nível de gravidade e do quanto afetou ou afetará a vila, todo traidor deve ser encaminhado até a divisão de aprimoramento – Conhecida como divisão de recursos”.

Minato ficou de “mãos atadas” por tais ordens. Esse é um dos motivos dele não se considerar um bom Hokage. Ele sonha constantemente, espera que a nova geração, que um dia assumirá seu cargo como Hokage, possa resolver de forma mais “limpa” esta situação diplomática e por um fim a este “genocídio aprovado”.

***

Depois de todas as repercussões... Ele aproveitou o cair da noite e encaminha-se até a divisão de aprimoramento, próxima as montanhas da vila de Konoha. Lá, ele debate com o sannin responsável pelo setor.

— O Daimyou estipulou que este “sacrifício” alheio é para o bem maior da vila. Para que tenhamos maiores informações de quem nos ataca e desenvolvamos “contramedidas” maiores. Eu fui encarregado deste progresso. Serão muitos jutsu novos que irei prover para Konoha através deste método.

Este, ao qual trata a figura de maior “peso” da vila, como um jovem que ainda precise descobrir os duros segredos do mundo shinobi, dirige-lhe um grande sermão.

— Então não me venha com falso moralismo, Hokage-sama. Afinal, quando foi para revolucionar tudo de acordo com a melhor conveniência, não se importou em “rastejar” e pedir por tal. Por ser o “melhor” para todos. Agora aguente as consequências desse “melhor”. E não interfira no meu trabalho. Seja o Hokage que todos esperam e pode deixar o trabalho vil, sujo, experimental... Comigo. – Mesmo após tamanha arrogância e petulância com a autoridade do Hokage, ele ainda ousa continuar com seu sarcasmo. - Hokage, quanta ingenuidade. Ser Hokage... É o trabalho de uma imatura e ingênua criança no topo.

Após este “trágico” sermão, Orochimaru simplesmente volta ao seu trabalho, em sua divisão cuja sede fica bem afastada dos domínios do portão de Konoha (para o caso dos gritos e retaliações dos aprisionados não repercutir na vila).

Ao Hokage, Minato... Só restou apertar a mão e ranger os dentes. Sabia estar certo em temer e repudiar aquilo tudo, mas nada podia fazer.

Afinal, desafiar a autoridade do Daimyou, era colocar toda a aldeia, todo este povo que ele considera sua família, na zona de guerra. Um perigo irreparável, por algo que não os “afeta” diretamente. Somente os espiões e traidores da vila tinham tal fim devastador na divisão mais perigosa de Konoha.

A melhor opção é realmente seguir os “conselhos” do seu veterano sannin.

Ser o melhor que pode, mesmo que carregando tal mancha desumana... Foi o que lhe sobrou a fazer.

Continua...