A Rosa Dourada escrita por Dhuly


Capítulo 19
Chegada


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Demorei né, acho que já deu uns 17 dias desde que eu postei o último capítulo, desculpa, foram pequenos imprevistos que acabaram se acumulando e me impedindo de escrever.
Mas, gostaria muito de agradecer aos 105 comentários, a todos que tiram um tempinho de seu dia para dizer o que ta achando da fic, sério muito obrigada a todos vocês!
Uma boa leitura.



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e s t r a d a   d o   o c e a n o

Amélie olhava pela pequena janela da carruagem sem nenhum interesse. Era apenas uma forma rápida de passar o tempo e se distrair já que não tinha nada o que fazer, diferente de Evangeline, que mesmo com todo o movimento, conseguia tecer uma bela manta feita de lã. Ela de certa forma sentia um pouco de inveja da irmã, não era certo a mãe tratá-la de forma melhor, as duas deveriam receber amor da mesma maneira e não serem comparadas o tempo todo como Lady Ágata gostava de fazer.

A mãe das duas jovens dormia roncando de boca aberta, aquele era o único momento que perdia a compostura, quando estava inconsciente. Se estivesse acordada provavelmente estaria ralhando Amélie com alguma besteira, era realmente chato.

O calor de verão estava de matar. O sol mostrava todo seu esplendor no céu azul e sem nuvens, aquela carruagem estava parecendo um caldeirão de tão quente. Mel preferia estar do lado de fora, cavalgando e sentido a mínima brisa que fosse sobre si. Contudo achava que fosse um pouco difícil cavalgar com aquele vestido, era apertado e pinicava sua perna, sua mãe havia pegado seus vestidos feitos especialmente para cavalgadas e disse que devolveria apenas se ela se comportasse na Corte.

Amélie esperava que a chegada em Jardim de Cima demorasse o maior tempo possível.

Seu pai estava preocupado com o destino de sua casa com John no poder. Um corvo havia informado sobre a morte do antigo rei e da coroação do novo. Tudo havia sido muito rápido e Mel ainda se confundia um pouco. A Crane não conhecia muito o príncipe, apenas de vista em eventos importantes. Seu tio Robett agora fazia parte de seu conselho, seu pai também faria do de guerra, até que tudo se estabiliza-se.

A jovem não via a hora de tudo aquilo acabar e a paz mais uma vez reinasse. Perguntava-se como as crianças estavam no orfanato. Será que passavam bem? Esperava que sim.

— Terminei! — Evangeline exclamou levantando a manta no ar. — Está perfeita, se Teo estivesse aqui provavelmente amaria.

Amélie riu do comentário da irmã, Teobaldo tinha menos cérebro que um burro e provavelmente nem ligaria para aquela manta.

— Qual a graça irmã?

— Nenhuma, apenas que você continua dando atenção para o que Teobaldo pensa!

— Ora, um dia seremos marido e mulher, eu devo dar atenção a ele e seus pensamentos. Nós dois seremos felizes e teremos um casamento abençoado pelos Sete.

— Pare de se iludir com isso Line, Teobaldo nunca irá se casar com você, ele prefere a companhia de prostitutas e rameiras. — Aquilo era uma verdade, o primo das jovens não tinha vergonha de colocar servas em seu colo durante os banquetes. Ela mesma já havia ouvido barulhos nada agradáveis do quarto dele.

— Nunca repita isso novamente. — Evangeline cravou as longas unhas no pulso de Amélie, a face ruborizada de raiva. — Entendeu?

Amélie não respondeu, apenas apertou o pulso da irmã na mesma força, as duas lutando com seus olhares. Antes que algo mais grave pudesse acontecer Lady Ágata acordou de seu sono profundo, olhou para filhas sonolenta e logo percebeu a situação. Tirou os braços de uma sobre a outra e logo mostrou sua carranca.

— Será que as duas não podem passar um dia sem brigar?

— A culpa foi de Amélie, ela estava me provocando! — A mais velha disse com uma voz dócil e enjoativa.

— Sei muito bem disso, sua irmã gosta de arrumar confusão.

Amélie apenas bufou e cruzou os braços. Seria uma longa viagem...

 

 

j a r d i m   d e   c i m a

Aeden desceu do seu corcel branco de forma magistral. As botas  pretas agora estavam sujas de terra por conta de toda a viagem. Ele não via a hora de se lavar e livrar-se de todo o suor e sujeira, estava cansado e com fome, contudo sabia que aquilo teria de esperar, primeiro tinha de lidar com John.

Os dois por mais que fossem primos nunca haviam se dado muito bem. Diferente de suas irmãs e Cecily que eram boas amigas. Ele sempre havia visto arrogância por trás dos sorrisos do príncipe, agora rei. Esperava que a coroa o mudasse para algo melhor.

Em meio à bagunça de criados, cavalariços e pajens, o herdeiro de Bosquedouro seguiu para a carruagem das irmãs. As três aguardavam em uma linha da mais velha para a mais nova. Aella estava animada, estava estampando em sua face. Pretendia permanecer ao lado delas, contudo foi parado por Lady Ágata e suas duas filhas.

— Oh Lorde Aeden, como vai? Soube que tu és um excelente espadachim, minha filha mais nova, Amélie, adoraria ver você em prática.

As palavras de Lady Crane não escondiam suas intenções, já era tempo dele se casar. Principalmente em uma guerra, seu pai havia dito que nos tempos de guerra que as alianças realmente aconteciam, era verdade. Aeden sorriu docemente para as damas.

— Será um prazer milady, se me permite, tenho de encontrar meu pai agora. — Ele tratou de beijar a mão das três antes de seguir até onde sua família estava, não pode deixar de sorrir ao ouvir: “Veja como é educado!”.

Lorde Alvo tratava de algo com o castelão, ele ficou ao lado de Aella que não conseguia conter a vontade de adentrar de uma vez pelos portões duplos. Olhou para o irmão mais velho com um sorriso travesso.

— Aeden, mal chegamos e já está cortejando as damas. — Aella brincou com um sorriso animado.

— Eu não resisto.

Os dois riram e continuaram esperando o pai. Logo tanto os Rowan, como os Oakheart e os Crane estavam entrando no pátio principal, onde o Rei John e a Rainha Mãe aguardavam.

— Meus caros amigos, sejam muito bem vindos a Jardim de Cima. — John falou em alta voz, para que todos os pres

entes no pátio pudessem ouvir. — É uma pena que tenha sido em circunstâncias como essa.

— Meus lordes, sei que foi uma longa viagem, contudo precisamos começar uma reunião imediatamente para debatermos assuntos de extrema importância. — Sua tia dava as ordens como se fossem doces palavras, logo as moças foram por um caminho enquanto os lordes e herdeiros seguiram para dentro do castelo.

Aeden não conhecia Jardim de Cima muito bem, ao contrário de seu pai que havia passado a infância ali como protegido do antigo rei, Leo Gardener. Foi daí que surgiu a amizade entre Alvo e Garth e também a semente que resultou na coroa de Elizabeth.

Seguiram por corredores bem iluminados pelo sol radiante até pararem diante de uma porta dupla, ali existia uma sala de conselho grande e ampla. Uma mesa escura e longa preenchia todo o local, em cima dela um grande mapa da Campina e vinho. Aeden já pressentia que aquilo demoraria bastante.

A mesa ficou estranhamente vazia sem a presença de tantos outros lordes, antes leais e agora rebeldes. Na extrema direita John assentava ereto, uma bela coroa de ouro repousava sobre suas mechas loiras, a mãe sentava perto de si, como uma sombra. Lorde Alvo sentou-se ao lado da irmã e Aeden depois dele. Em frente aos Rowan se encontravam Lorde Teobaldo, que já estava em Jardim de Cima e seu tios, Lorde Crance e Robett. De verde tinha Lorde Tyrell e seu filho mais velho. Não muito longe vinham os Oakheart, assim se formava o conselho, era claro que faltavam mais lordes menores, contudo John deveria achar que eles não tinham importância para uma reunião como aquela. O Rei da Campina estava pronto para falar quando a porta foi aberta mais uma vez.

Uma moça que Aeden não conhecia entrou na sala, seguida de outra um pouco mais baixa.

— Creio que o senhor tenha se esquecido de me convocar para esta reunião, sua graça. — A moça disse antes de se sentar ao lado de Aeden.

— Me perdoe milady. — O rei disse de má vontade. — Senhores, está é Lady Ellynor da Casa Fossoway, e a moça que a acompanha é Lady Roslin, minha noiva.

Todos cumprimentaram as moças com uma aceno e elas fizeram o mesmo cordialmente.

— Bom, chega de rodeios. Como podem ver Garth morreu, foi atacado durante a noite por um assassino mandado pelos Hightower. Obviamente foi uma retaliação por conta da morte de Gerold, ele deve ter entrando no castelo com as comitivas que eventualmente chegam ao castelo junto dos leais lordes, todavia já providenciamos uma segurança reforçada. — A Rainha Mãe, entoou tudo com uma voz rígida e rápida, como uma verdadeira rainha. — Também soubemos que os Meadows e Merryweather se coroaram reis com o suporte de mais alguns lordes da região.

— Devemos acabar com isso o mais rápido possível, um ataque aos dois castelos ao mesmo tempo, enquanto também enviamos mais tropas a Bosquemel, o castelo de meu sobrinho é tudo o que protege Jardim de Cima dos avanços sulistas. — John explicava tudo enquanto movia peças que representavam os soldados pelo mapa.

— Pelo que entendi de toda essa história, Lorde Ptolemus e Lorde Ion apenas se proclamaram reis, não se declararam contra a coroa, além do mais temos reféns de ambas as casas. Eu acredito que deveríamos focar nossas forças em Vilavelha e em metade do reino que está contra nós. — Ellynor surpreendeu a todos na mesa com suas palavras, já que a maioria apenas esperava que a moça fosse escutar tudo sem dar opinião.

— É um fato que as forças destes rebeldes é mais fraca do que de nossos inimigos no sul, contudo creio que não devemos subestimá-los. Vilavelha está à milhas daqui, já Vale d’Erva está bem mais próximo, seu castelo inclusive muito mais próximo do que Jardim de Cima, milady. Não podemos correr o risco de um ataque surpresa. — Lorde Alvo rebateu.

— Lorde Axel está voltando para Monte Chifre, o envie com todos seus homens para cuidar desses dois. — Disse Robett Crane.

— Lorde Axel vai pegar suas forças e irá para o sul, as tropas Tarly irão empurrar os inimigos e saquear tudo até chegarmos a Vilavelha onde vamos formar um cerco contra a cidade. Não vamos mudar esses planos. — O rei respondeu de forma rígida.

— Eu creio que temos homens suficientes para criarmos dois frontes, um atacará o sul enquanto outro marchará para o nordeste. — Lorde Oakheart se pronunciou.

— Não devemos nos esquecer de nossos inimigos potenciais, os Casterly não faz muito tempo tentaram pegar terras ao norte. Devemos manter nossas fortalezas guarnecidas se não quisermos ser pegos de surpresa. Sem contar que temos homens que acabaram de chegar da Batalha do Vago, por mais que tivemos vencido, os Hightower conseguiram criar um grande estrago, quase que Teobaldo não saiu de lá com vida. — Lorde Crane não pareceu gostar nem um pouco dos comentários de seu tio Crance.

Aeden entendia aquela raiva, era o orgulho ferido, por ter perdido. Ele odiava perder para o mestre de armas de Bosquedouro, era realmente decepcionante, imagina perder para o príncipe rebelde.

— Tenho que lembrar a todos que Lorde Redwyne tem a maior frota de Westeros, só perdendo para os Nascidos de Ferro. Não imagino que eles tenham perdido todo seu poderio naval, também devemos pensar nas Ilhas Escudo e em possíveis ataques marítimos. — Rickard Oakheart alertou ao rei, que a cada comentário parecia ficar mais pensativo.

— Creio que devemos utilizar de nossa vantagem numérica, temos mais homens, mais cavaleiros armados, vamos usá-los de uma vez, ao invés de ficarmos debatendo aqui. Os Hightower não vão aguentar um ataque de todo nosso poderio, muito menos os Meadows ou Merryweather, um ataque forte e consistente deve resolver nosso problema de uma vez. — Teobaldo propôs.

— Senhores, creio que toda essa discussão não está nos levando a lugar algum. Realmente temos três inimigos agora, cada um com um exército e difíceis de serem derrotados, contudo devemos formar algo logo. Eu trabalhei com Garth por muitos anos e sei que agora provavelmente ele traria uma carta da manga, contudo não o temos com seus truques, devemos formular algo. — Lorde Filip finalmente disse algo. — Realmente temos mais homens, todavia isso não nos garante vitória. Uma guerra é muito mais do que números. Vossa graça, se me permite dizer, acho que o senhor deveria pegar suas forças e marchar para o sul. Conheço tanto Ptolemus quanto Ion, seu como os dois ligam para a família e não deixariam os filhos morrerem, ameace os dois e tenho certeza que eles não moveram uma espada contra o senhor. Devemos terminar uma luta antes de partir para outra, devemos terminar com os Hightower.


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Notas finais do capítulo

Foi um capítulo mais paradinho, foi mais para desenvolvimento de relações e algumas explicações.Só uma coisa, o Filip foi inocentado pelo Garth das acusações e aceito novamente como intendente e conselheiro. Depois que ele morreu o Tyrell continuou no cargo, já que tanto o John como a Elizabeth sabem que ele é muito apto e já teve anos de experiencia.
Espero que tenham gostado, não posso prometer capítulos rápidos por que a escola e o estagio estão tomando muito do meu tempo, todavia vou dar meu melhor para escrever um pouquinho todo dia!
Beijos e até mais!



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