A Rosa Dourada escrita por Dhuly


Capítulo 18
Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Oi novamente!
Eu amo esse capítulo de coração e realmente espero que vocês também gostem!
Uma boa leitura!



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j a r d i m   d e   c i m a

Ellynor vinha em uma beleza estonteante. Finalmente o luto por Garth havia acabado e ela podia vestir algo que não fosse o preto, por sorte não havia chegado ao ponto dela repetir vestidos. Já havia passado por dois lutos, havia enterrado os pais e desde aquela época ainda guardava algumas roupas.

Ela andava pelos corredores do palácio com uma calmaria incomum a mesma, pelo menos ela tentava demonstrar isso. A verdade era que seu interior estava uma bagunça.

Tinha de cuidar das terras Fossoway, comandar o castelo, cuidar da educação de Raymun, botar um olho em Roslin e ainda tinha os malditos vassalos. Como eram chatos e insistentes. Sor Eustace não para de dizer que ele deveria cuidar da tutela de seu irmão e ser o regente das terras que eram dela. Fazia anos que o velho cavaleiro a entristecia, ao seu lado sempre tinha Lorde Astolfo que queria empurrar seu filho espinhento para ela.

Como se aquele garoto gago fosse digno de uma mulher como ela. Ellynor sabia que não poderia mais adiar uma aliança matrimonial, a mesma não gostava da ideia de se submeter a um homem qualquer, gostava da liberdade e de todo o poder que detinha. Perder isso não era uma ideia nem um pouco convidativa.

Com John como rei tudo mudava, Garth era um homem mais confiável e previsível. Ela poderia lidar com aquele rei, o novo já era outro assunto. O reinado do jovem começara sobre uma desgraça, com a morte do próprio pai. Era tudo gelo quebradiço, tinha de manter Roslin como rainha e a Casa Fossoway em um pedestal de poder.

Pensava em iniciar um cortejo com Lorde Teobaldo, precisava de alianças. O rei estava cheios delas, tinha os Rowan como maiores aliados por conta do parentesco. Os Oakheart que eram leais à coroa por séculos. Kayden Ambrose que era um boboca que seguiria qualquer um. Ainda tinha as Ilhas Escudo e várias outras casas menores. Elly ainda se lembrava das palavras de seu pai: Uma macieira com apenas um fruto é considerada fraca e ruim,mas uma frutífera é regada e cuidada. Era algo sábio, ninguém conseguia se manter sozinho. Nem mesmo ela.

Ela adentrou na sala do trono que agora estava belamente decorada com dourado nas cortinas, tapetes e é claro, na nova coroa cintilante de John. O mais velho tinha um grande ar de prepotência e se via como o maior. Ela tinha suas dúvidas quanto a isso.

Ao seu lado direito estava a Rainha Mãe permanecia parada feito gelo. O único indicio de vida nela era seu pequeno sorrisinho sínico. Aquela mulher era perigosa, a Fossoway sabia disso e tomaria cuidado.

— Gostaria de tratar de assuntos...

Ela foi cortada rapidamente pela rainha que exclamou:

— Ora menina, perdeu seus modos e respeito? Está falando com seu rei, deve curvasse diante dele.

Ellynor sentiu que as bochechas haviam se tingido de rosa, não por vergonha, mas por raiva. Relutantemente ela se curvou, com uma face nada agradável.

 

 

— Assim está melhor! — O rei finalmente se pronunciou, mantinha a cabeça apoiada por um braço, a cabeça levemente virada, quase como um cachorro fazia para pedir comida. — Bem, pediu está audiência por quê?

— Gostaria de tratar do assunto de seu noivado com minha irmã, Roslin. Creio que o casamento deveria ser antecipado ou pelo menos uma data fosse marcada! —Manteve o nível rígido e autoritário na voz, ela era a Senhora de Solar de Cidra e não se rebaixaria para qualquer um, nem que esse alguém fosse um rei.

O rei mudou sua posição, endireitando-se no trono e ficando com uma expressão raivosa.

— Julga-me como um qualquer e pensa que não irei manter minha proposta de pé?

Ela sorriu docemente, como sua septa a ensinou desde pequena.

— De maneira alguma, vossa graça, apenas pensei em retomar a esse assunto pelo fato do noivado ter sido acertado com o senhor seu pai e não contigo. Nunca quis ofendê-lo.

— Pois saiba que o noivado ainda está de pé e o casamento ocorrerá logo!

— Quando?

— Em uma semana! — Elizabeth pronunciou-se.

Era impossível não perceber o olhar de pura raiva que John lançava para a mãe, contudo ela não esperava continuar ali para ver o desfecho daquela briga, tinha conquistado seu objetivo.

— Pois então está marcado. Até mais, vossa graça...

Então ela saiu da sala do trono, com um sorriso vitorioso na face.

 

 

m e s a l o n g a

De sua janela Anelise podia ver tudo. Desde os cavaleiros que treinavam no pátio até o verde das campinas que nomeavam aquele reino. Verdejantes e que pareciam não ter um fim, como um grande mar que qualquer poderia nadar, desde plebeu até nobre.

O castelo ancestral da Casa Merryweather havia sido construído sobe uma colina elevada, dando visão privilegiada para seus moradores e uma boa defesa contra ataques. Do alto de sua torre circular ela podia ver os convidados que eram tão aguardados por seu pai. Tratariam de um assunto delicado e que ela não tinha conhecimento, nem mesmo sua mãe sabia de alguma coisa. Ela que era a maior confidente de Lorde Ion.

As bandeiras dos visitantes mostravam um campo verde claro e coisas pequenas coloridas que ela não conseguia distinguir dali. Não que ela precisasse, já havia decorado todos os brasões das casas da Campina, aqueles eram sem dúvidas os Meadows.

Era uma comitiva não muito grande, no máximo quarenta pessoas. Ela viu seu pai sair do castelo junto de sua mãe, o casal cumprimentou um homem de idade, provavelmente Lorde Meadows e depois outro homem, esse mais jovem e que Anelise não fazia ideia de quem seria.

Logo Lorde Ion entrou acompanhado dos dois recém-chegados. Ela suspirou, cansada de tanto mistério. Qual seria o assunto que discutiriam? Séria sobre a guerra?

Por mais que seu irmão fosse refém dos Gardener, seu pai ainda não havia movido um dedo para ajudar nenhum dos lados. As terras Merryweather ficavam longe de qualquer conflito, no nordeste da Campina, ali as pessoas ainda não haviam sido separadas de suas famílias para lutar em batalhas, as vilas não haviam sido saqueadas e os fazendeiros ainda plantavam. A guerra ainda não havia chegado até ali e isso deixava o coração dela mais leve.

Batidas na porta chamaram sua atenção. Ela não esperava ninguém e isso poderia ser considerado uma surpresa, Anelise amava surpresas.

Foi até a porta rapidamente, seu vestido de seda azul raspando no chão de pedra. Ela abriu a porta e abriu um grande sorriso ao ver a tia, logo a abraçou, pois fazia meses que não se viam pessoalmente, apenas mandavam cartas uma para outra.

— Veja como cresceu! — Caitrina exclamou observando sua sobrinha. — Nem se parece com a menininha que eu pegava no colo.

A essosi estava vestida em uma armadura de ferro polido, feita especialmente para ela. Se uma septa a visse provavelmente cairia dura no chão. Muitos poderiam achar aquela mulher estranha, com a cabeça raspada, maquiagem marcante e dois arakhs na cintura. Já a jovem a admirava, toda sua força e individualidade única. Ela era um exemplo de que uma mulher não deveria ser apenas um rosto bonito que deveria se casar. Ela esperava poder chegar perto de ser o que a tia era um dia.

— Quando você chegou a Westeros? Pensei que estivesse em Pentos...

— E eu estava, mas recebi uma carta de sua mãe e vim o mais rápido que pude. As Filhas de Ferro também estão vindo, mas como são muitas pessoas tive de arrumar mais navios. Chegarão em breve, já eu peguei o primeiro barco que partiu.

— Minha mãe a chamou?

— É uma longa historia Ane, mas não tenho tempo para contá-la agora. Temos de ir até seu pai.

Anelise pensou em perguntar mais coisas, mas sentia que as respostas chegariam logo. Por isso seguiu a tia sem pestanejar. As duas desceram as escadas em uma rapidez impressionante, depois por mais alguns corredores até uma enorme porta dupla. Ali era a sala de reuniões de Lorde Ion, as duas entraram.

O ambiente estava escuro, iluminado apenas por poucos candelabros de ferro e pela enorme lareira. Seu pai estava em uma ponta da mesa com Lady Ayisha ao seu lado direito, na outra extremidade da mesa estava um senhor de idade, mas ainda assim rígido. Só podia ser Lorde Meadows, sentado perto dele estava à outra pessoa que ela havia visto, era um homem loiro e bem bonito. Dispensando formalidades, Anelise sentou-se do lado da mãe e a tia do lado de seu pai.

— Querida, quero que conheça Lorde Ptolemus, Senhor do Vale d’Erva, e é claro seu filho, Augustus. — Lorde Ion disse.

Pai e filho apenas acenaram com a cabeça.

— Bom, acho que podemos começar essa reunião. — Lady Ayisha disse com seu habitual sorriso, mas Ane percebia seu desconforto por destras da mascara de recato.

Lorde Ptolemus se ajeitou em sua cadeira, mas pareceu apenas ter ficado mais rígido ainda.

— É de conhecimento geral que uma guerra assola a Campina. Uma guerra por motivos fúteis e, agora, comandada por dois jovens inaptos. — Lorde Meadows, tinha uma voz grave e forte, digna de um líder, todos naquela mesa pareciam ter medo de respirar para não o interromper. — Garth por mais que tivesse sido errado não resolver a guerra diplomaticamente, saberia como conduzir seus aliados para uma vitória. Já John não, de acordo com ás cartas de minhas filhas ele é um garoto descontrolado e que se finge de boa pessoa. Tão ruim como a mãe.

— Ele irá apenas fazer essa terra sangrar sobre seu comando. Eu não sei quanto a vocês, mas não irei me submeter a esse garoto e muito menos ao outro. — Ptolemus continuou.

— Então o que pretende fazer? — Caitrina ergue a voz, tão fria quanto a de Lorde Meadows.

— Este reino foi forjado por anos de guerra e diplomacia, por reis extraordinários e outros terríveis. John pode ser um rei ruim, mas quem poderia dizer que seu filho não irá vir a se tornar um rei muito bom? A verdade é que não podemos prever quais reis serão bons e ruins, eu não irei mais me ver a mercê do destino. Esperando que os Sete me tragam um rei extraordinário. Tato a minha casa quanto a sua já foram governadas por reis, proponho a você, Lorde Ion, que mais uma vez coloque uma coroa sobre a cabeça assim como eu farei. O tempo dos Gardener acabou.

Ane sentiu um nó na garganta com o que havia acabado de ouvir. Parecia loucura que seu pai se declarasse rei, por tantos anos essa casa havia sido vassala dos Gardener e agora novamente poderiam se tornar uma casa real, só o destino poderia dizer o que isso daria.

— E o que eu posso ganhar de garantia com tudo isso. Como você mesmo disse não sabemos que reis poderemos ter no futuro, quem diria que seu bisneto não poderia ser um tirano que atacaria meus descendentes? — O pai de Ane tinha a testa suada e estava nervoso, ela podia sentir.

— Bom, quanto a isso. A Casa Meadows e a Casa Merryweather já se uniram pelo casamento várias vezes, eu proponho para fazermos isso mais uma vez. Um casamento entre meu filho e sua filha uniria nossas casas e faria com que este problema não ocorresse.

Anelise não gostou dessa surpresa e parecia que Lorde Augustus também não.


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Notas finais do capítulo

Ane e Elly são meus amorzinhos u.u
Mais reis hein? Daqui a pouco a Campina vai ficar mais dividida do que tudo kkk
Espero que a historia esteja agradando vocês!
Beijos, nos vemos nos reviews!



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