A Rosa Dourada escrita por Dhuly


Capítulo 12
Na Nova Corte


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!
Olha a hora né, três da manhã, TRÊS, mas eu amo vocês e vim postar o quanto antes, tava devendo um capítulo novo para vocês!
Como acabei de dizer, são três horas e estou morrendo de sono, acabei esse capítulo agora tive de fazer o banner as pressas, por isso alguns erros podem escapar, me perdoem desde já!
Desculpa a demora, mas não vou encher vocês com meus problemas, vamos ao capítulo!
Uma boa leitura!



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i l h a   d a   b a t a l h a

Otto estava de joelhos perante a Árvore Coração. Uma árvore enorme e que contrastava com o verde e marrom da floresta. Eram necessários três homens para formar um circulo completo ao redor do troco com os braços, seus galhos leitosos e brancos lutavam com as outras árvores por um pouco de luz do sol. Suas raízes, grandes e fortes, estavam presas ao chão de tal forma que parecia que o represeiro temia ser arrancado dali pela brisa mais leve.

Seu sorriso era bobalhão e largo, com seiva seca e avermelhada descendo nos cantos da boca feita por seres nunca vistos. Um único resquício de um passado distante quando supostamente gigantes andavam pela terra.

O cavaleiro nunca fora um homem muito devoto e casto, todavia já estava por algumas poucas horas em frente aquela árvore pedindo aos deuses sem forma. Ele entendia o fato da maioria do povo westerosi seguir os Sete ao invés dos Deuses Antigos. Era difícil seguir algo que você não sabia como era ou o formato de seus rostos, ao contrário da Fé dos Sete que tinha o Livro de Sete Pontas, cantigas e orações, os Deuses Antigos não tinham sequer uma oração. Tudo que você tinha de fazer era se ajoelhar perante o represeiro, dizer do que precisava e agradecer pelo que tinha recebido.

Mas afinal, ser um bom fiel não era seguir uma divindade mesmo que ela não tivesse face ou não realizasse tudo o que quisesse? Muitas vezes Otto queria que existisse alguém para aconselhá-lo sobre a fé que ele tinha acolhido para si quando tinha ido ao Norte.

Ele suspirou e focou-se em sua oração. Pedia para que a guerra fosse vencida pelos Hightower, que Odethe fosse poupada de todo mal e voltasse para a família e por fim que seu pai voltasse a salvo. Ainda tinha seu casamento...

Com reuniões de guerra, treinamento com a espada e afazeres do dia a dia, ele teve pouco tempo para conhecer sua noiva melhor e ser mais do que um desconhecido quando os dois subissem ao altar.

Otto escutou passos atrás de si e se virou rapidamente, contudo era apenas Olyne flanqueada por dois guardas Redwyne.

— Mamãe disse que estaria aqui — Disse a ruiva com um sorriso doce.

— Ela estava correta — Ele respondeu se levantado do chão e batendo a terra da roupa.

— Por que tanto ora? — A mais velha questionou curiosa.

— Por nossa família, pela vitória, muitas coisas...

— Venha, vamos voltar! — Pediu Olyne estendendo o braço.

Otto entrelaçou seu braço com o da irmã e os dois seguiram juntos para Torralta, que se erguia imponente alguns metros à frente. Os guardas cuidavam de sua retaguarda, contudo mantinham certa distância para que eles dois pudessem conversar tranquilos.

 — O que achou de Armelyne? — Questionou a ruiva, mesmo que soubesse mais da princesa do que aparentava.

— Doce, bonita... — Começou ele, mas percebeu que não sabia tanto das qualidades da princesa ou seus defeitos. — Pouco sei dela, mas parece ser uma boa garota.

Olyne deu o sorriso zombeteiro e enrolou uma mecha de seus cachos ruivos no dedo.

— Por que ri?

— Nada — Ela respondeu apenas, mas sabia muito mais do que seu jovem irmão.

 

 

t o r r a l t a

Lyra descia as escadas apressadamente, tinha de encontrar as princesas nos jardins. A princípio ela aceitava os pedidos apenas por conta da mãe obrigá-la, mas depois havia percebido que a companhia das duas era deverás agradável. Afinal qualquer coisa que não envolvesse sua mãe já era um alívio.

A jovem rosa não suportava olhar para a face de Terresa, era como um monstro que a havia trancado naquela torre. O pior era que nada poderia fazer para mudar sua situação, apenas podia sorrir e fingir que tudo estava bem.

Nem gostava de pensar quando o príncipe chegasse e seu casamento teria de acontecer. Blair havia dito que Niklaus era bom e seria um bom marido para ela, todavia ela ainda sentia-se nervosa ao pensar em trocar os votos no septo. Ela entraria para a família real e num futuro não muito distante ela seria rainha de um reino inteiro. Isso na hipótese que a guerra seria vencida pelos Hightower, ela esperava que sim. Tentava ser forte naquele momento, mas sabia que a derrota de Gerold significaria perder a cabeça como traidora, isso na melhor das situações, ainda poderia passar a vida nas masmorras subterrâneas de Jardim de Cima.

Será que seu pai intercederia por sua vida? Ou a deixaria a mercê da ira de Garth? Ela preferiu tirar esses pensamentos da cabeça quanto finalmente entrou nos jardins.

Ela vestia um vestido verde claro, com detalhes em ouro no pequeno decote e nas mangas. O cabelo permanecia preso em um penteado elegante. Chamou a atenção de alguns nobres quando entrou no local.

Ela não acreditava que com tantos jardins espalhadas por aquela torre todos os nobres sempre ficavam em um específico. Em Jardim de Cima ao menos ela tinha lugares para permanecer sozinha e sem pessoas a observando, ali tinha de sempre ficar com um maldito sorriso e com a boca calada sobre seus verdadeiros pensamentos. Nunca se sabe quem está ouvindo.

Ela seguiu até onde as princesas a aguardavam. Onde havia alguns bancos, vinho e guloseimas. As princesas sorriram para ela e ela correspondeu.

— Finalmente chegou Lyra! — Disse Armelyne que estava bela em um vestido prateado e glamoroso.

— Princesas... — Respondeu ela polidamente, todavia mostrando um sorriso sincero.

— Venha Lyra, sente-se aqui — Blair disse deixando um espaço no banco, onde ela se sentou.

— Temos ótimas notícias — Disse Armelyne com um de seus belos sorrisos. — Niklaus mandou um corvo, infelizmente perdeu a batalha, contudo está bem e voltando para cá!

A morena sorriu em conjunto das princesas, mas sentiu um nó na garganta, agora a contagem para seu casamento começava oficialmente. Alguns dias talvez? Não saberia dizer, pouco sabia sobre navegação, mas ele estava voltando e isso era motivo suficiente para amedrontá-la.

 

 

O sol estava se pondo, pintando o horizonte com um alaranjado forte o suficiente para impedir ele de olhar por muito tempo. Emmett abria o lacre azul para pegar a carta de sua mãe. Reconheceu imediatamente a caligrafia fina e curvada, letras finas que o faziam força-se a ler.

 

Meu querido Emmett;

Como está? Do fundo do meu coração eu espero que bem, sinto saudades, mas pelo que me disse em sua última carta vamos nos ver logo. Encho-me de alegria ao pensar em nosso reencontro, sabe como odeio de me separar da família, principalmente após Ebbert...

Já estou tomando conta da viajem, os baús estão sendo arrumados e a comitiva está se preparando. Logo estaremos ao seu lado para o casamento real. Fiquei muito alegre ao saber que Niklaus está bem, tão novo e já com tantas responsabilidades.

Enzo está muito empolgado para revê-lo e já corre animado pelos corredores alegre.

Seu pai continua no mesmo estado, pergunta frequentemente por Ebbert, não tenho coragem de dizer que ele se foi, duvido que algum dia tenha...

Queria que Roxanne ficasse com ele enquanto estamos fora, mas ela está eufórica para rever Lymond, eu a entendo. Durstan vai ficar sobre os cuidados do meistre, não gosto de deixá-lo sozinho, temo que quando voltar ele já não vai estar mais entre nós.

Enfim, quando está carta chegar a você certamente já estaremos na estrada então não precisa enviar uma resposta. Tenho fé de que logo nos encontraremos em Torralta.

Com todo amor do mundo, sua mãe, Lady Lynesse.

 

Ele colocou a carta sobre o envelope aberto e suspirou. Estava feliz por saber que logo teria a família novamente ao seu a lado. A corte às vezes parecia sufocante demais.

Emmett levantou-se de sua escrivaninha e foi para sua pequena varanda. Tinha uma bela vista dali, via o porto, uma parte da cidade, os navios e o mar que se estendia até perde-se no horizonte. O sol despejava sua última luz sobre o mundo, indo embora para um lugar desconhecido. As luzes começavam a florescer por Vilavelha e o movimento pelas ruas de paralelepípedos cessar.

Em alguma daquelas vielas Ebbert havia sido morto. E por mais que o pai sempre tivesse prevalecido o primogênito, ele ainda sentia falta dos gracejos do irmão mais velho.

O sepultamento havia sido algumas semanas atrás. Obviamente apenas um dia após o velório de Lady Dalena, o Rei havia feito questão que o Septo Estrelado fosse apenas da falecida esposa. Ele não podia criticar, sabia muito bem a dor da perda de um amor.

Um arrepio subiu por sua espinha quando uma rajada de vento bate contra à torre, o sor resolveu por fim entrar.

 

 

v i l a v e l h a

A pequena frota de Damian Beesbury atracou ao cais de pedra pela alvorada. Apenas cinco navios concedidos pelo avô para fazer sua escolta pelo Mar Estreito. O rapaz alto respirou fundo, sentindo o ar nos pulmões, o ar da Campina. Finalmente estava no lugar que ele tanto sonhou e recriou em sua mente. Já estava fascinado pelo local e tinha até perdido a fala quando avistou Torralta, erguendo-se imponente a vários metros do chão.

Ele havia vindo até ali com um único objetivo, o objetivo que rondou sua cabeça desde a infância: Se tornar lorde de Bosquemel. Ter as terras que seu pai falava com tanto carinho. Tudo mostrava que aquela era a hora. A Campina estava dividida, uma guerra acontecia, dois reis governavam e ele pretendia se aliar a um.

Era obvio que a escolha mais obvia seria Gerold, pouco ele conhecia do homem, mas se ajoelhar a ele era um preço medíocre se a recompensa fosse às terras que sempre almejou. Sabia que a filha do rei e seu filho seriam um empecilho, mas ele tentaria convencer a tal Cecily a desistir do título.

Deveria conquistar Bosquemel com o menos de violência e luta possível, como Felycia havia aconselhado. A irmã mais nova era muito esperta, havia dito que não seria bom para imagem dele chegar trazendo mais guerra para um lugar que já sangrava e o Beesbury concordava.

O porto começava a rotina diária. Pescadores indo rumo a seus barcos, as feiras começavam a abrir. O dia estava belo, o sol brilhava e o céu permanecia sem nuvens. Logo ele e a irmã teriam de ir até a Ilha da Batalha, pediriam uma audiência com o Rei e ele torcia para que os Sete ajudassem os dois. Ele duvidava que fosse falar muito, Felycia era a melhor de lábia e saberia lidar com um nobre melhor que ele, afinal havia vivido grande parte da adolescência na Corte dos Arryn.

Pensar em Felycia parecia ter atraído a garota para a proa. Vestia-se com seda leve, amarela e com renda em preto no decote, que ele achou grande demais. Uma lady resumindo em poucas palavras, resplandecia com o sol da manhã sobre os cachos dourados. Era muito parecida com o pai deles, Lorde Kevan, com exceção dos olhos, tinha os olhos cor de mel da mãe.

— Está muito bela irmã! — Ele elogiou sinceramente.

— Tenho de estar adequada para uma corte, Ian — Ela sorri docemente, afagando seu braço musculoso. — Eu gosto daqui!

— Também, finalmente estamos na terra que papai tanto nos contou. Agora finalmente estamos próximos de casa. — Ele disse, a palavra ainda estranha em sua boca, sua casa sempre fora o Vale, agora era a Campina.

Ele teria Bosquemel para si.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Próximo capítulo será com foco no Norte da Campina, adivinhão quais serão as casas apresentadas?
Beijos, nós vemos nos reviews!