Together Again escrita por Cristabel Fraser, Bell Fraser


Capítulo 22
Real?


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá leitores Peetniss, como foram de feriado? Feliz Dia do Professor (a) pra quem é um. Voltei e acredito que este seja um dos capítulos mais aguardados da fic. É agora que vossas dúvidas serão  iluminadas rss. Quero dedicar este capítulo a linda Vanessa Santiago que me emocionou aqui com a belíssima recomendação, obrigada querida por me seguir nessas loucuras kkkkk. De todo o coração espero que gostem do capítulo e por favor, não deixem de dizer nos comentários o que estão achando e o que esperam no decorrer... Vocês são leitores incríveis, amo cada teoria de vocês e pra ser sincera muitas passam raspando, ou até mesmo chega a ser aquilo que imaginei pra fic. Eu gostaria de agradecer a cada leitora que comentou no capítulo passado, vocês me animam bastante. Pessoal eu disse nas notas de TA que concluiria em 26 capítulos, mas pode ser que chegue a 28, ok? Bem, muita coisa vai acontecer, preparados? Então sem mais delongas tenham uma boa leitura.

AVISO: Este capítulo contém cenas quentes.



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Pov. Peeta

“Eu pensava que esse seria o começo da nossa história. A memória é uma coisa estranha, ela não funciona como eu imaginava.”

 

***

 

Somos tão presos ao tempo, a sua ordem. Eu lembro de momentos no meio. E esse foi o fim. Mas agora não sei mais se acredito em inicios e fins. Alguns dias definem sua história e além da sua vida. Como aquela noite.

Parecia surreal demais eu estar ali deitado fazendo amor com a mulher que amava. Katniss me fez acreditar novamente que podemos ser felizes e de algum modo queria demonstrar o mesmo a ela. Queria ser o homem, o qual, ela se orgulharia em estar usando em breve a aliança. Queria ter filhos e juntos construirmos nosso pequeno paraíso. Infelizmente tudo aquilo fora adiado.

— Sempre estaremos juntos, não é? – perguntou ela com certa angústia.

— Sempre - confirmei capturando seus lábios. Havíamos acabado de dar prazer um para o outro, Katniss sempre fora perfeita nesse quesito e em muitos outros. Mas nosso tempo de paz terminou assim que escutei um baque. – Vou ver o que foi isso, e daí vai me contar o que está acontecendo com você – ela assentiu, algo se passava com minha garota. Eu vinha percebendo uma variação nela, não sabia se era devido a Delly confrontá-la, mas precisava saber o que se passava.

Caminhei cautelosamente até a outra extremidade do iate. Não tão longe pude ver um vulto se dirigindo à grade de proteção e logo se jogar na água. Fui até a beirada e já não havia mais nada apenas um movimento da água. Senti um clarão às minhas costas e ao girar meu pescoço vi que se tratava de fogo vindo do compartimento da cozinha, ou da cabine de comando já que ambos ficavam próximos. Pensei em pegar o extintor de incêndio e tentar apagar, mas tratando-se da parte elétrica e rede de gás logo tudo iria pelos ares.

Katniss!

No desespero não conseguimos assimilar muito, tudo o que você quer é tentar salvar a quem mais se ama. Com isso corri o quanto minhas pernas permitiram.  

— Peeta...— Seus lábios sibilaram antes mesmo de agarrá-la e eu ser lançado para o alto e sentir a pele das minhas costas arder. Tive um pouco de consciência para ver seu corpo sendo arremessado além da grade de proteção.

Real?

Realmente aquilo estava acontecendo?

Meus pensamentos se turvavam, não entendia com exatidão o que se passava a minha volta.

— O que... – As palavras pareciam ácidas ao tentar pronunciá-las.

— Acalme-se Peeta. Aqui é a tia Alma. Você está seguro. Vai ficar tudo bem.

Tia Alma? Estava no Distrito 13?

Forcei minha visão e os raios do sol adentravam o quarto luxuoso de sua mansão. Sabia que me encontrava ali. Na infância Finnick e eu brincávamos de nos esconder pelos cômodos. E logo depois do falecimento do meu pai passamos um tempo morando naquele lugar.

— O que aconteceu tia? Cadê minha noiva?

— Johanna acompanhou uma equipe de médicos até aqui. Você dormiu durante uma semana. Os enxertos de pele e o unguento ainda estão fazendo efeito. Você precisa se acalmar, querido.

— O iate explodiu, certo? – ela confirmou com a cabeça. – Preciso saber se Katniss está bem. – Tentei me mover, mas tudo doía.

— Ela foi transferida do hospital do 4 para a Capital e está internada em um ótimo hospital lá, querido. Johanna está aqui e tem um assunto delicado a tratar. Por favor, tenha a mente aberta.

Alma Coin era irmã do meu pai, dois anos mais nova. Uma renomada pesquisadora da área de vacinas contra doenças virais. Raramente ela saía do Distrito 13, já que dedicava todo o seu tempo às pesquisas no Laboratório Celeron Corporation. 

— Bem-vindo de volta da terra dos mortos, Mellark. – Johanna entrou com uma aparência pra lá de cansada, puxou uma cadeira e me encarou por um tempo. – Nos deu um baita susto.

— Quero ver a Katniss e a Prim. Como elas estão... quem fez isso conosco?

— Calma aí grandão, muitas perguntas numa frase só. – Johanna suspirou antes de prosseguir. - Katniss está se recuperando. Haymitch queria vê-la, mas ainda se encontra sedada. Liguei para o Finn e ele já está cuidando da Prim. Sobre o iate... houve uma explosão e a criminalística já está averiguando.

— Foi o Michael... tenho certeza Johanna.

— Você sabe que precisamos de provas pra acusa-lo. Travar uma batalha com ele seria uma provável derrota.

— Tem alguma sugestão melhor?

— Na verdade sim. Haymitch acredita que você tem que desaparecer para seguirmos alguma pista.

— Sumir?

— Sim, todos acreditam que você está morto.

— Morto, como assim?

— Pessoas morrem todos os dias, Peeta. Já ouviu falar no doutor Chaff Kingley? – neguei com a cabeça. – Ele é um velho amigo do meu pai e conhecia o seu. Trabalha como médico legista no Departamento de Investigação...

— E...?

— E daí que forjamos sua morte.

— Johanna como pôde fazer isso sem meu consentimento? – Tentei ficar furioso, mas sabia que tudo isso fora pela minha própria segurança. Haymitch prometera ao meu pai que protegeria a mim e a minha família.

— Mellark, presta atenção, quem está por trás da morte do seu pai pode ter planejado este atentado... se você não “morresse” poderiam tentar fazer algo com o Finn, a Annie, contra a Prim, ou até mesmo...

— Katniss – completei. – Mas o que será delas agora... – Um súbito desespero de perda tomava conta do meu ser. – E quanto tempo isso tem que proceder?

— Ainda não sabemos, mas você tem que ficar o mais escondido. Nada de ficar mexendo em conta bancária, cartões de crédito e muito menos em comunicação. Realmente você terá que desaparecer.

— Acha que Brian Everdeen tem parcela de culpa nisso? – perguntei sentindo o calafrio na espinha.

— Estamos de olho nele, mas ao que parece Michael se aproveitou da bondade do Sr. Everdeen. Ofereceu mais de US$ 1 milhão de dólares para aplicar na empresa. Pelo que li nos jornais, estava perdendo espaço.

— Não quero que ninguém da minha família, e isso inclui a Katniss, envolvida nisso. Estamos entendidos?

— Claro Mellark. Eu mesma protegerei sua amada Katniss... – disse ela com um ar zombeteiro.

— Fala a verdade, você gosta da Katniss, não gosta?

— Ela é delicadinha demais. E toda aquela bondade dela de defensora dos inocentes é difícil de se engolir Peeta, mas se ela te faz feliz...

— Por favor, não deixe que nada de mal lhe aconteça. Os pais dela são um tipo protetor que sufoca. Descubra o que a estava afligindo e me conta, quero saber cada passo dela. Você será meus olhos e ouvidos.

— Está pedindo um pouco demais, não acha?

— Por favor, Jo...

— Tá bom... tá bom.

***

Os meses passavam arrastados e não encontravam nada que incriminasse alguém. Os Ritchson era uma família que disfarçava bem as falcatruas.  

As queimaduras que tive, aos poucos iam cicatrizando.

Um dia eu estava sozinho na mansão da minha tia e resolvi ligar para Prim.

— Alô?— Sua doce vozinha fez meus olhos encherem de lágrimas, a falta que eu sentia da minha garotinha e da mulher que eu amava aumentava dia após dia.

— Prim, tem alguém com você? – Escutei seus passos, talvez se afastando de algo ou alguém e logo sua linda e meiga voz preencheu meu ouvido.

— Papai?

— Sim, querida é o papai.

— Mas como... você...

— O papai não morreu meu anjo, mas não posso voltar agora, ou você e todos que amo correrão perigo. Existe pessoas más atrás de mim... – suspirei cansado. – Talvez um dia você vai entender, mas essas pessoas são poderosas demais e não posso estar com você e com os outros.

— Foram essas pessoas que tentaram matar você e a Niss? — perguntou ela sussurrando. - Eu escutei o tio Finn conversando com o Haymitch.

— Sim, querida tudo indica que foram essas pessoas, mas preciso que não fale sobre isso com ninguém, principalmente a Katniss.

— Ela sente muito sua falta papai— choramingou ela e meu coração falhou algumas batidas.

— Eu entendo querida, mas é perigoso pra todos vocês se eu retornar agora. Olha... estou falando com você de um telefone novo que não posso passar a identificação, mas prometo te ligar sempre.

— Ah... papai eu te amo tanto... pensei que você tinha...— Prim começou a soluçar e sabia que estava chorando e isso me corroía por dentro.

— O papai está bem e assim que tudo isso se resolver estaremos juntos e seremos uma família. Não deixe sua mãe desconfiar de nada. Quando eu te ligar verifique se não tem ninguém te observando. Vou combinar um horário pra conversarmos, ok?

— Ok.

E foi assim durante os meses que se seguiram. Prim e eu sempre conversávamos no fim da tarde era um horário bom para ambos.

Johanna tinha uma pista, mas no fim a única testemunha – um segurança da marina – fora achado semanas depois no rio municipal com um tiro na cabeça. Julian Barry, eu conhecia aquele homem, ele sempre era gentil quando eu, ou meu irmão íamos velejar em nosso iate. Sabia que ele tinha família e o quanto deviam estar sofrendo por tudo.

Eu já estava me sentindo louco e impotente. Queria fazer alguma coisa e não podia nem sequer mover um músculo. Nunca fora um homem de sentar e não fazer nada, principalmente por aqueles que amava.

Numa tarde sentei-me frente ao computador da minha tia na biblioteca e comecei a pesquisar mais sobre Michael Ritchson. Descobri que sua empresa petrolífera tinha um laboratório de pesquisas. Reconheci um dos nomes. Allan Dexter, foi alguém que trabalhou lado a lado com meu pai na época em que Michael era seu “amigo”. Precisava saber mais sobre ele. Quais foram suas intenções quanto a descoberta do meu pai e se acha que seu chefe teve parte com a morte dele. Eram muitas questões e passei essas pequenas informações a Johanna e Haymitch. Eu não podia ficar muito tempo no escuro.

***

— Johanna como anda nossas teorias, são válidas ou não?

— Acalme-se, estamos resolvendo isso... seu caso já foi arquivado há um tempo. Eles realmente acreditam que seu corpo se perdeu e foi cremado. A promotoria ficou louca, mas se deram por vencidos.

— Eu não aguento mais isso Johanna. Não é a vida que planejei pra mim – desabafei já cansado.

— E acha que é a vida que Katniss planejou, ou até mesmo eu planejei? Coloca uma coisa nessa sua cabeça, os desafios são postos em nossos caminhos para crescermos e amadurecermos mais. Vamos sair dessa, vai ver, mas você tem que ser mais paciente.

— Mas o que faço a partir de agora?

— Você não vai fazer nada. Haymitch encontrou uma pista e talvez pode nos levar a algum ponto específico.

— Que tipo de pista? – perguntei afoito.

— Seu pai deixou uns documentos para meu pai e...— Ela fez suspense. — Haymitch descobriu um laboratório secreto na biblioteca da casa da ilha.

— Nem eu sabia...

— Lógico, se é algo secreto né Mellark... mas sério os documentos que seu pai deixou para o meu, eram bem confidenciais. Haymitch disse que ao ler novamente encontrou uma pista e seguiu, na verdade algumas palavras-chaves que o levaram até o laboratório.

— Nenhum dos caseiros, ou até mesmo meu irmão desconfiou do Haymitch aparecer por lá?

— Não, Haymitch disse que era procedimento padrão e engoliram.

Conforme as semanas passavam Johanna ia me mantendo à par da situação. Realmente o tal Allan trabalhou com meu pai e Haymitch já o investigava. Segundo um hacker que ele havia contratado, eles estavam tentando refazer a fórmula que meu pai criara, mas parecia que faltava algum ingrediente e talvez fosse isso que Ritchson queria tirar de mim a força.

— Querido, estou preocupada com você – disse minha tia trazendo uma xícara fumegando nas mãos. – Beba, irá te aquecer. A propósito parabéns pela data de hoje, mesmo em dada situação. - Era uma noite tempestuosa e a temperatura havia caído bastante nos últimos dias. – Notei que você não tem se alimentado direito e nem se cuidado...

— Por que ele teve que ir tão cedo tia? – O doce aroma de chocolate quente entrava em minhas narinas e aquilo me trazia inúmeras lembranças.

— Peeta, não temos o poder de mudar as coisas que sucederam. Seu pai amava vocês e deixou o legado Mellark para continuarem a tocar em frente. Em frente, meu querido – repetiu ela suavemente.

— Como consegue ser tão forte tia Alma?

— A vida nos ensina muitas coisas, mas só o tempo pode te fazer forte, ou fraco... basta você querer e aceitar que somos sujeitos a ele.

Mais tarde em meu quarto refletia cada palavra dita por minha tia. Ao olhar-me no espelho notei o quão horrível estava. Barbudo, magro e desvanecido. Eu tinha que dar um basta ao meu sofrimento, mas para isso teria que me abnegar de certas coisas.

[23:45]

Estaremos juntos novamente.

Enviei a mensagem a mulher que eu amava. Ainda era meu aniversário. Mal consegui pregar meus olhos. O pouco que conseguia dormir via seu rosto sorrindo para mim. Como amava aquela mulher. Não tinha ideia de como será meu futuro se não estiver com ela.

— Peeta... me ajude... Peeta.

Acordei suado e com os dedos fincados no forro da cama. Estava tendo um sonho com Katniss correndo, chamando pelo meu nome.

— Já disse pra não ficar me ligando... — bradou ela assim que atendeu no dia seguinte.

— Você não me dá escolhas, Johanna há quase um mês não me dá notícias.

— Eu sei, eu sei...

— Me diz... ela continua linda?

— Sim, ela está linda. E acalme-se Mellark... não entrei em contato antes porque Haymitch conseguiu conversar com o tal Allan Dexter.

— E aí? – comecei a suar e tremer de ansiedade.

— Ele foi bem sucinto, segundo meu pai ele pareceu estar coagido, mas disse que admirava seu pai e jamais enfrentaria o Michael como ele fez.

— Mas aonde isso tudo vai dar Johanna?

— Calma Mellark, quer que esse Allan morra também?

— Claro que não!

— Então deixa isso conosco e vê se não esquenta a cabeça.

Então ela desligou.

Eu não ia ficar parado sem fazer nada. Eu já não tinha mente pra isso. Fui até o armário da minha tia e peguei uma mochila. Joguei algumas peças de roupa e a coloquei nas costas.

Minha tia já não se encontrava em casa e a equipe de limpeza tinha os dias certos para virem organizar tudo e quando isso acontecia eu ia para a cabana que tia Alma tinha no meio da floresta.

Tia Alma, agradeço todo o cuidado que tem tido comigo, mas não dá pra ficar parado de mãos atadas enquanto um mundo gira lá fora. Sinto que Katniss e os demais que amo precisam de mim, eles podem estar em perigo, não sei. Contudo preciso deles, acredito que ainda precisarei de você e espero poder me ajudar quando a hora chegar.

Seu sobrinho que tanto te admira e ama... Peeta Mellark.

Deixei o bilhete sobre o balcão com o peso de papel em cima e saí porta afora. Minha fisionomia se encontrava um pouco diferente e com um boné enterrado na cabeça e as roupas certas, ninguém me notaria.

***

Ela estava tão linda. Era mais do que pude ter, ou sonhar. Parecia tão viva e frágil ao mesmo tempo, enquanto dançava com aquele amigo que trabalhava com ela. Eu me encontrava num canto escuro da boate. Ninguém me notara, as pessoas se encontravam um pouco chapadas demais pra dar atenção a um Zé ninguém. As batidas de uma música eletrônica faziam as pessoas se emaranharem umas às outras.

De repente, observei ela se afastar do amigo e ir até o balcão de bebidas. Logo um cara chegou intimidando por trás dela a prensando contra si. Exprimi mais meus olhos e notei que era o babaca do Ritchson. Meu primeiro impulso foi de ir até lá e dar na cara dele enquanto houvesse força em mim, mas sei que ainda não podia chegar assim. Há quase uma semana vinha observado ela às escondidas, não podia jogar meu disfarce pelos ares. Cerrei os punhos quando ele a puxou pela cintura, mas no mesmo instante ri da cena onde Katniss jogou sua bebida nele. Ela parecia estar furiosa e marchou firme até o amigo e depois de uns poucos minutos saiu para fora dali. Tive que segui-la disfarçadamente e lá fora um temporal caía. Gloss também a seguiu e arrastou ela para longe e foi aí que preparei para surpreende-lo. Ajeitei meu capuz e o sobretudo. Minhas mãos estavam cobertas pelas luvas de couro preta, e eu carregava um pequeno frasco de clorofórmio. Sei que era insano, mas uma hora, ou outra teria que abordá-la e talvez só a apagando que se renderia. Jamais acreditaria que eu estaria vivo.

Katniss era esperta e forte. Não se deixou intimidar pelo idiota e assim que ela correu sem olhar para trás o agarrei pelas costas e apaguei ele. Minha vontade era de mata-lo ali mesmo, mas sei que não podia fazer aquilo eu não era tão animal assim. Ele ficou com a cara na sarjeta e eu segui Katniss sob a torrente forte que caía do céu.

Tão perto que em pude acreditar.

— Xiuuu... está segura agora— disse num tom de voz próximo ao seu ouvido como quando eu gostava de provoca-la. Encostei meu rosto em sua pele, e quando a senti estremecer levei o lenço com o clorofórmio em seu rosto. Logo ela estava entregue em meus braços.

A levei até ao antigo prédio, o qual eu alugara um pequeno apartamento. Não ficava tão longe de onde a apaguei. Já no andar em que eu me hospedara tive um pouco de dificuldade em abrir a porta, e graças que nenhum morador aparecera para bisbilhotar.

Com cuidado a coloquei sobre a cama. Seu cheiro floral impregnara em meu nariz e aquilo só me excitava ainda mais. Seu semblante era tão angelical que não resisti em aproximar meu rosto e beijar levemente seus lábios. Não contente abri seu sobretudo molhado e com cuidado consegui retirar de seu corpo. Passei suavemente minha mão sobre seu rosto afastando algumas mexas de cabelo molhado, ela se mexeu um pouco, mas não ao ponto de acordar. Eu me sentia um louco por tê-la raptado daquela maneira, mas o que eu podia fazer?

Retirei toda minha roupa molhada e tomei um banho morno pra tirar toda a tensão que eu sentia e pra não resfriar. Depois fui até a pequena cozinha e preparei um chá. Definitivamente ficaria de vigília. Não cansava de observá-la ali sobre a cama. Retirei seus sapatos notando a meia calça que usava, meus olhos seguiram um pouco mais acima e seu vestido se encontrava encolhido ao ponto de reparar sua cinta liga e a minúscula calcinha. Katniss era uma mulher sensual, ela me deixava em êxtase toda vez que transávamos. Não fazia ideia do que faria a partir daquele momento, mas precisava pensar em algo.

Assim que amanheceu preparei o café e fiquei mais um tempo observando ela dormir tranquilamente. Aos poucos, seu corpo foi se mexendo e seus olhos abriram lentamente e observaram o teto. Antes que ela gritasse ou fizesse algo, me aproximei dela e ao entrar em seu campo de visão tentei ser forte e sorrir, mas o que fiz foi derramar algumas lágrimas.

— Katniss amor... - Ela fechou os olhos e notei seu semblante se desmanchar. Todo seu rosto se contorceu sofregamente e ela chorou durante um tempo. – Acalme-se... vai ficar tudo bem. Sou eu, Peeta. O seu Peeta.

— N-não pode ser... isso não é real. Não é real... – Como um mantra ela repetia sem parar até que me sentei na cama e puxei seu corpo acolhendo-a em meus braços. Mas ela me empurrou e se levantou irritada. – Onde você estava esse tempo todo? – Ela cambaleou e por um instante achei que cairia, mas ela chorava desesperadamente.

— Por favor, amor não chore. Me dói te ver assim.

— Te dói me ver assim? Você me abandonou, Peeta. Me deixou sofrendo por dois miseráveis anos... – Seus lábios tremiam ao pronunciar as palavras.

— Não te abandonei. Eu quis te ver há mais tempo, mas não podia...

— Jura que não podia, e por que não podia?

— Quem fez aquilo com a gente podia estar tentando matar apenas a mim e se eu não desaparecesse as pessoas que me rodeiam poderiam se ferir.

— Faz ideia do que passei... hein? Faz ideia! – ela gritava e meu medo era que algum vizinho escutasse e chamasse a polícia.

— Por favor amor, acalme-se... vou te explicar tudo, mas precisa se acalmar... alguém do prédio pode chamar a polícia...

— Eu posso dizer que você me sequestrou. – Katniss cruzou os braços abaixo dos seios e me olhou furiosa.

— Queria que eu deixasse o Ritchson te levar sabe-se lá pra onde?

— Não... eu não queria isso... – Katniss cambaleou e novamente pensei que desabaria. Ela se apoiou no pequeno guarda-roupas enquanto ainda chorava copiosamente.

Me aproximei cuidadosamente e a tomei em meus braços. Por um tempo a embalei e quando conseguiu se recompor levantou o rosto e me encarou. Seus dedos vieram de encontro ao meu rosto e tocou minha barba.

— Você fica estranho assim.

— Eu sei, mas tive que de deixar assim pra me ajudar no disfarce.

— O que houve?

— Vou contar tudo, mas tome o café que preparei e depois se banhe pra não ficar doente.

Ela não protestou. Parecia não acreditar no que seus olhos viam, mas obedientemente acatou o que ditei a ela. Tomou o café em silêncio e logo em seguida se despiu à minha frente. Não fora nada fácil olhar seu corpo sem uma peça de roupa, mas me contive. Katniss estava mais magra, ainda assim não deixava de ser linda. Ela entrou no banheiro e não demorou nada para sair, e quando isso aconteceu adentrou o quarto com minha toalha azul envolta ao seu corpo. Eu me encontrava sentado na beirada da cama divagando nos últimos minutos. Ela se aproximou lentamente e deixou a toalha cair no chão, num rápido movimento sentou-se em meu colo e começou a me incitar.

— Katniss...

— Xiu, estou há dois anos sem isso, eu preciso de você – disse ela em um sussurro. Ergui meu corpo tendo suas pernas presas em meus quadris e a deitei delicadamente sobre a cama. Katniss ofegava e eu queria possuí-la de todas as formas possíveis. Então primeiro nos beijamos profundamente e quando me afastei dela, seus lábios se encontravam vermelhos. – Peeta senti tanto sua falta... eu te quero tanto.

Nos beijamos profundamente mais uma vez, e deixei seus lábios para beijar seu pescoço, ombro, seios, barriga até chegar onde pretendia. Katniss gemeu alto e deslocou suas costas do colchão ao sentir minha boca em sua intimidade. Ela clamava meu nome e sua voz era entrecortada. Logo ela se liberou e pude sentir o gosto que tanto senti falta. Beijei o interior de sua coxa e tornei a fazer uma trilha de beijos até chegar em sua boca. Ela ofegava bastante e esperei um tempo até se recuperar.

— Eu ainda quero você – pediu já tentando tirar as peças de meu corpo. A ajudei com minha roupa e antes que me unisse a ela sua mão apalpou meu ombro esquerdo. – Isso aqui é daquela noite, não é? – confirmei com a cabeça. Naquele ponto em que ela segurara, tinha uma marca arredondada de queimadura. – Oh, Peeta... – A beijei profundamente e suas pernas se abriram, e pude me encaixar entre elas.

Fizemos amor como se no outro dia o mundo fosse deixar de existir. Nosso suor se misturava e quando chegamos ao ápice ela urrou longamente meu nome.

***

Passamos nossa manhã dando prazer um para o outro. Após um longo banho saí para comprar nosso almoço, eu ainda lhe devia explicações. Enquanto estávamos na cama não havia brecha para falarmos do que tinha acontecido.

— Então, vai me contar o que realmente aconteceu? – apreensiva perguntou após almoçarmos.

Contei a Katniss tudo, sem poupar nenhum detalhe.

— Naquela noite do meu aniversário não resisti em te enviar aquela mensagem... eu precisava te ver, amor... não aguentava mais viver sem você. – Tentei segurar sua mão e ela puxou. Em seguida se levantou e começou a andar de um lado para o outro.

— Quer dizer que quem forjou sua morte foi o Haymitch e a Johanna? – confirmei com a cabeça e ela explodiu. – Desgraçados! Me deixaram esse tempo todo no escuro... – Ela começou a respirar com dificuldade. – Ao menos a Johanna disse que eu estava grávida de você, e que perdi o bebê depois daquela noite?

— O que? Como assim você estava grávida? – Naquele instante eu é que fiquei alterado e me levantei afim de encará-la nos olhos.

— Eu ia te contar naquela noite. Estava grávida de seis semanas...

— Então era por isso que estava estranha? – ela assentiu. – E por que Johanna não me contou? Eu disse para ela ficar de olho em você e te proteger. Sinto muito por ter passado tudo isso sozinha, amor. – Abracei Katniss e ela encostou sua cabeça em meu peito.

— Pelo visto ela fez coisas pelas nossas costas.

— Vou ligar pra ela agora mesmo. – Peguei meu celular pré-pago e digitei o número dela. – Precisamos ter uma conversinha séria, Mason.

— Oi pra você também. O que é dessa vez?

— Por que não me disse que Katniss esperava um filho meu e que o perdeu?

— Como você...?

— Isso não vem ao caso agora, só quero que me diga o que mais você escondeu de mim, Johanna!

— Acho que foi só isso...

— Bom mesmo. Não quero que você me esconda mais nada. O que descobriram sobre o Dexter?

— Ele disse ao Haymitch há dois dias que Michael anda o pressionando para terminarem a fórmula do combustível.

— Droga! – murmurei.

— Mas disse que o tal item não está nada fácil de encontrar e que o Ritchson está furioso.

— Ah, e quando é que ele não está furioso? – disse enquanto puxava meu cabelo para trás. – Preciso que você venha aqui, ainda hoje.

— Não posso, Mellark. Acha que o Distrito 13 fica aqui ao lado? Katniss não apareceu em casa desde ontem à noite, e os pais dela já estão preocupados...

— É por esse motivo que preciso que você venha aqui na 700 5th Avenue, Península 76St. Apartamento 526, quinto andar.

— Você está aqui na Capital?— falou ela com espanto.

— Estou te aguardo. – desliguei e voltei minha atenção para Katniss que parecia não acreditar em tudo o que estava acontecendo. – Amor, preciso te perguntar algo.

— Pergunte.

— Você está tomando as pílulas anticoncepcionais?

— Desde o acidente, não.

— Nós transamos sem proteção alguma... há uma possibilidade de você engravidar? – Precisava perguntar aquilo, tudo o que menos queria era ter uma criança se desenvolvendo dentro de Katniss diante de toda turbulência.

— Não estou no período fértil, mas por precaução, posso tomar a pílula do dia seguinte.

— Ok. Vou sair pra comprar e já volto. – Beijei rapidamente seus lábios e saí. Aproveitei para comprar alguns preservativos e um kit de primeiros socorros. Quando adentrei o pequeno apartamento Katniss parecia absorta a tudo sentada numa poltrona próxima a janela. Me aproximei dela e a mesma se assustou. – Vou pegar um copo de água pra você tomar a pílula.

Escutei batidas na porta e ao espiar pelo olho mágico da porta vi que era Johanna.

— Poxa Mellark, sabe que é perigoso você voltar pra cá... – Disparou ela até notar Katniss. – O que você está fazendo aqui? – gritou a morena.

— Sua vaca! – Katniss avançou com um olhar maníaco pra cima de Johanna, mas a agarrei antes das duas se atracarem. – Me solta Peeta!

— Seus pais estão preocupados com você sua desmiolada. O que houve? – Johanna vociferou e Katniss – em um tom de deboche - lhe respondeu:

— Peeta me sequestrou ontem a noite, enquanto o Gloss me agarrou e estava me levando não sei pra onde. – O olhar de minha noiva era de fúria pra cima da Johanna. – Sua desgraçada... por que não me disse que Peeta estava vivo!

Tive que me colocar entre as duas, ou certamente sairia uma terrível briga.

— Acalme-se, Katniss. Tudo teve um motivo. Não tem necessidade disso agora. Precisamos resolver algumas coisas. – Ela ofegava, mas recuou passando as mãos pelo rosto. – Johanna, o que podemos fazer a partir de agora?

— Achar uma maneira de fazer aquele passarinho piar – disse ela estreitando o olhar para mim.

— Preciso ter uma conversa com o Michael...

— Você não irá confrontá-la de jeito nenhum, tá me entendendo? Sabe o que vai fazer? Desaparecer novamente. – Johanna disse de uma vez.

— Se Peeta desaparecer quero ir com ele. – Katniss interviu em nossa conversa.

— Não vai rolar, Katniss.

— Johanna tem razão, amor. É muito perigoso...

— Não importa. Eu disse uma vez que correria qualquer risco com você, e é exatamente isso que farei.

Realmente disse isso no início do nosso relacionamento. Não fazia a mínima ideia aonde isso tudo iria parar, mas não podia impedi-la.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam da reação da Kat? Confesso que iria colocar ela sentindo mais raiva ainda do Peeta, mas não resisti em fazê-la ter duplo sentido ao rever o amor da vida dela. O que acharam dos momentos quentes? Em breve terá muito mais... será que Katniss irá desaparecer com Peeta? Hum... aguardem o próximo capítulo. Pessoal espero que supri um pouco das expectativas, se tiverem alguma sugestão eu aceito, gosto de agradar vocês, sabem disso, né? Então tenham todos uma ótima semana recheada de boas energias e por favor, não deixem de comentar, fico hiper feliz em abrir minha página de atualização do nyah e ver um reveiw de vocês. Beijos e abraços... até mais.

Ps: Tá chegando por aí PA, SOB e OT.... aguardem.



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