Love Is a Losing Game escrita por msnakegawa


Capítulo 11
Love Will Tear Us Apart


Notas iniciais do capítulo

Olá meu queridos, nem acredito que estou atualizando sem atrasos! Eu tentei adiantar esse capítulo e escrevi quase tudo no dia em que escrevi o último capítulo para não perder o embalo. Espero muito que gostem!



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Just that something so good

Just can't function no more

But love, love wil tear us apart, again

Simplesmente como algo tão bom

Apenas não pode funcionar mais

Mas o amor, o amor vai nos separar, outra vez

Love Will Tear Us Apart - Joy Division

Aos poucos, Tonks foi se acostumando com a melancolia que a cercava. Os dias de primavera ainda eram frios em Hogsmeade, mas pelo menos a neve tinha ido embora. Era difícil se manter minimamente otimista com quilos de neve sobre sua porta, mantendo-a dentro de casa presa com seus pensamentos.

Decidida a aproveitar o clima mais agradável, Ninfadora resolveu caminhar um pouco e tomar uma cerveja amanteigada. Pensou que talvez sair um pouco a animasse e, aparentemente, outros moradores do vilarejo pensaram a mesma coisa porque as ruas estavam mais cheias que o normal.

— Oi Madame Rosmerta, eu quero uma cerveja amanteigada, por favor. — Tonks pediu, sentando-se no balcão do Três Vassouras. O bar era escuro e tinha uma atmosfera quente, esfumaçada, alguns bruxos estavam sentados conversando e rindo enquanto aproveitavam suas bebidas. Vendo sob aquele ângulo, parecia quase um dia normal e seguro, mas Tonks sabia que poderiam haver ataques de simpatizantes das forças das trevas em algum lugar a qualquer momento.

— Boa tarde, Tonks! Como está a patrulha? — A dona do pub perguntou, entregando a cerveja amanteigada.

— Não encontramos nada… — Tonks falou, meio triste com seus pensamentos. — Acho que nenhum louco tentaria atacar a escola com Dumbledore lá dentro para protegê-la! — Tentou soar mais otimista do que realmente estava, porque Proudfoot, outro auror que estava baseado em Hogsmeade, ouviu boatos de que dementadores estavam se aproximando cada vez mais da região.

Saindo do Três Vassouras, Tonks lembrou que era noite de lua cheia. De acordo com uma carta que recebeu de Gina, Lupin estava espionando um grupo de lobisomens longe de Hogwarts então ela se convenceu de que não existia chance alguma de ele estar na Casa dos Gritos naquela semana.

De certa forma ela ficava aliviada por não encontrá-lo. Ela estava começando a se acostumar com sua ausência e sabia que perderia o rumo se o encontrasse por aí. Mas, por outro lado, o que mais queria era poder ouvir o som da voz de Remus, sentir o cheiro amadeirado de suas roupas, ver aqueles olhos castanhos tão carentes de amor...

"Droga, preciso parar com isso imediatamente!", ela praguejou enquanto caminhava distraída. Não podia mais ficar vivendo de memórias e momentos que não se repetiriam, precisava de foco e de forças para enfrentar a Guerra que se aproximava. Respirou fundo e sentiu então o cheiro de algo muito melhor do que apenas o perfume de Remus, o cheiro dos doces da Dedosmel.

Com uma sacola com bombons explosivos, caramelos e tabletes de nugá, Tonks mal passou pela porta e então foi atropelada por alguém. E de todas as pessoas do mundo, quem mais poderia estar entrando na loja no momento em que ela saia se não Remus John Lupin.

— Ops, desculpa! Eu estava pensando e não vi… Ah não... Remus! - Tonks sentiu um solavanco na barriga como se tivesse acabado de comer um sapo de creme de menta quando percebeu que estava em cima de Lupin, caído no chão.

Ele estava na região para contar a Dumbledore tudo o que descobriu no tempo que ficou infiltrado com o grupo de lobisomens que investigava. Havia sido difícil conseguir a confiança deles e depois de meses vivendo com os licantropos e vendo tantas barbaridades acontecendo, ele pensou que seria quase agradável ficar sozinho na Casa dos Gritos e não ver mais ataques por aí.

Apesar de ter ouvido o Sr. Weasley dizendo que Tonks estava baseada em Hogmeade, ele não havia saído apenas com a intenção de encontrá-la. Como se fosse o destino os fazendo ficar juntos, os dois pensaram em comprar alguns doces na Dedosmel no mesmo dia e os gestos atrapalhados de Ninfadora colaboraram para chegarem a situação em que estavam naquele momento.

Uma chuva de cabelos castanho claros caia sobre Lupin, irreconhecíveis para quem conhecia os cabelos rosa chiclete quase naturais dela, e ele ficou paralisado ao sentir o aroma floral e adocicado que sentira tanta falta.

— Oi. — Ele tentou ao máximo não sorrir, mas era impossível não ficar feliz diante daquela visão estonteante. Por mais que Tonks aparentasse estar um pouco doente, pálida demais e com olheiras fundas, seus olhos penetrantes eram os mesmos de antes e brilhavam ao olhar para ele.

Ela levantou abruptamente, tentando não se perder nos olhos de Remus, e estendeu a mão para ajudá-lo a levantar. O toque de suas mãos era quase que imperceptível e assim que Remus se levantou, ele soltou a mão de Tonks e se manteve levemente afastado, nervoso e tremendo como se fosse a primeira vez que falava com ela.

— Como você está? — Ela perguntou, esperando que ele dissesse algo sobre os meses que ficaram longe.

— Bem, os tempos estão difíceis não é? — Ele deu de ombros, não querendo demonstrar o quanto sentia falta dela. Por dentro, seu coração batia tão forte que sentia o sangue bombeado em seus ouvidos.

— É, há boatos que tem dementadores pela região... — Ela fez o jogo dele e manteve o assunto superficial. Não sabia se conseguiria falar sobre sentimentos agora que começava a melhorar. — Aliás, que você está fazendo aqui? — "Ouch! Quanta delicadeza, Tonks!", ela pensou.

— Eu... A lua e... Dumbledore. — Se tinha uma coisa que Ninfadora nunca deixaria de ser era sincera, sempre pegando Remus de jeito. Ele tinha ido para os arredores por conta de sua missão com Dumbledore, mas a ideia de ir até o vilarejo naquela tarde era o que restava de esperança dentro dele dizendo que ele poderia vê-la. — Vim passar as informações que consegui durante esses meses... Provavelmente vou ficar por aqui agora, não posso mais voltar para aquele lugar.

— Imagino o quanto deve ser ruim... — Eles conversavam em frente a vitrine de doces da Dedosmel, mas mantendo uma distância segura um do outro. Qualquer um que passasse por ali conseguiria sentir o clima confuso e intenso entre os dois. — Fiquei sabendo sobre o filho dos Montgomery, tinha só cinco anos.

— Quando eu descobri que o garoto morreu por causa do ataque de Greyback percebi que não podia mais viver aquilo. Vim conversar com Dumbledore sobre isso, vou ficar na Casa dos Gritos por tempo indefinido agora. — Em seu íntimo, Lupin queria que Tonks o chamasse para ficar na base dos aurores, mas não sabia se ela estava confortável com a sua volta. Provavelmente não, Remus se admirava dela estar conversando com ele mesmo depois do que ele disse.

— Então vamos nos esbarrar mais vezes. — Tonks colocou uma mecha atrás da orelha, sentindo o rosto queimar. Durante todos aqueles meses com ele longe, ela passou por vários estágios: acreditou por algum tempo que ele iria voltar para ela, que ele não estava falando sério sobre não a amar o suficiente; depois, passou a ter raiva dele, se perguntando o tempo todo como ele podia ser tão egoísta; pouco antes do natal, Tonks mal saia de casa e não tinha vontade ou forças para viver; quanto ela finalmente entrou na fase de aceitação, Lupin resolve aparecer. — Quero dizer, não no sentido literal. — Ela se sentia patética, todos os sentimentos do ano anterior voltaram com força e ela mal conseguia pensar.

— É, você nunca foi exatamente sutil em esbarrar nas pessoas certo? — Ver as bochechas de Tonks corarem fez Remus se arrepender de cada segundo que ficou longe dela. Por um segundo, ele apenas admirou tudo o que havia perdido: o nariz arrebitado com algumas sardas claras, seus lábios rosados que formavam um sorriso envergonhado, o modo como ela se vestia...

— Quer chocolate? — Ela o fez acordar de seu sonho, um pouco sem graça após ter aqueles olhos castanhos posados nela por tanto tempo. — Você estava indo comprar chocolate, não? — Completou, quando percebeu a expressão confusa dele.

— Claro. — Ele indicou um banco próximo da loja, onde se sentaram.

— Nunca me canso desses bombons explosivos... — Ninfadora abriu o pacote de papel e ambos estenderam a mão para pegar um dos doces, a mão de Remus sob a mão de Tonks.

Era difícil lidar com tanta química e manter o orgulho. A vontade dos dois era de irem para qualquer canto que os estudantes de Hogwarts usavam para encontros e se beijarem até recuperarem o tempo perdido, mas Tonks não queria admitir isso. Ela acabara de aceitar que não poderia ficar com Remus. E quanto a ele, mesmo que sua vontade falasse mais alto que nunca, Lupin ainda achava que não era bom o suficiente.

— Bem, chocolates sempre nos fazem sentir melhor. — Ele esboçou um sorriso sincero. A soma de chocolates e Ninfadora Tonks com certeza o faria sentir melhor.

Os dois bruxos comeram todos os doces da Tonks em silêncio, envolvidos demais com seus dilemas e orgulhosos demais para tocar no assunto que ambos estavam pensando. Enquanto ela se perguntava se ele voltaria atrás e aceitaria o destino, ele tinha uma guerra civil entre seu coração e seu cérebro, que estava ainda mais forte que no ano anterior.

— Eu acho que eu já vou... — Já estava ficando tarde e mesmo tendo tomado a Poção Mata-Cão, era melhor que Remus fosse para a Casa dos Gritos.

— Você vai ficar bem? — Ela olhou para o céu, o sol estava se aproximando do horizonte. Ela sabia como a lua o deixava sensível e a cada transformação ele se sentia pior por sua condição.

— Vou ficar bem, é bem melhor estar aqui. Snape preparou a Poção do Acônito para mim, então vou ser só um lobo calmo e entediado. — Respondeu mais para tentar se convencer, fazia tempo que não tinha acesso a essa poção milagrosa. — E você, vai ficar bem?

— Acho que sim. Não é algo que uma poção resolveria, não é? — Deu um sorriso fraco e deu de ombros, não conseguindo se impedir de falar. Sempre foi tagarela, tinha momentos que sua fala ultrapassava sua velocidade de pensar. Ela se levantou e a diferença de altura entre eles ficou mais evidente.

— Eu sinto muito, Dora... — Falou, depois de um longo suspiro para fazê-lo manter sua palavra e não soltar um "Eu te amo".

— Não me chame assim, Remus. É covardia... — Ninfadora tinha um sorriso no rosto e um olhar triste.

— Não queria que tivesse de ser assim, sinto muito mesmo. — Inesperadamente, ele a abraçou forte. A cabeça de Tonks na altura do peito dele conseguia sentir seu coração acelerado, os braços dele sobre seus ombros enquanto ela abraçava sua cintura. O abraço estava carregado de emoções: saudade, amor, tristeza, medo... Quando se separaram, a expressão de Remus foi de surpresa.

— Seu cabelo. — Ele apontou para as mechas que em vez do pálido castanho claro, adquiriram um tom rosado discreto. Longe de ser o rosa chiclete de sempre, mas era bem mais próximo da Tonks que Remus tanto amava. Ninfadora apenas sorriu, um sorriso sincero e verdadeiro, e saiu andando em direção a base dos aurores, deixando um homem abalado e sozinho no meio do vilarejo.

x

Em seu quarto, Tonks sentou-se perto da janela e observou a lua cheia iluminar o céu pensando em como uma coisa tão linda poderia fazer as pessoas sofrerem tanto. Depois de algum tempo, ela já não sabia se estava pensando sobre a lua ou sobre o próprio amor. Essas duas coisas costumavam fazer os casais cada vez mais apaixonados e no caso de Remus e ela, só os afastava.

Não muito longe da base dos aurores, a casa famosa por ser mal assombrada acolhia mais uma vez um lobo assombrado por pensamentos. Graças a poção Mata-Cão, os efeitos da lua eram mínimos se comparados ao que acontecia normalmente. Entretanto, outra coisa dilacerava o coração de Remus. A visão dos cabelos de Tonks se tornando rosa novamente só com um abraço deixaram bem claro que ela só estava doente e depressiva daquela forma por causa dele.

Na intenção de poupá-la da dor e do sofrimento de ficar com um lobisomem, Lupin acabou piorando as coisas. Saber que até a forma do patrono dela tinha mudado por causa dele era horrível e ele finalmente percebeu que não havia nada que melhorasse a situação dos dois, a não ser ele aceitar o fato de que ela o amava incondicionalmente, que ela quer ficar com ele pelo resto de suas vidas, mesmo ele sendo um lobisomem velho e pobre. E ele estava começando a aceitar, o amor tinha que vencer.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que ficou meio clichê, mas tem momentos que nós precisamos de um clichê não é mesmo? Era super necessário fazer o cabelo da Tonks ficar rosa e usar o amor do Remus por chocolate nesse capítulo hahahaha Me contem o que acharam!
Espero que tenham gostado, beijos e até logo!