Heart By Heart escrita por Lizzie Fyts


Capítulo 6
Corpo a Corpo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpa pelo atraso... a faculdade tem me consumido bastante e tá um pouco difícil conciliar as coisas. Queria agradecer pelos comentários e pedir para que continuem assim, que com simples palavras conseguem me deixar muito feliz, apesar de ter tanta gente acompanhando e pouquíssimos comentários.
Aqui está mais um capítulo para mexer com o coraçãozinho de vocês. Hihihi
Espero que gostem e não esqueçam de olhar as notas finais. Sempre tem algo legal por lá.
Boa leitura. ❤



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                                       (Pov Bella)

    Assim que recuperei minha consciência, todos os meus pensamentos voltaram para a noite anterior. Eu sabia que estava no quarto – e na cama – de Jasper, mas não me mexi e nem abri os olhos; precisava de um tempo para reorganizar o furacão em minha cabeça.
       As coisas haviam ficado um tanto quanto estranhas quando ele subiu em cima de mim na cama. Foi uma brincadeira, eu sei, mas não posso negar que me senti diferente. Tê-lo ali, tão perto... Ele é, sem sombra de dúvidas, lindo e atraente, mas ele é – principalmente – o irmão do meu namorado. Meu cunhado. Nem nos meus sonhos mais loucos eu poderia me sentir assim sobre ele.
Por um momento eu achei que tinha visto algo mais em seus olhos ou pela maneira como ele se afastou, mas certamente eram coisas da minha cabeça. E a dança... apesar de amar a coreografia, nunca gostei muito de dançar, mas com ele eu sentia que podia, sentia que seria bom. Tropecei várias vezes, mas ele foi extremamente paciente comigo. Até a parte em que ele me jogou para o alto – coisa que eu morreria de medo se fosse com qualquer outro – me senti à vontade. Foi mágico. Jasper era um legítimo cavalheiro e eu ainda não acreditava no fato de ter demorado tanto para perceber isso. Pensei na possibilidade de nunca ter descoberto isso... e de uma maneira irônica e engraçada, eu devia essa descoberta a Edward; se ele não tivesse me mandado ir para a casa dele, eu e Jasper provavelmente nunca conversaríamos. Doeu cogitar isso e eu suspirei involuntariamente. Não sabia explicar o que era, mas havia algo de muito especial entre nós.
— Eu sei que você está acordada. – Sussurrou Jasper em meu ouvido, arrepiando meu corpo por inteiro e me fazendo rolar para a beirada da cama, arfando. Ele estava me observando dormir?
— Droga, Jas! – Eu disse, rindo logo depois. Analisando-o rapidamente notei que ele havia trocado de roupa e seus cabelos pareciam molhados. Apesar da informalidade, parecia que ele tinha acabado de sair de um comercial de shampoo; me obriguei a respirar. Porque ele tinha que ser tão bonito?
— Desculpa. Quer dormir mais um pouco? Ainda está cedo e hoje é sábado.
— Não, não temos tempo a perder. – Eu disse, me pondo de pé rápido demais. O quarto girou, mas antes que eu atingisse o chão, Jasper me puxou para o seu colo. Sentei desajeitadamente em suas pernas enquanto seus braços aparavam minhas costas. Ele era forte, não tão musculoso quanto Edward, mas muito mais viril. Seu cheiro estava intenso naquele ângulo e me lembrava baunilha, fazendo-me suspirar. Senti minha boca se encher d’água, então me aproximei instintivamente e pela primeira vez a vontade de beija-lo me tocou com determinação. Seus olhos me fitaram intensamente por poucos segundos e antes que eu fizesse uma loucura, ele me colocou de volta na cama.
— Vou dar seu tempo como humana, me encontre na sala. Por favor, vê se não cai até lá. – Disse ele, deixando o quarto enquanto forçava um sorriso. Me levantei um tempo depois, ainda anestesiada e me encaminhei para o chuveiro, tomando todo o cuidado preciso parar não cair no processo.
A água quente do chuveiro me ajudou a relaxar, mas apesar de estável fisicamente, minha mente ainda girava. Eu nunca havia desejado ninguém antes ou depois de Edward e éramos amigos, apenas amigos... mas será que seria muita inocência da minha parte tentar ignorar que algo estava acontecendo? Ou melhor, será que realmente estava acontecendo alguma coisa? Balancei a cabeça, tentando esvaziar a mente. Meu lado humano não podia estragar aquele fim de semana.

                                              (Pov Jasper)

    Assim que passei pela porta, voei para o andar de baixo, colidindo com a parede. Uma pequena rachadura apareceu no teto, soltando um pouco de poeira sobre mim. Droga! Antes mesmo que Bella notasse que estava prestes a cair, algum instinto dentro de mim me impulsionou para frente, pronto para socorre-la. Ela se desequilibrar? Normal. Eu tentar ajudar? Compreensível até. Mas qual seria a explicação para o desejo que subitamente apareceu em suas emoções? Estava lá, eu sei que estava. Achei que pudesse ter imaginado ontem, mas agora tinha certeza. E pior, não dava para negar que eu estava me sentindo do mesmo jeito. Ela era tão quente e macia... O pequeno monstro borbulhou em mim, me fazendo reviver a cena de seu rosto tão perto do meu, dos seus lábios entreabertos e seu hálito me banhando convidativamente. Droga!
Antes que eu pudesse me recuperar totalmente, Bella desceu as escadas e me viu ainda congelado na parede. Ela olhou para cima e para baixo algumas vezes, provavelmente notando a danificação que eu causei no teto da casa.
— Está tudo bem? – Ela perguntou, se aproximando e tocando minhas costas de leve.
— Sim, só estava pensando. – Seu olhar estava desconfiado, mas ela sorriu.
— Você é estranho. – Soltei o ar exasperadamente; graças aos céus ela não me indagaria sobre a verdade, não que houvesse alguma possibilidade de eu contar a ela.
— Novidade. – Zombei. Ela caminhou para a cozinha e começou a remexer nos armários. Desde que Edward a trouxe aqui pela primeira vez, Esme mantinha a despensa consideravelmente abastecida. O que era desnecessário, já que Bella comia o que parecia ser muito pouco para a sua estrutura.
— Jas! – Gritou ela, jogando um iPod para mim. – Gosto de cozinhar com música. – Ela piscou. Na sala havia um enorme amplificador, quase nunca usado. Pluguei o aparelho e a primeira música começou a tocar. Hum, essa eu conheço.
Ao voltar, Bella estava de costas para a porta, cantando alegremente Girls Just Want To Have Fun. Era adorável, para se dizer o mínimo.
Seu humor mudou abruptamente para frustração e eu me vi surpreso por estar com meu poder conectado a ela não intencionalmente.
— Quer ajuda? – Eu disse, solícito. Não queria vê-la frustrada.
— Você sabe cozinhar? – Perguntou ela, incrédula.
— Posso aprender. – Seus olhos me fitaram por um momento. Ela sorriu e me entregou uma enorme tigela de metal.
— Coloque os ingredientes dessa lista, exatamente nessas quantidades aqui dentro e mexa, por favor. Faremos panquecas. – Ok, fácil. Fiz o que ela disse, mas a consistência da coisa parecia meio... errada.
— Bella? Acho que tem algo de errado.
— Não Jas, se mexe assim, ó. – Ela disse, demonstrando como se mexia o troço. Eu me sentia envergonhado por não saber executar algo tão simples. Bella pareceu perceber minha chateação e pegou um pouco da mistura no dedo, passando em meu nariz e pulando para trás. Ela ria descontroladamente de sua tentativa de me animar.
— Só não jogo isso tudo em você porque serei eu que terei que limpar depois. – Eu disse, tentando conter o riso. Em vão, é claro.
— Não faça... isso... ainda preciso... comer! – Disse ela, em meio a risadas. Seu rosto estava corado e ela se curvava, colocando as mãos na barriga. Bella tinha uma inocência tão bonita. Uma mistura perfeita, talvez. Ela sabia ser mulher quando tinha que ser e sabia ser menina quando podia ser.
       Assim que minha hóspede acabou o café, seus sentimentos mudaram para ansiedade; não me surpreendi dessa vez com o fato de estar ligado a ela, era bom não ter que ficar erguendo barreiras para conter o meu poder o tempo todo. Bella apoiou o queixo nas mãos e seus olhos se fixaram nos meus.
— O que? – Perguntei. Ela sorriu e tirou um papel do bolso, me entregando com expectativa. No papel continha um endereço de Forks, informações e dicas para... mergulho de penhasco. Eu estava lendo certo? Ela queria... pular do penhasco? Arregalei os olhos e levantei a cabeça para olha-la.
— E então?
— Você é completamente louca.
— Por quê? Você estará comigo! Ah, não faça essa cara! Por favor, vamos! – Ela implorou, fazendo beicinho. Porque ela tinha que ser tão encantadora?
— Edward vai me matar. – Isso era óbvio. Ele já parecia querer me matar por motivos que eu desconhecia.
— Edward é um chato! – Disse ela, jogando os braços para o alto, em frustração. – Tudo o que eu quero fazer ele barra dizendo que é perigoso, mesmo se ele estiver comigo. – Seus sentimentos mudaram para angústia. Eu conseguia entender porque meu irmão era assim, mas será que precisava de tanto? Ele está sufocando-a. Não preciso ter muita experiência para saber que isso não é bom para qualquer relacionamento. Isso explica um pouco a falta de espontaneidade nela quando ele está presente. Ela tem medo de ser julgada o tempo todo, mas eu gostava de como as coisas fluíam entre nós. Não queria ser como ele, não queria negar a ela coisas que ela queria tanto.
— Você vai ter que me proteger da fúria dele. – Não que eu tenha medo.
— Isso é um sim?
— E tudo acontecerá como eu planejar. – Pois nunca vou me perdoar se algo acontecer com você.
— É um sim! – Ela exclamou, contornando a mesa e vindo me abraçar. Meu rosto afundou em seu pescoço e eu respirei fundo. Senti a garganta doer e o veneno encher minha boca, mas estava cada vez mais fácil refutar essa sede quando ela aparecia. Bella era uma pessoa querida, não comida.
Sua pele era inacreditavelmente quente e macia ali naquela área e inconscientemente plantei um beijo perto de sua garganta, fazendo-a se arrepiar. Rocei meu nariz por seu pescoço lentamente até o ombro e plantei outro beijo; era interessante ver o quão controlado eu estava enquanto seu corpo respondia automaticamente. Se meu coração pudesse bater nesse momento, sei que ele estaria querendo sair do peito, exatamente como o dela estava.
— O que você está fazendo? – Ela sussurrou em meu ouvido, deliciosamente rouca. Ah! A puxei para mais perto, colando meu corpo no seu. Ela não apresentava nenhuma resistência. Eu estava sendo completamente guiado pelos meus instintos, mas esses não tinham nada a ver com sangue; o monstro sorriu. Desci uma mão para a sua cintura e apertei, ela se inclinou levemente em resposta. Levantei a minha cabeça, ainda roçando meu nariz por sua pele, e mordisquei de leve o lóbulo de sua orelha, puxando-o e sugando-o devagar. Seu coração perdeu uma batida e ela desfaleceu em meus braços, me trazendo de volta a consciência e eu me perturbei de imediato. Que porra deu em mim?!
— Bella! Desculpa, eu... eu não sei como... ou o porquê... desculpa. – Eu realmente não sabia explicar o que tinha acabado de acontecer. Na verdade, eu sabia, mas jamais poderia admitir em voz alta. Ela retomou o controle de si e eu me afastei por precaução. Seus olhos vagaram por mim, parando na altura do meu... Droga. Ela corou e virou, apoiando-se na mesa. Mas, deuses, eu estava inacreditavelmente excitado! Mais um pouco e acho que a minha calça se rasgaria.
— Vou me trocar. – Ela murmurou, não olhando em minha direção. Estraguei tudo, ela vai embora e nunca mais vai olhar na minha cara. Boa, Jasper!
— Tudo bem, te levo em casa. – Ela se virou para mim e a confusão atravessou o seu rosto.
— Quer que eu vá para casa?
— Não! – Eu disse, levantando a voz nervosamente. – Quero dizer, claro que não, mas pensei que você iria querer ir. – Ela olhou para suas mãos por um momento e voltou a me olhar, sorrindo levemente.
— Não quero ir. Não foi nada... então vou me arrumar e iremos mergulhar. – Assim que ela saiu do meu campo de visão, correu até o banheiro e fechou a porta.
Além de chocado, deveria estar me sentindo mal, mas só conseguia sentir satisfação em saber que ela ficou daquele jeito por minha causa. O quão delicioso seria ouvi-la gemer o meu nome? Sacudi a cabeça, repreendendo-me. Acho que antes de humano ou vampiro, eu sou homem. Um homem sozinho em uma casa com uma mulher extremamente atraente. Mulher do meu irmão; isso me incomodou mais do que deveria.

 

                                                    (Pov Bella)


    Corri aos trancos até o banheiro do quarto de Jasper e fechei a porta, me deixando escorregar nela. Eu estava muito assustada e confusa, mas definitivamente, excitada. A mera lembrança do que aconteceu há minutos atrás fazia com que os músculos do meu sexo se contraíssem de uma forma nunca alcançada. Eu o queria naquele momento e não dá para negar isso. Outra coisa que não dá para negar é que ele também me queria. Achei que estivesse imaginando ontem à noite com o episódio da cama, mas não, ele estava tão louco quanto eu. A sua calça justa revelava todo o tamanho de sua ‘loucura’. E que loucura.
— Bella! – Ralhei para eu mesma.
Tirei a roupa e entrei no chuveiro para o segundo banho confuso do dia. Nem me dei ao trabalho de ligar o aquecedor; eu estava em chamas e a água gelada ajudaria. Aquilo tinha que ser superado, eu não queria e não podia perder a sua amizade porque não consigo controlar meus hormônios humanos. Temos algo muito singular e não quero que isso se estrague por conta de um incidente carnal. Eu estava com Edward e ele tinha a Alice. Nós os amávamos e aquilo foi muito, muito errado. Mas muito, muito bom.
    Ao chegar na sala devidamente pronta e mais calma, ele me esperava na porta com uma mochila nas costas. Fomos até o carro sem dizer nada e aquilo estava me matando, e então o sol saiu de trás das nuvens e não pude deixar de me alegrar.
— Sol! – Exclamei, maravilhada.
— Se importa se eu te levar em outro ponto para pular? Aquele provavelmente estará cheio. – Disse ele, sem tirar os olhos da estrada.
— Por mim, tudo bem. – Jasper não poderia ser visto no sol, mas eu até preferia ir para um lugar mais reservado. O espiei de rabo de olho e suas mãos pareciam tensas no volante. Será que ele estava com raiva de mim por algum motivo? Suspirei e me estiquei para ligar seu rádio; música melhoraria aquele silêncio. Seu iPod estava conectado e rapidamente começou a tocar uma música de sua playlist, me pegando completamente de surpresa; não fazia muito o estilo dele. Nossas coisas em comum nunca parariam de aparecer?
— O que? – Ele perguntou, sentindo minha mudança de emoções e postura.
— Eu amo essa música!
— Sério? – Dessa vez ele virou para me olhar antes de continuar. – É uma das minhas favoritas de toda existência. – Assenti com a cabeça, entendendo exatamente o que ele queria dizer. O ritmo era envolvente e a letra falava de amor em um sentido tão puro, tão doce... quase como se fosse uma declaração. Cantei baixinho a música, pouco me importando com minha voz estranha ou com meu espanhol enferrujado. Jasper se virou para me olhar novamente e seus olhos âmbar pareciam ferver, tamanha a intensidade que tinham naquele momento.
Após o que pareceu uma eternidade, ele voltou os olhos para a estrada, soltando um longo suspiro; meu coração se retorceu em resposta. Senti uma súbita vontade de toca-lo, mas controlei o impulso enroscando minhas mãos no pano do casaco.
Eu sentia que esse passeio iria pender para algum extremo: ou seria muito bom ou seria muito ruim, mas que de qualquer jeito seria inesquecível.


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Notas finais do capítulo

Música tema: https://www.youtube.com/watch?v=Jl8fV1jUQPs (Beyonce - Crazy in Love by Sofia kerlberg)
Essa não é a citada... a citada será tema de outro capítulo mais para frente.

Jasper é tão aéreo sobre seus sentimentos, que sequer sabe o que sente e isso acaba sendo um pouco engraçado.
As almas deles já são atraídas e, com essa aproximação, é óbvio que os corpos também acabariam se atraindo. Dá para notar que ambos não entendem o que está acontecendo, apenas se deixam levar.
Por outro lado, tudo o que Bella quer é aventura e Jasper dá a ela tudo o que Edward nega. (guardem bem essa frase)

E ai, gostaram??? Não esqueçam o feedback do capítulo. E acredito que todos conheçam a música tema, né hahahahah
Espero que tenham gostado.
Beijos e até o próximo. ❤



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