Heart By Heart escrita por Lizzie Fyts


Capítulo 5
Dançando


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaa! Apesar de 51 pessoas acompanhando e pouquíssimo feedback (e os poucos comentários foram INCRÍVEIS, então obrigada vocês que participam!), aqui estou.
Eu amei MUITO as referências desse capítulo hahahaha
Espero que vocês gostem tanto quanto eu e não se esqueçam de olhar as notas finais onde tem a música tema maravilhosa (com a coreografia que é citada hihi) e mais algumas curiosidades.
Boa leitura!



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                                          (Pov Bella)

    Desde o dia em que Jasper apareceu em meu quarto me salvando de uma possível morte, Edward ficou ainda mais neurótico com minha segurança; eu só ficava sozinha para ir ao banheiro. Ele deixava sempre uma muda de roupa diferente aqui em casa e passava a noite inteira comigo. Depois me levava para a escola e me trazia de volta ou íamos passear em algum lugar. Entendo que ele se preocupava comigo, mas isso já estava começando a dar nos nervos. Estava sendo difícil respirar.
— Edward, você precisa caçar. Não faz sentido você tentar me proteger, mas morrer de fome. – Eu disse. Com aquela história, ele não caçava faziam semanas. Seus olhos estavam tão pretos quanto carvão e sei que isso o causava dor, o que me deixava mais irritada ainda.
— Eu não vou te deixar sozinha.
— Posso ficar com sua família. – Sugeri.
— Não vou conseguir ficar tranquilo. – Seus olhos estavam fechados. Ele não queria admitir, mas sabia que eu estava certa. Não havia a menor possibilidade de ele me levar para a viagem de caça.
— Por favor, odeio saber que te causo dor. Não é justo. – Eu disse, dando um beijo em sua testa. Ele suspirou pesadamente e abriu os olhos, me fitando com uma expressão intraduzível.
— Eu vou, mas só se você ficar em minha casa. Lá é muito mais fácil para te proteger. Tudo bem?
— Tudo bem. – Concordei, tentando parecer insatisfeita, mas na verdade estava alegre. Não os visitava há muito tempo graças a sua paranoia. Sentia falta da luminosidade que as paredes de vidro proporcionavam e do incrível arsenal de livros de Carlisle.
    Arrumei minhas coisas para o fim de semana e mal podia me caber de ansiedade. Ficou combinado que Alice, Esme e Jasper ficariam lá para ‘cuidar de mim’. Apesar de amar minha cunhada e minha sogra, não poderia negar o que estava me deixando realmente animada. Eu me sentia como uma adolescente, o que era raro apesar de ser uma. Do meu banheiro, mandei uma mensagem para Jasper.
Bella: Já estou indo.
Espero que tenha preparado os filmes que falei
ou eu terei que chutar a sua bunda.
(mesmo que isso me cause alguns hematomas)
Ao voltar para o quarto, senti um clima completamente diferente do meu estado de espírito. Parei abruptamente na frente de Edward, sentindo um desconforto imediato na boca do estômago; não deveria ser coisa boa.
— Aconteceu alguma coisa?
— Rosalie e Emmett viajaram para comemorar bodas de alguma coisa e Carlisle tem plantão o fim de semana inteiro.
— Qual o problema? – Dei de ombros. Nós já sabíamos dessas informações há dias. Particularmente eu me sentia melhor de Rosalie não estar por perto, mas sentia por Emmett. Ele era o irmão que – apesar das implicâncias – eu sempre sonhara em ter.  
— Nenhum até então, mas Alice me mandou uma mensagem dizendo que ela e Esme também estão precisando caçar. Ela foi irredutível. – Pelas suas palavras e sua expressão, eu pude compreender o teor daquela conversa.
— Então sua família toda estará fora? – Perguntei inocentemente, me virando e fingindo mexer na mesa.
— Menos Jasper, ele caçou ontem. – Apertei os lábios, reprimindo um sorriso.
— Por quê?
— Como você iria para lá, eu pedi. Só para me sentir mais confortável. – Ele disse, olhando para o chão. Tive que me segurar de verdade para não rir. Edward estava há meses tentando me manter longe de Jasper e agora ele mesmo havia plantado aquela situação. Em questão de segundos, meu sorriso murchou ao ver seus punhos fechados com força.
— Você não está pensando em adiar, né? – Não! Por favor, não esteja.
— Não posso, nem se eu quisesse. Alice está estranha. – Suspirei, aliviada. Bendita Alice! Ele franziu o cenho e se levantou abruptamente, me abraçando. – Mas posso me adiantar, um dia deve ser suficiente. Não preciso ir tão longe.
— Ei, não precisa mudar mais esse plano por minha causa, por favor! – Eu disse, me apressando. - Já me sinto mal o suficiente com tudo isso... babás, sua sede dolorosa e duplicada pelo meu sangue... – Senti que a força de seu abraço se intensificou e me calei. Ele realmente estava odiando aquela situação, mas eu não sabia dizer se era por ficar longe ou apenas por me deixar sozinha com Jasper.
— Tem certeza que ficará confortável?
— Absoluta. Jasper é meu amigo. – O melhor deles. Na verdade, o único.
— É, estou percebendo isso. – Disse ele, suspirando. Me permiti apenas sorrir, mais excitada do que nunca para esse final de semana começar.



                                               (Pov Jasper)

    Quando eu soube que Bella ficaria aqui porque Edward iria caçar, fiquei animado de imediato. Me sentia um adolescente, para ser mais específico. Passamos a semana toda falando sobre tudo o que poderíamos fazer, quais filmes iriamos assistir e etc. A única coisa que eu lamentava é que ela tinha que dormir, o que significava menos tempo. Será que ela ainda sonha comigo?
      A esperada sexta-feira chegou e eu sabia que logo mais ela estaria aqui, então resolvi arrumar tudo. Uma parte de mim estava querendo impressiona-la só um pouquinho.
— Jas, está tudo bem? Você parece meio agitado. – Perguntou Alice, me analisando.
— Pareço? Impressão sua. – Eu disse, dando de ombros. Ela me fitou por um tempo e saiu do quarto. Não me dei ao trabalho de prestar atenção em seus passos e continuei arrumando os DVD’S que Bella havia pedido, ou melhor, exigido para nós assistirmos. Isso seria interessante pois, apesar de serem famosos, eu nunca tinha assistido.
— Vamos caçar com Edward. Eu e Esme. – Disse Alice, ao voltar para o quarto pela varanda.
— Por quê? – Ela vacilou para responder e eu levantei, me aproximando e olhando no fundo dos seus olhos. Ela estava nervosa e eu nem precisava usar meu poder para sentir isso.
— Nós queremos. Vocês ficarão bem. – Ela abaixou a cabeça, desviando dos meus olhos. Posso até não ama-la da maneira correta, mas a conheço muito bem, bem o suficiente para saber que estava tramando algo. E então me dei conta de que eu e Bella ficaríamos sozinhos.
— Tudo bem. – Assenti, voltando para a pilha de DVD’S. Seria melhor do que eu imaginei, pois sozinhos poderíamos conversar sobre qualquer coisa. Ficar sozinho com ela não me assustava mais. Seu cheiro atualmente me incomodava milhões de vezes menos do que no começo e isso era outro mistério. Meu celular vibrou.
Bella: Já estou indo.
Espero que tenha preparado os filmes que falei
ou eu terei que chutar a sua bunda.
(mesmo que isso me cause alguns hematomas)
Jasper: Apenas tente, estranha.
Venha logo.
Não pude evitar sorrir, era quase automático quando se tratava das mensagens dela.
    Uma hora se passou e eu comecei a escutar o carro de Edward na estrada mais próxima. Sabia que tinha que controlar os meus pensamentos agora, mas era quase impossível devido ao meu nível de excitação.
Voei pelas escadas, parando em frente a enorme estante e pegando algum livro aleatório, tentando parecer despreocupado. Alguns minutos depois eles cruzaram a porta principal. Me virei devagar, respirando fundo.
— Oi. – Disse Bella, educadamente.
— Olá. – Respondi, sorrindo. Alice e Esme apareceram na mesma hora.
— Estamos prontas. Vamos? – Elas sorriram para Bella, mas Edward não parava de me encarar. O que foi?  Ele não respondeu. Eu realmente não estava entendendo essa sua atitude. Se ele sabia que eu não iria machuca-la, porque não parecia confiar em mim?
— Nós estaremos de volta no domingo à noite, querida. Estamos levando o celular, qualquer coisa é só ligar. – Disse Esme, dando um beijo na testa de Bella. Alice ainda estava estranha e se limitou a apertar levemente seu ombro, puxando Esme pela mão em seguida; uma pequena parte de mim registrou que ela não me dirigiu um misero olhar antes de ir. Entretanto, antes que eu pudesse reclamar, Edward pegou Bella em um abraço de urso, tirando-a do chão e esmagando seus lábios violentamente nos dela. Seus olhos se abriram antes do beijo acabar e me encararam; meu estômago se remexeu em desconforto a sua atitude.
— Eu te amo. – Disse ele, voltando seus olhos para ela.
— Eu te amo. – Respondeu ela. Os três caminharam para fora e Bella ficou ali, encarando-os até desaparecerem. E então, éramos só nós dois. Me aproximei e ela se virou para me olhar no mesmo momento. Ela sorriu.
— Vou ter que chutar a sua bunda? – Perguntou ela, rindo.
— Por que você não experimenta ver primeiro?
— Só estou tentando me adiantar. – Revirei os olhos e me aproximei, pegando em sua mão; era macia e quente e me enviou um pequeno choque pelo braço. Disfarcei a expressão de espanto e a puxei gentilmente em direção a escada, parando na porta do meu quarto. Ela entrou e olhou maravilhada as pilhas de DVD’S que eu havia organizado. Seus olhos brilhavam e seu sorriso era tão grande que mal cabia no rosto. Ali, encostado naquele batente e observando-a, senti novamente aquele calor inundar o meu coração. Estava tão confuso sobre o significado de todas essas emoções humanas que eu sentia quando ela estava por perto, mas não iria ousar perguntar. Era ridículo um homem com mais de cem anos não conseguir entender coisas tão simples. Eu não queria que ela me achasse um idiota.
— Fiz direitinho o meu trabalho de casa? – Perguntei, juntando-me a ela.  
— Surreal, Jasper! – Ela estava muito leve e animada e eu estava me deixando levar por seus sentimentos. Era tão fácil ser empático perto dela.
— Quando começamos?
— Agora!
— Agora?
— Qual o espanto?
— Você não tem, sei lá, coisas humanas para fazer? – Ela pensou por um momento e apoiou sua mochila na cama, remexendo-a.
— Só preciso trocar de roupa por agora. Eu trouxe uns lanchinhos na mochila, mas não achei nenhuma bolsa de sangue animal no mercado. – Minha boca se escancarou e ela começou a rir. – É brincadeira, bobão! – Me atirei para frente, empurrando-a na cama e pulando junto, pairando em cima dela. Meus joelhos estavam apoiados em cada lado de seu corpo e minhas mãos seguravam seus pulsos.
— Você quer realmente rir da cara de um vampiro, Isabella? – Eu disse, tentando parecer bravo. Sua risada foi diminuindo e ela começou a me fitar seriamente; seus olhos marrom-chocolate estavam com um ar de curiosidade e eu percebi que nossos rostos estavam próximos demais. Seus lábios estavam entreabertos e seu hálito quase me enlouqueceu, mas não parecia ser uma loucura proveniente da sede do seu sangue. Seu coração estava batendo furiosamente no peito e seus sentimentos estavam mudando rápido demais, mas consegui distinguir bem fracamente um deles... desejo. Sai de cima dela o mais rápido que pude e parei do outro lado do quarto, olhando pela janela.
— É, bom... eu vou me trocar. – Disse ela, gaguejando. Ouvi seus passos leves e a porta do banheiro se fechar. Minha ação foi completamente impensada, mas pareceu tão natural toca-la e brincar daquele jeito. Apesar do sentimento indevido, eu havia... gostado. Mas ela era apenas uma humana e eu era um vampiro; era normal que eu atraísse pessoas sem que elas percebessem isso. Sua aproximação me puxou dos meus devaneios.
— Por qual você quer começar? – Perguntei, tentando mudar o clima estranho. Ela me olhou um pouco receosa e seus sentimentos ainda estavam confusos. Os meus também.
— Acho que podemos começar por Dirty Dancing. Ainda não acredito que você é tão velho e nunca viu esse filme.
— Ei, não me ofenda. – Ela riu baixo. Me abaixei, pegando o DVD e colocando no aparelho. Ela correu para baixo das cobertas com um saco de biscoitos na mão. Me encaixei nesse meio e me recostei ao seu lado.
— Apaga a luz. – Ela exigiu. Suspirei e bati palma duas vezes, fazendo com que todas as luzes do quarto se apagassem. – Preciso de um desses. – Ela murmurou; eu ri.
    O filme passou rápido e, de fato, não era ruim, mas estava terrivelmente difícil de me concentrar com ela ali tão perto. Eu queria tanto toca-la e sentir novamente o seu calor, que meus dedos doíam. Jasper! Tenha senso.
— Conheço essa música. – Comentei, quando chegou ao final da cena da apresentação principal.
— Todo mundo conhece essa música. Queria tanto poder dançar igual a Baby. – Disse ela, suspirando. Meu coração estalou; não satisfeito com a situação toda, tive uma ideia maluca. Pausei o filme e acendi as luzes. Antes que ela pudesse reclamar, peguei sua mão - aliviado de finalmente poder toca-la - e a puxei para fora da cama.
— Tudo depende de quem conduz. – Eu disse, pegando o celular e botando a música para tocar. Ela arregalou os olhos quando entendeu meus movimentos.
— Jasper, é sério. Eu não sei dançar. – Suas bochechas estavam pegando fogo e minha garganta pinicou, mas ignorei. Eu não era um louco descontrolado. Não com ela.
— Deixe-me ver. Você sabe os passos, não é? – Ela assentiu. Eu não precisaria assistir novamente para me lembrar e aprendi a ser um ótimo dançarino, já que minha esposa me obrigara. Bendita Alice!
Entrelaçamos nossas mãos e com a outra eu a segurei firmemente pela cintura, enquanto ela se apoiava em meu ombro. O começo era fácil, lento e nossos olhares não se desgrudavam um segundo; me sentia deliciosamente conectado. Minhas mãos corriam por seu corpo quando necessário e ela fechava os olhos todas as vezes em que eu o fazia. É claro que ela tropeçou muitas vezes, quase caiu também, mas eu não podia negar que aquilo era especial de alguma forma. Nunca a vi tão espontânea com o Edward.
Nossos sentimentos estavam em harmonia, parecendo se fundir em alguns momentos. Vasculhei minha mente tentando achar um momento em que eu me sentisse tão pleno ao lado de Alice, mas não fui capaz de encontrar.
— Você não vai querer me levantar no ar, né? – Ela perguntou, nervosamente. Não pude segurar a risada que saiu de mim.  
— Ah, eu vou sim! Não vou te deixar cair. – Encorajei, soltando-a. Caminhei até o outro lado, dando um bom espaço para ela tomar impulso e se projetar. – Vamos lá, Bella. Não esqueça de abrir os braços! – Ela respirou fundo algumas vezes e se posicionou.
— Você é maluco! – Gritou, antes de correr e se jogar em minha direção. A peguei pela cintura e imitei a cena do filme. Enquanto ela fazia a parte dela, parecia que eu levantava uma pena. Alguns segundos depois abaixei os braços, deixando-a escorregar pelo meu corpo. Seus olhos brilhavam de excitação.
— Não foi tão ruim assim. – Murmurei.
— Não, não foi. – Ela concordou, ainda me encarando. Suas pupilas estavam dilatadas e ela tinha um estranho e novo sorriso no rosto; nunca havia visto esse sorriso antes. Eu deveria estar ficando louco.
    O resto da noite seguiu normal. Bella dormiu pouco antes do final do segundo filme. Eu deveria leva-la ao quarto de Edward, mas me permiti ficar ali com ela. Seu calor irradiava embaixo do edredom e seu rosto estava sereno.
— Jasper... – Ela murmurou, chamando minha atenção. Me inclinei para ela, tentando observa-la melhor. – Quando... sim... tem razão... para sempre. – O sorriso que eu dei sem perceber quase rasgou meu rosto; independente do que ela estivesse sonhando comigo, queria que fosse para sempre.
— Será para sempre. Eu prometo.— Sussurrei, perto do seu ouvido. Ela virou de lado e por um milésimo de segundo eu pude jurar que a vi sorrir.
Cada vez mais eu conseguia entender meu irmão e, ao mesmo tempo, menos entender a mim mesmo. Mas, pela primeira vez em muitas décadas eu sentia... esperança.


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Notas finais do capítulo

Música tema: https://www.youtube.com/watch?v=WpmILPAcRQo (Dirty Dancing - Time of my Life)

Tanta coisa boa nesse capítulo... a promessa do final de semana sozinhos, a primeira tensão sexual e a dança! Jasper está sempre tão sério e focado em coisas importantes que ele havia esquecido como era bom apenas relaxar e curtir as coisas a sua volta, sem se preocupar com consequências e etc... É magnífico para mim imagina-lo sendo tão espontâneo, assim como Bella. Talvez vocês achem que esse Jasper não tenha a essência da saga original, mas talvez na verdade ele sempre fora assim e só precisava de um incentivo. Exatamente como Bella, que até dançar – o que sabemos que ela odeia – amou fazer ao lado dele. Realmente foi um momento mágico.

E eu amo Dirty Dancing e quando pensei em um filme para citar, esse foi o primeiro que veio em minha mente. A ideia da dança apenas fluiu, nunca foi planejada. Não esqueçam de dar o feedback; escrever uma fanfic dá MUITO trabalho. E me digam se vocês também gostam desse filme/música!
Beijos e até o próximo. ❤