Heart By Heart escrita por Lizzie Fyts


Capítulo 16
Formatura


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!
Queria avisar a vocês que infelizmente sigo sem notebook... estou viajando e só poderei tentar conserta-lo em agosto. ):
Onde estou o computador é precário, mas estou me esforçando o máximo possível.
Sem mais delongas, vamos ao capítulo!
PS: não deixem de escutar a música tema ♥



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                              (Pov Bella)

    Achava que com o passar dos dias a saudade arrasadora que eu sentia de Jasper melhoraria, mas era extremamente ao contrário. A escola havia acabado e eu não o veria mais; o buraco em meu coração só aumentava. Eu não sabia que me afastar dele se tornaria a decisão mais difícil da minha vida.
Edward estava se esforçando para me ‘recompensar’ pelo acontecido, mas tudo estava sem graça ultimamente. Ele me beijava e eu correspondia, mas bem lá no fundo, eram outros lábios que eu desejava. Nossas conversas não rendiam mais e meu corpo não respondia como antes aos seus carinhos. Eu me sentia mais sozinha do que nunca.
    A cerimônia de formatura estava lotada. Para o meu azar I ficava antes de J, o que fez com que eu e Jasper sentássemos próximos. Tive que refrear com muito custo a vontade de pular em seus braços.
— Estou ridícula com essa beca amarela. – Murmurei, puxando papinho. Aquele silêncio estava me deixando louca.
— Está linda. – Ele respondeu, sorrindo, mas sem desviar seus olhos do palco.
— Eu não irei querer fazer isso de novo. Nunca mais. Já vi que vou ter que arrumar outra ocupação quando me tornar uma vampira. – Seu sorriso murchou no mesmo instante e ele abaixou a cabeça, olhando para o chão. – Desculpe. – Pedi. Eu sou uma idiota.
Ao me levantar para ir a fila, ele segurou minha mão e me puxou. Seus olhos me fitaram intensamente por um momento imensurável e depois ele me soltou, fechando os olhos. Caminhei entorpecida pelas fileiras e tropecei nas cadeiras até subir ao palco, morrendo de medo de cair na frente de uma plateia.
      Assim que todos foram liberados, Charlie correu para me encontrar na saída.
— Estou tão feliz por você, querida! – Ele disse, me dando mais um abraço.
— Não fiz mais que minha obrigação, pai. Você vai na festa?
— Se incomoda se eu não for? Um monte de adolescente dançando não é bem a minha praia.
— Claro que não, pai. Descanse, eu vou dormir na Alice. – Ele suspirou, mas assentiu. Quando eu falava dormir na Alice, ele pensava “dormir com o Edward”.
— Bella! Temos que ir. – Disse Alice, brotando ao nosso lado.
— Falando no diabo... – Murmurei. Meu pai riu.
— Oi querida! Cuide de Bella por mim.
— Claro, Charlie! – Eles se cumprimentaram e assim que ele saiu de vista, ela me agarrou pelo pulso e me arrastou até o carro.
— Ei, o que eu fiz?
— Temos pouco tempo até a festa começar. – Disse ela, empurrando-me para dentro e arrancando. Me tornaria sua boneca por algumas horas e não havia nada a ser feito sobre isso, a não ser aceitar e cooperar. Recostei a cabeça no banco tentando não pensar. Um arrepio passou por meu corpo e eu tremi, me abraçando.
— Está com frio? – Perguntou Emmett, no banco de trás.
— Acho que sim.
— Tome. – Disse ele, me entregando um casaco. Automaticamente reconheci o dono dele e inspirei o cheiro delicioso. As lágrimas inundaram meus olhos e o buraco em meu peito latejou. Meu anjo dourado...

                                                  (Pov Jasper)
    A grande mansão estava inacreditavelmente produzida. Rosalie já estava pronta e nos esperava na porta.
— Alice pediu que eu ficasse responsável por vocês. – Disse ela, parecendo pouco entusiasmada.
— Por quê? – Perguntei.
— Ela está cuidando da humana. – Concentrei meus sentidos e pude ouvir seu coração batendo no segundo andar, em meu quarto. Meu peito se encheu de euforia, mas Emmett me lançou um olhar duro. Eu sabia o que ele queria dizer... Edward estaria por perto e eu teria que me controlar.
    Quando desci, o evento já estava acontecendo. Alice planejou tudo magnificamente. Essa minha ex esposa era uma força da natureza quando se tratava disso. Para mim sempre fora irrelevante, porém, dessa vez seria uma festa cheia de humanos. Claro que toda a família sorria ao cruzar o olhar comigo, mas sabia que eles estavam prontos para me arrancar do pescoço de alguém a qualquer momento.
Prendi a respiração e atravessei a grande sala, tomando o maior cuidado possível para não tocar em alguém, e me encostei em uma pilastra. Meus olhos vagavam aleatoriamente pelo local até captarem algo que eu não esperava: Bella estava parada no alto da escada, olhando nervosamente para a pequena multidão abaixo. Ela trajava sapatilhas pretas e um vestido vermelho que era justo até a cintura e depois se alargava, formando uma saia rodada pouco acima de seus joelhos. Seus cabelos castanhos estavam ondulados e cheios, encaixando-se perfeitamente na moldura de seu rosto. Linda. Bella era linda. Eu já sabia disso, mas naquele momento parecia que ela brilhava. Ela era - facilmente - a humana mais bonita de Forks. Seus olhos, a procura de alguém, encontraram os meus e ela sorriu. De repente eu senti uma real necessidade de me apoiar, enquanto um pequeno tremor alcançava e crescia em meu estômago. A cada degrau que ela descia em minha direção, mais sensações estranhas atacavam meu corpo. O que mais essa garota poderia me causar, deuses?!
— Oi.
— Oi. – Sussurrei, quase sem ar, quase conseguindo sentir o meu coração bater. 
— Alice não tem juízo. – Ela disse, olhando em volta e sorrindo novamente. Linda. Linda demais. – Por que você está me olhando assim? – Merda.
— Você está linda. – Admiti. Ela corou e eu morri. - Quer dançar comigo? – Soltei, sem perceber. Eu não queria mais ficar longe dela e eu precisava senti-la, toca-la...
— Quero. Gosto dessa música. – Sorri abertamente, pegando em sua mão. Seu toque enviou uma corrente elétrica por todo o meu corpo. Se eu fosse humano, poderia jurar que estaria suando frio. Meus olhos não desviaram de seu rosto nem por um segundo; eu estava abobalhado. Segurei a sua cintura com as duas mãos e ela colocou as dela em meus ombros, me olhando daquele jeito intenso, como se pudesse ver minha alma. A rodei pelo salão lentamente antes de me inclinar e fechar os olhos, colando nossas testas. Antes que ela perguntasse, comecei a cantar baixinho a música que tocava.
Ao abrir os olhos, duas lágrimas perfeitas escorriam por suas bochechas. As peguei com um beijo e ela sorriu levemente. - Bella... – Sussurrei, puxando-a mais para mim. Suas mãos enroscaram em meus cabelos e uma parte da minha mente sabia que não estávamos juntos da maneira ‘correta’ no meio de tanta gente, mas era impossível afasta-la agora.
— Jasper... – Ouvi-la sussurrar o meu nome fez meus músculos se contorcerem; eu iria beija-la ali mesmo.

                                               (Pov Bella)
       Assim que parei no alto da escada, meus olhos localizaram Jasper encostado despreocupadamente em uma pilastra. Sorri para ele e ele sorriu de volta, quase me causando um ataque cardíaco. Desci as escadas lentamente e muito feliz por Alice não ter me dado saltos. Ao me aproximar, notei como ele estava lindo. Não, lindo é pouco. Sua beleza não tinha palavras para ser descrita e eu tive que me concentrar para não esquecer de respirar.
— Oi.
— Oi. – Sussurrou ele.
— Alice não tem juízo. – Comentei, tentando aliviar a tensão, o que não adiantou nada. Jasper me encarava sem a menor cerimônia, mas tinha algo de diferente em seus olhos. – Por que você está me olhando assim?
— Você está linda. – Engasguei. - Quer dançar comigo? – Pensei por um momento, mas eu não aguentava mais essa distância. Eu precisava tê-lo, precisava toca-lo, precisava saber que ele ainda era meu de alguma forma.
— Quero. Gosto dessa música. – Eu disse, notando que ao fundo começava a tocar uma das minhas músicas favoritas. Assim que ele pegou em minha mão, meu coração pulou, bombeando freneticamente. Nos encaixamos com perfeição e após alguns rodopios, ele apoiou gentilmente sua testa na minha. Para minha surpresa, ele começou a cantar baixinho a música que tocava e tudo ao nosso redor pareceu desaparecer para mim; a saudade explodiu. Aquele lindo anjo cantarolando era tudo o que eu podia sentir no momento. Um pequeno flashback apareceu em minha mente, me lembrando do dia que em dançamos em seu quarto e quando nós viajamos para o Texas e fomos guiados por pura magia, assegurando que éramos especiais e únicos um para o outro. O ar se prendeu em minha garganta e sufoquei com toda aquela verdade: Eu o amava. Como isso era possível? E então seus olhos se abriram, me fitando. Ele beijou minhas bochechas, enxugando lágrimas que eu nem havia percebido que estavam ali. – Bella... – Ele sussurrou, grudando mais seu corpo em mim.
— Jasper... – Um pequeno grunhido escapou de seus lábios e ele se inclinou, como se fosse me beijar. Eu não poderia – e não queria – evitar aquilo. Levantei a cabeça, fechando os olhos novamente.
— Posso interromper? – Antes que eu pudesse registrar o que estava acontecendo, Jasper se fora. Emmett havia o arrancado das minhas mãos, assumindo o seu lugar.
— O que você... – Rosnou Jasper.
— De nada! – Exclamou Emmett, olhando-o como se estivesse mandando uma mensagem e depois olhou para a porta principal. Eles assentiram um para o outro e Jasper tocou meu rosto sem dizer nada antes de se encaminhar para a saída. Tinha algo de errado.
— Emmett, o que está havendo?
— Irmãzinha, sou um túmulo! – Antes que eu pudesse argumentar, ele começou a me girar pelo salão como uma boneca de pano, ‘dançando’ ao ritmo da música atual. Eu queria insistir, mas Emmett me desarmava com seu jeito inocente; eu nunca poderia brigar com meu irmão.

                                              (Pov Jasper)
        Eu não tinha palavras para agradecer Emmett. Por mais um impulso, eu quase estragara todas as minhas chances de ser correto com Edward, com o resto da minha família e, principalmente, com Bella.
Não precisei andar muito após cruzar a porta; ele saltou em minha frente.
— Alice me arrastou para a floresta e depois me avisou que você queria falar comigo em particular. – É claro que ela havia visto quando me decidi. Meu celular pareceu pesar quinhentas toneladas no bolso; eu queria muito perguntar a ela no que isso daria, mas seria trapaça.
— Sim. Quer correr mais um pouco? – Ele virou a cabeça para a festa e depois para mim, se sentindo ansioso. – Emmett está monopolizando-a, fique tranquilo. – Ele riu e assentiu, disparando ao norte. Apenas o segui – um pouco atrás – em silêncio.
Não corremos por muito tempo; não era necessário. Afinal, o leitor de mentes ali era ele.
— Estou curioso.
— Tente ouvir minhas palavras, não minha mente, por favor. – Pedi. Ele franziu o cenho – confuso – mas assentiu.
— Eu não sei bem por onde começar. Estou nervoso. – Admiti.
— Jasper, pode falar o que quiser comigo. – Respirei fundo algumas vezes, enfiando as mãos nos bolsos.
— Antes eu não via a Bella como nada mais que uma bolsa de sangue ambulante. Desculpa, serei sincero. – Alertei, quando sua expressão se fechou. – Mas, no fundo, eu sempre me importei com ela. Tentei enterrar isso dentro de mim, mas a verdade é que eu fiquei desesperado com a possibilidade de James... você sabe... – Edward suspirou, entendendo exatamente do que eu falava; ele se sentiu assim também. – Mas não éramos amigos, então me convenci de que apenas me deixei levar pelo momento de tensão. Lembra do aniversário dela? – Ele assentiu. – Me senti mal por ataca-la, o jeito que ela me olhou me incomodou profundamente... eu odiava a possibilidade de ela me achar um monstro e, novamente, eu não conseguia entender o porquê. E então, nos aproximamos. Lembro do dia em que caminhamos pela floresta e ela me surpreendeu, me fazendo ver que eu nunca fora apaixonado por Alice do jeito que tinha que ser. Eu a amo, mas não é mais desse jeito. – Seus olhos se arregalaram e sua boca se escancarou, mas continuei. – Bella, com seu jeitinho, fez com que eu me sentisse importante pela primeira vez em muito tempo. Ninguém aqui liga muito para mim, exceto quando sou uma ameaça. – Ele olhou para o chão por um breve momento, sabendo que era verdade. – Com o passar do tempo, eu cada vez mais conseguia entender o porquê do seu encantamento por ela. Quanto mais eu a conhecia e me aproximava, menos o seu sangue me incomodava. E, sem querer, eu me vi ligado a ela de uma maneira inquebrável. – Pausei, respirando fundo. – Edward, preciso que leia a minha mente agora. – Eu disse, cedendo e abaixando todas as minhas barreiras mentais, deixando tudo vazar para ele. A primeira vez que eu a vi, o dia no hotel em Phoenix, o jeito como ela conseguiu afastar minha sede, nossas mensagens, tudo o que aconteceu no final de semana, a minha dor ao descobrir que gostava dela, o nosso segundo final de semana perfeito, suas dúvidas sobre seus próprios sentimentos, a conversa em seu quarto, meu desespero e a nossa dança, onde ela parecia estar entregue a mim. – É isso. Eu... eu a amo demais. E como pode ver, estou disposto a lutar por esse amor, mas não poderia fazer isso sem ser justo com você. – Ele fechou os olhos com força e me concentrei no furacão que estavam os seus sentimentos. No final, eles se concentraram apenas em um: Ódio. Um rosnado ensurdecedor explodiu no ar e eu me agachei defensivamente. Ele voou em minha direção e eu desviei, jogando-o no chão.
— Você me traiu! – Ele gritou, se levantando. Seus olhos estavam completamente negros e eu conseguia ver a loucura neles.
— Edward! Não precisa ser assim!
— Você quer roubar a única coisa boa da minha vida e ainda quer que eu fique calmo? Você a sequestrou e ainda a beijou! – Ele berrou, pulando novamente. Eu me esquivei e ele agarrou meu paletó, puxando-o e rasgando-o completamente. Alice vai me matar.
— Edward, por favor... eu sei que é chocante e muito doloroso, mas sejamos maduros. Eu te contei tudo porque não quero mais fazer isso pelas suas costas. – Pedi, com medo de ter que machuca-lo de verdade se ele não parasse de me atacar.
— Não seja cínico, Jasper. Eu estou cansado de você! Eu nunca gostei de você ter se juntado a nossa família, sempre avisei a Carlisle que era um perigo e que um dia acabaria nos expondo! – Ele berrou. Recuei um passo, como se ele tivesse me acertado; aquilo magoou. Por mais que não fossemos tão unidos, jamais imaginei que ele se sentia assim. – Você acha que vai chegar aqui e roubar a minha namorada?
— Edward... – Insisti, tentando ser paciente.
— Ela nunca vai me trocar por você! Eu prefiro vê-la morta do que ao seu lado! – Toda a minha calma se esvaiu no momento em que ele proferiu aquelas palavras. Eu voei sobre ele, rosnando e imobilizando seus braços em um aperto de ferro muito mais forte do que o dele.
— Nunca mais repita isso! – Berrei - Seu amor por ela é doentio!
— Ela nunca irá te querer. – Disse ele, debochado. Levantei, me afastando; não valeria a pena lutar com alguém prepotente como Edward.
— Se eu fosse você, não teria tanta certeza disso. – Murmurei, disparando floresta a dentro.
Eu cheguei a imaginar que ele reagiria mal, mas não tão mal. Será que eu fiz a coisa certa em contar? Pensei em Carlisle e Esme... eles ficariam decepcionados comigo? Será que Edward tentaria me afastar da minha família de algum jeito? Estranhamente isso me incomodou; eu gostava deles mais do que imaginava, pelo jeito. Lutar pela Bella me custaria muita coisa, mas eu estava disposto a pagar.


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Notas finais do capítulo

Música Tema: https://www.youtube.com/watch?v=1UQzJfsT2eo (Ed Sheeran - Perfect)

Eles dançando Perfect é demais para o meu coraçãozinho! Achei que a letra cabia perfeitamente!! Não deixem de ver a tradução, sério. ♥

Na história original, Edward saber que Jacob amava Bella era uma coisa, mas será que ele reagiria tão bem se fosse seu próprio irmão? Acho que não, hein...
E bom, agora que tudo foi revelado, qual o palpite de vocês para o que vai acontecer?
Espero que estejam gostando! Não se esqueçam de deixar o feedback pois é muito importante para o escritor.
Beijos e até o próximo! ❤