My nasty boss escrita por Milena


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá, bonitas/os! Esse capítulo eu dedico à Diamond, que tem me inspirado com seus comentários ♥ Tenham uma ótima leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725030/chapter/7

Passei o restante do final de semana remoendo e me lamentando pelo ocorrido. Já não tinha certeza se continuaria no estágio, pois dificilmente quereriam uma estagiária que enlouquecia em baladas e precisava que o próprio chefe a levasse para casa.

Beatrice me ligou para relatar a noite com André e sequer imaginava todo o acontecido. Deixei para contar a ela pessoalmente em algum outro momento.

Na segunda-feira, fui para o estágio, mas não vi o professor Alexander no escritório. Ainda assim, morri de medo de receber algum aviso de "não estamos mais interessados no seu trabalho, pois seu perfil não se encaixa com o nosso", mas nada ocorreu.

À noite, teríamos Processo Civil IV com ele.

◦◦◦

— Senhorita Ayla? — com um sobressalto, levantei minha cabeça rapidamente, corrigindo a postura. O professor Alexander se aproximava da minha carteira e atraia os olhares da turma — Seria demais pedir que se juntasse a todos nós durante a aula? Pode responder à questão? — sua voz estava ainda mais grave que o normal e ele pronunciava as palavras lentamente, parecendo conter a ira.

Ocorre que eu havia evitado o seu olhar durante toda a aula para não me sentir constrangida. Fazia inúmeras anotações em meu caderno e até alguns rabiscos na margem das folhas, porém evidentemente não havia funcionado. Encarando-o, mordi meu lábio inferior, tentando lembrar qual a pergunta feita. Algo sobre ação direta de inconstitucionalidade e hermenêutica jurídica, relacionada à interpretação das leis?!

— E então? — perguntou ele.

Subitamente, consegui unir o máximo de concentração possível e respondi à sua pergunta, com a voz trêmula. Escondi as mãos no colo para o caso de estarem tremendo também. Quando terminei, ele franziu o cenho.

— Correto — afirmou e se afastou, prosseguindo com a aula.

Deixando de lado a ideia de não encará-lo para não ser alvo de perguntas mais uma vez, nossos olhares acabaram se encontrando em alguns momentos e eu sentia um leve choque de ansiedade cada vez que ocorria.

Durante a aula, observei algumas coisas. Uma delas foi que Bárbara, uma colega, fazia de tudo para chamar a atenção do professor. Questionava-o intensamente, às vezes até respondendo à própria pergunta, e até repetia o que ele falava, utilizando suas palavras ou mencionando algum autor conhecido a fim de provar seu conhecimento. Sinceramente, eu achava isso constrangedor. A duas carteiras de distância, sendo a primeira de sua fileira, ela se manifestou mais uma vez.

— Professor Blossom — praticamente miou Bárbara — eu li que o autor Fredie Didier tem uma posição diferente nesse quesito. Ele ensina que... — e ela não parava de falar enquanto se inclinava cada vez mais na direção do professor.

Alguém ao meu lado bufou, impaciente.

— Caramba, deixa o professor concluir a aula! Que saco — murmurou Beatrice, incomodada também, virando para mim.

Apenas dei de ombros, fazendo expressão de desgosto. Garota inconveniente aquela Bárbara. Após responder à pergunta da garota, o professor Alexander finalizou a matéria prevista para o dia.

— É isso aí, pessoal. Acabamos por hoje, estão todos liberados, exceto a Ayla — informou sem me olhar, então começou a guardar seu material em uma elegante pasta de couro.

Meu Deus. Chegara a hora da humilhação. Fiquei sentada, aguardando que os demais fossem embora. Até mesmo Barbara não demorou a sair da sala de aula, o que foi bom e, ao mesmo tempo, ruim, pois eu queria adiar aquela conversa o máximo possível.

Levantei-me e caminhei até a mesa que ficava em frente ao quadro branco e aguardei, engolindo em seco.

— Como vai, Ayla? — perguntou-me com uma expressão inescrutável, enquanto, em pé, encostou-se na mesa.

— Tudo bem... — respondi insegura — sobre sábado, professor, eu realmente não tive a intenção de... — minhas desculpas foram interrompidas.

— Não — ele estendeu a palma da mão em um sinal de "pare" — não falarmos sobre esse... — buscou uma palavra adequada — episódio agora. Na verdade, fiquei um pouco surpreso com o seu domínio na área de hermenêutica jurídica. Não é muito comum durante a graduação os alunos terem contato com leituras aprofundadas nesse assunto. Não sei se já ouviu falar no Congresso Internacional de Hermenêutica Jurídica, que ocorrerá em quinze dias na cidade de São Paulo.

Nesse momento, abri minha boca para falar, mas mordi meu lábio e fiquei pensativa, entrelaçando meus próprios dedos em um sinal claro de ansiedade. Seus olhos pareceram se demorar em minha boca ou talvez tenha sido impressão minha, pois ele rapidamente desviou o olhar, limpando a garganta com um ruído suave.

— O que, Ayla? O que ia dizer? — perguntou, curioso.

— É que enviei um trabalho meu para este Congresso — comecei.

Passando a mão pela barba rala, ele não pareceu tão surpreso.

— E ele foi recusado? Ayla, isso é normal. Eles dificilmente aceitam trabalhos de graduandos. Normalmente apenas artigos de mestrandos, mestres, doutorandos, doutores e outros pesquisadores.

— Não, professor — neguei com a cabeça — Meu trabalho foi aceito, na verdade. Eu deveria apresentá-lo lá — naquele momento, sim, ele definitivamente parecia surpreso — Não poderei ir porque a viagem e a hospedagem não cabem no meu orçamento — ri para disfarçar o constrangimento.

Ele tocou em meu ombro, parecendo contente.

— Isso é... ótimo! — apertou meu ombro, se aproximando um pouco — Não deve perder essa oportunidade.

Só nesse momento ele pareceu notar o contato físico e se afastou rapidamente.

— Realmente não posso ir — lamentei — São Paulo é uma cidade cara — esbocei um sorriso triste.

— O que eu ia dizer a você é que eu e alguns outros advogados do escritório iremos ao Congresso. Eu e Seligman estamos oferecendo essa viagem e a empresa arcará com as despesas. Nós não estendemos o convite aos estagiários, pois normalmente não apresentam tanto interesse nessa área, mas no seu caso podemos... Devemos — corrigiu ele — abrir uma exceção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Podem imaginar a felicidade da Ayla?!
Espero que tenham gostado do capítulo, deixem suas opiniões e eu ficarei muuuito grata. Beijo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My nasty boss" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.