My nasty boss escrita por Milena
Notas iniciais do capítulo
Oi, pessoal! Já faz algum tempo, né? Me senti um pouco desestimulada com a falta de comentários. Vejo que o número de visualizações está aumentando, mas me sentiria mais segura se vocês aparecessem para um oizinho. É isso, tenham uma boa leitura ♥
Ayla?! Ele estava mesmo me chamando sem formalidade? Virei para o carro e meu chefe e professor me observava com a expressão fechada, demonstrando impaciência.
— Venha – ordenou – vou dar uma carona a você – ele abriu então a porta do carro.
— Não precisa, obrigada – agradeci, começando a me afastar – É só uma chuvinha – Qual era a dele? Era grosseiro daquela forma e depois tentava me ajudar? Seria aquilo um reflexo de sua culpa? Eu duvidava muito.
— Garota, entre logo aqui ou pegará um resfriado. Vamos.
Um pouco contrariada, mas preocupada com essa possibilidade, acabei aceitando. Também não estava adorando a ideia de andar mais quatro quarteirões naquele temporal. Corri para o carro e entrei.
— Onde você mora? – perguntou, me olhando.
— Moro na Rua Bozano, meu prédio fica em frente ao restaurante Tarbush – respondi rapidamente sem encará-lo, enquanto prendia o cinto de segurança – O senhor tem certeza de que não se importa de me levar até lá?
Ele revirou os olhos.
— Por favor! Fica logo ali. E não me chame de senhor, quantos anos a mais que você eu tenho?! – questionou ele, mostrando um desconhecido lado bem-humorado.
Apenas sorri e assenti. Eu sabia que ele tinha 33 anos, o que o tornava 12 anos mais velho do que eu, mas sinceramente não teria me arriscado a chamá-lo pelo nome sem sua permissão, ainda mais após sua explosão no escritório. Eu mal reconhecia esse seu jeito mais tranquilo.
— Você mora no Edifício San Sabastian, certo? - perguntou ele após um curto silêncio.
— Isso – confirmei, surpresa - Como sabe?
— Uma grande amiga mora lá – respondeu com a voz distante, aparentando estar pensativo.
Só poderia ser a loura siliconada do 403, eu já imaginava que tipo de amizade possuíam, mas obviamente não era da minha conta. Já nos aproximávamos do prédio, quando finalmente observei o "estrago" que havia feito em seu carro. Adentrara toda molhada, umedecendo o perfeito banco de couro.
— Sinto muito por isso – indiquei o banco. Ele apenas dispensou minhas desculpas com um gesto, enquanto estacionava o Audi – Muito obrigada pela carona, professor.
Ele me encarou, descendo o olhar pelo meu corpo, provavelmente para avaliar o estrago em seu carro. Quando fui abrir a porta, ele me impediu.
— Espere, levo você – falou com impaciência, parecendo voltar ao seu usual estado de humor.
Tentei negar, mas foi inútil, ele já havia saído do carro com um grande guarda-chuva. Contornou a frente do Audi e abriu minha porta, guiando-me ao portão. Não queria fazê-lo perder tempo e logo pesquei o chaveiro em minha bolsa, mas, nervosa, acabei errando a chave. Esperei alguma expressão exasperada de sua parte, mas ele apenas aguardou imóvel minha nova tentativa de abrir o portão, esta bem sucedida. Agradeci novamente sem olhá-lo nos olhos e senti, então, sua mão no meu ombro, parecendo queimar. Por que estava nervosa? Por que estava sendo difícil encará-lo? Devagar subi o olhar para seu rosto e prestei atenção no que tinha a dizer.
— Ayla, amanhã de manhã venha diretamente ao meu escritório, sim? Quero passar a você algumas informações sobre memoriais.
— C-claro – me despedi com um aceno e entrei rapidamente.
Subi as escadas até meu apartamento, entrei e, ao fechar a porta, me encostei, respirando fundo. Certamente eu era bastante ansiosa, mas estar tão nervosa com a simples presença do meu chefe/professor já era demais.
Decidi descansar ao longo do restante do dia, pois estava esgotada.
◦◦◦
No dia seguinte, cheguei ao escritório quinze minutos antes do horário programado. Isso, pois pretendia evitar o máximo que pudesse entrar nos elevadores, afinal sempre havia uma possibilidade de trancarem e eu tinha uma claustrofobia intensa. De todo modo, pude subir as escadas calmamente – sem chances de transpirar – e me encaminhei à sala do professor Alexander.
— Bom dia, Suelen. O Dr. Blossom me pediu para vir à sala dele.
A loura me olhou por baixo da espessa camada de cílios maquiados e largou os papéis que analisava por um momento.
— Bom dia. O Dr. já está aguardando você, entre.
Bati à porta e adentrei. Meu chefe estava tão concentrado que sequer notou minha chegada. Os olhos azuis estavam voltados para a tela do computador e o cenho estava franzido. Vestia uma camisa branca com os punhos dobrados no antebraço. Em minha opinião, muito sexy.
Limpei a garganta para dissipar meu pensamento e chamar sua atenção. Ele desviou o olhar do que quer que fosse sua preocupação e me encarou, ainda sério.
— Bom dia, Ayla. Houve uma mudança de planos hoje, então não poderei ensiná-la como fazer os memoriais. Irei passá-los aos demais estagiários. Tenho uma audiência com a juíza e quero que me acompanhe.
Assenti e sentei em sua frente quando ele indicou a cadeira.
— Ocorre que o pai do nosso cliente firmou um contrato de seguro de vida há cerca de um ano e meio, porém cometeu suicídio dois meses atrás. Agora a família busca o valor referente ao seguro, mas a empresa se recusa a pagar, pois a morte ocorreu antes de completar o prazo de dois anos. Como você já deve saber, a jurisprudência não é unânime – sim, eu sabia, e isso queria dizer que os juízes e tribunais não tinham uma opinião consolidada acerca do tema e a lei não era clara, o que significava que o sucesso do caso dependeria muito de uma boa argumentação.
— E o suicídio foi premeditado? – questionei.
— Aparentemente não, portanto temos isso a nosso favor. Devemos sair em quinze minutos. Vou apenas me vestir apropriadamente – informou, levantando-se – Enquanto isso, leia o que puder nos autos do processo.
Foi o que fiz. Quando retornou, vestia terno e gravata. Era o retrato das fantasias íntimas de inúmeras mulheres (e de alguns homens também). Lutei para não esboçar nenhuma reação e notei que ele lutava um pouco com o nó da gravata.
— Posso arrumá-la, se quiser - me ofereci um pouco receosa – costumo fazer isso para o meu pai.
Ele me olhou, surpreso, e concordou. Levantei rapidamente e fui de encontro a ele. Refazendo o nó da gravata com cuidado, pude sentir o perfume gostoso que exalava. Concentrei-me em arrumar a gola de sua camisa, quando meus dedos esbarraram em seu pescoço. Mordi meu lábio e, quando estava finalizando, meu chefe exclamou, parecendo exasperado:
— Ok, é o suficiente. Obrigado.
Deixei minhas mãos caírem ao lado do meu corpo e olhei para o chão, constrangida, enquanto ele se afastou.
Descemos pelo elevador para o subsolo, onde ficava o estacionamento, e eu não tive coragem de dizer que preferia ir pelas escadas. Pareceria meio retardada, certamente. Durante a maior parte do caminho até o fórum, permanecemos em silêncio, comentando poucos detalhes sobre o caso.
Já na sala de audiências, pude ver pessoalmente porque o professor Alexander era tão conhecido e admirado. Sua habilidade de argumentação era absolutamente invejável e eu sonhava em ter metade dela um dia. Ele era incrível, seu tom de voz era firme e quase hipnótico, prendendo a atenção de todos que ali estavam. O advogado da empresa de seguros tentara desestabilizá-lo, mas sem sucesso.
Ao final, vencemos o caso, e a família, emocionada, agradeceu meu chefe. Fiquei comovida, era bonito saber que a sua futura profissão poderia realmente ajudar alguém dessa forma. A viúva comentava com o professor Alexander sobre seu falecido marido e eu esperei dele alguma reação fria e negativa, mas meu chefe fora apenas gentil.
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Espero que tenham gostado. Comentem, por favor ♥