My nasty boss escrita por Milena


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá, bonitos! Dedico este capítulo à Violetta, primeira a favoritar My nasty boss ♥ Já aviso que agora as coisas começam a se tornar mais interessantes... Boa leitura!



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 – Ayla?! – falou o garoto negro e alto, enquanto se aproximava. Eu já o conhecia, pois era meu veterano na faculdade. Além disso, bem... havíamos ficado durante meu primeiro semestre.

— Oi – cumprimentei com um sorriso tímido, enquanto ele me encarava.

Ouvi alguém limpar a garganta. Christian se recompôs rapidamente e virou para a secretária loira que nos observava.

— Oi, Suelen! – disse, abrindo um sorriso – Precisa de alguma coisa?

— Christian, Ayla é nossa nova estagiária. Pode ajudá-la hoje? É seu primeiro dia aqui.

Ele olhou para mim e depois dirigiu-se a ela.

— Posso, claro. Seja bem-vinda, Ayla. Vamos agora separar os processos que chegaram do fórum.

Nos afastamos de Suelen e Christian me conduziu à sala ao lado. Era grande, bem decorada e contava com dez computadores modernos, cujos monitores eram duplos. Meu veterano puxou duas cadeiras com rodinhas até a frente de uma mesa onde se encontrava uma pilha alta de processos.

— Esta é a sala dos estagiários do Dr. Blossom, senta aí – convidou – Quanto tempo, hein. Não vi mais você pelo campus.

Concordei, sentando-me ao seu lado e imitando o seu gesto de pegar uma “pasta” azulada da pilha. Eu não sabia exatamente por que havíamos nos afastado. Christian sempre fora gentil comigo e era lindo também. Na verdade, nunca havíamos sido próximos de fato, pois só nos víamos em festas em conversávamos na faculdade, mas ainda assim era estranho que nem nos enxergássemos mais.

— Podemos sair uma hora dessas – sugeriu – Tomar um café, uma cerveja... – ele me olhou de lado, observando minha reação.

— Podemos, Christian – sorri delicadamente.

Ele era tão educado, quase tímido, e uma presença agradável. Eu achava que não saberia recusar um convite dele, mesmo que não quisesse.

— Ótimo – ele tocou em meu braço, indicando que eu prestasse atenção – É o seguinte, você já fez estágio antes, né? – confirmei – Temos poucos processos físicos, visto que a maioria deles já passou a ser eletrônica, daí utilizamos apenas o site do Tribunal de Justiça do Estado. Precisamos folhear os autos, descobrir em que fase está o processo e o que é necessário fazer: inquirição de testemunhas, depoimento pessoal, intimação, petições, etc.

Eu já sabia como funcionava, então não tive muita dificuldade ao ajudar Christian. Em dado momento, encarei-o por alguns segundos, admirando-o. De vez em quando, tocávamos um no outro sem querer, mas eu não senti nada como nos filmes. Não havia nenhuma corrente elétrica cercando nossos corpos.

— O que? – me perguntou ao notar meu olhar – Precisa de alguma ajuda, Ay?

Fiquei um pouco envergonhada, especialmente por ele criar um apelido para mim. Quando senti minha face esquentar, soube que estava corada, então neguei e agradeci, abaixando a cabeça imediatamente, mas não sem antes notar seu sorriso de canto de boca.

Após terminarmos de analisar os autos e identificar o que deveria ser feito com cada um através de pequenas folhas anexadas em suas capas com clipes, deveríamos colocar em prática.

— Você sabe fazer cumprimento de sentença e execução, certo? – perguntou Christian, enquanto pegava alguns processos.

— Acho que sim. Estudei no semestre passado.

— Ok – disse ele, me entregando os processos – Pode tentar fazer essas petições. Não são complicadas, mas se você tiver qualquer dúvida pode me perguntar. De verdade, pode perguntar.

Agradeci e me dirigi a um dos computadores. Alguns minutos depois chegaram outros estagiários, que se apresentaram. Tentei memorizar seus rostos e nomes: Karen, Luana, Gabriel, Jorge, Ricardo e Mariana.

Após terminar minhas petições, perguntei a Christian o que fazer e ele pediu que eu as levasse até a sala do Dr. Blossom. Peguei, assim, os autos e levei juntamente às petições para a sala ao lado, sendo recebida pela secretária loura, Suelen. Esta ligou para meu chefe e me pediu para entrar em sua sala.

— Srta. Ayla – cumprimentou o Dr. Blossom. Estava com o cabelo louro escuro arrumado e vestido com terno e gravata. Ele era alto e musculoso. Não chegava a ser corpulento, como aqueles “ratos de academia”, mas era atlético. Sua camisa apertada mostrava braços bem desenvolvidos e um tórax largo.

— Olá, Dr. Será que o senhor poderia corrigir e assinar minhas petições? – pedi, escondendo o nervosismo.

— Posso, vou corrigir agora mesmo. Você pode se sentar enquanto isso – só quando ele respondeu aparentando estar tranquilo foi que eu notei estar prendendo o ar, então soltei lentamente.

Sentei-me a sua frente, observando-o enquanto folheava os autos e lia minhas palavras. Suas sobrancelhas de repente se aproximaram e sua expressão se tornou feroz:

— Mas o que é isso?! – questionou, irritado – Garota, você não sabe a diferença entre um cumprimento de sentença e um processo de execução? Isso é básico! – ele ficou me encarando como se esperasse uma resposta, mas eu estava nervosa demais para dizer qualquer coisa. O que eu havia feito? – Em se tratando de execução de títulos judiciais, a defesa se dá por impugnação, jamais por embargos! Você não estudou isso? Não sabe também que a impugnação é limitada às matérias elencadas no Código de Processo Civil?

Ai, meu Deus. Eu lembrava, lembrava sim. Claro que lembrava. Como podia ter errado algo tão simples? Qual era o meu problema?! Comecei a me encolher na cadeira, olhei para minhas mãos que tremiam um pouco e mordi meu lábio.

— Você ao menos está me ouvindo? – perguntou aquele homem que eu já não achava tão atraente.

— Estou – murmurei – M-me desculpe. Não vou errar de novo – prometi.

— Refaça essas peças e me devolva hoje mesmo – disse ele, entregando-me todos os autos.

Assenti, com medo de falar, pois não sabia como sairia a minha voz, e saí da sala, voltando a dos estagiários.

— Ei! Menina nova! O Christian quer saber se... – começou Karen, minha colega baixinha e ruiva, me olhando por cima do monitor.

— Fique quieta, Karen! – interrompeu Christian, que levantou de sua cadeira, vindo até mim – E aí, Ayla? Conseguiu... – ele parou de repente ao me analisar – O que houve?

— Estava tudo errado, Christian – mostrei os processos para mostrar do que falava – Confundi as coisas e o Professor.. o Dr. Blossom ficou muito incomodado! – me lamentei, abaixando a cabeça.

— Ei, ei... não fica assim – pediu meu veterano com um olhar gentil – Todos erram, você não é a primeira e nem será a última. O Dr. Blossom pode ser um pouco hostil às vezes – falou em tom de voz baixo, como se estivesse compartilhando um segredo –, mas logo você se acostuma.

Sorri fraco e passei a corrigir as petições. Quando avisei, tomando coragem, que iria devolver ao meu chefe e professor, Christian se ofereceu para fazer a tarefa por mim, deixando-me livre para ir para casa. Me senti profundamente grata por poder evitar encontrar aquele homem estúpido e me dirigi à saída do escritório.

Era uma segunda-feira chuvosa. Saí do prédio e abri meu guarda-chuva, segurando-o firmemente entre os dedos. Ouvi um trovão e a tempestade recrudesceu. As ruas estavam quase alagadas e eu já ouvia o som de buzinas provocado por motoristas irritados. Vi algumas pessoas aguardando sob marquises o tempo melhorar, mas decidi encarar a chuva, pois o quanto antes saísse dali, mais rápido chegaria à minha casa.

O problema foi que antes mesmo de alcançar a primeira esquina eu já estava molhada e o vento estava levando vantagem sobre o meu guarda-chuva. Este, já em seu segundo ano de uso, se torceu para cima e passou a forçar uma de suas hastes. Eu não podia acreditar naquilo. Desgraça! Poucos passos depois, desisti dele e o joguei em uma lixeira próxima. Segui o caminho, afinal era apenas uma chuva e eu nem sabia quando ela iria parar. Apertei o passo e agradeci pelo fato de nenhum carro ter passado tão próximo a ponto de me molhar com a água depositada na rua.  Como se o destino decidisse pregar peças, percebi, por meio da visão periférica, que um carro preto se aproximava demais. Fiquei irritada, já me preparando para o banho, quando o Audi S7 Sportback reduziu a velocidade, parando ao meu lado.

A princípio ignorei, pois não conhecia ninguém que possuísse um carro desses. Vai saber qual era a intenção da pessoa, melhor era não dar chance ao azar. Contudo, parei instantaneamente ao ouvir uma voz grave já conhecida.

— Entre aqui, Ayla.


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Notas finais do capítulo

E aí, pessoal? Me contem o que acharam, deixem um comentário pequenininho, só pra eu conhecer vocês!



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