Livro 1 - Alvorecer de uma nova era escrita por MsMistery


Capítulo 4
Cap 5 - Parte I: O Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Avatar Korra está de volta. Agora que sabe de todos os problemas que aconteceram em cidade república, e na sua vida, pretende aproveitar a noite de um jeito diferente.

Ah! Espero que não se incomodem com a dança que vou colocar no capítulo. Na minha mente, eles estavam dançando essa música aqui: https://www.youtube.com/watch?v=2sx8oBjCODs; Nas notas finais eu explico que dança é a que eu vou por no cap.



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O salão de festas estava bem cheio, com uma banda de jazz tocando ao fundo, mantendo um ritmo animado. Apesar do ambiente estar sendo preenchido por um som mais que agradável, as pessoas daquele local não pareciam inclinadas a dançar, ou interagir fora dos círculos já pré-estabelecidos entre eles. Korra lembra bem que Tarlok a fez desfilar por ai como um prêmio que achou que tinha conquistado. A fez falar com todos aqueles grupos e indivíduos. Prestando bem atenção agora, notou o quão separado aqueles "grupos" realmente estavam.

Antes que Korra pudesse aproveitar qualquer coisa, Tarlok a abordou, parecendo muito orgulhoso por tudo o que havia preparado ali. “É hora de ser mostrada como um troféu”, Korra murmurou de maneira inaudível. Ela não precisava nem do alerta do Tenzin, para saber que a animação do Tarlok era por conta do plano de recruta-la para sua força tarefa. Porém, ao se lembrar da situação que se encontraria no fim da noite, um sorriso travesso tomou conta do seu rosto. Notou que naquela noite mesmo poderia fazer umas alterações mais que satisfatórias. “Vejo que está gostando, Avatar Korra. O que acha de conhecer uma das pessoas mais importantes de Cidade República?”

“Adoraria, Tarlok” Ela disse, de maneira humorada, adorando toda aquela experiência de viagem no tempo. Estava demorando pra acreditar que tudo aquilo realmente não ia acabar na primeira noite de sono.

Impressionado com a cortesia repentina da Avatar, e confiante de que tinha passado uma boa impressão, Tarlok foi incapaz de notar o sarcasmo enlaçando a voz da garota.

Korra seguiu Tarlok até a presença de Hiroshi Sato, tentando controlar sua animação pra não levantar suspeitas. O velho tinha até um sorriso simpático no rosto, fazendo-a se perguntar se ainda tinha chances de salva-lo das garras do Amon, antes que toda a tragédia se irrompesse.

“Korra, é um prazer apresenta-la ao industrial mais famoso de cidade república, Hiroshi Sato”

Decidida a tentar causar uma boa impressão, Korra agiu da maneira mais simpática possível. Ela lembra bem que na primeira vez em que conheceu o senhor Sato, não agiu de maneira nem um pouco animadora, e ele pode ter relacionado a frieza dela à uma característica negativa dos dominadores. “Sato, das industrias futuro?” O homem concordou com a cabeça, mantendo seu sorriso intacto. “Eu nunca tinha andado em nenhum transporte que não fosse minha cadela-urso-polar, antes de chegar em cidade república. E deixa eu te dizer... Seus Sato-moveis conseguem superar a velocidade da minha Naga; É impressionante! ” Ela exagerou um pouco, Naga ainda conseguia ultrapassar alguns daqueles carros, mas ela sabia bem que qualquer automóvel controlado por Asami Sato seria impossível de se vencer numa corrida.

O homem deu uma risada “Quem sabe eu não consiga te providenciar um Sato móvel como presente de boas-vindas à cidade. ”

“Ah, mas disso eu já cuidei, senhor Sato. Um dos mais novos modelos já está entregue no templo do ar! ” Tarlok sorriu orgulhoso “Espero que tenha gostado do presente, Korra.”

Foi necessária muita força de vontade pra controlar o impulso de revirar os olhos. A malícia nas intenções de Tarlok eram tão obvias que não tinha nem graça; porém como aquela era uma noite que marcaria o começo de muitas mudanças, ela entrou em seu jogo. “Amei o presente, Tarlok. Foi muito gentil, obrigada. Mas é uma pena que tudo pareça ser apenas uma tentativa de me recrutar pra sua Força Tarefa.” Ela cruzou os braços, e o encarou de frente “Me deixa sem graça a cada presente que me dá, já que não vou poder recompensar da maneira que espera.”

“Ora, não se precipite Avatar. Sei que uma hora vai ver a razão e reconsiderar isso. Por hora, me sinto mais que honrado por ter a oportunidade de ser o primeiro a te dar as boas-vindas à cidade república.”

Korra deu de ombros e sorriu “Não contaria com isso. Mas desde já, agradeço se for mandar uma outra cesta com comidas. Sabe, na sua próxima tentativa de me fazer mudar de ideia.”

Tarlok sorriu maliciosamente, a Avatar não sabia o que a aguardava, pensava ele. Naquela noite ele teria a resposta que queria, e com Korra o “apoiando”, ele estaria à um passo de conseguir o controle de cidade república. Ele sabia que jovens como ela: orgulhosos e cabeça quente, não podiam ser acusados de incompetentes. Logo ela tentaria provar pra todos do que é capaz, entrando pra força tarefa. Infalível, com certeza.

Mal poderia ele imaginar que enquanto se congratulava pelo seu plano, Korra já planejava cuidadosamente todas as respostas que daria aos jornalistas, imaginando diversos cenários em sua mente, e todo o tipo de pergunta que poderia ser feita. Ela estava preparada, e agora era só seguir, um passo de cada vez. Aquela noite, se saísse de acordo com seus planos, traria uma mudança incrível no coração de vários igualitários.

Voltando sua atenção para Hiroshi novamente, ela decidiu puxar assunto, desejando ler melhor a linguagem corporal do senhor, que até agora permanecia com um sorriso no rosto. Isso para ela, não era um bom sinal. Hiroshi não deixava escapar nada, nenhuma aversão à dominadores, e até mesmo a sua aparente ‘simpatia’, se tornou mecânica. Ele era frio, e isso preocupava Korra. “Raava, espero que não seja tarde demais” - Pensou. “Tem trabalhado em algo novo?” por fim, perguntou.

A conversa deles foi interrompida, por um empolgado Mako, que de longe já cumprimentou a amiga de Time “Oi, Korra!”

Vendo que a conversa não teria muita continuidade, Hiroshi disse “Eu ainda tenho muitos outros projetos em mente, Avatar. Você logo saberá todos os detalhes. Mas por agora, quero que conheça a minha mais impressionante criação, minha filha, Asami Sato.” Ele disse, gesticulando em direção a garota que se aproximava.

Concordo, Korra pensou, ela é definitivamente a melhor coisa que Hiroshi já criou em sua vida. Korra cruzou os braços em frente ao corpo, tentando controlar outro de seus impulsos, que gritavam para que ela se lançasse nos braços da garota. Estava tão absorta analisando a beleza da Sato, que não percebeu que em seu próprio rosto havia um sorriso apaixonado.

Hiroshi, porém, estava atento à maneira que Korra se comportava. As emoções se mostravam no rosto da Avatar de maneira transparente. E ele reconheceria aquele sorriso em qualquer pessoa... Franzindo o cenho, ele abriu a boca pra dizer algo, mas foi batido por sua filha que logo se pôs a fazer as introduções “É um prazer conhece-la, Mako tem me contado tanto sobre você!”

O sorriso de Korra caiu um pouco ao lembrar da situação em que se encontrava, encarou com certo desgosto o braço que Asami segurava tão próximo de si. Sacodindo levemente a cabeça, ignorou a breve decepção, lembrando que o importante é que ela estava viva. Olhando para a Sato de novo, toda e qualquer mágoa que sentia por não estar junto dela sumiu; Asami estava bem, e olhar pra aquelas jades brilhantes era mais que o suficiente pra traze-la paz de espírito. Inevitavelmente, sem perceber, voltou a sorrir.

“É um prazer enorme conhece-la também, Asami.” Reparando que o sorriso no rosto da garota era o seu ‘sorriso educado’, Korra começou a pensar em maneiras faze-la sorrir genuinamente. “Espero que ele tenha falado apenas as coisas boas.” Fez uma careta, e abriu um grande sorriso brincalhão.

Tudo o que Asami ouviu falar, na realidade, era sobre como Korra tem levado os furões de fogo mais longe do que conseguiriam com Hazuki, como ela é uma ótima colega de equipe. 'O time só está aonde está, por conta da ajuda da Korra', Mako havia dito para ela. Saber que tinham gafes não comentadas pelo seu namorado, deixou-a curiosa. Arqueando uma sobrancelha, ela sorriu mais relaxadamente sem nem perceber “Ele realmente só me falou sobre como você foi a salvação dos furões de fogo.”

Mako riu, e corou. Suas palavras não foram ditas exatamente daquela maneira, e a última coisa que ele queria era que Korra assumisse que ele estava afim dela por causa desses pequenos momentos... Ele sabia que eles tinham uma conexão diferente, mas Asami era sua namorada agora, e o que ele sentia pela Sato era muito mais claro do que a confusão que era seus sentimentos por Korra.

Por estar olhando pra baixo, ele nem percebeu que a atenção da Avatar ainda estava unicamente voltada para Asami.

“Ele disse isso foi?” Korra, de canto de olho, percebeu o desconforto do dominador de fogo, e riu. Decidindo não dificultar as coisas pra ele, sabendo exatamente o porquê dele estar sem graça, voltou à sua missão de tentar fazer Asami rir. “Então ele não te contou sobre a dificuldade que foi me ensinar as regras do jogo. Eu tive que aprender tudo na prática, quando fui jogada no meio do ringue de dominação na minha primeira partida.” Ela apoiou seu peso em uma das pernas, e botou a mão direita na cintura, fingindo seriedade por um momento “em minha defesa, eu achava que o único propósito do jogo era jogar os inimigos pra fora do ringue. Eu nunca tinha notado o quão complicado realmente era!” Usou a mão esquerda, que estava livre, para gesticular de uma maneira divertida.

E ali estava, o sorriso que Korra estava esperando: cheio de dentes, com os olhos levemente fechados e brilhantes. Ela amava a forma que Asami parecia saber sorrir com seus olhos também. “Hey, eu acho que lembro ter lido no jornal uma crítica sobre a sua primeira partida...” a engenheira hesitou como se estivesse considerando o que dizer, e então finalmente perguntou ”Você jogou um cara pra fora do ringue pelo o lado?”

Korra tapou o rosto, envergonhada. Aquele realmente foi um erro inocente. “Eu juro que não sabia que era contra as regras!” Ela riu, ainda sem graça, mas feliz por ter atingido seu objetivo: Asami parecia realmente estar apreciando a conversa.

“Ninguém pode te culpar! Pelo o que Mako me disse, aquela tinha sido seu primeiro contato pessoal com o esporte, certo? E de repente você foi lançada bem no meio da confusão, deve ter sido bem complicado.”

“Se já não bastasse os equipamentos folgados, que me atrapalhavam na hora de me movimentar, tinha também minha total inexperiência e falta de senso, que adicionou dificuldade no jogo. Olhando em retrospectiva, eu deveria saber que um nocaute era apenas alcançado quando um jogador fosse arremessado por TRAS do ringue, se não, não faria sentido quando o narrador dizia que alguém estava na ‘beirada’” Korra riu “Mas eu estava tão empolgada em estar participando, que nem raciocinei direito.”

Asami riu junto, apreciando o senso de humor da Avatar, que parecia não ligar que rissem de suas gafes. “Você foi muito bem pra uma iniciante, tenho certeza que qualquer outra pessoa no seu lugar não teria feito tanto quanto você fez.”

“Ah,” Korra deu de ombros, sorrindo pros irmãos dominadores que estavam entretidos na conversa das duas. Mako sorriu, mas estava se sentindo um pouco deslocado. Não esperava que as duas fossem se dar dão bem daquela maneira. Já Bolin, que estava feliz o suficiente por poder comer o quanto quisesse de graça, sorriu de volta com a boca cheia de petiscos, fazendo Korra rir e voltar a olhar pra Asami. “Eu só fiquei fora do caminho do Mako e do Bolin; Deixei eles fazerem o que sabiam de melhor, funcionou muito bem naquela partida.”

Engolindo os petiscos, Bolin sorriu abertamente e foi em direção à Avatar abraçando-a de lado, sacodindo as sobrancelhas de uma maneira que ele achava ser sedutor. “Aaah, sendo toda modesta agora? Quem é você, e o que você fez com nossa Korra?”

Korra riu e o empurrou de brincadeira, antes de abraça-lo de verdade “Eu tenho que dar crédito à vocês, porque um dia eu vou estar roubando toda a atenção”

Bolin a levantou do chão com um abraço de urso “Agora sim! Toda convencida!” Korra, com um pouco de falta de ar, devolveu o abraço da melhor maneira possível, mas logo teve que bater em seu ombro pra sinalizar que estava precisando respirar. Bolin colocou-a no chão, e a analisou brevemente. “Está bonitona, Korra!” Ele levantou os polegares em aprovação, fazendo-a rir e fingir analisa-lo da mesma maneira.

“Hmm, o senhor também está muito elegante essa noite, Bolin” Ela brincou, fazendo Bolin sorrir de como criança em dia de natal, por conta do elogio.

Ele deu uma volta no mesmo lugar, dando-a uma visão completa de seus trajes. “Não é?! Seu Hiroshi pagou tudo pra gente!”

O industrialista, que até então assistia a tudo com uma face indescritível, abriu mais um de seus sorrisos mecânicos que fez Korra sentir um arrepio ruim percorrer seu corpo. “E você não vai acreditar!” Mako finalmente se pronunciou depois de todo aquele tempo.

“Ele vai patrocinar nosso time!” Bolin completou, e Korra teve que fazer um grande esforço para parecer surpresa com a noticia.

“Eu não acredito!” Korra pode até ter fingido a surpresa, mas o sorriso foi completamente genuíno, pois era impossível se manter neutra quando Asami parecia estar tão satisfeita. Essas últimas semanas sentindo sua falta, estavam aos poucos sendo compensadas. “Sério, gente?”

“Seríssimo, Avatar Korra” Hiroshi finalmente voltou a falar “era uma grande injustiça, jovens tão talentosos como vocês ficarem de fora desse campeonato por falta de meros 30.000 yuans. O retorno que eu vou ter patrocinando os furões de fogo vai ser muito maior, pode acreditar!”

Korra sorriu amargamente, entendendo o duplo sentido de sua frase. Ele não ganharia apenas dinheiro em retorno, mas o perfeito álibi que precisava pra se passar por inocente em toda aquela guerra.

“Olha!” Korra quase pulou de susto ao ouvir a voz do Tarlok, tinha esquecido completamente que o conselheiro ainda estava de pé, ali ao lado dela. “Chefe Beifong, creio que já conheça a Avatar Korra”

Carrancuda como sempre, a chefe Lin Beifong fez seu caminho até Korra, encarando-a de cima, rispidamente disse: “Só porque a cidade está fazendo esse tumulto, não pense que você é algo especial. Você não fez NADA para merecer isso.”

“Ainda não” Korra retrucou, antes que Lin pudesse dar as costas. A chefe de policia levantou as sobrancelhas, surpresa pela resposta ousada, mas ignorou-a, andando pra longe dali.

—//-//-//-

Voltando a observar o salão de festas e as pessoas em seus grupos separadas... Korra começou a se perguntar se eram dominadores e não dominadores trocando olhares atravessados, ou simplesmente rivais de vendas; Poderiam também ser pessoas com diferenças politicas, e posições diferentes no estado atual de cidade república... Tudo o que Korra sabia com certeza, era que aquelas pessoas tinham uma animosidade palpável até para cego, e dessa vez recusou quando Tarlok a pediu para acompanha-lo durante a noite.

Afirmando que queria passar um tempo com os amigos, Korra se distanciou do conselheiro indo até o local em que Bolin se entupia de salgados, e pequenas tortilhas.

“Cadê os outros, Bolin?” Ele levantou o olhar e sorriu, novamente com a boca cheia de salgados, fazendo Korra rir de seu jeito bobo.

Limpando a bochecha de seu amigo indelicado, ela deu uma rápida procurada no salão pelo resto de seus amigos, que de alguma forma conseguiram sumir no meio daquela multidão dispersada.

“Eles foram com Hiroshi conversar com outros empresários, Mako achou que se outros se interessassem por nós, nosso lucro seria ainda maior, e Hiroshi apoiou a ideia.”

Fazendo um som positivo com o fundo de sua garganta, decidiu pegar também um dos petiscos, e uma taça de champanhe. “Agora faz sentido porque não consigo vê-los em lugar nenhum.” Disse tranquilamente.

Após engolir o que comia, Korra tomou uma bela golada do champanhe, quase esvaziando a taça.

Bolin passou a encara-la com certa desconfiança; Não conseguia identificar exatamente o que, mas tinha algo diferente em sua amiga, e ele não sabia o que pensar de seu comportamento. Quando Korra olhou em sua direção, e aquelas orbes azuis o fitaram, ele se deu conta de que os dois estavam sozinhos. Só os dois. SOZINHOS! “Entãaaaaaao...” Ele coçou o pescoço, e deu um passo mais próximo à Avatar. “Quer dançar?”

Korra o encarou por mais um segundo. Não tinha certeza se era a melhor decisão, pois não queria dar esperanças pro Bolin... ‘Mas será que seria tão ruim assim?’ pensou, e estendeu a mão na direção do seu amigo. Quando ele sorriu brilhantemente, ela percebeu que não, não era tão perigoso, ele estava com seu sorriso bobo de sempre. Aquele sorriso não se comparava com os que ele trocava com Opal, depois que ficaram juntos.

Ao chegarem na pista de dança, Korra decidiu que era melhor esclarecer as coisas, porque mesmo que o Bolin não sentisse amor profundo, ela ainda não queria ser a pessoa que quebraria seu coração (como aconteceu antes).

Começaram a dançar em círculos, no ritmo do jazz que tocava. Quando Korra percebeu que Bolin conseguia conduzi-la decentemente, acabou esquecendo seu propósito de esclarecer seus sentimentos, e perguntou: “Onde aprendeu a dançar, Bolin?”

Sorrindo orgulhoso, ele disse “Bom, quando se trabalha com as tríades, se aprende todo o tipo de coisa” Ele deu alguns passos rápidos, direita, esquerda, direita-esquerda-direita, quase como num salteio, que Korra rapidamente acompanhou, reconhecendo aquele estilo de dança de um dos locais que passou por ba-sing-se quando estava viajando sozinha. “Olha só! Você conhece!”

Korra riu “Lindy Hop?”

Bolin, surpreso com o fato de que ela conhecia, soltou a cintura da Avatar, Botando sua perna direita pra trás, seu corpo indo junto, enquanto Korra fazia o mesmo com sua perna esquerda, seus pés fazendo um constante movimento ‘deslizante’; Quando Bolin a puxou de volta, apoiando a mão em suas costas, ela se preparou para a rodada rápida que fariam; Sem perder o ritmo, repetiram o mesmo movimento três vezes, antes de voltarem pro básico vai e vem, pra frente e pra trás, porém ainda saltitando: um, dois, Três e quatro; cinco, seis, sete e oito. Os dois amigos se divertiam descontraidamente, nem percebendo que muitos do salão pararam suas conversas paralelas, e passaram a observar a Avatar sorridente que rodopiava mais à vontade com seu amigo de time.

Mako observava os dois com um misto de preocupação, e ciúmes. O dominador de fogo não era tonto, percebia exatamente que tipo de tensão era a que existia entre ele e Korra, e sabia que do jeito que as coisas estavam, seu irmão poderia acabar se machucando; Não que fosse terminar com Asami... Mas ele sabia que Korra não gostava do Bolin romanticamente. Era perceptível pra todos! Mas aparentemente não pra seu irmão. Ele suspirou, e balançou a cabeça sorrindo, quando Bolin começou a sapatear solo no ritmo da música por um momento. Preocupado ou não, Mako estava grato por Korra estar fazendo Bolin se divertir aquela noite. Fazia um tempo desde que viu seu irmão sorrir tão descontraidamente daquela maneira, Amon o traumatizou.

“Eu acho que se o time de vocês funciona melhor agora, é pela forma que Korra parece engajar bem com os dois” Asami comentou distraidamente, observando Bolin estalando os dedos de maneira cômica, enquanto Korra dançava sozinha por um momento. Quando os dois voltaram a dançar juntos, e Bolin jogou Korra pro alto, Asami sorriu. Jamais imaginou que a Avatar seria alguém tão... cativante. Ela não estava obtusa aos olhares de outras pessoas naquela direção. Percebeu que metade do salão estava observando o ser mais poderoso daquele local, agindo como se não existissem preocupações nesse mundo. Será que é proposital? Se perguntava. Está mostrando-se inabalada, para levantar a confiança de uma cidade república tão sem esperança? Pensou. Se fosse isso, Asami ficaria realmente impressionada com a iniciativa da Avatar. Talvez fosse só uma coincidência, e essa não tenha sido a intenção da mestre dominadora dos quatro elementos. De qualquer forma, Asami se sentia mais segura ao ver Korra agir daquela maneira, pois passava a sensação de que tinha tudo sob controle, por mais que fosse completamente improvável.

Outra pessoa que havia percebido a mudança no jeito de ser da avatar, era seu mestre, Tenzin. Ele sorria, tranquilizado, pois ve-la tão aflita mais cedo o estava preocupando.

Seu pai havia tomado a responsabilidade de acabar com uma guerra aos 12 anos. Era algo que se pudesse controlar, teria escolhido esperar, e é por isso que Tenzin foi contra Korra vir para cidade República. Ela tinha o direito de viver sua vida normalmente, como uma adolescente, antes de tomar para sí as responsabilidades de salvar o mundo; Ele temia que, deixar uma garota tão despreparada emocionalmente lidar com os problemas dessa cidade, fosse acabar desestruturando-a de uma maneira irreparável.

Quando a deixou ficar, propôs a sí mesmo evitar que seus medos se tornassem realidade, aconselhando Korra da melhor maneira possível. No fim das contas, ele acabou errando em sua aproximação, Korra acabou errando com suas atitudes teimosas... E agora o mestre de ar estava simplesmente contente em perceber que nenhum desses erros afetaram-na de maneira negativa.

“Papai, posso dançar?” Perguntou Ikki, o olhando com expectativa.

“Ora, mas você sabe dançar?” Ele perguntou, curioso pra saber a resposta, pois nunca tinha a visto dançar antes...

Franzindo o cenho, Ikki se pôs a pensar “Vovô Aang dançava com os movimentos da dobra de ar, não é?”

Tenzin sorriu “Sim, ele dançava. ” Olhando pra pista de dança novamente, onde Korra parecia estar tendo a maior diversão, concordou com a cabeça “Pode ir.”

Ikki deu um gritinho bem agudo, que fez todos ao redor taparem os ouvidos “Obrigada, papai!”

Ela foi correndo em direção à Korra, e quando a pequena começou com os movimentos básicos de dominação de ar acompanhando a música, a Avatar se afastou do Bolin por um momento, para acompanhar Ikki. De frente uma pra outra, elas começaram uma dança de dominação, que estava parecendo tão divertida quanto a anterior.

“Ah, eu sei fazer isso! – Meelo falou animado – Posso dançar também?”

Tenzin mais uma vez sorriu “Sim, vai lá” Quando Meelo fez começou a se preparar pra fazer o patinete de ar, Tenzin o parou brevemente “É só pra fazer os movimentos, Meelo, não a dominação”

Meelo sorriu sem graça e foi andando pro lugar que sua irmã estava, logo se juntando à dança. Jinora observava os irmãos com um olhar de quem gostaria de estaria de estar participando, mas não tinha certeza se estava tudo bem. Tenzin, ao notar a hesitação, apoiou a mão nas costas da filha “Porque não vai se divertir?”

Jinora o olhou sem graça “Eu queria aprender a dançar igual a Korra tava dançando antes...”

Ele concordou com a cabeça, entendendo a vergonha de sua filha. “Porque não pede?”

Jinora observou-os, e ao ver que Bolin continuava a fazer sozinho alguns dos passos que tinha utilizado com a Korra, decidiu tentar a sorte. Se não quisessem ensina-la, ela simplesmente dançaria com seus irmãos. Todos estavam se divertindo afinal de contas.

“Vou lá, papai.”

Tenzin observou satisfeito, quando Bolin abriu um grande sorriso, e imediatamente pegou a mão de Jinora pra ensina-la alguns passos.

Naquela noite, Korra aproveitou bem, da melhor maneira possível, o baile de gala que foi “em sua homenagem”.


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Notas finais do capítulo

Lindy hop foi uma dança criada por volta dos anos 20/30, que pra mim se encaixa na ambientação da Lenda de Korra, apesar de ser um mundo completamente diferente do nosso. Com todos os 'sato-moveis' sendo criados, porque não uma dança diferente no reino da terra? Me arrisquei, e decidi descrever uma dança... Dei o meu melhor. Se não entendeu como é mais ou menos, o link com os passos basicos é esse aqui https://youtu.be/06kWZUeD5so?t=2m5s da uma olhada ai se interessar. ^^

Esse cap na verdade ainda não terminou, como diz o título "Parte I", tive que dividi-lo por ter ficado muito grande. O próximo cap sai assim que eu terminar de postar esse... Provavelmente. Se não aparecer, é porque algo de errado aconteceu com minha internet de novo.

Próximo capítulo: Korra da a tão esperada (por tarlok) entrevista, e surpreende todas as pessoas presentes no local.

"Eu cheguei pra estabelecer o equilibrio, e eu não. Vou. Falhar."



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