A filha de Juventas - A escolhida de Urano escrita por Luana Cajui


Capítulo 11
Bem Vindos a Pompéia


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa, bem vindos para mais um capítulo, gostaria de agradecer ao meu novo leitor, Laurent o Hokage por ser um dos meus primeiros leitores a comentar, muito obrigada por não ser um fantasma ♥

Espero que gostem desse capitulo. Boa Leitura



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A primeira coisa que Mirage pensou em fazer assim que se levantou foi olhar em volta de onde o grupo estava.

—Sinistro não é? —perguntou Leon com um tom de voz bem baixo.

Mirage assentiu.

Nos livros de história de Westover Hall, Pompéia era sempre fotografada de dia, suas ruínas bem preservadas eram bem bonitas de se ver se você não fosse lá a noite.
A cidade tinha um ar sombrio quando iluminada pela luz da lua, suas ruínas faziam com que as sombras do lugar parecessem ganhar vida como se estivessem espiando o grupo que tinha surgido do nada bem ali.

—Sinistro ou não, temos que achar logo esse cristal do contrário só vamos perder tempo.

A voz alta de Thomaz ecoou pela cidade, causando eco e mais eco, Daiana lhe deu uma cotovelada nas costelas por isso e ralhou:

—Fala baixo caralho, quer chamar atenção dos seguranças? Visitas noturnas em Pompéia são proibidas e vamos falar o que se nós pegarem?

Thomaz resmungou alguma coisa em voz baixa, mas se absteu de responder a ruiva que continuou a falar.

—Temos que tomar cuidado, além dos mortais temos que nós preocupar com os monstros também, então se mantenham a postos pois podemos ser atacados a qualquer momento, entenderam?

Leon e Thomaz assentiram, os dois mais velhos já estavam quase prontos para um possível combate, o loiro estava com um arco em uma das mãos enquanto o moreno por sua vez tinha uma dupla de espadas,uma em cada mão.

"Eles não estavam armados até alguns minutos atrás, então de ONDE eles tiraram aquelas armas?" —pensou Mirage.

—De onde vocês tiraram essas armas? —perguntou.

—Do mesmo lugar que você deveria ter tirado a sua! —Thomaz falou com certa impaciência algo que lhe rendeu outra cotovelada mas dessa vez vida de Leon. —Ah!

—Para de descontar nela! —disse o loiro.

—É para de descontar em mim! —concordou a mais nova.

Daiana se aproximou de Mirage e ergueu um de seus braços revelando uma pulseira acoplada em seu bracelete.

DE ONDE TINHA SURGIDO AQUILO?!

—Esqueceu que te disse que algumas armas podem se transformar em objetos? Pois bem, as do Thomaz viram braceletes tipo dos da Mulher Maravilha e o arco do Leon é um anel.

Daiana puxou um dos pingentes de estrela e logo o objeto se transformou em um belo florete.

—E tu me conta só agora? Eu nem me lembrava que tinha isso no pulso.

—Eu te dei ontem de noite.—relembrou a ruiva.


—Eu não lembro nem o que comi quanto mais o que ganhei.

O filho de Ares arqueou uma das sobrancelhas ao ouvir a resposta de Mirage, ele estava com as duas quando Daiana entregou o florete em forma de pulseira para a mais nova.

—Você esquece tão fácil assim das coisas? —perguntou ele com desconfiança.

—Acontece as vezes. —rebateu a ruiva.

Daiana se levantou e mostrou o espelho aos demais.

—O espelho indica que devemos ir na direção ao Vesúvio, ou seja até o vulcão então não vamos mais perder tempo, temos só alguns dias para recuperar os cristais.

Daiana com seu tom de voz firme saiu na frente sendo seguida logo em seguida por seus colegas de equipe.

Avaliando a ruiva você diria que ela estava agindo um pouco mais estranho do que o normal, além de apressada Mirage percebeu que a mais velha parecia nervosa com alguma coisa, como se ela já tivesse estado ali e não gostado nada, parecia até mesmo estar com medo, algo que não seria surpresa para ninguém, aquele lugar dava arrepios em sua espinha.

A luz da lua iluminava tudo, era possível de ver tudo a sua volta com exceção é claro do interior das casas onde a escuridão reinava como uma Imperatriz, Mirage até mesmo segurou sua arma com mais firmeza ao ver um vulto passando por uma janela, o que a fez se arrepiar da cabeça aos pés.

—É tarde demais pra falar que tenho medo do escuro? —perguntou ela baixinho para si mesma.

—Se está com medo do escuro, vá com o Leon o sorriso dele é capaz de desbancar até mesmo o Sol. —falou Thomaz com um tom de voz indiferente, ele nem mesmo olhava para Mirage.

—Apesar de que eu nunca venha a desbancar o Sol, me sinto lisonjeado pelo elogio. —respondeu o loiro com um sorriso de dentes brilhantes.

"Senhor o dentista desse garoto deve valer uma fortuna só a consulta." —pensou a garota desviando o olhar.

O grupo seguiu pelas ruas de paralelepípedos por mais alguns minutos até avistarem uma saída da cidade, aquilo parecia bom afinal eles não tiveram problemas nenhum para chegar até ali...

—Até que aqui tá tranquilo. —Leon comentou em voz alta.

....se não fosse pelas nuvens no céu que fizeram o favor de cobrir a luz da lua e deixar os quatro no escuro.

— Cara, pra que tu foi abrir sua boca? —Daiana resmungou num tom choroso assim que viu a escuridão tomar conta de tudo.

—Porra! —xingou o filho do deus da guerra.

Rapidamente a escuridão tomou conta de tudo, impossibilitando que os semideuses enxergassem um palmo a frente de seus olhos.

—Sinceramente, as vezes quero acertar um soco nesses seus dentes perfeitinhos, só pelos dcaradeuses, que boca maldita.

A voz de Thomaz saiu fina de sua boca como se ele estivesse tentando falar o mais baixo possível o que era bem plausível pois após alguns segundos em plena escuridão todos puderam ouvir gemidos vindo de não muito longe de onde eles estavam.

O grupo recuou e os mais velhos ficaram um de costas pros outros mantendo suas armas na frente de seus corpos enquanto a mais nova deles cobria suas cinturas pois nem tamanho ela tinha direito.

"Aaaarrrrhhh" —os gemidos se aproximaram cada vez mais.

Leon que não era estúpido nem nada, retirou uma flecha de sua aljava e a atirou para cima. A Flecha alcançou uma altura considerável quando ela explodiu em uma forte bola luminosa capaz de iluminar toda a cidade e por consequência revelar o inimigo escondido.

Formas humanóides se misturavam as sombras das ruínas, todas pareciam estar em um estado de profunda agonia e fúria e todas elas se arrastavam na direção dos quatro.


—LEMURES! —Gritou Thomaz.

—CORRAM! —Gritou Daiana.

E eles correram, só que cada um para um lado.

Daiana seguiu seu caminho rumo ao vulcão enquanto Leon e Thomaz se dividiram cada um indo pra esquerda e direita enquanto a mais nova seguiu o roteiro de jogos de labirinto.

"Esquerda sempre!"

O barulho de passos rapidamente sumiu quando mais gemidos e até gritos fantasmagóricos preenchiam toda a cidade.

—A gente vai morrer, e eu me recuso a pagar pelo Karma de coisas que eu nem lembro que fiz! —resmungou a morena.

—Tomou banho no rio Lete por um acaso? —a voz de Thomaz falou ao seu lado de maneira bem irritada. —Você está com um dos melhores lutadores do acampamento, estar comigo é como ter os deuses do seu lado.

—Ah ótimo, estou por conta própria aeeh!

O resmungo de Mirage não passou despercebido por Thomaz que num simples movimento derrubou a mais nova no chão a tempo de trespassar um Lemure que tinha saltado de cima de um telhado com uma de suas espadas antes que ele pudesse ataca-lá.

—Resmunga não novata, que eu to aqui na maior parte das vezes para salvar a pele alheia.

Não se dando ao trabalho de responder, a garota logo se recuperou da queda e segurando firmemente seu florete ela se levantou a tempo de atingir mais um dos lemures que tinha se aproximando de Thomaz por um ponto cego a suas costas.

A dupla rapidamente se recuperou dos ataques e voltaram a correr a todo vapor pelas ruas, os lemures não davam nenhum tipo de trégua, os espíritos furiosos de Pompéia surgiam de cima dos telhados apenas para serem partidos no meio pelas espadas de Thomaz enquanto aqueles que se rastejavam de modo sorrateiro encontravam seu fim pelo pequeno florete de Mirage que cuidava da retaguarda do filho de Ares, que por sua vez tinha uma arma bem interessante.

As lâminas gêmeas que o filho do deus da guerra tinha em seu poder pareciam emitir um brilho próprio no meio da escuridão permitindo que Mirage pudesse ver ao seu redor e redobrar sua atenção aos ataques daqueles espíritos,
até que as nuvens saíssem da frente da Lua e a luz pudesse espantar os fantasmas de volta para a escuridão.

Somente quando os Lemures voltaram para dentro das sombras foi que os dois pararam de correr. Os dois semideuses estavam ofegantes de tanto correr por ruas tão irregulares, Mirage se apoiou nos próprios joelhos por alguns momentos enquanto observava ao redor tentando identificar um próximo inimigo chegando até mesmo a se assustar com a própria sombra, Thomaz não estava muito diferente ele só não se apoiava nos próprios joelhos, mas tinha a respiração ofegante e assim como a garota olhava ao redor atento mesmo que se assustando com a garota se assustando com a própria sombra.

—Que...porra...foi essa? —perguntou ela tentando recuperar o fôlego.

—Lemures... —respondeu ele como se só aquilo esclarecesse alguma coisa.

Ao ver o olhar de insatisfação no rosto da garota mais nova com sua resposta tão simplória e inconclusiva ele a completou.

—Pompéia era uma cidade que sofreu uma grande tragédia no passado..., está repleto de Lemures, era como os romanos chamavam os fantasmas...das pessoas que voltavam para atormentar os vivos...


—Ah...por um instante...me perguntei a razão...do Zooboomafu estar... perseguindo a gente. —respondeu a garota já um pouco mais recuperada da corrida.

Aquela resposta idiota, acabou fazendo Thomaz rir de modo nostálgico por alguns instantes.

—Ah sim... e eu sou o Chris e você... o Martin —Brincou ele de volta.

—Irmãos Kratt na área... —Mirage se reaproximou de Thomaz agora um pouco mais calma. —Agora, falando sério, como vamos encontrar a Daiana e Leon? Não tenho certeza se voltar pelo caminho que viemos é seguro.

Thomaz encarou a cidade ao redor, analisando o tamanho das sombras dos prédios e casas.

—As sombras estão muito grandes para voltar por aqui. —concluiu ele antes de prosseguir. —Você lembra o que a Daiana disse sobre o cristal? Eu já me esqueci...

—Ela comentou para seguirmos na direção do Vesúvio, acho que quando corremos ela foi na direção dele, talvez pensou que a gente fosse seguir ela.

—Então é pra lá que devemos ir, talvez encontremos ela lá.

—E quanto ao Leon? —perguntou ela. —Ele foi na direção oposta e com certeza ele prestava mais atenção nos elogios que você dirigia a ele do que na Daiana.

Mesmo sob a luz da lua, Mirage foi capaz de ver um leve rubor no rosto de Thomaz a fazendo segurar o riso.

—Ele vai ficar bem. —garantiu o mais velho. — Leon tem um bom arsenal de flechas como aquela que ele atirou como sinalizador, ele deve conseguir se virar sozinho até a gente se encontrar com ele.

—E como faremos isso exatamente? A cidade é enorme e a ilha toda também, ele pode ter ido pra qualquer lugar, isso se os fantasmas não pegaram ele.

Um riso escapou pelos lábios de Thomaz que dessa vez olhou para Mirage com uma aparência menos hostil.

—Não subestime o Leon tanto assim, se ele quisesse era capaz de me nocautear.

—Não acho que seria muito dificil, você é uma cabeça mais baixo.

Okay, a hostilidade tinha voltado um pouco fazendo o filho do deus da guerra fechar a cara, ele sabia que era bem baixo comparado aos seus outro irmãos mas ser comparado por uma pessoa MAIS BAIXA DO QUE ELE ERA O CÚMULO.

Mantendo o auto controle, Thomaz suspirou e começou a andar na direção com mais luminosidade se afastando da cidade.

—Vamos, temos que chegar ao Vesúvio rápido e por campo aberto é mais seguro e não teremos que encarar os Lemures ou pelo menos não muito deles.

—E como vamos achar a Daiana? Sem querer ofender mas eu não faço ideia de onde ir.

Mirage acompanhou os passos do filho de Ares de perto, se mantendo perto dele para sua segurança, era um fato que a garota tinha dificuldades em se defender sozinha, principalmente pois por bastante tempo ela foi bem dependente de Daiana, sua única amiga e irmã de consideração.

—Bom, sorte a sua pois eu enxergo muito bem no escuro.

Assim que disse essas palavras os dois semideuses foram surpreendidos por um forte tremor que os derrubou no chão.

A Ilha inteira tremeu com um forte abalo sísmico, a cidade de Pompéia teve suas ruínas sacudiram e algumas estruturas até mesmo cederam, os Lemures escondidos nas sombras soltaram altos lamentos como se estivessem em pânico e por um instante até mesmo os semideuses sentiram pânico quando viram o topo do Vulcão iluminar a noite escura, o Vesúvio estava acordado e parecia que Pompéia sofreria com sua ira mais uma vez.

 


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