Amor proibido escrita por Bora ser feliz


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Olá, people!! Sou eu mesma, não uma ilusão kkk. Brincadeirinha rsrs. Sorry pela demora, sei que demorei ainda mais do que geralmente eu demoro, mas a faculdade tá me sugando ;´(
Enfim, espero que gostem do capítulo!!
Desculpem os erros.



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— Aperte mais.

Roslyn sentiu o puxão em sua cintura quando a costureira apertou o tecido.

— Não quero que o tecido arraste. — Marion falou puxando um punhado de tecido de sua saia. — O inverno está mais intenso esse ano.

Ela permaneceu a maior parte do tempo dos ajustes dos vestidos em silêncio. Sua mente, diferente do seu corpo, estava longe daquele cômodo, estava no silêncio que a abraçou quando Roslyn acordou só na cama naquela manhã.

A noite que tinha passado com Alaric ainda estava vivida em sua pele, em seus sentidos. Ela se lembrava perfeitamente do momento em que eles se fizeram um e seus corações entoaram a música de uma só batida. Seus lábios e sua pele, ainda marcados pela noite passada, não a deixava esquecer dos momentos em que estiveram juntos. Porém, o frio de uma manhã solitária foi o suficiente para banir qualquer alegria que embalava seu coração.

Não havia nenhum corpo ao seu lado para banir o frio da manhã, quando ela acordou. Alaric simplesmente sumiu como pó em meio ao nevoeiro.

Roslyn buscou em sua memória qualquer detalhe que tenha esquecido durante a noite que explicasse aqueles sumiço, principalmente, depois de tudo que aconteceu entre eles. Mas, nada lhe vinha a mente.

— Sinto muito, senhora. Apertei demais?

— Não. — Roslyn apoiou as mãos na cintura, sentindo o tecido áspero e apertado em volta do seu corpo. — Assim está bom.

— Sim, senhora.

O silêncio voltou a pesar.

— O clã está muito silencioso estes últimos dias. — Roslyn comentou, se agarrando a qualquer coisa que a fizessem parar de pensar em Alaric e seu sumiço.

Ouviu os passos de Marion apressados pelo quarto e soube que somente a criada escutou seu comentário.

Ela juntou as mechas rebeldes atrás da orelha, alisando os fios suaves entres os dedos.

— É por causa do sumiço.

O sussurro baixo a fez arquear uma sobrancelha de surpresa.

— Sumiço? — Roslyn girou a cabeça ligeiramente para trás do ombro, tentando escutar melhor.

— Sim. — O sussurro foi ainda mais baixo. A criada se ergueu e passou a costurar o tecido que recobria o ombro de Roslyn, ficando de forma estratégica perto do ouvida da ruiva. — Desde que começaram os ataques contra…

— Pode falar.

— Bem, contra senhora. Algumas armas e alguns homens desapareceram. Sumiram como poeira no vento.

— Sumiram?

— Sim, senhora. Ninguém sabe aonde estão. Alguns aldeões estão preocupados, acham que é o senhor o responsável por esses sumiços. Acham que ele está querendo demonstrar sua autoridade no clã.

— Alaric jamais faria isso. — Roslyn retrucou com firmeza. — Ele pode ser autoritária e, muitas vezes, bruto. Mas, não é cruel.

A criada se manteve em silêncio.

— Não acredita em mim, verdade?

— N-não. Claro que acredito, senhora.

— Não precisa mentir. — Ela sussurrou com um pequeno sorriso no canto da boca.

Não condenava a criada, uma vez que ela própria temia o marido no início. No entanto, os dias eram outros e seus sentimentos também.

— Qual é o seu nome?

— Emma, senhora.

— Emma, me descreva Alaric. — A criada gaguejou no início. — Não por fora. Quero que o descreva por dentro. Qual é a aparência que ele tem pra você?

— Minha senhora, eu não entendo o que…

— Deixe que eu o descreva, então. — Roslyn inalou profundamente. — Alaric, por fora, é como o inverno. Frio, cortante e bruto. É como a neve que cai impiedosa sobre nós. Porém, por dentro ele é…é como o outono, frio, mas brando quando precisa ser. Ele é autoritário, mas piedoso quando necessário. E seco, mas bondoso quando menos se espera.

A quietude do quarto se expandiu até parecer algo pulsante em volta de Roslyn.

— Os nossos sentidos nos levam ao erro. — O fogo crepitou. — As pessoas são mais do que aparências, Emma. Por isso, enxergue com o coração. Ele nunca mente.

♡♡♡

Alaric contraiu a mandíbula e rangeu os dentes.

— Está me dizendo que em dois dias roubaram metade do nosso armamento? É isso?

O rosnado furioso fez todos, menos Sebastian, abaixar a cabeça.

— Sim.

Alaric grunhiu e girou sobre os calcanhares como se fosse um animal preso.

Sua mente fervilhava e seus músculos se contraiam em pura impotência.

— Como isso aconteceu? —Indagou por fim, olhando silenciosamente para cada um dos soldados ali presente. — Sebastian?

— Provavelmente pegaram as armas durante à noite. Aconteceu no mesmo dia em que você foi atingido. Os ferrolhos estavam quebrados e ninguém viu o que aconteceu.

— Ninguém viu? — Alaric repetiu. Sua expressão calculista. — Está me dizendo que, provavelmente, meia dúzia de homens entraram neste armazém, quebraram o ferrolho e roubaram praticamente todo o nosso armamento e ninguém viu nada?

O mais remoto silêncio dominou o ambiente abafado.

— Acham que sou tolo?

O rosnado reverberou pelos quatros cantos do armazém.

— Estamos no meio do clã, em meio a todos os aldeões, alguém tem que ter visto algo. — Ele empurrou as mechas que começavam a incomodá-lo para trás em um movimento brusco. Pensou por um momento antes de prosseguir. — Quero que entrem em cada casa, busquem em cada canto vestígios de armas. Investiguem os aldeões, siga-os discretamente. Isso já está indo longe demais. Temos que encontrar quem está fazendo isso.

Alaric olhou incisivamente para cada um. Os olhos castanhos semicerrados mirando cada rosto.

— Estão dispensados. — Os homens começaram a se dispersar. — Menos você Sebastian.

O loiro alto parou no meio do caminho e retornou com as mãos enfiadas nos bolsos.

Os dois esperaram todos saírem do armazém para falarem.

— Por que não me disse nada?

— Por que estava com uma ferida infeccionada no ombro.

Ele quis questionar, condenar as ações estúpidas de Sebastian de tê-lo privado de informações tão cruciais que definiam a segurança do clã. Porém, permaneceu em silêncio, controlando a raiva efervescente contra aqueles que estavam complando contra ele.

— Da próxima vez, diga-me tudo, mesmo que eu esteja a beira da morte em cima de uma cama. Entendeu-me?

Sebastian somente concordou com um movimento sutil da cabeça. Sabia que afrontá-lo naquele momento só iria piorar o humor dele. Alaric odiava perder o controle, ser intimidado, como estava acontecendo desde o início, estava o transformando em um maldito sem coração.

— Reforce a segurança de Roslyn. Não a quero sozinha um só momento. Agora.

♡♡♡

As portas foram aberta ao mesmo tempo em que uma brisa fria acariciou a face de Roslyn, fazendo calafrios dominarem seus braços.

Ela não ousou dar um passo a frente, ouvindo passos se afastarem e cochichos irritadiços preencherem o silêncio expectante.

A criada deu um leve em empurrão em seu braço, a incitando a continuar andando. Quando sentiu a mudança de ambiente, a mão pequena da criada deixou seu braço e Roslyn se sentiu momentaneamente assustada.

Ergueu a cabeça e esperou apreensiva qualquer som que denunciasse a presença de Alaric, porém mais do que o ouvir, ela sentiu uma tensão anormal tornar o ar mais denso a sua volta.

— Estão tentando me derrubar. — A afirmação clara e conscisa não permitia negações. — Pergunto-me quão tolos eles são para crêem que conseguirão?

Roslyn teve o ímpeto de fechar o olhos e soltar um suspiro cansado. Não suportava mais brigas, simplesmente não suportava mais. Porém, a voz precisava e fria de Alaric deixava bastante claro que qualquer palavra de Roslyn contra sua afirmação causaria a própria guerra entre eles.

— Alaric…

— Vai defendê-los?  — O ataque a calou. O silêncio parecia ser sua melhor ferramenta naquele momento. Alaric apenas procurava por um motivo para brigar. Qualquer tolo perceberia. — Claro que sim. Você é a defensora deles, sempre foi e sempre será.

— Está dizendo bobagens.

— Estou? — O cinismo na voz dele a causou náuseas. Não o reconhecia. — A boa Roslyn, sempre zelando por seus malditos aldeões. Pois, fico feliz em avisá-la que eles estão planejando a ruína deste clã. A sua principalmente. Ainda continua do lado deles?

Ela cruzou os braços e ergueu o queixo. Se recusava a discutir com eles se comportando como um bêbado inconsequente.

— Sim.

O grunhido gutural deveria tê-la assustada. Mas, não o fez.

— Eles estão tentando matá-la, Roslyn. Isso não é o suficiente para você? — Indagou incrédulo.

— É o meu clã.

— Que está a atacando como um maldito inimigo em batalha. — Estava tudo errado, ela pensou. Não era assim que imaginava o momento em que o veria. Esperava estar envolvida nos braços dele, ouvindo sua voz rouca a acariciá-la, porém estava sendo atacada por ela. - Vou atacá-los e subjugá-los até que não os reste nada mais do que se curvarem diante da minha vontade.

— Não. — Arfou. — Nós temos um acordo!

— Ao inferno com ele!

Ela sentiu o momento em que ele se aproximou. A respiração agitada raspou a sua face e ela cambaleou para trás, desnorteada com tudo que estava acontecendo.

— Deu-me a sua palavra…

— E você a tem. — A voz dele se abrandou. — Eu vi as manchas.

Roslyn piscou confusa.

— Aqui…— Ele tocou o cotovelo dela que estava coberto pelo vestido. — …aqui…— Ele migrou os dedos até o quadril dela e desenhou uma linha até as suas costelas. —…e  aqui. Está toda marcada. 

A fúria na voz masculina não passou despercebida a ela.  

— Imagine a minha surpresa quando acordo e me deparo com essas malditas coisas recobrindo a sua pele como se você tivesse sido espancada. Eu não conseguia dormir mais. Entende o que é isso? 

Ela simplesmente negou com a cabeça sem palavras para a ferocidade na voz dele. 

— Eu não conseguia pregar os olhos sem imaginar esses malditos machucados na sua pele. 

Então, tudo fez sentido. Por isso, o sumiço. Por isso, os lençóis vazios e o frio no quarto quando acordou sem Alaric ao seu lado. 

— Estou bem. — Ela falou rapidamente, querendo cortar aquele assunto. 

— Tem uma bola roxa no seu quadril maior do que meu punho. — Ele capturou o seu queixo e o ergueu em um movimento abrupto. — Isso não é  estar bem.

Ela recuou com um vinco entre as sobrancelhas.

— Caí em cima de uma pedra quando você me salvou. — Ela engoliu em seco, empurrando a apreensão junto com sua saliva. — Não os culpe por algo tão banal quanto isso.

— Você poderia estar em cima de uma cama nesse exato momento com uma ferida na cabeça, lutando pela vida. 

— Mas, não estou. — Retrucou sem se abalar. 

O silêncio os dominou por poucos segundos, criando faíscas de sentimentos presos e palavras não ditas.

— Não vou deixar que esta situação progrida ao ponto de eu ter que enterrá-la embaixo da terra. — Ele continuou com os dedos ainda pressionando o queixo teimoso. E com um rosnado obstinado sussurrou. — Não vou.

Roslyn poderia ter discutido com ele, contragurmentado com vermeencia. Porém, não fez nada disso, pois ouviu nitidamente o conflito na voz dele. A vulnerabilidade em conjunto com o medo. A raiva lutando por se sobrepor aquilo que ele considerava ser fraqueza, ao ter medo por ela.

Seu marido mais parecia um garotinho tentando se concentrar somente na raiva após perder alguém. A diferença era que ele não iria perdê-la.

Nunca.

— Sou mais forte do que pensa.

— E mais valente também. — Alaric resmungou com o semblante fechado. — Por isso, temo pelo que pode acontecer. A sua coragem pode ser a sua ruína.

Roslyn abriu a boca para rebater aquela lógica sem fundamento, porém os dedos calejados de Alaric se moveram de forma efêmera pela sua pele, roçando suavemente a curva do seu lábio inferior. Deslizando e logo recuando.

E, então, ela passou a estar consciente de absolutamente tudo ao seu redor. Da pressão suave dos dedos em seu queixo, da respiração agitada que batia contra seus lábios e da proximidade enervante entre eles.

De repente, lembranças traiçoeiras da noite passada invadiram seus pensamentos. As mãos de Alaric por toda a parte a fazendo se sentir como o próprio fogo que os aquecia, envolvendo-a com seus beijos possessivos e incendiários.

Roslyn respirava rapidamente, seu peito subia e descia em uma cadência hipnotizante.

Todo o ar da saleta reclusa daquela ala da fortaleza se tornou pesada demais ao redor deles. Ela prendeu a respiração quando sentiu um toque sutil ao longo do seu braço, que logo migrou para a sua cintura e a levou de encontro ao familiar corpo firme de Alaric em um só movimento.

Ela não resistiu. Como poderia? Aquele era o homem que a fazia voar sem ter asas, que a fazia enxergar sem ter visão. Ele era a sua luz em meio a escuridão que ela seguiria até os confins da terra se fosse necessário.

—  Você ainda vai se tornar o meu fim, céu. — Roslyn estremeceu quando os lábios dele roçaram os seus.

Ela se afastou minimamente com as mãos sobre o peito dele, sentindo as batidas cadenciadas do coração forte sobre a palma.

— Prometa-me que não irá fazer nada contra o nosso clã. — Alaric tentou beijá-la para calá-la da forma que ela sabia surtir efeito, porém se esquivou obstinada. — Prometa-me.  

Ouviu o suspiro irritado do marido e esperou que ele se afastasse, no entanto ele a estreitou ainda mais entre os braços. Ele praguejou, mas se rendeu por fim.

— Não vou prometer. Mas, irei comunicá-la caso planeje algo. Satisfeita?

Ela respirou aliviada, aquilo era melhor do que nada. E sabia que era o máximo que conseguiria.

Somente por instinto ela se ergueu o máximo que pode sobre os pés e capturou um beijo rápido dos lábios pressionados em uma linha fina pela irritação.

— Vou precisar mais do que isso para ser recompensado.

Ele murmurou contra o ouvido dela, mordendo o lóbulo da orelha delicada, desenhando a curva do quadril, a incendiando como na noite passada.  

— E o que deseja? — Ela falou em um sopro.

— Noites em claro, roupas rasgadas e você na cama. — Ela conteve a respiração quando ele a beijou atrás da orelha. Fechando os olhos fortemente, se agarrando nele como se o chão fosse um espiral sobre seus pés. — Arfando e a minha mercê.  


 


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Notas finais do capítulo

Comentem e façam uma autora feliz rsrs.
Só tenho a agradecer por vocês estarem me aturando até agora, com toda essas demoras, que não são poucas eu sei kkk. Obrigada de coração ♡♡♡!!!
Bjs amorecas e até o próximo capítulo!!