Amor proibido escrita por Bora ser feliz


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Olá, people!!! Mais um capítulo. Espero que gostem :3
Sorry qualquer erro.



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Por todo o caminho, Roslyn segurou o braço de Alaric ao redor de sua cintura como se os seus dedos tivessem sido forjado a ferro, o impedindo de cair. A cada vez que o cavalo aumentava o galope, sentia a consciência dele se esvaindo aos poucos.

E antes mesmo que o animal parasse, Roslyn já gritava a pleno pulmões, agarrada a ele com cada parte do corpo, o mantendo firme na sela, mesmo que o peso em suas costas a estivesse sufocando.

Ouviu a voz de Sebastian ao longe, mas continuou gritando, com mais urgência quando sentiu o corpo de Alaric começar a escorregar precariamente do lombo do cavalo.

—Roslyn, estou aqui. —Sebastian falou do seu lado direito, parecendo ofegante como se tivesse corrido uma longa distância.

—Você precisa ajudá-lo...—Roslyn quis continuar falando, mas a dor em sua garganta a fez parar.

—Nós vamos.

No mesmo momento, sentiu Alaric deslizar por suas costas, e se agarrou a ele com ainda mais força. Desafiando a sua garganta machucada e dolorida, praticamente berrou para que Sebastian a ajudasse, para que não o deixasse cair.

—Roslyn, Roslyn, pare!—Mãos fortes e ásperas a contiveram em cima do cavalo, a impedindo de sustentar Alaric. Quis gritar com Sebastian por deixá-lo cair, mas a sua voz saiu rouca e baixa. —Os homens estão levando Alaric para dentro. Vai ficar tudo bem. Deixe-me ajudá-la.

Ela rapidamente escorregou pelo lombo do cavalo, sendo amparada por Sebastian.

No momento em que pisou no chão, sentiu suas pernas fraquejarem.

—Você está bem?

Ele a segurava protetoramente pelos ombros, mas naquele momento ela não queria proteção. Queria saber como Alaric estava.

Se ainda respirava.

—Sim. —Falou rapidamente,  com um aceno curto. —Alaric…

—Nós vamos cuidar dele, não se preocupe. —Falou tentando tranquilizá-la.

Mas, a única coisa capaz de fazê-la se tranquilizar era a voz viva e forte de Alaric.

—Me leve até ele, por favor.

Sebastian hesitou, com a curiosidade remoendo o seu interior para saber o que havia acontecido. O porquê de Alaric ter uma flecha cravada no ombro, e como Roslyn conseguiu levar o cavalo de volta para a fortaleza sem enxergar nada mais do que a escuridão.

Mas, ao olhar a face transtornada e assustada da menina, Sebastian falou:

—Tudo bem. Vamos, os homens já devem tê-lo levado para o quarto.

Eles subiram rapidamente pelos inúmeros degraus. Dentro do quarto a lareira já rugia aquecendo o cômodo e empurrando o frio para fora.

Alaric estava deitado de bruços desacordado, a flecha saindo do flanco e o sangue manchando a camisa negra. Naquele momento, Sebastian agradeceu a cegueira de Roslyn. Alaric tinha a aparência de alguém a beira da morte. Mas, sabia que o amigo sobreviveria. Já havia sobrevivido a coisa muito pior.

—Como ele está?—A voz assustada de Roslyn o puxou de volta para a realidade.

Ele a havia sentado na beirada da cama, onde ela já segurava a mão de Alaric com uma força que deixava os nós de seus dedos brancos.

Sebastian puxou uma navalha do bolso e rasgou o tecido da camisa para ver a perfuração na carne.

—Ele vai ficar bem. —Falou confiante, mesmo sabendo dos riscos que o amigo poderia ter com uma possível infecção.

Roslyn expulsou uma enorme quantidade de ar do peito, como se esperasse pelo pior. De repente, ela girou a cabeça na sua direção com a testa concentrada.

—Deixei Marion sozinha. —Falou angustiada. —Ela disse que chamaria o curandeiro do clã. Você poderia…

—Vou mandar um dos homens atrás dela. —Ele falou rapidamente.

Porém, antes que pudesse se virar para chamar um dos soldados que acampavam do lado de fora do quarto, a velha mulher irrompeu pelo quarto com um senhor de meia idade logo atrás.  

—Trouxe o curandeiro!

O mais puro alívio desceu sobre Roslyn ao ouvir a voz da criada. Estava bem.

—Roslyn preciso que se afaste para tirarmos a flecha. —Sebastian falou delicadamente já a erguendo com uma mão em seu cotovelo. —Acho melhor esperar do lado de fora enquanto a retiramos, é provável que Alaric resista um pouco.

Ela empalideceu, mas não saiu do quarto.

—Vou ficar. —Falou determinada.

Sebastian olhou sobre o ombro dela, em direção a criada. Marion deu de ombros em um gesto claro de impotência. Ele suspirou demonstrando seu desagrado, no entanto não tinha tempo para expulsá-la. Precisava tirar o quanto antes aquela flecha.  

—Marion a leve para perto do fogo.

 

Roslyn esperou tensamente em frente ao fogo, enquanto Sebastian e o curandeiro retiravam a flecha. Ouviu somente um grunhido rouco de dor que reverberou em sua alma.

Apertou a mão da criada fortemente, mas, apesar da dor, Marion não a soltou.

—Conte-me o que aconteceu. -Roslyn sussurrou para Marion, tentando camuflar a respiração ofegante e dolorida que ouviu do outro lado do cmodo.  

Marion inalou uma respiração profunda.

—No início pensei que as pisadas fossem dos homens que estavam nos acompanhando, mas só havia um deles atrás de nós. O mais alto, com ombros largos e feições brutas. Nunca gostei daquele homem, sempre retraído e mal encarado. —Marion divagou por alguns segundos antes de retornar. —Pensei que estava nos procurando para nos chamar de volta para a fortaleza, mas...

Roslyn esperou com a respiração presa.

—Mas, então, ele apontou uma flecha na nossa direção...—Roslyn levou os dedos a boca para impedir que ofegasse de horror. —Na sua direção na verdade,  minha senhora. Ele iria matá-la, se caso o senhor não houvesse aparecido.

Marion silenciou. Lembrou dos momentos agonizantes que passou naquela floresta e se sentou mais perto de Roslyn.

—Continue. —Sussurrou com intensidade.

—Quando a senhora partiu, encontrei um dos cavalos, mas o outro homem que havia nos acompanhado, bem…ele estava morto.

O mundo girou e Roslyn achou que fosse cair do banco.

—E o homem que atirou a flecha?

—Não o vi. —A criada sussurrou igualmente assustada.

Roslyn ficou quieta. Com um único pensamento lhe rondando a mente, o agressor estava mais perto do que imaginava.  

♥♥♥

Roslyn se sentou cuidadosamente na beirada da cama e tocou com as pontas dos dedos o que pensou ser as costas nuas de Alaric.

—Ele dormirá por algum tempo. Mas, se recuperará rapidamente. Tenho certeza. —Sebastian falou ao seu lado.

Assentiu com a cabeça.

—Não quero aborrecê-la, mas preciso que me conte o que aconteceu Roslyn.

Sebastian observou os fios ruivos caírem em desordem no rosto delicado. Agora, entendia porque o amigo sempre tinha aquele instinto protetor em relação a Roslyn. Ela parecia frágil e facilmente quebrável. No entanto, se lembrou dela em cima do cavalo mais cedo, como se fosse uma criatura divina; inatingível.  E pensou que por fora ela poderia enganar a todos com aquela aparência de fraqueza, mas por dentro era tão corajosa quanto Alaric.

—Era um dos homens que estavam nos acompanhando.

—O que?-Ele murmurou confuso.

—O homem que feriu Alaric era um dos homens que estava nos acompanhando. —Roslyn desenhou com as pontas dos dedos padrões invisíveis nas costas de Alaric. —A flecha não era para ele, era para mim.

Sebastian permaneceu calado por alguns segundos.

—Marion disse isso?

—Sim. Disse que um dos homens estava morto e o outro nos atacou.

—Foi Marion que falou que o homem que atirou a flecha era um dos nossos?

Ela hesitou.

—Sim.

Sebastian cerrou os punhos e pensou que a situação era muito pior do imaginava. Se Marion estivesse certo, o agressor havia se infiltrado entre um de seus homens e fazia de Roslyn uma presa muito mais vulnerável.

Mas, um outro pensamento começou a se infiltrar em sua cabeça, e optou por esperar Alaric despertar. Não iria preocupar Roslyn ainda mais.

—Deveria descansar, Roslyn. Alaric não acordará tão cedo e acho que ele iria me pedir para cuidar de você até que acordasse.

Ela se retraiu imediatamente, em uma atitude clara de defesa. Pronta para entrar em uma luta corpo a corpo se fosse necessário.

—Não irei sair do lado dele até que acorde. —Falou inflexível.

—Alaric não gostaria disso.

—Ele não está em posição de gostar ou não. —Retrucou.

Sebastian admirou a postura imperiosa de Roslyn.

—Preciso falar com Marion. Ficará bem?

Ela concordou com a cabeça, mas seus pensamento já pareciam estar muito distante dali. Observou ela acariciar as costas de Alaric como se tocasse a uma relíquia preciosa e rara.

—Com licença. —Murmurou e rapidamente se infiltrou na escuridão do corredor.

♥♥♥

    —Como ele está?—Roslyn indagou com o corpo tenso.

    Ouviu sons de tecido e nada mais.

    —Só passou um dia, a ferida ainda está muito recente. Mas, ao menos não parece está infeccionada.

    Ar puro preencheu seu peito e Roslyn quase caiu de joelhos de puro alívio.

    —Quanto a senhora, está com aparência pior do que a dele. Não dormiu durante a noite e não comeu nada. —Ela continuou inexpressiva. —Está querendo definhar até a morte, é isso? Venha comigo. Darei um banho nessa maçaroca que tem em cima da cabeça e a alimentarei.

    Roslyn deu um passo atrás e pronunciou somente uma palavra:

    —Não.

    —Senhor, quanto teimosia!—A criada murmurou irritada. Terminou de atar as ataduras de Alaric e conferiu a temperatura de seu corpo. Baixa. —Quando o senhor acordar, e vê-la assim, parecendo um cadáver, ele descontará todo a raiva sobre mim, e com toda a razão. Deveria amarrá-la e obrigá-la a comer.

    Marion se virou para ela e notou os sulcos preocupadas que formavam pequenas dobrinhas na testa de Roslyn.

    —Ele ficará bem, minha criança. —A criada sussurrou penosa, afagando os nós dos fios ruivos.

    —Sei que sim. —Ela falou confiante, com um dos cantos dos lábios levantados. No entanto, os ombros caíram e, de repente, a sombra de um sorriso virou um contrair preocupado dos lábios pálidos. —Mas, não consigo tirar da cabeça que ele pode piorar se não ficar ao seu lado, ou alguém pode entrar por aquela porta e…

    —Não ouse terminar essa frase. —Marion falou com a expressão fechada.

    —Mas, se ele morrer Marion, vai partir achando que eu o odeio, mas não é verdade. Eu o amo tanto que não suportei saber de sua traição. Não me importo se é egoísmo, mas quero Alaric só para mim. Quero suas palavras doces, seus beijos e suas carícias, para que eu possa guardá-las bem aqui. -Roslyn tocou o peito, bem onde seu coração pulava descompassado. Uma lágrima desceu pela sua bochechas, mas rapidamente a secou. Não queria que Alaric a visse chorando quando acordasse. Só esperava que ele acordasse logo para que ela pudesse se atirar em seus braços e nunca mais largá-lo. —Não vou suportar se ele me deixar.

    —E ele não irá. Tenha um pouco mais de fé, meu amor. Seu príncipe, mesmo que um pouco assustador e malvado para uma realeza, logo acordará.

    Roslyn riu suavemente e concordou com a cabeça.

    —Assim eu espero. —Marion suspirou aliviada achando que havia conseguido convencê-la de deixar o quarto para se alimentar, mas rapidamente sua alegria foi massacrada pela decepção. —Mas, enquanto isso ficarei ao seu lado até que acorde.

    A criada deixou os ombros caírem com um suspiro de rendição.

    —Voltarei mais tarde com uma sopa e é melhor a senhora comê-la, ou eu mandarei Sebastian agarrá-la pelos braços e alimentá-la a força. -Marion ameaçou, mas não surtiu nenhum efeito, Roslyn continuou com o ar tristonho no rosto.

    —Me leve até ele antes de sair.

    Marion a levou até a beira da cama, onde Roslyn se encostou contra o respaldo e acariciou a tez pálida de Alaric.

    —Minha senhora, não quero aterroriza-lá, mas quero que permaneça no quarto, pelo menos até que eu ou Sebastian venha buscá-la. Se qualquer estranho vier tentar levá-la daqui, não vá. Está me entendendo?—Marion esperou que Roslyn tivesse a concentração nela para continuar. —Nem mesmo Edward.

    Roslyn abaixou a cabeça e alisou uma mecha que pendia sobre a testa de Alaric.

    —Compreendeu, minha senhora?

    Recebeu apenas um aceno curto em troca.


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Notas finais do capítulo

Comentemmm se não for pedir muito rsrs.
Vou tentar agilizar com o próximo ;)
Bjss e até o próximo capítulo!!