Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei muito para parecer aqui e mesmo que eu queira dar uma desculpa nenhuma vai ser boa, então só espero que vocês gostem... Ainda deve faltar mais uns 10 capítulos para acabar a fanfic então espero que me acompanhem até lá...



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"Eu matei por você, quem mais pode dizer isso?" ~Garota Exemplar

 

2 de Março

Lebanon, Kansas

 

Nuria acordou cedo naquele dia, passar a noite no chão quando já estava com dores no corpo foram tão ruins que ao se levantar do canto onde ainda estava encolhida pelo frio, sentindo suas costelas doendo e soube que hoje, primeiro dia desde que recebeu a sua grande notícia e que teve alta do hospital depois de um coma seria a base de remédios para dor que ela nunca nem tinha ouvido falar do nome mas que tinha fé que fossem fortes.

A tarefa de tomar um banho pela manhã foi difícil mas mesmo a morena estando sozinha no quarto e ainda se recusando a chamar por ajuda, ela teve a vantagem de não estar mais no hospital sendo vigiada por uma enfermeira; usando os seus poderes de forma desajustada e com dificuldade depois de um tempo ela conseguiu se vestir com roupas que manteriam ela quente e não mostrariam as marcas que ainda estavam ali em seu corpo.

Nuria saiu do quarto cheia de esperança sobre não encontrar nenhum dos meninos ou a Mary na cozinha e foi exatamente o que aconteceu, mas no mesmo momento em que ela terminou de colocar as coisas na cafeteira e ligou ela começou a ser observada por uma pessoa loira parada atrás dela olhava com cuidado cada um dos seus movimentos.

Dean não se importava realmente se a Nuria estava brava com ele ou se preferia o Sam, porque em momentos como aquele em que ele era o único que podia ver ela realmente e o mesmo acontecia em momentos como no hospital em que somente por ela estar perto dele, ele sentia o seu coração mais acelerado. Era com aqueles simples momentos em que ele sabia que estava cometendo um erro que era se apaixonar pela morena porque seu estilo de vida não se adaptava ao romance, mas cada vez que ele olhava nos olhos castanhos da Nuria ele tinha a certeza de que era um lindo erro.

Não demorou muito para a morena perceber que ela estava sendo observada silenciosamente e mesmo que tivesse magoada ela por nem ao menos ter notado que estava sendo observada, ela continuou fingindo que estava sozinha, porque em sua mente aquele ainda era o melhor jeito de desapegar tanto do Dean quanto do Sam.

— Você já sabe que eu estou aqui, e eu com certeza já estou te observando faz um tempo, por que não diz nada? -o loiro falou ainda sem sair da porta onde estava encostado.

— Não tenho a dizer. -a morena falou grossa mas em sua mente ela dizia que estava com problemas e queria somente ficar ao lado dele.

— Nada a dizer? Tudo bem então, vamos fingir que somos dois desconhecidos que foram amarrados juntos e vão ficar assim até que alguém que eles nunca viram pessoalmente surgir de sei lá onde vir e matar os dois, então talvez quem sabe, quando estivermos morrendo lado a lado a gente deixa de ser completamente estranhos. -Dean falou fazendo a Nuria se virar surpresa pra ele por ele ter mudado tão rapidamente de humor, mas antes mesmo que ela pudesse falar alguma coisa ou tentar rebater a grosseria dele ele saiu da cozinha deixando ela sozinha de novo. E como se não tivesse afetado ela, a morena continuou fazendo o seu café como se nada tivesse acontecido mesmo que ainda sim sua mente estivesse discutindo com ela por motivos óbvios; mas o que realmente estava passando por sua cabeça com frequência era onde ela iria conseguir comprar os remédios que iria precisar para essa nova fase da sua vida.

Quando Sam acordou e foi até a cozinha sentiu o cheiro de café feito recentemente mas encontrou a cozinha totalmente vazia e se não fosse pela cafeteira ligada o moreno podia acreditar que ninguém tinha estado ali; ele se sentou tomando o café que estava pronto e foi surpreendido pela Nuria entrando na cozinha vestida depois de algum tempo somente com as suas roupas e dava pra ver que ela usava o colar da Amara.

— Eu vou sair com o meu carro, onde está a chave? -Nuria falou tentando não entrar muito no assunto mas sendo mais delicada do que havia sido com o Dean mais cedo.

— Você está se sentindo bem pra sair sozinha de carro? Quer que eu leve você? -Sam perguntou preocupado.

— Não precisa, eu não vou demorar e se alguma coisa acontecer eu sei pra quem ligar. -a morena falou calma estendendo a mão onde a o Sam colocou as chaves do carro.

Nuria se virou para sair da cozinha mas assim que olhou para a porta se surpreendeu em ver mais uma vez o Dean encostado no batente da porta observando tudo e pela sua cara, a morena sabia que não iria acabar bem, que alguém ali iria acabar saindo machucado e que possivelmente seria o loiro.

A morena passou por ele não se importando em falar com ele ou ao menos olhar para os olhos dele mesmo sendo algo que ela queria muito, mas ela somente passou por ele fazendo seus ombros se esbarraram e saiu rápido do bunker antes só parando no quarto que antes era do Sam e pegando sua carteira e a lista de remédios que o médico tinha passado no dia anterior.

Já fazia um tempo que a Nuria não dirigia o próprio carro, ela se lembrava que a tia vez havia sido no dia que foi hospitalizada e isso não era uma boa lembrança mas diferente do que imaginava estar sozinha andando de carro em silêncio somente pensando no que ela queria e não no que as pessoas achavam dela ou achavam que era o melhor pra ela; no rádio tocava uma música qualquer que a morena não conhecia mas mesmo assim parecia interessante como se qualquer coisa agora que ela pudesse fazer sozinha que era quando ela podia ser somente ela fosse bom. Ela passou em frente ao estúdio onde todas as vezes em que foi lá algo de ruim aconteceu, mas ainda sim aquele deveria ser o seu lugar favorito de todo o Lebanon.
Logo a frente passando um pouco do estúdio que ainda estava fechado, tinha uma lanchonete e logo ao lado uma farmácia não muito grande que aparentava estar vazia o que era ótimo para o que a Nuria ia fazer lá; porque mesmo que não fosse proibido comprar aqueles tipos de remédio ela ainda sim queria que a menor quantidade de pessoas soubessem que ela estava comprando eles e para que eles eram usados. A morena estacionou o carro do outro lado da rua e saiu do carro levando a sua mochila e trancando o carro e atravessou a rua tomando cuidado para não ser atropelada mesmo que a cidade estivesse quase que completamente deserta.

Uma senhora de idade estava atrás do balcão e mesmo que a farmácia fosse pequena e estivesse em nenhuma outra pessoa lá, o estabelecimento era bem cuidado e limpo, trazia para a morena lembranças de quando ainda morava no pequeno apartamento com o seu pai e somente praticava ballet sem se preocupar com outros problemas; quando a sua maior preocupação era não se esquecer de comprar os remédios para os machucados que ganhava enquanto treinava.

— Bom dia, como posso te ajudar minha criança? -a senhora perguntou assim que a morena se aproximou do balcão.

— Eu gostaria de comprar esses remédios. Vai sair muito caro? -a morena perguntou baixo tirando a receita de dentro da mochila e entregando pra senhora mas sem nem olhar para os olhos dela como se sentisse vergonha.

— Eles são um pouco caro mas eles podem durar muito tempo dependendo da quantidade que for tomada, só precisa ser controlado. -a senhora explicou devagar vendo que a Nuria parecia querer correr dali em vez de comprar o que pela receita iria ajudar a ser a salvação dela.

— O médico falou que o uso deles não resolve o problema, só vai me ajudar a disfarçar os sintomas até que eu possa começar os tratamentos específicos, quais são os riscos se eu tomar os medicamentos todos os dias ou mais de uma vez ao dia? -a mais nova perguntou olhando pela primeira vez nos olhos da senhora.

E a senhora naquele momento pode ver o porque a morena não estava olhando em seus olhos desde que entrou na farmácia, porque ela tinha medo e não era apenas o medo dos problemas que iria começar a ter por conta das doenças, ela tinha muitos mais medos escondidos dentro dela.

— Você não pode tomar ele mais do que um dia sim e outro não, se tomar esses remédios todos os dias depois de alguns dias você pode ter uma overdose e então também não será bom pra você; você tem que tomar cuidado minha criança. -a senhora falou carinhosa como um tom de quem se importava, o que fez a morena se sentir mais tranquila.

— Vou tomar cuidado, e também preciso de remédios para dor e algumas faixas também, e pomada tanto para cicatrizes quanto para dor se tiver também quero um kit de costura de roupas e esparadrapos por favor. -Nuria falou pegando a sacola com os três frascos de remédios e o seu cartão de crédito dentro da bolsa.

— Nossa criança, me parece que você vai para a guerra. -a senhora falou rindo então ia de um lado para o atrás do balcão pegando tudo que a morena havia pedido e mais uma coisa em especial.

— Em outros tempos eu diria que realmente era uma guerra, mas agora acho que perdi a vontade de lutar então acho que é somente pelo prazer. -a morena falou mesmo sem saber ao certo o porque estava gostando tanto daquela conversa.

— Você é bailarina né, então também vai precisar de remédio para dor em jatos. -a senhora falou começando a somar as coisas que estavam no balcão e os remédios que já estavam com a morena.

— Como você sabia? -Nuria perguntou entregando o cartão o pegando a sacola maior mas colocando a pequena dentro dela.

— Você tem um lindo corpo dá pra perceber isso mesmo com ele todo coberto mas principalmente pelos seus pés, você está de chinelo e só vi pés assim em bailarinas. -a senhora falou e quando a morena olhou em seus olhos no mesmo momento um raio de sol entrou fazendo eles se mostrarem verdes como os do Dean ou talvez até mais claros.

— Obrigada, é sempre bom ouvir esses tipos de elogios. Agora preciso ir. -Nuria falou pegando o cartão de crédito de colocando no bolso da calça mesmo.

— Você parece triste e sozinha minha criança, se precisar não pense nem um minuto e venha até mim que eu vou ajudar você. -a senhora falou sorrindo e acenou enquanto a morena saia da loja carregando duas sacolas mas ainda sim acenou de volta antes de fechar a porta.

Nuria sorriu mais uma vez quando saiu da farmácia, ficou parada um tempo em frente ao comércio enquanto guardava a sacola menor com os remédios para o sintoma dentro da mochila assim escondendo eles de todos mas principalmente do Sam e do Dean quando voltasse pra casa.

Antes que a Nuria pudesse atravessar a rua foi surpreendida por um impala 67 passando correndo por ela sem se importar com quem estava atravessando, e mesmo que ela quisesse admitir alho dentro dela deu a certeza que era o Dean que estava dirigindo aquele carro porque conseguia sentir a tristeza dele, e isso foi o que mais preocupou ela porque e se toda aquela tristeza que ele estava sentindo fosse culpa dela? Todos aqueles sentimentos podem acabar machucando ele é outras pessoas se o loiro continuasse a dirigir daquela maneira.
Mas, no momento em que decidiu ir atrás dele se lembrou do que estava carregando escondido na mochila então antes de dar mais um passo voltou para a calçada continuando andar nela até chegar na lanchonete que tinha visto enquanto passada de carro pela rua, ela entrou se sentando no lugar mais fundo que pode onde não podia ver o que acontecia do lado de fora e mesmo sendo pequena muito pouco do que acontecia do lado de dentro também por se sentar de costas.
— Você já vai pedir? -a atendente que parecia ser mais jovem porém mais alta do que a morena se aproximou segurando um bloquinho e uma caneta.
— Quero três sanduíches para a viagem com batatas, e um prato de panqueca para comer agora. -Nuria pediu depois de olhar por uns segundos o cardápio.
A garçonete saiu dando um sorriso fraco que foi retribuído pela morena, que continuou olhando o cardápio mesmo que já tivesse feito o pedido e vendo o quanto sua mente tinha mudado nos últimos tempos, se fosse meses atrás ela jamais pensaria em comer panquecas assim no meio do dia ou comprar batata frita, ela só iria pensar em ir na academia ou estar no estúdio ensaio enquanto que nos intervalos aprendia um pouco sobre o mundo sobrenatural. Mas estando sentada ali olhando para o nada ela se viu não se importando mais se estava descuidando do seu peso ou se nada estava maus dançando todos os dias, ela não sabia quando seria o seu último dia de vida então só queria conseguir viver sem os limites que ela mesmo tinha colocado em si.

Os pequenos passos para fazer algo grande era o que mais importava em uma caminhada e Nuria acreditou que aquele pequeno passo era o começo para não ser esquecida como uma pessoa ruim e que não amava. A morena colocou a sacola onde estavam as comidas que ela tinha comprado na lanchonete mas mesmo cheirando comida o que sempre atraía os meninos, atraía somente um o que fez ela se lembrar de que o Dean tinha passado por ela na rua e ela não tinha visto o impala parado do lado de fora e nem mesmo na garagem.

— Onde tá o Dean? -Nuria perguntou colocando a sua mochila em cima da mesa e a sacola grande da farmácia junto.

— Ele saiu a mais de uma hora e até agora não voltou, ele costuma fazer isso então acho que logo ele ta de volta. -Sam falou dando de ombros e se sentando já comendo o seu lanche e as suas batatas.

— Tem certeza que ele volta logo? Não é bom que ele fique andando por aí sozinho, Crowley está atrás da gente. -a morena falou se sentando em cima da mesa e começando a comer as batatas do moreno mesmo que ela tivesse as delas ainda guardadas.

— Liga pra ele e pede pra ele voltar, aposto que ele além de adorar de receber uma ligação sua ainda vai voltar rapidinho. -Sam falou de boca cheia fazendo a morena rir dele mesmo que o que ele estivesse falando fosse loucura pelo menos para ela mas na realidade era uma verdade.

 

Horas se passaram, do lado de fora do bunker já estava escuro deixando claro que já fazia muitas horas que o Dean havia saído de lá e que já fazia um tempo em que tinha começado a escurecer o que deixava o coração daqueles que ainda estavam ali ainda mais apertados de preocupação, eles querem demonstrar que era o caso do Sam ou não querendo que era o caso da Nuria.

Samuel andava de um lado para o outro na sala ou dava voltas na mesa que ficava ali na biblioteca enquanto tentava de todos os jeitos entrar em contato com o Dean, mesmo ligando em todos os telefones que o loiro tinha e até mesmo no telefone do pai deles que ainda ficava no porta luvas do carro ele não havia, toda a ligação era chamada para dar esperança mas sempre acabava caindo na caixa postal. Nuria que antes estava no quarto que havia pegado para si agora já fazia companhia para o moreno na sala, ela não sabia o que fazer para ajudar ele a encontrar o seu irmão mas ainda sim continuava ali; como sempre estava sentada em cima da mesa até mesmo com pernas dobradas como índio, fazendo lembrança dos primeiros dias dela de quando ela e os meninos não sabiam ainda o que estava por vir.
— Não sei mais o que fazer, ele deve estar querendo testar o meu coração ou pior ele pode estar em perigo. -Sam falou se jogando na cadeira mais próxima ainda tentando ligar para o Dean enquanto tentava rastrear os celulares com o computador.
— Ele não está em perigo Sam, deve ter um jeito de acharmos ele sem ser através de rastrear ele porque você realmente não tá conseguindo. -a morena falou sentindo as suas costelas doerem um pouco mas não falou nada para não dar mais um problema para o moreno.

— Eu não sei mais o que fazer, as únicas coisas que eu posso fazer a não ser que você tenha uma bruxa escondida no meu quarto sem que eu sabia disso, é esperar ele porque eu não consigo fazer aquele tipo de coisa. -o moreno falou mas depois que terminou, se lembrou da morena usando saquinhos de feitiço para ler o livro.

E esse lembrança do Sam era exatamente o que iria ajudar o Dean, porque em seu pensamento se ela conseguia ler um livro usando sacos de feitiço e flutuar usando a sua magia, ela também conseguiria fazer muito mais usando um objeto mais poderoso como a pedra do cajado que já pertencia a ela.

— Eu já sei o que vamos fazer, na verdade o que você vai fazer. -Sam falou indo até uma ponta da mesa pegando um livro antigo e abrindo em uma página que já estava marcada depois continuou -Esse é feitiço feito com sangue, e o livro diz que você é capaz de achar o que quiser com ele desde que você saiba o que está procurando.

 

Nuria se sentou novamente em cima da mesa, na mesma posição que estava antes mas agora tinha um livro antigo aberto ao seu lado e um mapa aberto na sua frente, em uma de suas mãos ela tinha tanto o colar que era de sua mãe quanto a pedra do cajado enquanto que com a outra ela derrubava um pouco do sangue que Sam havia dado pra ela em cima do mapa e colocando sua mão já suja em cima.

— Quid est quod perdidi Volo non occurrit, quod sit tantum auferat, vel quo hanc nescio. Non possum solus sanguis eius facias conveniundi copiam habent. (Aquilo que está perdido ou que eu quero encontrar, que está muito longe ou não sei onde está. Somente com sangue eu posso ter a chance de encontrar) -Nuria falou baixinho o que estava escrito no livro mas diferente do que pensava ela sabia exatamente o que estava escrito ali.

— Quid est quod perdidi Volo non occurrit, quod sit tantum auferat, vel quo hanc nescio. Non possum solus sanguis eius facias conveniundi copiam habent. -ela ficou repetindo novamente mais alto a frase sentindo seus olhos ficando escuros como tempestade e escutando barulhos de raios do lado de fora do bunker.

No céu Amara sorriu quando sentiu o que sua filha estava fazendo, ela sentiu orgulho pelo o que sua filha estava se tornando, pelo tanto que seus poderes estavam evoluindo mesmo que ela tenha acabado de sair do hospital ela já se mostrava poderosa novamente e talvez até mais do que quando entrou; Escuridão sabia que todo aquele poder guardado dentro da sua filha sem ser usado não era bom e poderia acabar matando ela mas saber que ela estava usando tranquilizava seu coração.

— Quid est quod perdidi Volo non occurrit, quod sit tantum auferat, vel quo hanc nescio. Non possum solus sanguis eius facias conveniundi copiam habent. -Nuria repetiu mais uma vez a frase e Sam que estava andando um lado para o outro enquanto observava o que a morena fazia sentiu as luzes da sala começarem a piscar e algumas coisas que ainda estavam em cima da mesa começaram a vibrar.

O sangue do mapa que havia sido espalhado de qualquer forma no mapa começou a juntar em uma única poça de sangue que começou a se mover pelo mapa não deixando rastros por onde passava; e o que mais surpreendeu ao Sam era que o sangue estava se juntando exatamente em cima do Lebanon indicando que o Dean não devia estar muito longe. Nuria soltou um grito tirando a mão de cima do mapa e fazendo as luzes de todo o bunker apagarem e uma corrente forte de ar surgiu na sala fazendo algumas coisas caírem por toda a sala.

Sam usando a lanterna do celular enquanto a luz parecia estar voltando devagar para todos cômodos começando pelo corredor onde a luz de emergência estavam ligadas, se aproximou da morena vendo que seus olhos ainda estavam com tempestade mas pareciam estar voltando ao normal mas um filete de sangue escorria do seu nariz em sinal de esgotamento mesmo que tenha sido só um feitiço que mesmo que parecesse simples era difícil para a primeira vez.

— Você está bem? -Sam perguntou mas tudo que a morena fez foi sair de cima da mesa colocando de volta o seu colar, e colocando a pedra do cajado em seu bolso.

— Eu sei onde o Dean está, vamos logo pegar ele para que eu possa matar ele com as minhas próprias mãos. -Nuria falou calçando os seus chinelos mesmo e limpando o sangue do seu nariz enquanto subia as escadas correndo com o moreno seguindo ela com a chave do carro em mãos.

A filha da Escuridão dirigia rápido pela cidade, ela não se importava se estava assustando quem estava passando na rua, se iria chamar a atenção da polícia ou de qualquer pessoa que estivesse na rua naquele horário, ela nãos e importou com sinais vermelhos, placas de pare ou limites de velocidade; em sua mente a única coisa que tinha ali era o Dean. Ela dirigiu até a entrada da cidade encontrando três carro parados no acostamento da estrada e diversas pessoas estavam em volta de algo.

Sam desceu do carro com uma arma em mãos e a morena foi atrás dele e para quem olhasse de frente só veria o homem alto com uma arma em mãos mas o que realmente acontecia era que a pequena mulher atrás dele, era o pior pesadelo de todos ali.

— Soube que você estava com o meu irmão Dean. -Sam falou apontando a arma para o homem que estava ao lado do Dean, que estava amarrado, apontando uma arma  para sua cabeça.

— O plano era matar apenas um Winchester mas já que você também veio até mim de forma tão fácil, vou matar os dois. -o homem falou ainda sem ver a morena, e com um sinal de mão as pessoas que estavam atrás dele avançaram mostrando suas presas e deixando claro que eles eram vampiros.

Nuria segurou em cada manga da blusa do moreno com firmeza e dando três passos para trás trazendo ele consigo, e mesmo que se sentisse ainda tonta por conta do feitiço e sentindo a necessidade dos remédios ela fez uma barreira em volta dos dois impedindo que qualquer pessoa ou qualquer coisa se aproximasse e assim se fazendo ser notada.

— Ninguém vai morrer hoje. -Nuria sussurrou baixinho levantando sua cabeça para o céu e começando a fazer surgir nuvens escuras que rapidamente começaram a dar início a tempestade.

Ela se soltando do Sam e passou a ficar na frente dele, os seus olhos de tempestade assustaram os vampiros que ainda queriam vir pra cima deles mas quando ela levantou sua mão e o primeiro raio caiu perto dali eles pararam onde estavam; eles apenas olhavam para os raios e trovões no céu e sentiam medo que podia acontecer depois e o quanto era estranho estar chovendo tanto, mesmo que a cinco minutos nem tinha nuvens no céu mas agora parecia que o mundo estava caindo e iria matar todos eles de forma dolorosa e estranha.
— EU NÃO QUERO FAZER MAL PARA VOCÊS, LIBERTEM O DEAN E SIGAM COM AS SUAS VIDAS. -a morena gritou com sua voz saindo mais alta que todo o barulho da tempestade mas tudo que o vampiro que estava no controle fez foi destravar a arma e apontar novamente para a cabeça do Dean.

Nuria soltou um grito bem alto em sinal de descontentamento e levantando mais uma vez a mão fez outro raio cair mas agora atingir ela mesmo o que fez com que ela se sentisse mais forte e se ajoelhou colocando a mesma mão que fez o raio cair no chão e iniciando um terremoto que mesmo aos poucos foi se tornando tão forte que as poucas coisas que tinham por ali começarem a ser destruídas.

Os vampiros correram quase em tentativas falhas para os carros deles e mesmo que estivesse difícil por causa da chuva eles continuaram tentando sair com o carro, e no final somente um carro que era justamente o que estava o chefe conseguiu ir embora, e os que não conseguiram ir de carro foram correndo atrás dele. A filha da Escuridão tirou sua mão do chão e quase caiu sentada no chão se não fosse pelo Sam e pelo Dean, que mesmo ainda com as mãos amarradas agarrou um dos braços da morena ajudando ela a se levantar com o moreno fazendo o mesmo do outro lado.

Quando Nuria ficou de pé e olhou para sua frente se surpreendeu por ver que ainda havia um dos vampiros parado em sua frente, mas diferente do que ela imaginava que iria acontecer se tivesse sobrado alguem ali, o vampiro não estava em posição de ataque com as presas de fora; ele estava a um metro e meio exatamente na frente da morena ajoelhado.

— Perdoe meus pecados, e me aceite do jeito que eu sou; eu não preciso de mais nada desde que você me aceite, seja minha Alfa e eu serei capaz de fazer o que você me ordenar. -ele falou abaixando a cabeça em sinal de respeito.

As palavras sinceras dele foram ouvidas com clareza pela morena que em seu momento de choque, de que pela primeira vez em muito tempo uma pessoa viu o quão poderosa ela podia ser e não ficou com medo mas sim admiração; e esse momento fez com que ela se distraísse fazendo a chuva parar e as nuvens começarem a sumir.

— Levantem ele, por favor. -a morena falou se virando pro Sam que foi até ele ajudando ele ficar de pé enquanto que ela desamarrou as mãos do Dean.

— O que vamos fazer com ele? -Sam perguntou ainda parado do lado do vampiro.

Mas quando a Nuria olhou para ele se viu assustada, antes com toda a chuva ela não havia percebido o quão jovem ele era o que fez que ela sentisse ainda mais medo por ele estar fazendo ela responsável dele, ela não sabia nada sobre vampiros ou sobre dar uma nova vida a outra pessoa mas sentia em seu coração que não podia deixar ele sozinho no mundo. Ela se sentia fraca então se encostou no Dean que mesmo que pela manhã estivesse aborrecido com ela, naquele momento ele não pensou duas vez em passar um braço em volta dela em sinal de proteção e segurança e com a outra mão jogou os fios de cabelos que estavam grudando no rosto dela para trás.

— Mandem ele para um hotel, amanhã pela manhã vamos dar novas instruções para que ele possa recomeçar a vida dele e dessa vez de forma correta nada de matança ou se juntar com aqueles que não valorizem você. -a morena falou e Sam entendeu a parte que era pra ele, e o vampiro entendeu a parte que era pra ele.

— Obrigado minha Senhora, serei eternamente grato a você; por favor, se precisar de mim me chame pelo meu nome de quando ainda era humano, me chame de Antonio. -o vampiro falou quando passou por ela seguindo o Sam, a morena apenas assentiu e com um sorriso fraco indicou com a cabeça para ele continuasse com o moreno.

Nuria em um momento espontâneo olhou para o Dean que ainda estava com o braço envolta da sua cintura e ficando de frente pra ele olhando em seu olhos verdes que pareciam mais brilhantes agora do que pela manhã, ela levantou as duas mãos passando em frente ao rosto dele como se estivesse tirando algo que estava ali sem nem tocar nele. Eles estavam próximos e quando as mãos delas já tinham passado pelo rosto dele, ela finalmente tocou ele, colocando as mãos em seu peito e então subindo devagar até voltar para o rosto do loiro ficando uma no pescoço e outra na bochecha dele.

— Sinto muito por hoje de manhã mas principalmente por ontem. -ela falou baixo por estar bem perto dele.

— Você que tem que me desculpar, eu não queria dizer aquilo pra você mas ver que você não está bem, sem que eu pudesse te ajudar me deixou maluco. -ele sussurrou de volta e por ter sido do fundo do coração dele a única coisa que a morena fez foi juntar os seus lábios em um beijo que mesmo tendo iniciado doce e inocente eles demonstravam o quanto precisavam do outro, Dean puxou ela para mais perto deixando as duas mãos na cintura dela e mesmo que fosse de forma carinhosa mesmo que a morena quisesse fugir não iria conseguir.

Era um beijo cheio de paixão escondida, foi naquele momento com aquele beijo que aos poucos foi se tornando muito mais que um beijo doce que os dois poderiam ver que não conseguiriam continuar sozinhos. Eles se separam com a respiração ofegantes e seguiram pro carro lado a lado mas não como se nada tivesse acontecido, o rosto com espressos suaves dizia que o dia de manhã seria diferente e as mãos entrelaçadas dizia que eles iriam seguir juntos para muito mais longe do que só até o carro.

Mesmo que os dois estivessem completamente molhados e estivessem molhando todo o carro principalmente o chão e os bancos, Dean não emitiu nenhum protesto por esse motivo, ele seguiu o caminho até o bunker sorrindo fraco com a morena com a cabeça deitada em seu ombro. E quando chegou onde chamava de casa e olhou a Nuria dormindo em seu ombro se viu feliz como a muito tempo não acontecia, na verdade pra ele a última vez que esteve feliz daquele jeito foi a última vez que esteve em paz com a filha da Escuridão.


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Notas finais do capítulo

roupa Nuria: https://www.polyvore.com/cap20/set?id=197912610

Espero que tenham gostado, eu vou me esforçar mais para fazer os capítulos sairem nos dias certos mas agora nesse fase de ENEM e Vestibular eu não tenho certeza que vou conseguir...



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